Equipamentos doados por meio de convênio entre o Governo do Estado e Incra estimulam o empreendedorismo social no projeto de assentamento Caraíbas
Sempre atento em promover os meios necessários para estimular o empreendedorismo em Sergipe, em especial nas comunidades mais carentes, o Governo do Estado vem realizando ações que impulsionam essa prática. No povoado Caraíbas, em Japaratuba, o governo investiu na aquisição de equipamentos para estruturação de uma agroindústria de pães, que gera renda para a comunidade do projeto de assentamento de reforma agrária, que reúne 115 famílias de agricultores.
O convênio 823.325/2015, firmado entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a gestão estadual, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), destinou R$ 1.575.000,00 para a compra de 25 equipamentos que atendem a agroindústria de pães do povoado.
De acordo com Erisvando Chagas, presidente da Associação Comunitária do Projeto de Assentamento Caraíbas, a panificação “Nascendo para Crescer” teve início graças à iniciativa de um grupo de mulheres, que se uniu para buscar no empreendedorismo uma maneira de vencer a ociosidade e garantir uma fonte de renda pessoal. Graças à doação do maquinário, feita pelo Governo do Estado, o projeto foi adiante e vem prosperando a cada dia. “Aqui, produzimos entre 500 e 600 pães por dia, do tipo francês, doce, carrapicho, de macaxeira, para cachorro-quente e também pão de batata, que são vendidos aqui no assentamento e em povoados vizinhos”, disse o responsável pela produção da fábrica.
O empreendimento funciona há cerca de dois anos e destina toda a renda para manutenção do espaço e sustento das famílias associadas. “Além dos pães, que vendemos também para a Usina Taquari, para o café da manhã dos funcionários, nesse segundo semestre passamos a produzir bolos caseiros, dos mais variados sabores: macaxeira, puba, milho, de ovos e estamos fazendo o processamento da macaxeira”, observou Erisvando, ao destacar que a próxima meta é trabalhar com o envelopamento da macaxeira, para comercializar nos supermercados e estabelecimentos comerciais da região.
Doação de máquinas
Entre os equipamentos doados pelo governo para a agroindústria estão forno, fogão, batedeira e liquidificador, todos no padrão industrial, freezer horizontal, balcão vitrine, câmara frigorífica, ralador de coco e queijo, e uma câmara de fermentação. “Os próprios assentados é que produzem a matéria-prima usada na fabricação dos pães: macaxeira, mandioca, inhame, batata, milho, além de abastecer povoados vizinhos, como Mundo Novo, que produz tapioca e Visgueiro, em Muribeca, onde é feito o processamento da farinha de mandioca”, destacou Erisvando.
Em 2024 foram recolhidas 50 toneladas até o final de setembro, evidenciando cuidado com o meio ambiente
Produtores e empresas revendedoras de produtos agropecuários no município de Lagarto deram importante exemplo de cuidado com a saúde e com o meio ambiente, ao realizarem o recolhimento de 4,5 toneladas de embalagens de agrotóxicos. A ação foi realizada nesta quarta-feira, 9, na praça do Tanque Grande, com apoio da Associação dos Revendedores de Produtos Agropecuários do Estado de Sergipe (Ardase). A próxima ação será em 5 de novembro na sede da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), no município de Boquim.
Dados recentes da Emdagro destacam avanços no manejo adequado dessas embalagens em Sergipe. Em 2023, foram destinadas de forma ambientalmente adequada 58 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos, e em 2024 até o momento já foram recebidas 50 toneladas, evidenciando um esforço contínuo nesse sentido.
O secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, destacou a iniciativa das empresas revendedoras e produtores nesta ação. “Parabenizamos todos os envolvidos neste trabalho, especialmente as empresas por meio da Ardase, pela importância da destinação correta dessas embalagens que contribui para preservação do meio ambiente e da saúde humana. A conscientização dos agricultores, aliada ao apoio das prefeituras e das empresas revendedoras em parceria com o Governo é essencial para o sucesso das iniciativas de coleta e manejo adequado dessas embalagens em Sergipe”, pontuou o secretário.
Já a representante da Ardase, Marivania Félix, lembrou que a ação em Lagarto foi a maior em recolhimento de embalagens dentro do trabalho itinerante realizado nos municípios: “O objetivo é a conscientização ambiental do produtor rural e facilitar o acesso do produtor quanto à devolução das embalagens, dando um destino ambientalmente adequado às embalagens”.
Segundo ela, até o momento foram 29 ações em todo o Estado, focando nos municípios de maior abrangência agrícola. “Estamos principalmente em povoados de agricultura familiar, onde além de recebimentos itinerantes de embalagens, são levadas informações técnicas sobre as boas práticas no campo, a importância do uso do equipamento de proteção individual (EPI) nos manuseios e aplicação dos defensivos, além da observância à receita agronômica e cuidado com o meio ambiente”, afirmou.
Após os recebimentos das embalagens nessas ações, as mesmas são transportadas até a central de recebimento da Ardase, que fica na zona rural de Ribeirópolis. Lá elas são classificadas, separadas, prensadas e destinadas para recicladoras, legalmente habilitadas para receber esses tipos de materiais.
“A participação das empresas revendedoras dos produtos é muito positiva. Elas participam ativamente na mobilização dos clientes, o que contribui muito para a presença dos produtores nas ações. Também ajuda muito na logística, uma vez que disponibilizam transporte adequado para esses tipos de resíduos; incentivam a ação, doando brindes como EPIs, que são sorteados para os produtores e ajudam a disseminar as boas práticas no campo”, explicou Marivania.
