Pequenos agricultores ampliam produção de cacau em Sergipe com apoio do Governo do Estado

Safra de 2024 já começou, expectativa da produção é de 9,5 toneladas de amêndoas de cacau

Sergipe é considerado pelo Ministério da Agricultura como sendo um estado em expansão com o cultivo de cacau na região nordeste do Brasil. Por meio de iniciativas do Governo de Sergipe, o fruto vem despertando interesse crescente dos pequenos agricultores rurais do estado, impulsionado pelo potencial econômico da promissora cultura. O incentivo e assistência técnica à produção cacaueira é promovido pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri), por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). 

O cultivo do cacau em Sergipe é relativamente recente. Os primeiros plantios de cacaueiro em Sergipe foram experimentados por pequenos agricultores familiares da região citrícola nas regiões do sul e centro sul do estado e detectados por técnicos da Emdagro no ano de 2008. Em 2012, a empresa deu início ao suporte técnico e à distribuição de mudas nessas regiões.

Por meio do convênio de cooperação técnica com pesquisadores da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Emdagro vem desenvolvendo a iniciativa que visa oferecer novas alternativas para a agricultura familiar.

De acordo com o assessor técnico da Emdagro, o engenheiro agrônomo Luiz Carlos Nunes, o cacau foi identificado como uma cultura promissora devido à capacidade de adaptação ao clima e solo da região, além do alto valor agregado. 

“A assistência técnica incentiva os produtores e mostra as possibilidades de cultivo de cacau em Sergipe. Testamos diferentes espaçamentos, clones de alta produtividade e o uso de sombreamento com outras culturas. O objetivo é que esses pequenos produtores possam adotar as melhores práticas e aumentar a produtividade”, ressaltou.

O plantio de cacau na região sul de Sergipe tem sido feito com sombreamento de diferentes culturas, como banana e cajá, o que favorece o desenvolvimento das plantas jovens. O assessor técnico da Emdagro destacou que o acordo de cooperação  técnica com a Ceplac tem duração de quatro anos e prevê transferência de tecnologia, capacitação dos técnicos da Emdagro e implantação de Jardim Clonal com os principais clones de Cacau de alta produtividade.

A escolha das regiões do centro-sul e sul de Sergipe para o cultivo de cacau foi feita devido às semelhanças com as condições da região produtora de cacau no sul da Bahia, como a precipitação, que varia entre 1200 e 1400 milímetros, solos profundos e topografia suavemente ondulada.  Essas características permitem que o cacau seja uma alternativa viável para os pequenos produtores da região.

A safra de 2024 já começou, a expectativa é de que Sergipe produza cerca de 9,5 toneladas de amêndoas de cacau, que serão comercializadas principalmente em Santo Antônio de Jesus, na Bahia. A tendência é que mais produtores invistam no cacau, aproveitando as condições favoráveis e o suporte técnico oferecido pelo governo. “Hoje, temos 26 produtores e esperamos ampliar esse número em 30% até 2026, alcançando 50 hectares de plantio de cacau em Sergipe”, informou Luiz Carlos.

Pioneirismo

Seu Manoel da Conceição, de 68 anos, é um dos pioneiros no cultivo do cacau no município de Arauá, no sul sergipano. Há mais de 45 anos, ele cultiva na propriedade de 10 hectares diversas culturas, como laranja, macaxeira, mamão, maracujá, banana, abacaxi e, mais recentemente, cacau. Em 2012, ele foi selecionado pela Emdagro para implantar uma Unidade de Observação, visando testar diferentes clones de cacau e práticas de manejo. Foram plantados 600 mudas dos clones PS 13 19, CCN 51 e PH 16, consorciados com bananeiras e cajazeiras, que proporcionam sombra às plantas jovens.

A iniciativa deu tão certo que, nos anos seguintes, seu Manoel ampliou a área plantada, chegando a quatro hectares de cacau em diferentes fases de desenvolvimento.  Em 2021, em parceria com a Emdagro, duas novas áreas de observação foram implantadas, utilizando novos clones de alta produtividade, consorciados com culturas como mamão e banana, que ajudam no sombreamento do cacau.

Na safra de 2023, seu Manoel comercializou 1.555 kg de amêndoas de cacau para a Bahia. Para 2024, a expectativa é ainda maior, com previsão de colher 2.300 kg de amêndoas. Além da produção em larga escala, o produtor também se dedica à fabricação artesanal de derivados do cacau, como mel de cacau, licor e pó de cacau.

Crescimento da cultura 

Atualmente, o município de Arauá conta com oito produtores de cacau, que juntos somam uma área plantada de 14,8 hectares. No total, Sergipe tem 26 produtores de cacau, distribuídos em 30,8 hectares, concentrados principalmente nos municípios de Arauá, Estância, Lagarto, Indiaroba, Itabaianinha, Santa Luzia e Umbaúba.  

A produção de cacau no estado tem se mostrado atraente, o preço da arroba de cacau no ano de 2024 está com uma variação de preços entre R$ 830,00 para R$ 755,00 considerando altamente rentável e que tem animado os produtores. Além disso, o solo e o clima da região sul de Sergipe têm se mostrado ideais para o cultivo. O coordenador de agricultura da Emdagro ressaltou o potencial da cultura. “O cacau é uma cultura de alto valor agregado e, com o estímulo certo, pode se tornar uma importante fonte de renda para os produtores sergipanos. O governo tem oferecido suporte com distribuição de mudas, adubos e assistência técnica para garantir que a produção seja cada vez mais eficiente”, disse.

