Governo do Estado investe R$ 12 mil na manutenção de dois sistemas do ‘Água Doce’ no alto sertão

Com a implantação de mais três novas unidades de dessalinização, serão 32 sistemas funcionando em Sergipe

Somente no mês de junho, quase 140 famílias da zona rural do alto sertão sergipano já foram beneficiadas com a manutenção no fornecimento de água dessalinizada. A equipe do Núcleo Estadual do Programa Água Doce (PAD) trocou seis membranas do sistema de abastecimento no povoado Areias, em Poço Redondo, e no Assentamento Mandacaru I, em Canindé de São Francisco, consertou a bomba auxiliar e ajustou o dessalinizador. Só em peças, o investimento com recursos próprios do Governo do Estado foi de aproximadamente R$ 12 mil.

De acordo com a equipe técnica da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), devido ao desgaste em seu funcionamento, as membranas de osmose reversa são itens do grupo de máquinas e equipamentos do dessalinizador que têm que ser trocados quando deixam de fazer a filtragem. O sistema de abastecimento do povoado Areias beneficia 93 famílias. Participaram do serviço o coordenador estadual do programa, Vanderson Carvalho, e o componente de serviço em dessalinizador, Claudinier Rodrigues.

“Fizemos a troca utilizando as membranas fornecidas pela Coderse. As peças são o coração do sistema, fazem a filtragem da água salina, coletada dos poços tubulares profundos, separam o concentrado e fornecem água potável para o consumo humano. Mas a unidade de produção de água dessalinizada é formada de muitos itens, como reservatórios, tanques de contenção, tubulação, e o poço. Todos são componentes que carecem de manutenção e reparo feitos pelas comunidades, Coderse, prefeituras ou em parceria entre eles”, pontuou Vanderson Carvalho.

Presente nos nove estados do Nordeste e em Minas Gerais, o PAD é uma ação do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional e, em Sergipe, é coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca  (Seagri). As suas vinculadas, Coderse e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), são as executoras do programa. São 29 unidades em operação no estado, e também por meio da Coderse, outros três sistemas atualmente estão sendo implantados em Carira, Poço Verde e Porto da Folha. 

Morador do povoado Areias, Cleiton Rodrigo Vieira dos Santos ficou feliz com o conserto no dessalinizador da comunidade, que agora voltou a filtrar a água salina corretamente. “Estou tão satisfeito que o programa vem atendendo a gente, a água está super maravilhosa. Eu só tenho que agradecer. Nunca deixam a gente sem ser acolhido. Água é muito importante para a gente. A água agora está 83% mineral. É uma benção de Deus e só temos a agradecer”, destaca o usuário, com base na leitura do grau de salinidade feita pela equipe do PAD ao concluir a troca das membranas.

Mandacaru I

Outra beneficiária, Maria Auxiliadora, moradora do Assentamento Mandacaru fala o quanto o sistema de dessalinização é importante. “São cerca de 40 famílias, e a gente depende muito dessa água. É uma água saudável, sadia, tratada, muito boa”, elogiou Maria Auxiliadora.

O serviço, também realizado pela equipe da Coderse inserida no ‘Água Doce’, consertou a bomba auxiliar, que potencializa a capacidade de processamento, da água salgada para a doce. “Essa bomba é para dar um reforço na bomba principal do dessalinizador. Também regulamos o dessalinizador, para melhor fazer a produção de água potável”, concluiu Vanderson Carvalho.

Mais de 14 mil sergipanos são diretamente beneficiados por tecnologia de irrigação ofertada pelo Governo do Estado

Ao todo, seis perímetros irrigados instalados em sete municípios sergipanos produzem desde quiabo a maracujá, entre outras culturas, graças a beneficiamento do mecanismo

Mais uma época de safra no perímetro irrigado sergipano. A tecnologia do Governo do Estado, gerenciada pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse),  beneficia 1.826 lotes irrigados, o que significa dizer que 14.003 pessoas de Canindé do São Francisco, Itabaiana, Lagarto, Malhador, Areia Branca, Riachuelo e Tobias Barreto são diretamente beneficiadas pelas irrigação e colhem os frutos do investimento nas áreas antes consideradas improdutivas por conta da seca. Por meio dos seis perímetros irrigados do Estado, os produtores tiveram sua forma de produção modificada.