A representante da Ardase ressaltou ainda a importância e apoio da Emdagro para o sucesso dessas ações, principalmente com a implementação de tecnologias que facilitam o rastreio das embalagens. “Sem sombra de dúvida, os resultados que estamos tendo se devem ao Sistema de Rastreabilidade implantado pela Emdagro, e às ações da Ardase no campo, que quintuplicaram nos últimos anos”, comemorou.
Produção irrigada da leguminosa, em pequenas áreas da agricultura familiar, é beneficiada e vendida por feirantes
Nos perímetros públicos de irrigação mantidos pelo Governo do Estado a produção de feijão-de-corda em 2024 deve aumentar quase 25%. A expectativa dos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), no Califórnia, em Canindé de São Francisco, alto sertão sergipano; Jacarecica II, polo agrícola entre Areia Branca, Malhador e Riachuelo; e Piauí, em Lagarto, no centro-sul; é que a produção some 962,6 toneladas da leguminosa, quantidade superior às 772 toneladas produzidas nesses três perímetros em 2023.
Os agricultores irrigantes atendidos pela companhia, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), produzem o grão em qualquer época do ano, a partir do fornecimento de água de irrigação e assistência técnica oferecida em cinco perímetros de vocação agrícola. Bastante procurado para o preparo de pratos regionais, o feijão-de-corda sergipano, seja verde ou seco, tem mercado também em estados vizinhos, como Bahia e Alagoas, além de Sergipe.
“A gente leva para feira [de Canindé], para Aracaju, Salvador. Agora está tendo mercado e a gente planta o ano todo aqui, quase que tem [feijão-de-corda] direto. E sai daqui com preço”, avaliou o produtor irrigante do Califórnia, Manoel Otávio Tolentino. O agricultor, que tem 32 anos de perímetro irrigado, também planta goiaba, acerola, milho, mandioca e quiabo em seus 4 hectares do lote. O perímetro de Canindé tem a maior expectativa de alta na produção do produto para este ano, 36%, assim como a maior produção prevista para 2024, 870 toneladas.
Água e assistência
Também do Califórnia, o agricultor irrigante José dos Santos, mais conhecido como Duda, cultiva feijão-de-corda durante um período do ano, mas nas outras épocas está sempre com lavouras de maracujá, macaxeira, pimenta-de-cheiro, acerola e outros. Segundo o produtor, o Governo do Estado contribui para a diversidade e continuidade dos cultivos. “A Coderse fornece uma água de qualidade para nós e os técnicos que nos dão assistência estão de parabéns. Está tudo na mão de Deus e eles estão trabalhando certo, ajudando o produtor”.
Duda está com uma área de 0,33 hectares preparada para plantar em outubro e outra, do mesmo tamanho, em novembro. Com isso, ele tem um período prolongado de colheita entre os meses de dezembro deste ano e janeiro do próximo. “O feijão-de-corda vende por aqui também, na feira livre em Canindé e o que sobra, eu mando para Aracaju. Tanto verde quanto maduro têm uma aceitação boa. Eu vou plantar duas roças porque eu gosto de fazer um rodízio, para ter uma escala quando começar a colher”, informou.
Técnico agrícola da Coderse em Canindé, Luiz Roberto Vieira confia que a expectativa de aumento de produção será valorizada pelo bom momento do mercado para o produto. “Há a aceitação do produto no mercado e um preço convidativo, saindo entre R$ 100,00 e R$ 120,00 o saco”, revela. Conforme o profissional da Companhia, os técnicos contribuem para essa realidade positiva com a assistência criteriosa. “É preciso, por exemplo, adubação e um trato cultural bem calibrado e com assistência sanitária mais incisiva”, completou.
Feijão verde
O feijão-de-corda dos perímetros é quase sempre colhido em um estágio de maturação anterior à fase do grão seco, também utilizado para alimentação e próprio para replantio como semente. Esse ‘feijão verde’ praticamente só é comercializado em feiras livres. É quando entram em cena as tradicionais feirantes que debulham as vagens enquanto ocorre a feira e aos olhos do cliente. O produto é próprio para ser cozido no próprio caldo, refogado com carnes ou em saladas frias.
Processo é feito pela Seduc, em parceria com a Emdagro, e servirá como base para edital de alimentos saudáveis nas escolas
O estado de Sergipe está passando por uma importante etapa de organização e fortalecimento da agricultura familiar orgânica. Desde o último dia 30 de setembro, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), em parceria com a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), deu início ao mapeamento da produção de alimentos orgânicos no estado. Esse levantamento servirá de base para a elaboração do próximo edital de chamamento público, voltado à compra de alimentos da agricultura familiar através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
O processo de cadastramento dos agricultores interessados vai até o dia 18 de outubro. Produtores podem inserir suas informações sobre a oferta de produtos orgânicos de forma individual ou coletiva, desde que possuam o Cadastro da Agricultura Familiar (CAF) e Certificados de Produção Orgânica, seja por OCS – Organização de Controle Social; ou SPG – Sistema de Garantia da Produção ou Auditoria. Essa ação visa garantir que as escolas públicas tenham acesso a alimentos mais saudáveis e de qualidade, cultivados com respeito ao meio ambiente e livres de agroquímicos.