Com o bom resultado da produção, seu Manoel da Conceição compartilhou a satisfação com o crescimento da cultura cacaueira no estado. “Achei o cacau muito rentável e decidi ampliar a área plantada. O cacau se adaptou muito bem ao clima da região, e com irrigação, a produção tem sido excelente”. Ele também destacou a importância do apoio governamental. “O produtor sozinho não vai longe, precisa da ajuda do governo. Comecei a plantar e achei interessante. Agora, a cada ano, a área plantada só cresce,” relatou o agricultor.

Incentivo e assistência 

Para compartilhar inovações e novas práticas no cultivo e manejo do cacau, a Emdagro realizou na quarta-feira, 18, no povoado Sucupira, em Arauá, sul sergipano, o Dia de Campo voltado para a cultura do fruto, reunindo produtores locais e técnicos. O evento faz parte do Programa de Estímulo à Cultura do Cacau, que busca incentivar a cultura do produto no estado. 

Segundo o coordenador de Agricultura da Emdagro, Eduardo Cabral de Vasconcelos Barreto, o Dia de Campo é uma metodologia da extensão rural que serve para despertar e transferir tecnologias aos produtores.  

“Sabemos que o cacau é uma cultura de alto valor agregado, com um futuro extremamente rentável. O nome científico do cacau é Theobroma cacao, o que significa ‘fruto dos deuses’. Isso reflete tanto no aspecto agrícola quanto no financeiro. Por meio desse programa, o Governo do Estado tem estimulado os produtores locais com a distribuição de mudas, assistência técnica, distribuição de adubos e a instalação de unidades demonstrativas”, explicou Eduardo. 

Na oportunidade, foram apresentados novas tecnologias e práticas de manejo do cacau, como irrigação, adubação e a aplicação foliar de soluções aditivas para melhorar a produtividade.Presente no Dia de Campo voltado ao cacau, José Manoel Nascimento dos Santos, produtor do assentamento Mangabeira, em Umbaúba, relatou que planta cacau há dois anos em uma área de aproximadamente 1,5 hectares. Segundo o produtor, o plantio tem sido muito positivo, com o apoio técnico da Emdagro.  

“Eu plantava sempre bananeiras e hortaliças por dentro da bananeira, e buscava alguma planta que pudesse se adaptar ali dentro, até que chegou o plantio do cacau. Com o apoio da Emdagro, tudo tem corrido perfeitamente. A expectativa é aumentar ainda mais a produção nos próximos anos. Eu espero que mais produtores se interessem e que o plantio continue crescendo”, finalizou o produtor que comercializa as amêndoas do cacau na Bahia.

Governo de Sergipe e Banese apoiam realização da Expo Glória 2024

Evento deve reunir cerca de 60 mil pessoas e injetar aproximadamente R$ 60 milhões na economia local

Até este domingo, 22, o município de Nossa Senhora da Glória, a capital estadual do leite, será palco dos principais negócios e discussões sobre a agropecuária sergipana durante a Expo Glória 2024. O evento deverá reunir cerca de 60 mil pessoas e injetar aproximadamente R$ 60 milhões na economia local, nos quatro dias de realização, o dobro do valor movimentado na edição 2023, segundo estimativas dos organizadores. A feira conta com o apoio do Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), e do Banco do Estado de Sergipe (Banese).

O Grupo Banese estará presente na Expo Glória com um estande, onde a equipe do banco dos sergipanos ficará disponível para atender os produtores rurais e apresentar as melhores soluções em crédito e produtos financeiros para o setor, a exemplo das linhas de crédito rural via Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), para custeio e investimento agropecuários; dos seguros e consórcio de maquinários agrícolas; e das facilidades que o cartão Banese Card possui, cuja adesão pode ser feita durante o evento.

“Estar sempre e cada vez mais perto dos setores produtivos, ajudá-los a crescer, a desenvolver e, consequentemente, a impulsionar a economia do nosso estado. Essa é a determinação do governador Fábio Mitidieri, e uma das missões do Banese. Por isso, nosso time do Banese + Agro sempre está presente nos eventos do setor, a exemplo da Expo Glória, para que a mulher e o homem do campo saibam que eles sempre poderão contar com o Banese”, afirmou o presidente do banco, Marco Queiroz.

Políticas para o Agro

A Seagri também está presente no evento. No local, os homens e as mulheres do campo podem conhecer e obter informações sobre as políticas do Governo de Sergipe para fomentar e alavancar o setor, como o melhoramento genético dos rebanhos bovino, ovino e caprino; vacinação gratuita dos rebanhos dos produtores da agricultura familiar contra doenças importantes, como a clostridiose e a brucelose.

No estande da Seagri, o visitante também ficará sabendo tudo sobre as políticas de distribuição de sementes certificadas de milho e de raquetas de palma forrageira para alimentação dos animais; e ajuda para o escoamento da produção leiteira, que é a segunda maior do Nordeste, por meio do Programa do Leite (PAA-Leite). Além disso, durante a programação oficial da Expo Glória, o governador Fábio Mitidieri assinará ordem de serviço para contratação da empresa que fará o estudo e projeto para implantação da Adutora do Leite.

Sobre a Expo Glória 2024

Fundada há 42 anos e antes chamada de Expo Ouro Branco, a Expo Glória é realizada no Parque Cidade do Leite, e a edição 2024 conta com a presença de 80 expositores comerciais, e mais de 120 animais na pista. A programação é composta por julgamento dos animais expostos, ordenha do torneio leiteiro, encontro das mulheres do Agro, leilão, concurso de queijos do alto sertão e diversos shows musicais. O evento é organizado pela Cooperativa Sertaneja do Agronegócio (Coopesea) em parceria com a prefeitura do município.

