A produção da cultura em Sergipe ultrapassa a casa de 50 mil toneladas por mês _
Representando 64% da produção de batata-doce do Estado, o município de Itabaiana, na região agreste de Sergipe, foi palco da realização de um dia de campo sobre a cultura. O evento, promovido pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), em parceria com o Banco do Nordeste (BNB), Embrapa Tabuleiros Costeiros, Coderse, Secretaria Municipal de Agricultura de Itabaiana, ITPS e Sebrae, aconteceu no último dia 16, no Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Agroecologia – CDT e contou com a participação de produtores dos municípios de Itabaiana, Moita Bonita, Malhador e Ribeirópolis. O objetivo do dia de campo, que faz parte do Programa de Desenvolvimento Territorial da Cultura da Batata-Doce (Prodeter), foi levar conhecimento sobre a raiz, que representa uma alternativa de renda para o agricultor.
Na programação os agricultores presentes acompanharam palestras que versaram sobre solos e análise de solo, ministrada pelo Engenheiro Agrônomo da Emdagro Adailton dos Santos; Cultivares, nutrição e adubação no sistema convencional e orgânico, palestra realizada pela pesquisadora da Embrapa, Maria Urbana Nunes; e principais doenças da cultura da batata-doce e suas formas de controle, apresentado pela engenheira agrônoma da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Alimentar de Itabaiana, Susi Alves da Silva. Outros temas também apresentados foram o controle biológico de pragas e doenças, ministrado pelo pesquisador da Emdagro Marcelo Mendonça e pelo chefe do perímetro irrigado da Ribeira, Augusto César Barros; e comercialização do produto, apresentado pelo presidente da Cooperafes de Moita Bonita, José Joelito Costa.
“Esses dias de campo são muito importantes pela troca de experiência entre produtores e pesquisadores. Nesse de hoje, sobre a batata-doce, apresentamos uma nova variedade da raiz – a Ipomoea batatas – que é resistente às pragas e fungos, além da ser uma alternativa de renda para o agricultor, devido ao seu baixo custo de produção”, frisou o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, Jean Carlos dos Santos. “Atualmente são mais de 600 famílias envolvidas diretamente na produção e beneficiamento da cultura”, ressaltou.
Para a pesquisadora da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Maria Urbana, os agricultores esperam novas esperanças no trato com a cultura da batata-doce. “Os agricultores têm muita experiência com a cultura, mas eles esperam de nós, pesquisadores, novos conhecimentos, novas esperanças, o que de melhor podemos passar para eles, para o que possa ser feito na prática que melhore seu sistema de produção e alavanque a cultura da batata-doce em Sergipe”, destacou.
O agricultor da comunidade Sítio Velho, município de Ribeirópolis, José Santos, que produz a raiz há duas décadas, em sua propriedade de pouco mais de 15 tarefas, destacou a importância de eventos como o dia de campo. “Produzo batata-doce há mais de 20 anos, tiro aproximadamente 800 sacas da raiz por mês e, ainda assim, a gente não sabe tudo. Por isso entendo o quanto é importante eventos como esse, porque traz para os agricultores as coisas novas que devemos utilizar, a fim de facilitar a nossa vida na lavoura”, disse.
Produção na região
A produção total da região produtora de batata-doce gira em torno de 50 mil toneladas, distribuídas em uma área de pouco mais de dois mil hectares.
O maior produtor de batata-doce do estado é Itabaiana, que representa 64% da produção, seguido de Moita Bonita, com 21,54%.