O coordenador de Agroecologia da Emdagro, Waltenis Braga, destacou o papel da instituição na promoção da agricultura orgânica no estado. Segundo Braga, a Emdagro tem investido fortemente nesse segmento. “A criação da Coordenadoria de Agroecologia foi um marco para nós, pois ampliou o apoio técnico e o incentivo aos agricultores orgânicos. Além disso, o Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), para produtos orgânicos, também reforça essa linha de atuação, possibilitando que esses produtores tenham mais acesso às políticas de crédito rural, oportunidades de mercado e se integrem melhor às cadeias de maior valor agregado. Estamos, inclusive, buscando outras cadeias internacionais como o PAA e Doação Simultânea através da Conab”, pontuou.
O evento de mapeamento tem contado com o apoio de diversas organizações e entidades parceiras, como a Rede Plantar para a Vida, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Banco do Nordeste e o Conselho de Produção Orgânica de Sergipe (CPORG-SE). Juntas, essas instituições estão alinhando esforços para garantir que o mapeamento seja o mais abrangente possível, visando atender as demandas das escolas e valorizar o trabalho dos agricultores familiares.
A expectativa é que com o encerramento do processo de mapeamento, o novo edital de chamamento público do PNAE seja lançado, contemplando a compra de alimentos frescos e agroecológicos. “Essa parceria entre Seduc e Emdagro é essencial para fortalecer a produção orgânica e garantir que nossas crianças recebam alimentos de qualidade”, completou Waltenis Braga.
O mapeamento segue até o dia 18 de outubro, e os agricultores interessados podem se cadastrar por meio de um formulário online, por meio deste link. Isso garante a participação nesse importante processo de inclusão e fortalecimento da agricultura orgânica em Sergipe.
Resultados do estudo podem beneficiar mais de 2.200 produtores de banana registrados em Sergipe
O Governo do Estado, por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), está desenvolvendo uma pesquisa pioneira para controle biológico do moleque-da-bananeira, inseto de hábito noturno que ataca o rizoma da planta, causando graves danos à cultura e elevando os custos de produção. O controle é estudado há um ano, após demanda de um pequeno produtor do município de Malhador, no agreste sergipano.
Os resultados das descobertas sobre o moleque-da-bananeira podem beneficiar os mais de 2.200 produtores registrados em Sergipe, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo é realizado pelo pesquisador da Emdagro e doutor em Entomologia Agrícola, Marcelo Mendonça, e pelo mestrando em Biotecnologia Industrial, Lucas Barboza.
O produtor José Firmino de Oliveira, mais conhecido como Zé de Rufino, de 74 anos, procurou o pesquisador Marcelo Mendonça durante um curso ministrado em Itabaiana sobre métodos de controle biológico de pragas. Na pequena propriedade de quatro hectares, Rufino produz banana, entre outras culturas, todas em sistema orgânico. Há alguns anos, ele notou que as bananeiras tombavam, mas não havia nenhuma marca aparente que denunciasse o problema. “O moleque-da-bananeira ataca por dentro. É um animal de hábito noturno, que se abriga da luz do dia. As larvas abrem galerias nos rizomas, alimentando-se dos tecidos da planta. Por isso seu Rufino não via nada por fora”, detalhou o Dr. Marcelo Mendonça.
Seu Zé Rufino conta que a praga existe desde quando existe bananeira, não só em Sergipe, mas no Brasil, só que nunca havia procurado uma maneira de combatê-la ou um defensivo para diminuir sua incidência. “Conheci o doutor Marcelo há dois anos e ele está nos apoiando, trabalhando com uma forma de controle para essa praga. Perdi cerca de 30% da produção, mas, desde que começamos, já notei que o número de bananeiras caídas diminuiu”, disse o produtor. A expectativa dele agora é que, daqui a um ano, não haja mais a presença da praga na propriedade em que produz e vive com a família.
O controle de pragas da bananeira tem sido um desafio para os pesquisadores, porque os métodos convencionais, a partir de agroquímicos, demonstram baixa efetividade, além de causar danos com a poluição do ambiente e de animais benéficos. Para suprir essa necessidade, técnicas de controle biológico com fungos entomopatogênicos (que parasitam insetos) e outros grupos de microrganismos podem ser utilizadas. “O problema no pomar de seu Rufino foi um intenso ataque de Cosmopolites sordidus, mais conhecido como moleque-da-bananeira”, identificou o pesquisador.
Segundo ele, a pesquisa é desenvolvida em parceria com o próprio produtor, uma vez que são feitas visitas constantes à propriedade para coleta de insetos, utilizados nos trabalhos em laboratório e casa de vegetação. Este último local é onde são feitos os testes para verificar quais métodos de aplicação do fungo é mais efetivo, para só então aplicá-lo no pomar do produtor.
Em comparação a outros métodos de controle, o uso de organismos biológicos é considerado mais vantajoso, por não causar impacto ao meio ambiente e a intoxicação do produtor e de consumidores da banana, além de poder ser aplicado em sistema de cultivo orgânico, onde não podem ser utilizados agrotóxicos.
Pesquisa
Marcelo Mendonça é pesquisador há 20 anos da Emdagro e desenvolve uma linha de pesquisa em entomologia, ciência que estuda os insetos e suas relações com o meio ambiente. “Desenvolvemos trabalhos na área de controle biológico de insetos pragas. A ideia é que a gente leve para o produtor algo que não seja tão danoso, como são os inseticidas químicos. A tendência mundial hoje é de crescimento do uso dos métodos biológicos para o manejo das diversas culturas agrícolas”, disse o pesquisador, ao informar que foram testados isolados de fungos entomopatogênicos nativos do estado de Sergipe, dos gêneros Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae.