Agricultura

Emdagro recepcionou mais de 500 animais que participam da Expo Glória

Os animais são os grandes atrativos da feira agropecuária, o principal motivo de realização do evento e recebem tratamento especial

Com a finalidade de garantir a sanidade e o bem estar dos animais que participam da feira agropecuária Expo Glória, a equipe da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro) esteve presente no Parque de Exposições ‘Cidade do Leite’ recebendo e inspecionando os animais e a documentação. São mais de 500 animais de alta qualidade genética entre bovinos, equinos, caprinos e ovinos que participam dos torneios, exposições e leilões. 

Pelo grande aglomerações de animais, além do médico veterinário e da equipe técnica da Emdagro, a Cooperativa Sertaneja do Agronegócio (Coopesea), realizadora do evento, também contratou o médico veterinário Diego Silva da Graça como responsável técnico dos animais participantes. De acordo com o médico veterinário e coordenador de Inspeção Agropecuária da Emdagro, Emerson Sales de Melo, todo o trabalho feito pelo Governo de Sergipe é previamente planejado pela instituição realizadora.

“Nós temos uma fiscalização móvel da Emdagro na chegada dos animais para verificar s tudo está conforme planejamento apresentado previamente pela realizadora do evento. Verificamos a sanidade de 100% dos animais cadastrados, garantido que não haja nenhuma contaminação no evento em pauta, e, também verificamos as Guias de Trânsito para transporte de Animais (GTAs), e exames anexos têm que acompanhar todo o trânsito de chegada e saída dos animais ao evento”, detalha o coordenador Emerson Sales.

O veterinário contratado pela Coopsea, Diego Silva da Graça, destaca essa etapa do evento como uma das mais importantes. “Os animais são os grandes atrativos da feira agropecuária, o principal motivo de realização do evento e recebem tratamento especial. Por este motivo, verificamos o estado de saúde e se estão em dia as vacinações. Essa verificação inicial faz com que nosso evento transcorra dentro das normas de segurança. Nós trabalhamos em parceria com a Emdagro, que disponibilizou a presença de quatro profissionais para trabalharmos na recepção dos animais”, explicou.

O Técnico da Emdagro Ruy Fernando Oliveira destacou a quantidade e qualidade genética dos animais participantes da Expo Glória. “Temos verificado a chegada de muitos animais. Essa é, atualmente, a maior feira da região, são animais de alta qualidade”. Ruy destacou que Sergipe avançou quanto ao status de livre da Febre Aftos, mas que ainda é exigida a comprovação contra a Brucelose e Tuberculose bovina. “Todos os animais que chegaram aqui estão aptos à participação”, conclui.

O expositor de caprinos e bovinos Rubens Sérgio Oliveira, da cidade de Alagoinha, na Bahia, disse que uma boa equipe de recepção dos animais dá segurança ao expositor.  “Gostaria de parabenizar a organização da Expo Glória. Aqui, a recepção dos animais foi maravilhosa, com a participação aqui da Emdagro, que é o órgão do Governo do Estado de Sergipe, e do médico veterinário Diego, da Coopesea. Que continue assim, porque nós que trazemos os animais ficamos felizes e tranquilos para vir de longe e chegar na exposição dessa magnitude com segurança”, colocou.

Expo Glória 2024 começa com expectativa de fortalecimento do agronegócio

Até o próximo domingo, 22, a ‘Capital do Leite’ sediará um dos maiores eventos do setor

O Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), apoia e participa da Expo Glória 2024, feira agropecuária tradicional da região do alto sertão sergipano. O evento acontece no período de 19 a 22 de setembro, no Parque de Exposições “Cidade do Leite”. O evento é organizado pela Cooperativa Sertaneja do Agronegócio (Coopesea) em parceria com a prefeitura local. O município de Nossa Senhora da Glória é conhecido como a ‘Capital do Leite’, por abrigar o maior número de laticínios e beneficiadoras de leite como também grande rebanho leiteiro.

O secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, destaca que o evento é muito representativo para o agronegócio. “Essa é uma feira multieventos, logicamente com foco maior no leite, onde haverá palestras, estandes para venda de equipamentos, de insumos e prestação de serviços, leilão e torneio leiteiro. Então, o Governo do Estado não poderia se furtar de estar participando”. 

O Governo de Sergipe é patrocinador do evento e estará com estande permanente durante todos os dias da Expo Glória. O espaço tem as presenças da Secretária de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e do Banco do Estado de Sergipe (Banese). Durante a programação oficial da Expo Glória, o governador Fábio Mitidieri assinará ordem de serviço para contratação da empresa que fará o estudo e projeto para implantação da Adutora do Leite. 

De acordo com o presidente da Coopsea, Sidcley Teles Costa, a expectativa é superar o número de visitantes e volume de negócios do ano anterior. “Desta quinta-feira até domingo, a agropecuária sergipana está representada aqui na Expo Glória. Nossa experiência é superar os 30 milhões em negócios feitos no evento do ano passado. Este ano estamos com o dobro de empresas participando e mais de 500 animais, entre bovinos, equinos, caprinos e ovinos. Entre as principais atrações estão o torneio leiteiro e o leilão das principais raças”, detalhou.

