Secretarias da Agricultura de Sergipe e Bahia planejam intercâmbio de experiências de recaatingamento do semiárido e casas de sementes
Na última quarta-feira, 11, o assunto foi discutido em reunião realizada na Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR), com representantes da Seagri Sergipe.

As experiências de recaatingamento do semiárido baiano, e as casas de sementes implementadas no semiárido sergipano serão temas de intercâmbio entre as secretarias da Agricultura dos dois estados. Na última quarta-feira, 11, o assunto foi discutido em reunião realizada na Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR), com representantes da Seagri Sergipe. O objetivo é replicar, nos estados, as tecnologias sociais exitosas, voltadas para a proteção da Agrobiodiversidade no Bioma Caatinga, exclusivamente brasileiro. As equipes técnicas dos estados traçaram como encaminhamento oficializar o intercâmbio e agendar visita de campo aos projetos implementados.
“Buscamos um diálogo com a equipe técnica da Superintendência de Agricultura Familiar da Bahia, com objetivo de conhecer e levar para Sergipe a experiência de ‘Recaatingamento no Semiárido’, mas o resultado desse encontro foi além: surgiu a ideia de realizar o intercâmbio, uma vez que a equipe técnica baiana demonstrou interesse em conhecer a experiência sergipana de funcionamento das ‘Casas de Sementes’, um trabalho exitoso dos guardiões de sementes crioulas”, disse o assessor técnico, Hugo Carlos Vieira Coelho, que representou a Seagri. “Tenho certeza de que nosso Secretário da Agricultura, André Bomfim, vai ratificar essa proposta e até participar do dia de campo em nosso intercâmbio”, acrescentou o assessor.
Em Sergipe, existem experiências de ‘Casas de Sementes’ apoiadas pelo governo Estadual, por meio do Projeto Dom Távora. O tema é tão valorizado que, em 2016, editou e publicou a Lei nº 8.167, que institui o reconhecimento oficial do conceito de Sementes Crioulas e traz, entre os objetivos, a proteção para a Agrobiodiversidade e os Biomas; além do incentivo ao resgate e à perpetuação de espécies, variedades e cultivares produzidos em unidade familiar ou tradicional, prioritariamente as espécies vegetais para alimentação.
Segundo o Superintendente de Agricultura Familiar da Bahia, Ademilson Santos – ‘Tiziu’, como é conhecido -, a prática de recaatingamento no Semiárido tem antecedente com o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – Irpaa. A experiência busca contribuir para inverter a devastação e processos iniciais de desertificação da Caatinga, a partir do uso sustentável de seus bens naturais, da conservação e recomposição da Caatinga, educação ambiental, contextualização e beneficiamento dos frutos da Caatinga, tendo as agricultoras e agricultores como protagonistas, pela transformação socioambiental de suas comunidades.
No âmbito do Governo da Bahia, práticas estão sendo experimentadas em 21 comunidades, por meio do Programa Pró-Semiárido. As iniciativas são viabilizadas com recursos do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). Uma das iniciativas descritas pela equipe técnica da Bahia é o “isolamento da área” degradada, para propiciar recuperação da vida vegetal e animal, bem como das potencialidades hídricas. Além do superintendente, participaram do encontro José Augusto de Castro Tosato – coordenador executivo de pesquisa e extensão; e o representante do Pró-Semiárido, Carlos Henrique. As equipes técnicas dos estados traçaram, como encaminhamento, oficializar o intercâmbio e agendar visita de campo a projetos já implementados.
Atualizado: 13 de março de 2020, 11:40