O laboratório da Emdagro conta com um banco de fungos formado ao longo de 15 anos de pesquisa. “Utilizamos esse banco para selecionar isolados de fungos entomopatogênicos que possam ser utilizados para diferentes tipos de pragas”. Na primeira etapa da pesquisa, os insetos foram coletados na propriedade do produtor e levados ao laboratório, porque a pesquisa precisa de um ambiente controlado para atingir resultados confiáveis. Lá foram realizados experimentos onde foram observadas as infecções desses fungos nos insetos. Foram selecionados aqueles que apresentaram a maior efetividade no controle da praga.
Na segunda etapa, os pesquisadores buscam entender qual é a concentração do fungo necessária para utilizar no controle da praga. A partir daí é avaliado o método de aplicação do fungo no campo, se direto na planta ou se via isca atrativa. Testadas as formas de aplicação, o estudo pode ser levado com segurança à propriedade do produtor, onde serão avaliados.
Isca
A isca é geralmente feita de duas formas. Uma é o tipo telha, quando o pseudocaule da bananeira é dividido em pedaços de 30 centímetros e distribuído na área. Esses pedaços entram em processo de fermentação, que libera um odor atrativo ao inseto. Outro tipo, com o mesmo efeito da isca telha, é o corte do pseudocaule da bananeira que seria eliminado. Deixado entreaberto, o caule cortado dá o mesmo efeito do telha, porque o odor atrai o inseto e o produtor pode catar esses insetos e matá-los fora do pomar. É uma forma de controle da população.
A aplicação do fungo nas iscas também tem modelos diferenciados. Uma delas é por mergulho do pseudocaule na suspensão do fungo. Outro modo é aplicar ao redor da planta, como uma rega. Outro método que será testado é iniciar um plantio só com mudas de banana com os rizomas embebidos da suspensão do fungo.
Resultados do estudo podem beneficiar mais de 2.200 produtores de banana registrados em Sergipe
O Governo do Estado, por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), está desenvolvendo uma pesquisa pioneira para controle biológico do moleque-da-bananeira, inseto de hábito noturno que ataca o rizoma da planta, causando graves danos à cultura e elevando os custos de produção. O controle é estudado há um ano, após demanda de um pequeno produtor do município de Malhador, no agreste sergipano.
Os resultados das descobertas sobre o moleque-da-bananeira podem beneficiar os mais de 2.200 produtores registrados em Sergipe, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo é realizado pelo pesquisador da Emdagro e doutor em Entomologia Agrícola, Marcelo Mendonça, e pelo mestrando em Biotecnologia Industrial, Lucas Barboza.
O produtor José Firmino de Oliveira, mais conhecido como Zé de Rufino, de 74 anos, procurou o pesquisador Marcelo Mendonça durante um curso ministrado em Itabaiana sobre métodos de controle biológico de pragas. Na pequena propriedade de quatro hectares, Rufino produz banana, entre outras culturas, todas em sistema orgânico. Há alguns anos, ele notou que as bananeiras tombavam, mas não havia nenhuma marca aparente que denunciasse o problema. “O moleque-da-bananeira ataca por dentro. É um animal de hábito noturno, que se abriga da luz do dia. As larvas abrem galerias nos rizomas, alimentando-se dos tecidos da planta. Por isso seu Rufino não via nada por fora”, detalhou o Dr. Marcelo Mendonça.
Seu Zé Rufino conta que a praga existe desde quando existe bananeira, não só em Sergipe, mas no Brasil, só que nunca havia procurado uma maneira de combatê-la ou um defensivo para diminuir sua incidência. “Conheci o doutor Marcelo há dois anos e ele está nos apoiando, trabalhando com uma forma de controle para essa praga. Perdi cerca de 30% da produção, mas, desde que começamos, já notei que o número de bananeiras caídas diminuiu”, disse o produtor. A expectativa dele agora é que, daqui a um ano, não haja mais a presença da praga na propriedade em que produz e vive com a família.
O controle de pragas da bananeira tem sido um desafio para os pesquisadores, porque os métodos convencionais, a partir de agroquímicos, demonstram baixa efetividade, além de causar danos com a poluição do ambiente e de animais benéficos. Para suprir essa necessidade, técnicas de controle biológico com fungos entomopatogênicos (que parasitam insetos) e outros grupos de microrganismos podem ser utilizadas. “O problema no pomar de seu Rufino foi um intenso ataque de Cosmopolites sordidus, mais conhecido como moleque-da-bananeira”, identificou o pesquisador.
Segundo ele, a pesquisa é desenvolvida em parceria com o próprio produtor, uma vez que são feitas visitas constantes à propriedade para coleta de insetos, utilizados nos trabalhos em laboratório e casa de vegetação. Este último local é onde são feitos os testes para verificar quais métodos de aplicação do fungo é mais efetivo, para só então aplicá-lo no pomar do produtor.
Em comparação a outros métodos de controle, o uso de organismos biológicos é considerado mais vantajoso, por não causar impacto ao meio ambiente e a intoxicação do produtor e de consumidores da banana, além de poder ser aplicado em sistema de cultivo orgânico, onde não podem ser utilizados agrotóxicos.