Fortalecimento agropecuário

Entre os incentivos do Governo de Sergipe para o setor agropecuário, relacionados à Secretaria de Estado da Agricultura estão o melhoramento genético do rebanho bovino, ovino e caprino; a realização da vacinação gratuita do rebanho da agricultura familiar contra brucelose e clostridiose. 

Ainda nesta área da sanidade animal, Sergipe conquistou status de estado livre da febre aftosa sem vacinação; atua fortemente visando a segurança alimentar, inspecionando laticínios, abatedouros de bovinos e indústrias de beneficiamento de carne; viabilizou a melhoria da alimentação do rebanho, com distribuiu 321 toneladas de sementes certificadas de milho e distribuição de 648 mil raquetes de palma forrageira. 

O governo tem ainda realizado o Programa do Leite (PAA-leite) que ajuda no escoamento da produção e na segurança alimentar das famílias em situação de vulnerabilidade.

“Em menos de um ano, o Governo do Estado destinou, por meio do Banese, R$ 90 milhões em crédito para investimentos e custeio na pecuária. Precisamos incentivar ainda mais nossa bacia leiteira que já é bastante representativa no Brasil, é a segunda do Nordeste e a gente tem que estar aqui junto com o produtor e com a cooperativa participando, fomentando ainda mais as atividades produtivas”, pontuou o secretário estadual da agricultura.

Produção leiteira 

Sergipe aparece como destaque nacional quanto à aquisição e industrialização de leite. No primeiro trimestre de 2024, o estado chegou a 118.399 milhões de litros, uma alta de 6% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Durante o ano de 2023, Sergipe chegou a produzir 435.577 milhões de litros, um crescimento de 50 milhões de litros em relação a 2022. De acordo com a diretoria de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, a tendência é de que o resultado do ano de 2024 continue em alta, chegando a percentuais entre 9% a 10% maior que o ano passado.

Com esse resultado positivo no primeiro trimestre, Sergipe continua se posicionando como o 2º estado do Nordeste em relação à aquisição e industrialização de leite cru, atrás apenas da Bahia, com 149.145 milhões de litros, e o 10º lugar no ranking nacional. Os dados levam em consideração a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos, sob algum tipo de inspeção sanitária (Federal, Estadual ou Municipal).

O leite produzido em Sergipe cresceu em produção e produtividade. A estimativa do último Censo Agropecuário é de que o estado tem 18 mil produtores de leite, com maior concentração no alto sertão. É nessa região que se concentra a maior produtividade, com uma média de 3.960 litros/vaca/ano, maior que a média estadual que é 2.336 litros de litros/vaca/ano e quase três vezes maior que a média nacional que é de 1.343 litros/vaca/ano.

Governo de Sergipe se destaca na produção e distribuição sustentável de mudas 

Iniciativas desenvolvidas pela Deso e pela Emdagro buscam ampliar o acesso ao cultivo de plantas jovens

Com uma muda de Ipê-rosa nos braços, a pescadora Maria de Fátima aproveitou a 33ª edição do Governo itinerante ‘Sergipe é aqui’, em Brejo Grande, para participar da distribuição gratuita de mudas realizada pelo Governo do Estado. “Essa muda aqui vai ser o meu xodó. Gosto de plantar, tudo que recebo, eu levo pra casa e cuido, o meu terreno mesmo é todo cheio”, destacou. Na mesma ocasião, o padeiro Daniel Francisco da Silva se empolgou com a iniciativa. “Vou levar essa muda para a casa do meu sogro, aproveitar que não temos nenhuma dessa espécie lá”, comentou Daniel. 

Assim como Maria de Fátima e Daniel, muitos outros sergipanos desfrutam do sistema de distribuição de mudas, que já entregou mais de 130 mil unidades no estado e é realizado, majoritariamente, pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), e pela Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), em parceria com o Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec).  

Deso + Verde 

Pés de jaca, manga, cacau, jenipapo e araçá-rosa são alguns dos frutos provenientes do Projeto Deso + Verde, desenvolvido desde 2019 em ação conjunta com a Gerência Socioambiental (Gesa). O objetivo da iniciativa é distribuir mudas arbóreas, para serem plantadas em áreas de preservação permanente – fortalecendo a mata ciliar -, além de áreas urbanas e rurais. 

O coordenador de Prestação dos Mananciais e Segurança de Barragens da Deso, Luiz Carlos, destaca que o plantio de mudas beneficia o fortalecimento da mata que se desenvolve na encosta dos rios e lagos. “Quem planta uma árvore planta água. Para atender à população e às necessidades dos corpos d’água, a Deso passou a doar as plantas assim que elas alcançam 30 centímetros, para que possam ser cultivadas de maneira natural, como forma de fortalecer o meio ambiente e, assim, preservar a água”. 

As mudas do Deso + Verde são produzidas na biofábrica do SergipeTec. Criado em 2010, o espaço possui capacidade técnica para cultivar cerca de 2 milhões de mudas por ano. O programa contempla mais de 75% dos municípios sergipanos, além de entregar espécies arbóreas e frutíferas para comunidades ribeirinhas, organizações sociais, escolas, prefeituras e empresas. 

As 55 espécies de mudas cultivadas atualmente são distribuídas, de acordo com Luiz Carlos, seguindo as características particulares dos dois biomas presentes no estado: a Caatinga e a Mata Atlântica. “O processo de distribuição das mudas no ‘Sergipe é aqui’ é de responsabilidade da Deso. Fazemos a coleta das plantas, no SergipeTec, pré-selecionadas de acordo com as características fisiográficas do local de destino. Além da distribuição nas ações do governo itinerante, também entregamos para todos os demais municípios que têm interesse em reflorestar suas áreas verdes”, explica o coordenador. 

Emdagro

Assim como a Deso, a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro) possui uma longa lista de espécies frutíferas e exóticas que são distribuídas durante o ‘Sergipe é aqui’. Relativamente mais recente, o projeto de distribuição da Emdagro foi desenvolvido com o objetivo de contemplar o pequeno agricultor rural durante as edições do governo itinerante. A ideia da iniciativa é alcançar o pequeno agricultor, mas estimular simultaneamente a prática da agricultura entre todos os públicos.

“As mudas começaram a ser entregues com essa logística e comprometimento na primeira edição do ‘Sergipe é aqui’, em fevereiro de 2023, no município de Boquim. De lá pra cá, já entregamos mais de 3 mil mudas, além das 5 mil unidades entregues especialmente para os pequenos agricultores”, explica o diretor de Assistência Técnica da Emdagro, Jean Carlos  Nascimento. 

A Emdagro é responsável por todo processo, desde a separação das sementes, do cuidado durante o crescimento até o transporte para cada um dos municípios. Em cada edição, a Emdagro seleciona 60 unidades de espécies com as características necessárias para o pleno desenvolvimento em cada cidade. 

Em caso de esgotamento das mudas, os interessados de cada município podem, ainda, reservar uma muda no estande da Emdagro no programa. Os 38 escritórios da Emdagro espalhados por Sergipe são responsáveis por entregar em domicílio as mudas solicitadas. “Quando começamos, sentimos o impacto da crescente demanda. Se mandamos 200 mudas no caminhão, não sobra nenhuma e ainda precisamos entregar mais”, pontua Jean Carlos. 

Produção 

Na sede da Emdagro, uma estufa abriga todas as espécies que serão encaminhadas para a entrega. Pés de jambo, manga, cajá, amora e tamarindo são exemplos das espécies organizadas entre as fileiras de mudas. Em destaque, os pés de gliricídia são extremamente requisitados, por servirem como fonte de proteína para os animais, além de fixarem nitrogênio no solo, que é extremamente importante para o crescimento e nutrição das demais plantas.

Na estufa, os funcionários da Emdagro, Olavo Vilanova, 66, José Antônio Pereira, 58, e Menezes, 60, são os responsáveis por otimizar o tempo de crescimento da planta de modo natural. A enxertia, por exemplo, é uma técnica utilizada que proporciona o desenvolvimento de uma planta a partir da união do tecido vegetal de diferentes espécies, o que diminui o tempo médio que uma determinada muda demoraria para se desenvolver e gerar frutos.

Essas técnicas são utilizadas pela Emdagro com o objetivo de facilitar o processo de cultivo por parte do agricultor. “Outros programas da Emdagro, como o Sementes do Futuro, realizam a entrega de 500 sementes de milho e de palma para os agricultores. A entrega das mudas já crescidas facilita o processo de cuidado, principalmente para os cultores que não têm tempo, ou recursos, para lidar com todos esses processos”, esclarece Jean Carlos. 

Em relação aos recursos, Olavo Vilanova destaca a importância econômica da iniciativa para o pequeno agricultor. “Uma muda dessa no mercado é cara, custosa. Uma unidade sai por aproximadamente R$ 20, R$ 30, podendo chegar até R$ 50 reais. Aqui, distribuímos tudo de graça”, brinca Olavo.

Decreto aumenta competitividade do setor avícola sergipano

Nova legislação permitirá que produtores conquistem novos mercados fora do estado

Os proprietários de estabelecimentos que comercializam ovos e aves vivas contarão nos próximos oito anos com um benefício que tornará as mercadorias sergipanas mais competitivas no mercado externo. O Decreto 773, publicado no Diário Oficial no dia 22 de agosto, garante a esses contribuintes o direito de contar com um crédito correspondente ao valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado na saída interestadual dos produtos.

O valor, conhecido como crédito presumido, poderá ser utilizado para compensar os tributos pagos por esses empresários nas vendas realizadas em território sergipano. Na prática, esse crédito funciona como uma ‘isenção’ do imposto para as mercadorias que estão sendo comercializadas fora do estado, permitindo que elas consigam competir em condições de igualdade com aquelas oriundas de unidades da federação que já contam com essa vantagem.

“Digamos que, em uma venda de ovos realizada para uma empresa de São Paulo, o contribuinte precise recolher R$ 10 mil em impostos para o Fisco sergipano. Esse valor destacado na nota fiscal poderá ser usado pelo contribuinte para diminuir os valores apurados na comercialização desses produtos para fora do estado. O Governo do Estado, ao garantir esse benefício, abre mão de receita para tornar a mercadoria mais barata e estimular o setor”, explica o auditor fiscal da Sefaz, Daniel Alves.

A autorização para a adesão às isenções, aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeiros concedidos por outra unidade federativa da mesma região já era garantida pela Lei Complementar Federal n.º 160 e pelo Convênio do ICMS 190/17. O que muda agora é que os produtores sergipanos terão essa isenção do ICMS na venda para estados fora da região Nordeste.

Para os produtores, a mudança é bastante benéfica. O médico veterinário Fábio Barros, responsável técnico pela granja Sónovo, empresa que já atua há 25 anos no mercado sergipano, explica que a medida é importante principalmente porque parte da produção é enviada para fora do estado, já que ela conta com o Selo de Inspeção Federal (SIF).

“A granja tem uma produção média de 800 mil ovos por dia. Então, esse crédito tributário é muito significativo, pois vai dar uma segurança para o nosso setor financeiro. É uma grande ajuda para o produtor, porque dessa forma a tributação retorna para a empresa e garante um aumento de margem de lucro”, comentou o produtor.

Com a mudança na legislação, a empresa já planeja novos investimentos. “Teremos acesso a mais recursos, o que nos permitirá investir de forma mais significativa na ampliação da granja. Esse crescimento não só permitirá expandir o mercado, mas também vai gerar mais empregos e promoverá o desenvolvimento econômico da nossa região”, explica o diretor da granja, Paulo Henrique Borges.

Além do aumento da receita dos estabelecimentos, o decreto também cria um mercado mais favorável para o produtor avícola sergipano. “O benefício que esse decreto traz é que ele nos iguala às condições de outros estados que são grandes produtores de ovos no Nordeste. E era uma concorrência desleal. Agora, nós temos uma igualdade de mercado e conseguimos vender tanto em Sergipe como fora nas mesmas condições”, comenta Paulo Henrique Borges.

Fiscalização sanitária
Nos estabelecimentos que usufruirão do benefício, também existe um trabalho conjunto de vigilância sanitária realizado pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). Essa fiscalização acontece por meio do Programa Estadual de Sanidade Avícola e avalia desde a produção até os revendedores, garantindo a qualidade do produto sergipano.

O objetivo é prevenir e controlar doenças nas aves e ovos produzidos em granjas do estado para garantir a saúde pública. Além disso, ele busca definir ações que possibilitem a certificação sanitária dos criadouros avícolas estaduais, favorecendo a elaboração de produtos avícolas saudáveis para o mercado interno e externo.

A empresa Emdagro é encarregada de validar e certificar as condições em que os alimentos são manipulados e armazenados. “A certificação feita aumenta a credibilidade e confiabilidade de todas as informações que estão ali no produto, tanto em termos do valor nutricional quanto na garantia de que sua saúde não será posta em risco. Todas as medidas higiênico-sanitárias foram levadas em consideração, o que reduz o risco de uso pelo consumidor”, explica a diretora de Defesa Animal da Emdagro, Maria Aparecida.

Sobre o ICMS
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços é uma taxa de competência estadual. Incide sobre a circulação de mercadorias, prestações de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal, de comunicações, e de energia elétrica. Também é recolhido sobre a entrada de mercadorias importadas e serviços prestados no exterior.

Dessa forma, a base de cálculo do ICMS analisa o valor declarado de bens e serviços ofertados para dentro e para fora do estado para estabelecer o valor da tributação a ser recolhida.

Cada estado da Federação tem liberdade para adotar regras próprias relativas à cobrança desse imposto, respeitados os requisitos mínimos fixados na Constituição Federal e pelo Código Tributário Nacional.

Agricultura

Emdagro e Crea fiscalizam estabelecimentos de agrotóxicos em Itabaiana

Ação visa assegurar conformidade com a legislação e garantir a atuação qualificada de profissionais nos estabelecimentos

A Coordenadoria de Insumos Agropecuários da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) realizou esta semana uma fiscalização conjunta com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-SE), em estabelecimentos que comercializam agrotóxicos no município de Itabaiana, agreste sergipano. A operação, parte do trabalho permanente da Emdagro, tem como objetivo garantir que a comercialização desses produtos siga as normas estabelecidas, protegendo a saúde pública e o meio ambiente. Os estabelecimentos fiscalizados foram escolhidos de forma aleatória, proporcionando uma abordagem ampla e imparcial.

A ação visou assegurar que os produtos fitossanitários fossem vendidos e utilizados de acordo com a legislação vigente, além de verificar a regularidade da atuação dos profissionais responsáveis. A Emdagro se concentrou na avaliação das práticas comerciais, enquanto o Crea-SE fiscalizou os engenheiros agrônomos envolvidos no processo de venda e orientação técnica dos produtos.

De acordo com o técnico agrícola da Emdagro Ramon Souza, essa fiscalização é essencial para garantir o uso seguro e eficiente dos agrotóxicos em Sergipe. “Nosso trabalho é garantir que esses produtos sejam usados de forma adequada, com a destinação correta, seguindo as normas. Esses insumos são fundamentais para aumentar a produtividade das principais culturas do estado, como citrus, pastagens e milho, mas seu uso precisa ser regulamentado para evitar danos ao meio ambiente e à saúde pública”, afirmou.

A gerente técnica do Crea-SE, Paula Braz, também ressaltou a importância da fiscalização conjunta e mencionou alguns problemas identificados durante a ação. “Foi constatado que a maioria dos estabelecimentos está seguindo a legislação, porém alguns estão em desacordo, pelo fato de não utilizarem a receita agronômica estabelecida pela autoridade agropecuária estadual. Além disso, foi identificado que alguns estabelecimentos têm profissionais da agronomia atuando sem o devido registro no quadro técnico da empresa. Nesses locais, foi solicitada a adequação, através de uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de cargo e função”, destacou Paula Braz.

Ramon Souza complementou que cerca de 95% dos estabelecimentos fiscalizados estão regulares, reflexo do trabalho contínuo de orientação e fiscalização da Emdagro. “Mantemos contato frequente com os produtores e os estabelecimentos comerciais, promovendo educação sanitária e orientando sobre a importância do cumprimento das normas. Essa parceria com o CREA e outros órgãos reforça o nosso trabalho e garante que os estabelecimentos operem de forma segura e organizada”, afirmou.

Nos casos em que são encontradas irregularidades, a Emdagro busca primeiro orientar os responsáveis, adotando medidas corretivas para evitar reincidências. “Nosso foco é garantir que o mercado funcione de forma justa e que todos sigam as mesmas regras. Quando necessário, aplicamos autos de infração para assegurar o cumprimento da legislação”, explicou Ramon.

Com esse trabalho permanente de fiscalização e educação, a Emdagro e o Crea-SE esperam garantir um mercado justo, com produtos seguros e técnicos qualificados, promovendo o desenvolvimento sustentável da agricultura em Sergipe. “Essas ações são essenciais para proporcionar o acesso a produtos de qualidade e à orientação técnica adequada, promovendo a produtividade e o crescimento do setor agropecuário no estado”, concluiu Ramon Souza.

Emdagro realiza fiscalização para combater mudas clandestinas em Sergipe

Operação apreende 1.500 mudas de citros fora das normas em dois dias de fiscalização intensiva

A Coordenadoria de Defesa Vegetal da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) intensificou suas ações de fiscalização para combater o cultivo e a comercialização de mudas clandestinas em todo o estado. A operação realizada por um período de dois dias abrangeu viveiros e lojas que vendem mudas ornamentais e frutíferas, com foco na região citrícola em diferentes municípios.

A equipe composta por sete fiscais agropecuários, engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas, realizou uma série de inspeções rigorosas. Como resultado, aproximadamente 1.500 mudas de citros fora das normas regulamentares foram apreendidas e destruídas. A ação faz parte de um esforço contínuo da Emdagro para garantir a qualidade e a segurança das plantas em Sergipe, preservando a sanidade fitossanitária dos plantios e coibindo a produção e venda de mudas clandestinas.

A Diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade, ressaltou a importância da operação para a proteção da citricultura no estado. “A fiscalização é crucial para evitar a entrada e disseminação do ‘Greening’, uma das mais graves doenças que afetam os citros. Caso não tenhamos um controle rigoroso, a produção de citros em Sergipe pode ser severamente prejudicada, com impactos econômicos e sociais significativos”, destacou.

O Coordenador de Defesa Vegetal da Emdagro, Sandro Krüger, também comentou os resultados alcançados durante a operação: “Estamos sempre atentos para manter a agricultura sergipana livre de pragas e doenças. A apreensão dessas mudas é um grande avanço no combate às irregularidades, e as ações contínuas de fiscalização garantem que estamos protegendo não só os produtores, mas também toda a cadeia produtiva do estado”, afirmou.

A Emdagro segue firme na missão de monitorar e garantir que todos os artigos regulamentados estejam em conformidade com as normas estabelecidas, promovendo a sanidade vegetal e assegurando a sustentabilidade do setor agrícola em Sergipe. A população pode acompanhar e colaborar com essas ações, denunciando qualquer atividade suspeita relacionada à comercialização de mudas clandestinas.

Tecnologia da Embrapa incentiva cultivo de goiaba em perímetro irrigado do Governo do Estado

Porta-enxerto de Goiabeira BRS Guaraçá permite conviver com o nematóide, principal praga da goiabeira no Brasil.

Irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, território do alto sertão sergipano, recebem novo estímulo ao cultivo da goiaba. Uma nova tecnologia desenvolvida pela Embrapa Semiárido (Petrolina/PE) está sendo introduzida a partir de projeto intersetorial e apoio do Governo do Estado. O nematoide prejudicou fruticultores do Califórnia e influenciou na substituição de 32% das áreas de pomares de goiaba por outros cultivos agrícolas nos últimos quatro anos. O porta-enxerto de goiabeira BRS Guaraçá  permite conviver com o nematóide sem perder o potencial de produtividade de cultivares comerciais.

Dois pomares, com 200 goiabeiras cada, foram introduzidos em lotes irrigados do perímetro por meio do projeto Lagos do São Francisco há dois anos e estão servindo de área demonstrativa da nova variedade. A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), administra o Perímetro Califórnia.

Técnico agrícola da empresa pública, Joaquim Ribeiro atua no Lagos do São Francisco e orienta um dos irrigantes que está fazendo a segunda colheita comercial da BRS Guaraçá. “O produtor Valmir Matos do Nascimento, do Setor 07, do Califórnia, iniciou a segunda colheita em 14 de agosto. Vai passar 30 dias colhendo neste talhão com 100 plantas e outro talhão, com mais 100, começa a colheita aos 30 dias. Que dura mais 30 dias colhendo. A previsão de colheita nos dois talhões é de 250 caixas de 25 quilos cada”, relata o técnico da Coderse.

Irrigante do Califórnia, Valmir Matos diz estar muito feliz de ter recebido as mudas de goiabeira enxertadas em BRS Guaraçá. “A principal mudança é que elas são muito resistentes às pragas e doenças. Então, me sinto muito grato por esse apoio da Embrapa e da Coderse. Foi muito importante, é uma tecnologia eficiente e que permite uma produção boa. Essa já é a segunda safra. Essas goiabeiras fizeram dois anos [de plantio] em março”, pontuou.

No perímetro irrigado de Canindé, de janeiro de 2020 a janeiro de 2024, a área ocupada com goiabeiras reduziu de 114,17 hectares para 77,20 ha. Passando esses quase 37 hectares a serem ocupados por outras produções agrícolas irrigadas. Essa situação foi influenciada pela incidência do nematoide-das-galhas, o que aumenta os custos de produção ao irrigante e até causa a perda de plantas. 

A Coderse atua na assistência técnica aos 373 lotes produtivos do perímetro e a água de irrigação, para garantir que as goiabeiras e uma outra infinidade de cultivos agrícolas, produzam no clima do semiárido. “Damos suporte e a assistência técnica. A manutenção do perímetro, na questão de adutoras, bombeamento dos motores e fornecimento de água, nos horários, para a devida irrigação e tudo mais que for necessário”, explica o gerente do Califórnia, Anderson Rodrigues.

Pesquisa
José Egídio Flori é pesquisador da Embrapa de Petrolina, em Pernambuco, e acompanhou de perto a introdução do BRS Guaraçá também no Perímetro Califórnia. Segundo ele, essa pesquisa vem sendo trabalhada pela Embrapa desde que o nematoide-das-galhas surgiu como problemas fitossanitário de salto impacto na goiabeira. A solução foi encontrada na realização de cruzamentos entre goiabeira e araçazeiro, que são espécies da mesma família botânica (Myrtaceae), para o desenvolvimento de novos porta-enxertos. A seleção realizada a partir destes cruzamentos gerou o porta-enxerto BRS Guaraçá no

Lagos do São Francisco
O projeto Lagos do São Francisco é uma parceria que envolve Eletrobras, Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Embrapa e Seagri e já beneficiou aproximadamente 100 agricultores de Canindé, com o fornecimento de insumos, sementes, matrizes e ração para criatórios da galinha Canela-Preta. 

Por meio desse esforço conjunto, o perímetro da Coderse recebeu as mudas de goiabeira enxertadas na cultivar BRS Guaraçá. Também foi realizado um dia de campo da Embrapa no último mês de julho, como complementação da introdução das suas tecnologias de produção. O evento reuniu outros agricultores irrigantes e estudantes de Sergipe e Alagoas.

Agricultura

Governo do Estado participa do lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2024-2025 em Sergipe

Em Sergipe, o BNB apresentou o plano de aplicar R$ 1,04 bilhão nesta edição do Plano Safra, sendo R$ 506 milhões para a agricultura familiar e R$ 536 milhões para a agricultura empresarial

Agricultores, autoridades, representantes de entidades rurais e empresas parceiras participaram do lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2024-2025 em Sergipe, organizado pelo Banco do Nordeste (BNB). O evento foi realizado na manhã desta sexta-feira, 6, na sede da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Sergipe (Aease), e também contou com a presença da gestão estadual e do governo federal.

Para Sergipe, o BNB apresentou o plano de aplicar R$ 1,04 bilhão nesta edição do Plano Safra, sendo R$ 506 milhões para a agricultura familiar e R$ 536 milhões para a agricultura empresarial. De acordo com o presidente do agente financeiro, Paulo Câmara, o banco tem ampliado a capacidade de crédito dos agricultores familiares da região, que podem financiar custeio, compra de máquinas e até mesmo usinas solares para suas propriedades. “Dessa forma, a produtividade cresce e gera mais desenvolvimento e empregos para o homem e a mulher do campo”, pontuou o presidente do BNB, Paulo Câmara.

Na ocasião, vice-governador Zezinho Sobral, representando o governador Fábio Mitidieri, destacou a importante contribuição das empresas estatais de assistência técnica – Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) – na elaboração de projetos para os agricultores familiares que buscam financiamento nos bancos.

Além disso, o gestor também chamou a atenção para importantes investimentos feitos pelo Governo de Sergipe que impactam diretamente o setor produtivo da agropecuária. “Temos criado um ambiente importante para agricultura familiar. Ampliamos de 9% para 32% a alimentação escolar adquirida das cooperativas de agricultura familiar por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), não tenho dúvidas de que é uma contribuição bastante significativa”, exemplificou o vice-governador.

“A construção da Adutora do Leite vai levar água bruta de Canindé de São Francisco até Nossa Senhora da Glória. É água bruta para a dessedentação animal e para a ampliação da produção de rebanho do sertão. Essa área é uma área característica da agricultura familiar, é onde temos a maior produção de leite do nosso estado, uma produção de qualidade, um investimento de R$ 250 milhões. O governador Fábio Mitidieri também foi buscar recursos para implementar o projeto Sertão Vivo. São mais investimentos no valor de R$ 150 milhões captados com o BNDES para investimento na nossa região agrícola, na nossa região da Caatinga, para fortalecimento de inúmeras atividades com a participação da agricultura familiar”, acrescentou Sobral.

Ainda durante o evento, agricultores familiares da comunidade quilombola Patioba, do município de Japaratuba, atendidos pela Emdagro receberam seus documentos do Cadastro da Agricultura Familiar (CAF). Além disso, o Banco do Nordeste apresentou estratégias de financiamento e linhas de crédito disponíveis, e produtores assinaram contratos de operações de crédito fundiário e do Programa de Microfinança Rural do Banco do Nordeste (Agroamigo), no valor total de R$ 596 mil.

Presente no lançamento, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, reforçou a parceria do BNB com o setor da agropecuária. “O BNB tem um sistema muito importante, que é o trabalho dos assessores de crédito, que acompanham de perto e ensinam sobre o uso dos recursos. Assim, o banco tem ajudado a equipar, mecanizar e apoiar o produtor rural”, reforçou.

Agricultura

Governo

Última atualização: 9 de setembro de 2024 09:59.

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