Basicamente, o mecanismo do perímetro irrigado funciona por meio do fornecimento de água, que chega por tubulações aos lotes e propriedades através de bombeamento ou gravidade, adutoras e canais. Os técnicos agrícolas da Coderse disponibilizam a assistência técnica agrícola aos irrigantes, fazendo visitas periódicas às lavouras irrigadas ou quando são consultados nos escritórios dos perímetros. No perímetro de Canindé do São Francisco, no sertão sergipano, produtores como José Celso declararam que suas vidas foram modificadas após a chegada da tecnologia. “Comecei a ser assistido em 1988. Minhas goiabas vão para todas as regiões de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Vivo exclusivamente da produção. É com o que sustento minha esposa e meus dois filhos. Inclusive, uma delas faz faculdade em Recife com os recursos da minha roça. Minha esposa e um funcionário que contrato por temporada me ajudam na lida”, disse o produtor.

Produção

Entre as culturas oriundas do perímetro irrigado nos municípios contemplados estão o feijão-de-corda, o milho verde, aipim, hortaliças, batata-doce, entre pelo menos mais 15 espécies no estado. Em sua propriedade, José dos Santos, que prefere ser chamado de Duda, como é mais conhecido, produz quiabo há anos, mas desta vez decidiu introduzir o maracujá. “É daqui que tiro o sustento de minha família. Sou casado e tenho um filho. Tudo que produzo vendo para Aracaju. É a primeira vez que estou produzindo maracujá. O quiabo já tenho mais experiência”, informou o agricultor, que contrata um funcionário no período de safra para auxiliá-lo na colheita. “Antes do perímetro ninguém produzia nada aqui, porque só passou a ter água depois da tecnologia. Antes isso aqui tudo era seco”, recordou.

Os técnicos da Coderse orientam os produtores quanto ao cultivo mais apropriado em cada época ou estação do ano, levando em conta o clima, o mercado local, as safras de outros polos de produção, a potencialidade do solo e tecnologia de irrigação empregada.

“A Divisão de Agronegócio assessora os grupos associativos na formalização das entidades e na composição de projetos/propostas aos Programas de Aquisição de Alimentos (modalidade doação simultânea) e PNAE. Durante a vigência dos contratos de fornecimento de alimentos, os técnicos agrícolas auxiliam no planejamento das safras para atender o que foi acordado nas propostas e a Divisão de Agronegócio auxilia na prestação de contas de cada entrega”, elucidou Paulo Sobral.

Edileide Martim produz acerola e quiabo. “Envio tudo para Aracaju. Demos uma parada agora, por causa do período chuvoso”. Ivonaldo Lima gerencia uma propriedade de abóboras, em Canindé. “Às vezes variamos para quiabo. Com a introdução do perímetro irrigado muito ajudou na produção. Mudou nossa forma de trabalhar. Ficou mais fácil. Tem como molhar a terra em pouco tempo. Ficou mais eficiente”, elogiou Ivonaldo, acrescentando que as safras acontecem a cada quatro meses. “Colhemos 18 mil quilos por safra”, comemorou. 

Auxílio

A Coderse auxilia os produtores com todo pessoal operacional e de assistência técnica; transporte; bombeamento de água; manutenção de bombas, adutoras, canais, estradas e infraestrutura civil, e o agricultor contribui com uma tarifa d’água. Em programas e projetos pontuais, por iniciativa do próprio Governo do Estado ou em cooperação com outros entes públicos ou até com os próprios agricultores, são feitas obras de recuperação de estações de bombeamento, a modernização de todo sistema de irrigação nos lotes, a construção de reservatórios nos lotes, o fornecimento de insumos agrícolas e de equipamentos, análises de solo para iniciar plantações, cursos, dias de campo, visitas técnicas, participação em exposições, assessorias técnicas de longo período e palestras.

Agricultura

Expansão produtiva do cacau impulsiona agricultura familiar em Sergipe

Projeção de safra para 2024 é de 9,5 toneladas de amêndoas produzidas, consolidando a cultura no estado

O cultivo de cacau em Sergipe, promovido por agricultores familiares dos territórios sul e centro sul do estado, está em ascensão desde 2009, quando técnicos da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) identificaram seu potencial. Este avanço foi catalisado pela colaboração estratégica com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), que iniciou em 2010, proporcionando transferência de tecnologia e suporte técnico crucial para o desenvolvimento dessa cultura.