Pesquisa
Marcelo Mendonça é pesquisador há 20 anos da Emdagro e desenvolve uma linha de pesquisa em entomologia, ciência que estuda os insetos e suas relações com o meio ambiente. “Desenvolvemos trabalhos na área de controle biológico de insetos pragas. A ideia é que a gente leve para o produtor algo que não seja tão danoso, como são os inseticidas químicos. A tendência mundial hoje é de crescimento do uso dos métodos biológicos para o manejo das diversas culturas agrícolas”, disse o pesquisador, ao informar que foram testados isolados de fungos entomopatogênicos nativos do estado de Sergipe, dos gêneros Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae.
O laboratório da Emdagro conta com um banco de fungos formado ao longo de 15 anos de pesquisa. “Utilizamos esse banco para selecionar isolados de fungos entomopatogênicos que possam ser utilizados para diferentes tipos de pragas”. Na primeira etapa da pesquisa, os insetos foram coletados na propriedade do produtor e levados ao laboratório, porque a pesquisa precisa de um ambiente controlado para atingir resultados confiáveis. Lá foram realizados experimentos onde foram observadas as infecções desses fungos nos insetos. Foram selecionados aqueles que apresentaram a maior efetividade no controle da praga.
Na segunda etapa, os pesquisadores buscam entender qual é a concentração do fungo necessária para utilizar no controle da praga. A partir daí é avaliado o método de aplicação do fungo no campo, se direto na planta ou se via isca atrativa. Testadas as formas de aplicação, o estudo pode ser levado com segurança à propriedade do produtor, onde serão avaliados.
Isca
A isca é geralmente feita de duas formas. Uma é o tipo telha, quando o pseudocaule da bananeira é dividido em pedaços de 30 centímetros e distribuído na área. Esses pedaços entram em processo de fermentação, que libera um odor atrativo ao inseto. Outro tipo, com o mesmo efeito da isca telha, é o corte do pseudocaule da bananeira que seria eliminado. Deixado entreaberto, o caule cortado dá o mesmo efeito do telha, porque o odor atrai o inseto e o produtor pode catar esses insetos e matá-los fora do pomar. É uma forma de controle da população.
A aplicação do fungo nas iscas também tem modelos diferenciados. Uma delas é por mergulho do pseudocaule na suspensão do fungo. Outro modo é aplicar ao redor da planta, como uma rega. Outro método que será testado é iniciar um plantio só com mudas de banana com os rizomas embebidos da suspensão do fungo.
Relatório final trará diretrizes para assegurar que o estado continue evoluindo no controle sanitário
Nesta sexta-feira, 27, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) concluíram uma importante auditoria que visa aprimorar os processos de defesa agropecuária no estado. A auditoria, que foi iniciada de forma remota e teve sua fase presencial nos últimos dias, envolveu visitas a diversos municípios sergipanos, onde foram avaliadas ações e implementações de programas sanitários.
O superintendente do Mapa em Sergipe, Junielton Dantas, destacou a importância da auditoria como uma oportunidade para a Emdagro fortalecer suas ações. “A Emdagro enxergou nessa auditoria uma chance de aprimorar seus processos, o que reflete o compromisso com a melhoria contínua da defesa agropecuária em Sergipe. Vamos seguir apoiando a execução do plano de ação que será traçado a partir das recomendações do relatório final”, afirmou.
A auditoria utilizou a metodologia da Matriz Flotter, que permitiu a identificação de potencialidades e desafios nos processos atuais. O coordenador da auditoria, Luís Eduardo Cardoso Rocha, do Departamento de Saúde Animal do Mapa, explicou que o objetivo é garantir que Sergipe continue evoluindo nas práticas de controle sanitário. “O relatório trará diretrizes para assegurar que o estado continue evoluindo no controle sanitário”, ressaltou Luís Eduardo.
O relatório final trará diretrizes detalhadas, permitindo à Emdagro traçar um plano de ação mais completo. Além da febre aftosa, cujo estado de Sergipe se encontra como zona livre sem vacinação há seis meses, outras questões sanitárias, a exemplo do controle da brucelose, raiva, e sanidade de suínos e aves, também foram avaliadas.
A diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade, reafirmou o compromisso da empresa em agir de forma conjunta com os municípios. “Temos um desafio grande pela frente, mas já estamos alinhando junto aos gestores municipais a necessidade de reorganizar as feiras e intensificar a vigilância nesses eventos, garantindo a segurança sanitária do estado”, declarou
Administrado pela Coderse, Perímetro Irrigado Califórnia produziu quase 30 mil toneladas de alimentos em 2023
Desde o início de setembro, agricultores do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, território do Alto Sertão sergipano, estão participando da pesquisa de dissertação de mestrado da engenheira agrônoma Carla Tamilys Vasconcelos, pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Na última sexta-feira, 20, mais produtores responderam a uma pesquisa e outros 20 fizeram a entrega de amostras de solo para análise no Laboratório de Solos do Departamento de Engenharia Agronômica da UFS. A adesão à prática da análise de solo nos lotes irrigados é uma meta da assistência técnica do Governo do Estado no local.
Esses 20 produtores já tinham participado da pesquisa e da palestra ‘Agricultura de sucesso: o básico bem feito’ no último dia 3, quando ganharam as análises de solo. Um deles foi Ozeias Beserra, agricultor irrigante e técnico agrícola. “Às vezes o produtor quer fazer a análise de solo, mas não sabe qual é o procedimento. Essa é minha experiência como produtor. Hoje como técnico sei o caminho a fazer. Essa doação ajudou bastante na economia para o produtor”, avaliou.
Na palestra, dois produtores ainda foram sorteados para receber avaliações da eficiência do sistema de irrigação dos seus lotes – uma avaliação individual que será dada por especialistas da UFS no início do mês de outubro. Todas as atividades compõem a dissertação de mestrado “Avaliação da Sustentabilidade do Perímetro Irrigado Califórnia”, da engenheira agrônoma Carla Tamilys Vasconcelos Araújo e são desenvolvidas pelo Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema) da UFS.
“Para a minha dissertação eu necessito aplicar questionários com os irrigantes e a palestra foi a maneira que encontrei para reunir o pessoal de uma vez só. Para pensar no tema, perguntei ao gerente do California qual a maior dificuldade atualmente que os produtores estavam passando. A palestra teve como objetivo mostrar os problemas nas plantas, causados por alguma deficiência de nutrientes e frisar como é importante fazer análise do solo”, pontuou Carla Tamilys.
A avaliação tem a co-realização da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e administradora do Perímetro Califórnia. A palestra realizada no escritório da empresa em Canindé tratou dos temas ‘interpretação de análise de solo’ e ‘recomendações de adubação’.
“São temas de grande importância para o agricultor do perímetro irrigado e que se complementam. Nossos técnicos agrícolas sempre recomendam a análise de solo para fazer a adubação certa na hora de iniciar um novo plantio. Agindo assim, o agricultor maxibiliza os resultados que ele vai ter usando a irrigação que nós fornecemos através da infraestrutura do perímetro”, explicou o gerente do Califórnia, Anderson Rodrigues.
Perímetro Califórnia
O Califórnia atende 373 lotes com o fornecimento de água para irrigação ou dessedentação animal, que ocupam uma área irrigável de 1.360 hectares. Juntos esses produtores irrigantes produziram 29.706 toneladas de produtos agrícolas em 2023, o que rendeu quase R$ 46 milhões, beneficiando diretamente 1.863 pessoas. A irrigação e assistência técnica agrícola da Coderse permitem a produção de feijão-de-corda, milho verde, goiaba, quiabo, acerola, aipim, hortaliças, uva e outras cultivares agrícolas.
“Pretende-se com esse estudo avaliar a aplicação do índice de sustentabilidade no projeto público de irrigação Califórnia, e contribuir com a formulação de uma base para discussões futuras abordando o desenvolvimento sustentável em perímetros irrigados. Por fim, almeja-se produzir artigos e publicá-los em uma revista científica referência da área de ciências ambientais, para que o conteúdo atinja pesquisadores de todo mundo e motive a elaboração de trabalhos similares”, finalizou Carla Tamilys.
Com mais de 100 quilômetros de extensão, a obra vai desenvolver a pecuária leiteira a partir do abastecimento de água para a dessedentação animal
Em mais um passo para a construção da Adutora do Leite, o Governo de Sergipe anunciou que a empresa Encibra S/A foi vencedora da licitação e deu ordem de serviço para a realização de estudos e projetos para a execução da obra. O ato fez parte das políticas públicas anunciadas durante a Expo Glória, no sábado, 21, pelo governador Fábio Mitidieri. Na ocasião, também foi assinado Termo de Cooperação Técnica entre a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Sergipe (Sescoop-SE) para atividades de formação em cooperativismo.
A Adutora do Leite é um projeto do governo conduzido pela Seagri que trará a solução definitiva para a dessedentação animal em um longo trajeto. Com mais de 100 quilômetros de extensão, abrangendo os municípios de Canindé de São Francisco a Nossa Senhora da Glória, a obra vai desenvolver a pecuária leiteira a partir do abastecimento de água, que será captada pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) no rio São Francisco.
A adutora vai levar água aos diversos tipos de criatórios comerciais. Os rebanhos somam aproximadamente 265 mil animais, sendo 180 mil somente bovinos, nos cinco municípios situados no trajeto de 108,60 quilômetros de extensão – Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Monte Alegre de Sergipe e Nossa Senhora da Glória.
Como a produção de leite é a principal atividade econômica da região do alto sertão sergipano, a expectativa do Governo do Estado é de que a Adutora do Leite melhore a qualidade de vida das 23 mil famílias dos municípios assistidos, com o aumento da geração de renda e abertura de novos postos de trabalho. “Estamos começando a cumprir esse compromisso que assumi no início da minha administração e que é tão importante para o povo sertanejo. O sertão é uma região que merece e precisa muito dessa obra, que vai mudar a vida das pessoas de Nossa Senhora da Glória, essa importante bacia leiteira”, enfatizou o governador Fábio Mitidieri durante a assinatura da ordem de serviço para contratação da empresa Encibra S/A.
O secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, chamou a atenção os futuros impactos que virão a partir da construção da Adutora do Leite. “Acredito que esse seja o maior projeto da história da Secretaria da Agricultura. Uma ação que há muito vem sendo aguardada pelo povo sertanejo, especialmente aqui de Glória. Agora o governo cumpre mais um de seus compromissos com o povo sergipano. A previsão é de que, daqui a cinco anos, a produção de leite dobre na região”, destacou o gestor.