Desde a implementação das primeiras ações em 2012, a produção de cacau em Sergipe tem mostrado um crescimento significativo. Atualmente, o estado conta com 26 produtores, numa área de 30,4 hectares, distribuída entre os municípios de Arauá, Boquim, Estância, Indiaroba, Itabaianinha, Lagarto, Umbaúba e Santa Luzia do Itanhy. Na última safra de 2023, 15,8 hectares estavam em plena produção, resultando em 7.315 kg de amêndoas comercializadas na Bahia. A projeção para a safra de 2024 é de 9.500 kg, refletindo a expansão das áreas em produção.

“O crescimento da produção de cacau em Sergipe é um testemunho do potencial dessa cultura em transformar a agricultura familiar na região. Com o suporte contínuo e a capacitação adequada, os agricultores sergipanos têm a oportunidade de expandir seus cultivos, aumentar sua produtividade e contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável do estado,” disse o presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos.

Segundo ele, a cooperação técnica entre a Ceplac e o Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), e Emdagro, formalizada em 2023 com um termo de cooperação de quatro anos, tem sido fundamental para esse crescimento. O acordo tem como objetivo a execução de ações de pesquisa e transferência de tecnologias, abrangendo capacitação técnica, implantação de jardins clonais e desenvolvimento de protocolos técnicos específicos para a cacauicultura em Sergipe.

Desde o início desta colaboração, a Ceplac tem oferecido suporte contínuo, incluindo capacitação de técnicos da Emdagro e agricultores em técnicas avançadas de produção, adubação, poda, colheita e beneficiamento de amêndoas de cacau. Em 2020, foram implantadas Unidades de Observação em parceria com agricultores de Arauá, Estância, Lagarto e Umbaúba, visando a transferência de tecnologia e a multiplicação de conhecimentos para os demais produtores da região citrícola do estado.

As ações de capacitação também incluem intercâmbios técnicos, como o realizado em 2019, onde agricultores e técnicos da Emdagro visitaram o Centro de Pesquisa da Ceplac, em Ilhéus, Bahia. Estas iniciativas têm sido essenciais para a profissionalização e modernização da produção de cacau em Sergipe. Somado à capacitação, o financiamento tem se mostrado um aliado importante para os produtores. Em 2023, o Banco do Nordeste aprovou o primeiro financiamento de R$ 81 mil para um casal de agricultores de Indiaroba, com recursos do Programa Agroamigo. Este apoio financeiro é essencial para que os produtores possam investir em suas propriedades, incrementar a produção e adotar tecnologias mais avançadas.

“O futuro da cacauicultura em Sergipe é promissor, especialmente com a continuidade da cooperação técnica e o aprimoramento das ações de assistência técnica da Emdagro”, frisou o engenheiro agrônomo Luiz Carlos Nunes, assessor técnico da Emdagro. Segundo ele, espera-se que as iniciativas previstas no Acordo de Cooperação Técnica contribuam significativamente para a melhoria dos processos de produção, colheita e beneficiamento do cacau, aumentando a produção e a produtividade.

Para o assessor, o desenvolvimento sustentável poderá gerar mais emprego e renda para os agricultores familiares da região sul do estado, consolidando a cacauicultura como uma importante alternativa econômica para a agricultura familiar em Sergipe. “Com o suporte contínuo e a capacitação adequada, os agricultores sergipanos têm a oportunidade de expandir seus cultivos, aumentar sua produtividade e contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável do estado”, destacou.


 

Governo do Estado incentiva desde a produção até a comercialização de produtos juninos

Coderse fornece irrigação, assistência técnica ao agricultor e agora promove vendas dos comerciantes de alimentos típicos, na administração da Ceasa Aracaju

No período junino, Sergipe é notadamente autossustentável na produção dos alimentos típicos das festas. Tem milho verde, macaxeira, amendoim, derivados da mandioca, coco, leite, laranja, tangerina e toda iguaria que esses itens podem ser transformados, a partir da criatividade da culinária nordestina. Ao administrar seis perímetros irrigados no interior do estado e a Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa) em Aracaju, o Governo do Estado facilita o consumo desses quitutes tradicionais, melhorando a oferta e os preços.

A Ceasa é o destino mais procurado por quem planta ou comercializa produtos da mesa da festa junina. Sua administradora desde o mês de maio, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) organizou uma Feira Junina para estreitar o contato entre o consumidor, produtores e fornecedores desses itens. A feira acompanha a programação da Central de Abastecimento até o dia 29 e sempre aos sábados leva, de 9h às 13h, a descontração de trios pé de serra e quadrilhas juninas, para incentivar ainda mais as vendas.

No campo, a Coderse fornece irrigação pública e assistência técnica agrícola para agricultores produzirem alimentos durante todo ano. Um deles é Wilson Cunha, irrigante no perímetro irrigado Jacarecica I, em Itabaiana, no agreste sergipano. Como na maioria das 1.826 unidades produtivas atendidas pela empresa – que é vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) -, o lote de Wilson reservou dois pedaços da área irrigada para o plantio do milho verde, para as festas de São João.

“A água da Coderse é boa, mas agora não estamos precisando, Deus mandou a chuva e vamos tirar sem molhar mais. A chuva de Deus é outra coisa para o milho, que fica melhor”, agradeceu Wilson Cunha. Ele inicia as lavouras usando a irrigação do Jacarecica I e termina com a água da chuva. Depois de São João e do período chuvoso, ele continua a plantar batata-doce, quiabo ou amendoim.

Segundo o técnico agrícola da Coderse Simeão Santana, o incentivo também é em assessorar a produção, em função dos mercados. “Perto da época junina a gente orienta o produtor a plantar amendoim e milho, que são produtos tradicionais da culinária e consumidos por todos os nordestinos. Desde o preparo do solo, orientamos que o produtor busque a melhor forma de trabalho, bem como o uso racional da água, pensando no bem comum de todos”, pontuou.

Distribuição e comercialização

Na outra ponta está quem procura os produtos in natura, processados ou as comidas típicas das festas, que ocorrem durante todo mês e até depois de junho. A Feira Junina da Ceasa aproxima esse público do produtor rural, com uma estrutura de tendas e mais de 60 bancas montadas para os feirantes se dedicarem à comercialização desses itens ao consumidor final, comércio e autônomos, que também têm o São João como incremento de renda.

“Sempre venho à Ceasa, que para mim é o melhor lugar. Tem boa qualidade, bom atendimento e o preço é bom. Você sempre encontra coisas de qualidade aqui que não encontra em outros lugares. Tem uma diversidade em tudo que você imagina, frutas, verduras, cereais. É um bom lugar para se comprar”, afirma a fisioterapeuta Selma Hora Silva, que no período junino também se dedica à preparação dos quitutes típicos para comercializar, com os amigos e pessoas do trabalho, via delivery. “No São João compro milho, macaxeira e coco. Essa feira é bem melhor. Aqui mesmo você encontra tudo para festa junina”, completou Selma Hora.

A fisioterapeuta é cliente da comerciante da Ceasa Valdenira Andrade dos Santos, que na Feira Junina beneficia e comercializa o milho verde, coco seco e macaxeira, descascados ou ralados na hora. Nas outras épocas do ano Valdenira está sempre na Feira do Produtor da Ceasa, que funciona aos sábados, paralelo à comercialização e distribuição da Central de Abastecimento, inclusive quanto tem feira junina.

“A gente vende peixe lá na Feira do Produtor. Depois do São João e São Pedro, eu volto para lá. Na Feira Junina as vendas agora melhoraram um pouco e vão melhorar mais. Daqui para o São João, esperamos uma venda boa, todo ano é. No São Pedro também”, finalizou Valdenira Andrade.

Agricultura

Programa de Citricultura Sustentável contribui para bom desempenho da produção em Sergipe

No primeiro quadrimestre de 2024, a Emdagro já entregou 210 mil borbulhas aos pequenos citricultores

A produção de laranja em  Sergipe deve fechar o ano com registro de aumento na safra. Segundo estimativa da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), a expectativa é que, neste ano, sejam produzidas 439 mil toneladas, cerca de 15% a mais que em 2023, que foi de aproximadamente 382 mil toneladas.

Entre as ações desenvolvidas pelo Governo de Sergipe para alcançar esses resultados, destaca-se o Programa de Citricultura Sustentável, que até o final do ano distribuirá cerca de 400 mil borbulhas para 25 pequenos viveiristas, impulsionando o setor citrícola local e promovendo o desenvolvimento econômico das regiões produtoras. As borbulhas são pequenos brotos retirados de galhos de frutas cítricas saudáveis, que servem para produzir mudas de alta qualidade.

O coordenador de Agricultura da Emdagro, Eduardo Cabral de Vasconcelos Barreto, informou que para chegar aos bons resultados de produção, o Estado investe na base, com a produção de mudas de qualidade, que garantirão melhor produtividade aos cultivos da região. No primeiro quadrimestre de 2024, a Emdagro já entregou 210 mil borbulhas aos pequenos produtores de mudas cítricas do estado, de variedades selecionadas, de alto padrão genético e de alta produtividade. “A citricultura de Sergipe está em franco crescimento e o Governo do Estado quer passar da atual média de produtividade, que é 14 toneladas por hectare”, acrescentou o coordenador de Agricultura da Emdagro. 

As borbulhas são pequenos brotos retirados de galhos de frutas cítricas de alto padrão genético e isentas de doenças, usadas para fazer o enxerto de uma série de variedades de citros, como laranjas, limões e tangerinas de laranjas, para produção de mudas de alta qualidade. Para garantir acesso a material genético de alta qualidade, já usado por médios e grandes produtores que já alcançam médias de produtividade acima de 60 toneladas/hectare, o Governo do Estado tem desenvolvido iniciativas por meio do Programa de Citricultura Sustentável.

Programa

De 2023 até o momento, o Programa de Citricultura Sustentável foi implantado em uma área de 10.000 metros quadrados, com 550 mudas de quatro variedades de porta-enxertos, com vistas a produzir sementes para que os pequenos produtores produzam mudas de citros com novas variedades, mais resistentes a doenças e mais produtivas. A unidade de produção da Emdagro em Boquim deverá produzir em torno de 400 mil sementes por ano.

De acordo com o coordenador de Agricultura da Emdagro, espera-se que as 550 plantas de quatro variedades de porta-enxerto após a colheita de seus frutos, forneçam 114 quilos de sementes que serão doadas anualmente aos pequenos produtores de mudas cítricas. “Atualmente, um quilo de semente hoje custa R$ 1 mil, o que vinha inviabilizando a produção de mudas dos pequenos produtores com novas variedades. Então são R$ 114 mil doados pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura e Emdagro, para os pequenos produtores de mudas cítricas do estado. Além de receberem um material básico de alta qualidade, de graça, os produtores de muda estão se capitalizando, melhorando sua condição financeira para que, no futuro, não dependam mais do Estado, pois trabalhamos para a independência deles”, afirmou Eduardo Barreto. 

Também por meio do Programa de Citricultura Sustentável está prevista a instalação de dez Unidades Demonstrativas de Laranja. A primeira delas está instalada no povoado Mangue Grande, em Boquim, com plantas tendo como base os porta-enxertos Citrandarin San Diego e Citrandarin Riverside, enxertados com copa de laranja pêra D6 CNPMF. O uso dessas variedades permite plantios adensados, com maior número de plantas por hectare e, por consequência, maior produtividade. A intenção é mostrar aos agricultores da região sul e centro sul do estado as novas tecnologias de plantio, manejo, mudas, tratos culturais, poda e adubação.

Assistência técnica 

O Estado ainda auxilia os pequenos produtores com análise de solo. Somente este ano foram mais de 500 realizadas em pequenas propriedades. A partir dos resultados, os técnicos da Emdagro fazem as recomendações que ajudam a melhorar a produtividade. “O Governo do Estado, por meio da Seagri e da Emdagro, objetivando a maior produtividade, presta assistência técnica desde a produção de mudas até no nível de campo. Com a contratação de novos técnicos, a Emdagro expandiu o acompanhamento aos pequenos produtores de citros em Sergipe”, colocou o chefe da Unidade Regional da Emdagro em Boquim, o engenheiro agrônomo Luiz Fernandes.  

Para o presidente da Associação do Pequeno Viveirista de Boquim, Roberto Pereira da Mota, todas as ações impactam diretamente na renda familiar dos pequenos viveiristas. “Depois do auxílio da Emdagro, a produção da gente aqui está em torno de 210 mil mudas por ano. Isso é praticamente o dobro do que produzimos antes. Então é mais lucro para as  famílias, mais renda. Atraídos pela qualidade da muda que a gente produz, pois são mudas de excelente qualidade, vêm produtores de todo o estado e até de fora de Sergipe para comprar da gente, principalmente produtores aqui de Boquim, Umbaúba, Geru, Cristinápolis e até da Bahia e Pernambuco”, comentou.

Outra iniciativa inovadora da Emdagro que visa a redução dos custos é a utilização de fibra de coco para produção de substrato nas mudas cítricas. “Estamos fazendo uma demonstração para os pequenos produtores de mudas de citros utilizando a fibra do coco na produção do substrato. A Associação de Pequenos Produtores de Boquim, por exemplo, utiliza o substrato pronto a um custo bastante elevado; já a fibra do coco é um material que a gente tem disponibilidade e, por isso, há redução do custo. A ideia do trabalho é, inicialmente, a redução do custo, que deve chegar entre 20% e 30% a menos para os viveiristas”, reforçou o engenheiro agrônomo da Emdagro Valbério Paolilo. 

Agricultura

Sergipe conclui 4ª etapa do plano de vigilância de influenza aviária e doença de Newcastle

Inquéritos foram realizados em nove municípios sergipanos por serem rotas de aves migratórias

A vigilância contínua é essencial para prevenir surtos de influenza aviária e doença de Newcastle, que podem ter impactos devastadores, tanto para a avicultura, quanto para a saúde pública. Atento a isso e sendo Sergipe já reconhecido internacionalmente como área livre da doença, o Governo do Estado finalizou a quarta etapa do Plano de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de Newcastle. O projeto, conduzido pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), envolveu a coleta de amostras biológicas de aves de subsistência, em diversos municípios selecionados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

Durante essa fase, foram coletadas 110 amostras de traquéia, 110 de cloaca e 110 de soro sanguíneo de diversas aves, incluindo perus, marrecos, patos, gansos e galinhas caipiras. As coletas foram realizadas em nove municípios estrategicamente escolhidos: Capela, Carira, Gararu, Graccho Cardoso, Indiaroba, Japoatã, Muribeca, Pacatuba e Ribeirópolis. Essas áreas fazem parte da rota Nordeste Atlântica das aves migratórias, ponto importante para o monitoramento dessas doenças que representam graves prejuízos econômicos e uma ameaça à saúde pública, além de comprometer o comércio internacional de produtos avícolas no estado.

De acordo com a diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade, a rápida detecção de casos é essencial para o sucesso das medidas de controle e erradicação, bem como para manter a situação de área livre da doença em Sergipe. “A realização dessa etapa do plano de vigilância é um marco significativo para a saúde animal no estado. Estamos comprometidos em manter um monitoramento rigoroso, a fim de garantir que essas doenças não comprometam a avicultura local. A colaboração com o MAPA e a dedicação das equipes em campo são fundamentais para o sucesso desse trabalho”, afirmou Aparecida, ao destacar a importância da ação.

A diretora também enfatizou a importância desses inquéritos para fortalecer a capacidade de detecção precoce e resposta imediata a doenças que afetam a pecuária e a produção avícola em Sergipe. “Esses inquéritos são essenciais para que possamos responder rapidamente a qualquer ameaça e assegurar que nossas aves e produtos avícolas permaneçam saudáveis e seguros para o comércio”, acrescentou.

Os resultados dessas amostras serão analisados em laboratórios especializados, e qualquer indício de infecção será tratado com as medidas necessárias, para evitar a disseminação das doenças. A continuidade do plano de vigilância reforça o compromisso de Sergipe com a sanidade animal e a segurança alimentar, assegurando a saúde das aves e, consequentemente, da população que depende delas.

Denominadas de vigilância passiva, na primeira e segunda etapas do plano a Emdagro buscou investigar casos suspeitos de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves (SRN), e de mortandade excepcional de aves silvestres, respectivamente. Já na terceira etapa, foi feita a vigilância ativa em avicultura industrial, para detecção da Doença do Newcastle (DNC) e Influenza Aviária (IA).

Outras medidas

Também como medida de segurança, no mês de março a Emdagro estabeleceu a proibição de eventos que promovam a aglomeração de aves em todo o território do estado. A medida foi tomada em conformidade com o Decreto Estadual nº 358/2023, que declara Estado de Emergência Zoossanitária em Sergipe e institui o Sistema de Monitoramento, Avisos e Ações para prevenção da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade.

Para implementar essa medida, a Emdagro se baseou em diversos documentos e normativas do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que decretou estado de emergência no Brasil devido à ocorrência de focos da doença em outros estados, como o Espírito Santo, e o registro de quatro focos da doença na Bahia, no ano passado.

Regularização fundiária leva esperança a agricultores em Sergipe

Ao longo da semana, a equipe da Emdagro esteve em cinco colônias de agricultores, beneficiando 74 famílias

A Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), por meio da Diretoria de Ações Fundiárias, está intensificando os trabalhos de regularização fundiária em Sergipe. Durante toda a semana, a equipe técnica da empresa esteve em campo, levando esperança e segurança jurídica a agricultores e agricultoras do sertão sergipano, promovendo a regularização ocupacional de famílias beneficiárias do programa, mas que ainda não tinham documentação oficial. A ação, focada em cinco colônias de dois municípios, beneficiou 74 famílias, promovendo a democratização do uso da terra e garantindo os direitos dos posseiros.

Os trabalhos de supervisão ocupacional foram realizados nas colônias José Renilson de Menezes, Paulo Freire I e Paulo Freire II, localizadas no município de Monte Alegre de Sergipe, e nas colônias Nossa Senhora Aparecida e Nova Vida, situadas no município de Nossa Senhora da Glória. 

A coordenadora de Gestão de Terra, Aldira Beatriz Barroso Costa, destacou a importância dessa iniciativa para as comunidades locais. “Estamos comprometidos em assegurar que os agricultores possam ter o documento que autoriza a ocupação e exploração da terra que ocupa, e num futuro bem próximo seu título definitivo. Isso não só traz segurança jurídica, mas também dignidade e oportunidades de desenvolvimento para essas famílias, e consequentemente, para o município e o estado”, pontuou.

O Programa de Regularização Fundiária da Emdagro visa implementar a política agrária estadual, promovendo a democratização e otimização do uso da terra. Por meio do cadastramento de imóveis rurais, produção de base cartográfica digital, georreferenciamento e titulação de imóveis, a Emdagro busca conhecer a malha fundiária do estado e promover seu ordenamento físico e jurídico.

Desde 2023 até junho deste ano, a Emdagro, empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri),  já realizou 1.214 titulações de terra, evidenciando o sucesso e a eficácia do programa. Essas ações são fundamentais para garantir a segurança jurídica dos agricultores e contribuir para o desenvolvimento sustentável das áreas rurais de Sergipe.

Emdagro lidera ações de educação sanitária em relatório do Proesa

Sergipe se destaca no cenário nacional com 113 eventos realizados em 2023

O Ministério da Agricultura e Pecuária, através do Programa Nacional de Educação Sanitária em Defesa Agropecuária (Proesa), disponibilizou um relatório detalhado em sua plataforma Business Intelligence (BI), evidenciando as ações de educação sanitária desenvolvidas em todo o Brasil. Este relatório, destaca a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) como a instituição com maior número de ações executadas e registradas em 2023, por meio da Diretoria de Defesa Animal e Vegetal.

Segundo o documento, a Emdagro realizou e registrou um total de 113 eventos de educação sanitária ao longo do ano passado. Estas ações incluem uma ampla gama de atividades, como capacitação técnica do público interno, workshops, dias de campo, cursos, treinamentos, orientações técnicas em trânsito, orientações técnicas durante fiscalizações e reuniões.

O Proesa, que faz parte do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA), é coordenado pela Secretaria de Defesa Agropecuária, através do setor de educação sanitária do Departamento de Serviços Técnicos (SEDUC/DTEC/SDA/MAPA). Seu objetivo é promover a educação sanitária como ferramenta fundamental para a defesa agropecuária, capacitando profissionais e conscientizando a população sobre práticas sanitárias adequadas.

A responsável pelo Programa Estadual de Educação Sanitária da Emdagro, Cátia Brito, comentou sobre a importância deste reconhecimento e o impacto das ações realizadas. “Este resultado reflete o compromisso da Emdagro em promover a saúde animal e vegetal, através de uma abordagem educativa e preventiva. A capacitação contínua e a conscientização de todos os envolvidos são essenciais para a manutenção de um setor agropecuário forte e seguro”, afirmou.

A atuação da Emdagro em 2023 demonstra o comprometimento e a eficácia das suas iniciativas. Este desempenho destacado é um indicativo positivo para o futuro das práticas sanitárias no estado.

Fórum destaca novos desafios após Sergipe ser área livre da febre aftosa sem vacinação

Evento aconteceu no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagarto e reuniu médicos veterinários e criadores

A Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) reuniu médicos veterinários e pecuaristas no Fórum Sergipano de Vigilância para a Febre Aftosa, realizado nesta quarta-feira, 12. O evento teve como tema ‘Sergipe está livre da febre aftosa. E agora?’, que abordou discussões fundamentais para o setor pecuário no estado. 

O evento contou com uma série de palestras, abordando temas como a situação atual do programa nacional de vigilância para a febre aftosa, os novos desafios enfrentados por Sergipe, com o novo status de zona livre da doença, e as implicações dos crimes rurais. Entre os palestrantes estavam o auditor fiscal Federal Agropecuário, Leandro Oliveira dos Santos, a coordenadora de Defesa Animal da Emdagro, Lucyla Mariz Flor, e a investigadora da Delegacia Especializada em Crimes Rurais, Anna Rosa Guimarães.

A diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade, destacou a importância do fórum, para esclarecer aos criadores sobre o atual momento da febre aftosa em Sergipe, além de apresentar as medidas que a Emdagro está adotando com esse novo status de área livre da doença. “Precisamos reforçar junto aos criadores que após a retirada da vacinação as responsabilidades aumentaram. Diante disso, a Emdagro vem intensificando as fiscalizações em rodovias e propriedades rurais e a regularização obrigatória dos bovinos e bubalinos, todos os anos, no mês de maio”, disse.

Jonielton de Oliveira Dantas, superintendente de Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe, ressaltou que o novo status representa um marco importante para o estado, fruto do trabalho conjunto entre agricultores, órgãos de defesa, como a Emdagro, e o Ministério da Agricultura. “A partir do próximo ano, todo o território brasileiro será reconhecido como área livre da febre aftosa sem vacinação, o que abrirá novas oportunidades nos mercados internacionais”, anunciou durante o evento.

O criador Gabriel Santos Costa, de Lagarto, destacou a importância do fórum para a pecuária sergipana. “Realmente o fórum foi muito importante, devido a necessidade de esclarecimentos dos produtores sobre a doença da Febre Aftosa, as medidas preventivas adotadas pela Emdagro, a importância do Guia de Trânsito Animal e a preocupação com os crimes rurais, dos quais eu mesmo já fui uma vítima”, ressaltou.

Agricultura

Feira Junina da Ceasa Aracaju oferece produtos típicos e forró até dia 29

Ceasa fará expediente especial no domingo, 23, véspera de São João, até às 13h

Iniciada no último fim de semana, a Feira Junina da Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa), em Aracaju, vai ocorrer até o dia 29 de junho, no estacionamento interno do complexo atacadista e de varejo. Já estão disponíveis aos clientes os produtos para o preparo de todas as receitas do São João e as delícias típicas da melhor época do ano do calendário nordestino. Vai ter também o forró de trio pé de serra e quadrilha junina aos sábados, sempre de 9h às 13h.

A feira típica ocorre de segunda a sexta-feira, das 5h às 17h, e no sábado, das 5h às 16h. No dia 23 de junho, domingo, a Ceasa e a feira junina vão abrir até às 13h, para atender a demanda das festas da noite de São João. Na segunda-feira do dia santo, 24, a Central de Abastecimento estará fechada, retornando às atividades normais na terça, dia 25.

O diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena, informou que os perímetros irrigados estaduais, assim como a Ceasa Aracaju, administrados pelo governo de Sergipe, por meio da companhia estadual, têm previsão de colher quase duas mil toneladas de milho verde, no mês de junho, o que equivale a 5,7 milhões de espigas, e que isso vai facilitar a oferta do principal produto do período junino. “Dos perímetros irrigados ainda vem amendoim cozido e macaxeira. Produtos que complementam a lista de produtos e subprodutos que são gerados para atender à clientela da Ceasa”, pontuou.

Ernan Sena destaca que a feira junina foi uma forma adotada já há alguns anos para ampliar a área de atendimento da Ceasa e setorizar o aumento considerável da demanda para as festas que ocorrem durante todo mês. “Para o comerciante usuário, é uma complementação de renda a participação neste espaço temático, que acolhe o cliente com o clima de São João”, pontuou o diretor. 

Sandra Santos é comerciante na Ceasa há nove anos. Durante todo ano, ela se dedica à comercialização de todos os tipos de frutas, mas, quando chega o período junino, estende o ponto comercial para também vender o milho verde, com ou sem casca, na feira junina. “O primeiro dia da feira foi maravilhoso, vendemos bem. Vou ficar na feira todos os dias até São Pedro, sem faltar um dia. Tem que ter disposição. Quando acabar o período junino, volto a vender somente fruta novamente”, destacou.

Pedreiro na capital, Aracaju, Jucelino é cliente assíduo da Ceasa durante todo ano. Quando chega o período junino, também frequenta a feira típica. Ele aguarda o momento em que chegam os grandes carregamentos vindos do interior, com os produtos típicos, nas vésperas de São João e São Pedro, quando aumenta a oferta e há a redução dos preços. “Venho três vezes ao mês ao Ceasa e venho sempre à feira, quando tem. É bom, é ótimo ter as barracas que vendem produtos juninos. Já estou me preparando para chegar o São João”, ressaltou.

Governo

Última atualização: 11 de junho de 2024 11:03.

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