Produtor rural no município, Fábio Henrique Batista de Souza comemorou a notícia anunciada na ocasião. “A construção dessa adutora vai nos ajudar muito, porque a deficiência de água é muito grande aqui na região de Glória. Assim, vamos ter água em abundância para nossos animais e conseguiremos investir mais, com a garantia que teremos água para nosso rebanho”, colocou.
Para o produtor de leite Marcelo Barreto, cooperado na Cooperativa Sertaneja de Agronegócio (Coopesea), o momento também foi de celebração. “A nossa principal necessidade era água para matar a sede dos animais, e hoje se concretiza aqui um sonho, que é a assinatura da licitação do projeto. Com essa adutora sendo concretizada, o alto sertão será o maior produtor de leite do Nordeste”, prospectou.
Cooperação técnica Também durante a Expo Glória, o secretário Zeca da Silva assinou, por meio das empresas vinculadas à Seagri – Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) -, Termo de Cooperação Técnica com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Sergipe (Sescoop/Se). O objetivo é a realização de cursos, palestras, seminários, workshops e atividades de formação em cooperativismo para colaboradores, produtores rurais e profissionais que atuam ou queiram constituir cooperativas, com os propósitos de capacitar, difundir e ampliar o conhecimento sobre o modelo de negócio cooperativo.
A Seagri, a Coderse e a Emdagro se comprometem a ofertar a estrutura física para a realização de palestras, cursos e treinamentos; a participar de eventos promovidos pelo Sescoop/SE em temas de interesse do ramo agropecuário e incluir informações sobre essa parceria, bem como divulgar os eventos, cursos e ações em todas as mídias sociais e redes de relacionamento da pasta, visando atingir os objetivos do presente acordo. Já o Sescoop/SE fica responsável por disponibilizar profissionais para a realização de palestras, cursos e treinamentos gratuitos que visem à capacitação em cooperativismo de profissionais e grupos interessados em constituir cooperativas em Sergipe.
O presidente do grupo, João Teles de Melo Filho, destacou a importância da parceria com a Seagri. “A Sescoop/SE tem tudo que é necessário para tornar um grupo de pessoas bem intencionadas, que representa o cooperativismo, para fazer com que essa cooperativa progrida, tenha perenidade, com capacitações exclusivas para conselheiros, diretores, cooperados, ou seja, tudo que o grupo necessite, sem custo para seus integrantes, e por meio dessa parceria com o Governo do Estado e a Seagri, nós vamos fazer acontecer”, pontuou.
Projeto da Adutora do Leite foi autorizado neste sábado, 21, pelo governador Fábio Mitidieri, durante visita à ExpoGlória 2024
Com agenda neste sábado, 21, no médio e alto sertão, o governador Fábio Mitidieri entregou obras e deu ordem de serviço para novos projetos de infraestrutura, como a construção de uma adutora que abastecerá com águas do Rio São Francisco a região que concentra maior produtividade de leite do estado. O projeto foi intitulado ‘Adutora do Leite’.
O governador começou o dia em Cumbe, no médio sertão, com a assinatura de ordem de serviço para reforma e modernização da quadra poliesportiva do povoado Saco Grande, orçada em R$ 505.882,90. “Nós vamos entregar uma quadra nova, coberta, com arquibancada, com banheiros. É uma obra importante para essa comunidade, que cobrava e aguardava há muito tempo. As pessoas estão felizes, e eu fico mais ainda, por poder trazer mais dignidade, mais oportunidade, mais qualidade de vida. Anunciamos também hoje mais calçamento aqui para a comunidade do Saco Grande, e isso também vai dar mais saúde e mais dignidade para o povo”, ressaltou o governador Fábio Mitidieri.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura, Igor Albuquerque, lembrou que as obras fazem parte do programa Acelera Sergipe, uma estratégia para acelerar o desenvolvimento econômico e estrutural em todo o estado. “Nosso governador acaba de assinar outro serviço para reforçar a organização da quadra poliesportiva aqui no povoado de Saco Grande, no município de Cumbe. É uma obra de investimento de aproximadamente R$ 500 mil, incluída no programa Acelera. Vamos entregar essa quadra poliesportiva totalmente nova, para que a população aqui do povoado de Saco Grande possa usufruir desse benefício”, acrescentou o gestor.
“Este é o carro-chefe do Acelera: poder levar, para os 75 municípios do estado, obras estruturantes pelas quais a população aguarda e espera há muito, e que muitas vezes os municípios têm dificuldade financeira para realizar, então o Governo do Estado vem entregando, e eu espero que, até o final da nossa gestão, a gente possa ter entregue muitas obras do Acelera, melhorando a qualidade de vida da nossa população”, complementou o chefe do Executivo estadual.
A entrega da quadra foi comemorada pela comunidade local. “É com imenso prazer que hoje eu participo desse momento ímpar para o município de Cumbe, bem como para o povo de Saco Grande. Há muito tempo que os nossos moradores desejavam a reforma da quadra, em virtude do incentivo ao esporte aqui dos nossos jovens, que também ansiavam por essa reforma. Para todos nós é uma felicidade imensa, um momento que vai ficar marcado na história do povoado. Além da prática de esporte, também é um espaço para que nós possamos desfrutar de momentos de lazer, e com essa reforma da quadra municipal, os moradores terão esse espaço para fazer outros eventos”, considerou Janecleia Silva, moradora do povoado Saco Grande.
Já em Nossa Senhora da Glória, no alto sertão, Mitidieri entregou a duplicação da entrada da cidade, cujo investimento foi de R$ 5.687.728,72, deu ordem de serviço para implantação e pavimentação do Caminho da Fé – R$ 3.339.271,61 –, que promete fortalecer o turismo religioso no estado. Na ocasião, o governador elencou outra série de obras estruturantes que vêm sendo realizadas pela gestão estadual na região do sertão.
“Também já anunciamos o processo de licitação do projeto para a execução da obra de um novo rodoanel, uma obra muito relevante. Além disso, nos próximos dias, temos a ordem de serviço da rodovia Glória-Carira, que está bem deteriorada e que a população vem cobrando há muito tempo, e agora vai ser uma rodovia nova, pronta, qualificada. Já tivemos também a pavimentação da rodovia de Glória até Canindé, além de tantos outros investimentos que estão sendo feitos aqui no sertão e que, quando somados, ultrapassam os R$ 600 milhões. São obras que vão dar mais qualidade de vida, mais dignidade, mais oportunidade, gerar mais empregos e mais renda para a região”, exemplificou.
Adutora Ainda em Glória, em visita à ExpoGlória 2024, o governador Mitidieri autorizou os estudos do projeto de engenharia para a execução da Adutora do Leite e assinou termo de cooperação técnica para cursos voltados ao setor leiteiro. A obra tem a previsão de investimento total de aproximadamente R$ 250 milhões, e o objetivo é trazer uma solução definitiva para a dessedentação (tirar a sede) animal no trecho entre Canindé de São Francisco e Nossa Senhora da Glória, usando a água captada no Rio São Francisco.
A obra abastecerá diversos tipos de criatórios comerciais e rebanhos, que somam aproximadamente 265 mil animais, sendo 180 mil somente bovinos, dos cinco municípios no trajeto de 108,60 quilômetros de extensão. A região, que compreende os municípios de Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Monte Alegre e Nossa Senhora da Glória, é uma das maiores bacias leiteiras do Nordeste, e a dessedentação animal é uma reivindicação antiga dos produtores. A expectativa é de que a produção leiteira dos cinco municípios, que hoje é de 296.062.000 litros por ano (dados referentes a 2022), dobre com a implantação da Adutora do Leite.
A técnica de enfermagem Shirley Aparecida, moradora de Nossa Senhora da Glória, destacou que as obras no município devem levar benefícios para toda a população, em especial a Adutora do Leite, que vai facilitar o abastecimento de água para a localidade. “É sempre importante ter mudanças para melhorar, valorizar a cidade, ajudar o pedestre, o trânsito. E o que a população sempre reclama é sobre a falta de água nas comunidades”, opinou.
O diretor-presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária (DER), Anderson das Neves, pontuou que as intervenções devem transformar o dia a dia da população em diferentes aspectos. “É mais uma obra e mais benefícios para a população do alto sertão, principalmente no município de Nossa Senhora da Glória, com essa nova entrada, com postes, iluminação, passeio. É uma obra que foi bastante solicitada, e o governo está pensando na qualidade de vida para toda a população do alto sertão. Com esses avanços, vamos trazer mais fábricas, mais empresários, estimular o agronegócio, melhorar o fluxo de transporte de veículos, evitando um transtorno para a população, evitando engarrafamento, evitando carros pesados na porta da população que vive aqui no município”, justificou.
ExpoGlória 2024 A Feira do Agronegócio de Nossa Senhora da Glória teve início na última quinta-feira, 19, e vai até este domingo, 22, no Parque de Exposições Cidade do Leite. A feira multieventos do agronegócio, com foco na pecuária leiteira, conta com exposição e leilão de animais, torneio leiteiro, palestras, estandes para venda de máquinas e equipamentos, de insumos e prestação de serviços. O Governo de Sergipe é patrocinador do evento e está com estande permanente durante todos os dias.
“É um evento muito grandioso, onde há diversos expositores gerando emprego e renda. Glória vem crescendo muito ao longo dos últimos dez anos, e a gente vê a força do povo sertanejo e do povo gloriense em produzir, em criar seu gado. Temos a indústria de laticínios, a grande maioria instalada aqui no município de Glória. Então essa feira vem consolidar toda essa gama de investimentos, mostrar não só para os sergipanos, mas para os produtores nordestinos, também, a qualidade do nosso rebanho e a resiliência do povo sertanejo. Sergipe, mesmo pequeno geograficamente, é o segundo produtor de leite aqui do Nordeste, e isso mostra a força da bacia leiteira sergipana”, sintetizou o secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, Zeca da Silva.
Produção de leite em SE Sergipe aparece como destaque nacional quanto à aquisição e industrialização de leite. No primeiro trimestre de 2024, o estado chegou a 118.399 milhões de litros, uma alta de 6% em relação ao primeiro trimestre de 2023. No ano passado, Sergipe chegou a produzir 435.577 milhões de litros, um crescimento de 50 milhões de litros em relação a 2022. De acordo com a Diretoria de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, a tendência é que o resultado do ano de 2024 continue em alta, chegando a percentuais entre 9% a 10% maior que o ano passado.
Com esse resultado, Sergipe continua como o segundo estado do Nordeste em relação à aquisição e industrialização de leite cru, atrás apenas da Bahia, com 149.145 milhões de litros, e o 10º lugar no ranking nacional. Os dados levam em consideração a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos, sob algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal).