Nesta ação de governo itinerante, técnicos e diretores dos órgãos ligados à Agricultura estiveram a postos para atender ao público que visitou o estande
O município de Nossa Senhora do Socorro, na região da Grande Aracaju, recebeu, nesta sexta-feira, 4, a 51ª edição do “Sergipe é aqui”, com a presença da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e suas empresas vinculadas – Coderse, Emdagro e Pronese. Destaque em Sergipe como primeiro lugar entre os municípios que mais produz camarão, Nossa Senhora do Socorro pontuou com 1,1 milhão de kg do crustáceo ao ano, conforme dados do IBGE, do ano de 2023. Também no município,100 agricultores receberam pela primeira vez, em 2025, sementes de milho certificadas, representando uma tonelada de grãos, graças à ação do Governo de Sergipe, por meio do programa “Sementes do Futuro”.
Nesta ação de governo itinerante, técnicos e diretores dos órgãos ligados à Agricultura estiveram a postos para atender ao público que visitou o estande. No local foram entregues 65 mudas de árvores frutíferas e realizados atendimentos em geral, para quem procurou os serviços no local. Informações sobre emissão de CAF, cadastramento de pequenos agricultores para inseminação artificial em bovinos, ovinos e caprinos, assim como o cadastramento de pequenos produtores para vacinação de bezerras contra brucelose, foram alguns dos serviços disponíveis no local. No município três produtores já realizaram este ano a vacinação de 30 animais, contra a Brucelose.
Como acontece em todas as edições do programa, a distribuição de mudas certificadas, pela Emdagro, atraiu um grande público para o estande, como foi o caso da dona de casa Maria Souza Lima, que ganhou um pé de manga, do tipo Espada e vai levar para plantar no sítio da família, em Nossa Senhora das Dores. “Toda qualidade de fruta que a gente arrecada eu levo para plantar lá. A gente já tem muitas mangueiras, pés de caju, de jaca, coqueiros e assim vamos ampliando cada vez mais”, observa Maria que aproveitou o dia de ações também para renovar sua carteira de identidade.
A autônoma Sheila Bernardes também visitou o estande da Agricultura acompanhada da mãe, Nicielma Nascimento, e juntas ganharam mudas de cacau e pitanga. “Viemos aproveitar os serviços oferecidos pelo governo, aqui em nosso município e gostamos muito de ganhar essas fruteiras, que vamos levar para plantar no terreno de nossa casa”, conta satisfeita ao elogiar a iniciativa do projeto.
Já Sérgio de Moura Oliveira aproveitou que a esposa estava trabalhando no evento e quis conhecer todos os estandes, a fim de aproveitar os serviços oferecidos. “Quando passei aqui pelo da Agricultura tive essa ótima surpresa, de conseguir uma muda de amora que tanto eu queria para plantar em minha casa”, comemora.
Coderse presente
Companhia com serviços prestados em todo estado de Sergipe — incluindo em Nossa Senhora do Socorro, onde perfurou 33 poços — a Coderse também esteve presente no ‘Sergipe é aqui’, recebendo demandas em perfuração e instalação de poços e mostrando as ações nos demais municípios, principalmente no semiárido.
A mostra dos trabalhos, principalmente a maquete de uma unidade de produção de água dessalinizada do Programa Água Doce (PAD), tem caráter informativo, presta contas à sociedade e educa quanto a tecnologia social necessária para que a população rural conviva com a seca e ainda produza alimentos e renda no campo. Até o fim do ano, a Coderse prevê a implantação de 32 sistemas de abastecimento PAD, em Sergipe, potabilizando a água de poços tubulares profundos salinos.
No estado, o Água Doce é coordenado pela Seagri e tem nas suas vinculadas, Coderse e Emdagro, as empresas executoras de ações de ampliação da área de atuação, manutenção dos sistemas, capacitação e mobilização das populações atendidas e que são cogestoras das unidades de dessalinização.
Fotos: Vieira Neto
Maria de Souza Lima ficou satisfeita ao receber uma muda de mangueiraSérgio de Moura Oliveira foi contemplado com um pé de amoraSheila Bernardes recebeu sua fruteira das mãos da superintendente da Seagri, Ana Patrícia Guimarães e do diretor da Emdagro, Jean Nascimento
Trabalho do Governo do Estado, por meio da Seagri e da Emdagro, fornece sementes de qualidade para agricultores familiares e ainda cumpre importante função social
O árduo trabalho do homem do campo, fundamental para o desenvolvimento, é ainda mais difícil quando se trata de pequenos produtores. Esses trabalhadores, quase sempre com pequenas propriedades e uma produção voltada à subsistência, costumam encontrar empecilhos com os preços de mercado, e necessitam de auxílios para manter o seu trabalho de maneira adequada. Neste sentido, o Governo do Estado desenvolve o programa Sementes do Futuro, que fortalece a agricultura familiar e dá dignidade a essas pessoas.
O programa é desenvolvido desde 2023, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), por intermédio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). A partir dele, são distribuídas sementes de milho e arroz certificadas e de qualidade a pequenos produtores do estado. Para participarem, os trabalhadores devem estar no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), e no público do Garantia-Safra nacional, caso o município onde está venha a decretar emergência por excesso ou falta de chuvas.
Os números mostram a efetividade do projeto. Até agora, apenas em 2025, foram cedidas 206 toneladas de sementes de milho, sendo 10 kg por produtor, com um investimento total de R$ 3 milhões, beneficiando 20.600 famílias em 60 municípios. Já em relação ao arroz, foram 158 toneladas de sementes certificadas em seis municípios, sendo 100 kg por produtor, beneficiando 1.300 rizicultores, com um investimento total de R$ 2,28 milhões.
Os principais objetivos do Sementes do Futuro são fortalecer a agricultura familiar com sementes de qualidade, garantir segurança alimentar e geração de renda para os pequenos produtores, desenvolver o setor agropecuário de forma sustentável, e criar uma reserva alimentar para os animais em períodos de estiagem. Porém, mais do que isso, o trabalho tem uma função social de levar dignidade e qualidade de vida a pessoas que tanto trabalham e precisam.
José Luiz Calisto é técnico agrícola e, desde março de 2024, é o chefe local do escritório da Emdagro em Nossa Senhora da Glória, no alto sertão sergipano – que também atende ao município de Feira Nova. Ele ressalta a importância e o direcionamento deste projeto. “Entendemos que o agricultor com uma melhor condição pode comprar sua semente no mercado, mas o agricultor familiar, não. A presença do Governo do Estado aqui é de suma importância, com esse olhar carinhoso para o campo. Se o campo não trabalha, a cidade não prospera. As ações são potencializadas com a assistência técnica presente, trazendo novos profissionais e estando junto com o homem do campo todos os dias”, afirma.
Por meio deste trabalho da Emdagro, o agricultor Adalgido Correia da Silva, 42 anos, foi contemplado no Sementes do Futuro. Natural de Glória, ele possui uma pequena propriedade na Colônia Paulo Freire 2, sendo beneficiado com sementes de milho de qualidade, gerando uma produção eficiente. “Esse projeto nos auxilia bastante, a quantidade de sementes já me ajuda muito. A semente boa e selecionada normalmente é cara, de custo alto, e isso já nos dá uma economia. Aqui no assentamento, são 30 famílias e todas elas recebem. As famílias gostam muito do programa, tanto que querem mais, porque, às vezes, as sementes acabam rápido”, conta.
As sementes enviadas, no caso do milho, são da variedade cruzeta, que é mais rústica e adaptável ao clima do Nordeste, resistente e sem presença de pragas, graças a um trabalho de acompanhamento. Esta alta qualidade faz com que as sementes venham a ser utilizadas em diversas frentes, desde a plantação até o consumo próprio. “Ela serve para tudo: comer, fazer canjica, fazer cuscuz, fazer bolo de milho, além de alimentar os animais. É uma bênção”, exalta Jocelino de Almeida, 49, produtor do Povoado Melancia, também em Nossa Senhora da Glória.
Reservas importantes
O momento atual é de bonança por conta do período de chuvas em Sergipe, mas nem sempre esta é a realidade. O verão chega ao final do ano trazendo muito calor, poucas nuvens, e a dura realidade da seca. Por isso, o pequeno produtor precisa estar preparado e criar reservas para não sofrer nos períodos de maior estiagem. “O Sementes do Futuro nos permite que essa reserva seja feita”.
Jocelino de Almeida, por exemplo, reutiliza algumas sementes ainda do início do projeto. “Agora, a gente está em um período mais chuvoso, mas, depois, vem a estiagem, e aí já temos reserva, para que os bichinhos não sofram mais, aproveitando todo o verão. Algumas são de 2023, e eu ainda reutilizo. A cada ano que vou recebendo, vou plantando”, ressalta.
Neste sentido, o timing da entrega das sementes também é fundamental. Jocelino ressalta que, desde o início do programa, elas têm sido entregues no momento exato, para aproveitar o período de chuvas. “O trabalho do Governo do Estado é importante, também porque as sementes chegam no tempo certo. Elas vêm antes da chuva chegar, para que a gente possa plantar na hora certa. Agora, é uma riqueza. O governo liberou no mês certo, a equipe da Emdagro nos auxilia e tudo funciona”, acrescenta.
A qualidade das sementes reflete o incentivo do Estado ao programa. Desde 2023, foram investidos R$13 milhões em 980 toneladas de milho e arroz distribuídas para 60 municípios, sempre em ordem crescente: R$ 2,5 milhões, em 2023, R$ 5,28 milhões, em 2024, e R$ 5,28 milhões até maio de 2025.
“Quando você pega um ano com um inverno de 100%, dá para armazenar muita ração. Mas o inverno muda a cada ano. Quando no ano seguinte é fraco, é importante ter uma reserva. Esse programa é um grande incentivo. A gente aqui trabalha mais com o milho comum, que não nasce como o selecionado. Ele é muito bom, de ótima qualidade, e ajuda bastante no nosso trabalho”, pontua Adalgido Correia.
Economia financeira
A parte econômica também é um ponto fundamental. A partir da entrega de sementes de forma gratuita, os pequenos produtores conseguem distribuir estes valores em outras áreas, investindo diretamente na sua estrutura. Segundo José Calisto, ao não precisar ir ao mercado buscar sementes, o agricultor consegue ter uma produção mais direcionada. “O segredo de ter uma viabilidade no campo é deixar de gastar, e a semente de qualidade faz com que o agricultor não necessite ir ao mercado, investindo esse dinheiro na sua propriedade”, considera o chefe local do escritório da Emdagro em Glória.
Adalgido também ressalta um ponto importante: por ser uma semente selecionada, ela é ainda mais cara do que o milho “comum”, o que inicialmente torna inviável a compra por pequenos produtores. Por isso, o Sementes do Futuro é fundamental. “A semente boa e selecionada normalmente é de custo alto, e isso já nos dá uma economia. Para plantar e concluir o processo, gastamos cerca de R$ 400 com cada plantio de milho”, enfatiza.
No caso de Jocelino, o benefício é ainda maior. “A economia é grande. No ano passado, comprei três sacos a R$ 650 cada, e esse ano ganhei de graça. Já é o dinheiro do adubo e da ureia, e com uma semente boa, de qualidade”, exalta.
Orientação constante
Para que o pequeno produtor possa trabalhar com estas sementes da maneira correta, é necessário que profissionais capacitados possam trazer as devidas orientações. É neste contexto que entra o trabalho da Emdagro, visitando constantemente os agricultores e mostrando o que deve ser feito para que tudo corra da melhor forma.
De acordo com Jocelino de Almeida, a cada mês, é feito o atendimento pela Emdagro. “O pessoal da Emdagro acerta a data, reúne o pessoal, e explica como cuidar dessas sementes. São muitos povoados e, a cada período, vão em cada lugar. A Emdagro nos ajuda demais”, destaca.
Estas ações, além de fornecerem ajuda, buscam dar autonomia ao produtor. Segundo José Luiz Calisto, estando ao lado dos agricultores, o órgão faz com que pouco a pouco eles vão adquirindo mais conhecimento, até que sejam autônomos neste processo. Desta forma, o trabalho do Governo do Estado leva dignidade e capacidade a um trabalho tão importante. “Buscamos trazer autonomia e dignidade ao homem do campo, pois quando ele é digno e autônomo, mostra que o trabalho está sendo bem-feito. Até chegarmos nisso, estamos lá dando esse auxílio com a Seagri levando dignidade todos os dias. Trabalhamos, também, com a juventude, pois, a cada ação, conseguimos manter o jovem no campo, passando isso de geração a geração”, completa.
Governo do Estado desenvolve o Sementes do Futuro, que fortalece a agricultura familiar e dá dignidade a pequenos produtores / Foto: Igor MatiasA partir do programa, são distribuídas sementes de milho e arroz certificadas e de qualidade aos produtores / Foto: Igor MatiasTrabalho do Governo do Estado, por meio da Seagri e da Emdagro, fornece sementes de qualidade / Foto: Igor MatiasApenas em 2025, foram cedidas 206 toneladas de sementes de milho e 158 toneladas de sementes de arroz / Foto: Igor MatiasJocelino de Almeida, produtor do Povoado Melancia, em Nossa Senhora da Glória / Foto: Igor MatiasAdalgido Correia da Silva, agricultor da Colônia Paulo Freire 2, em Nossa Senhora da Glória / Foto: Igor MatiasJosé Luiz Calisto, chefe local do escritório da Emdagro em Nossa Senhora da Glória / Foto: Igor Matias
Vegetal tem boa demanda de mercado e funciona como opção de rotação de cultura que ajuda na saúde do solo
Aliados ao uso de tecnologia de irrigação e assistência técnica, agricultores de Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, estão conseguindo produzir repolho no clima semiárido. A hortaliça se desenvolve melhor no clima frio e já chamava atenção quando era plantada, há alguns anos, na irrigação pública do centro-sul e no agreste do estado, onde o clima é mais úmido. São produtores de repolho atendidos pelo Governo do Estado em perímetros irrigados que produziram quase 74 toneladas, em 2024.
Em 2025, no perímetro Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), em Canindé, o repolho foi plantado em abril e dependia unicamente da irrigação. Perto de sua colheita, no fim de junho, já era influenciado pela diminuição da temperatura do período chuvoso. Já no perímetro Piauí, em Lagarto, neste ano, a safra do repolho começou ainda mais cedo, com o plantio em março, para ser colhido em maio e com um aproveitamento ainda menor do período de frio, em Sergipe.
Segundo o gerente do Piauí, Gildo Almeida, mesmo em dias de chuva, as bombas do perímetro irrigado voltam à funcionar em casos especiais, como o do repolho. “A gente fica atento, para oferecer a irrigação através da Coderse e dar o suporte que eles precisam, como parte do acompanhamento técnico. Pela estação meteorológica, lá no perímetro, sabemos, todos os dias, quantos milímetros choveu. Se for pouco e como o repolho requer mais água, a gente sempre fica em comunicação com o produtor e faz, da melhor forma, um abastecimento de água extra”, explica.
Califórnia, Piauí e Jacarecica I, em Itabaiana, no agreste sergipano, foram os três perímetros irrigados estaduais que produziram quase 74 toneladas de repolho, durante o ano de 2024. Eles fazem parte do conjunto de sete unidades em que a Coderse – vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) – incentiva a agricultura irrigada no estado, oferecendo infraestrutura de armazenamento e distribuição de água bruta.
Para o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, o repolho é mais uma opção de produto da irrigação pública no mercado, para o produtor não ficar atrelado à insegurança da monocultura. “O produtor tem mais segurança financeira, se sua renda vier da produção e comercialização de uma diversidade de produtos. Se ele oferecer só um produto, ele assume o risco de uma queda no valor de mercado e pode até ter prejuízo. Por isso a Coderse sugere variar a produção, com assistência técnica, estudo de mercado e principalmente, a água, para irrigar o ano todo”, analisa.
Manejo e comercialização
O produtor Genilson Cardoso, conhecido como Genilson do Quiabo, investe, pelo segundo ano, com sucesso, na produção de repolho, em Canindé, por ser uma planta de ciclo rápido para a rotação de culturas agrícolas. “Tem que mudar de cultura e eu optei pelo repolho, que, em 90 dias, já colhemos e plantamos outra cultura porque, se plantar só o repolho, a terra vai ficando fraca. Aqui eu já plantei tomate, milho, quiabo e agora repolho”, conta o irrigante do Perímetro Califórnia.
Genilson conta que não teve dificuldade com pragas e doenças no repolho, cultivado em Canindé. A comercialização da safra de 2025, com quase um hectare plantado, já estava negociada antes da colheita e desta vez atendeu a demanda do próprio estado. “Essa aqui vai para Itabaiana, mas eu já mandei para Recife, Caruaru, Salvador, Maceió e Aracaju. Foram dois caminhões de repolho”, destaca.
O produtor irrigante aconselha aos outros produtores rurais o plantio do repolho. “Se você quiser plantar, é uma cultura fácil de vender. Eu gosto de plantar, todo ano eu planto, mas tem que plantar no tempo frio porque, no verão, é difícil de tirar ele. No tempo de inverno é bom, ele não adoece muito”, aconselha.
Assistência técnica e irrigação
Mesmo experiente para plantar, Genilson do Quiabo tem o auxílio dos técnicos agrícolas da Coderse. “Eles sempre dão uma dica. A gente vai na prática e vai pedindo para eles, como é que a gente vai fazer para sair melhor. Nós não estudamos para isso, só sabemos mexer com a terra. Mas a importância da irrigação é tudo, a gente sobrevive dessa irrigação. Se não tiver irrigação aqui, o ‘cabra’ não tem emprego. Quem é agricultor tem que ter irrigação, para manter a família e manter os trabalhadores, também. Todo o tempo a gente tem roça aqui. É tirando uma roça e já plantando outra”, completa.
Em Canindé, produtor irrigante está obtendo sucesso ao produzir repolho na irrigação fornecida pelo Governo do Estado // Foto: Fernando Augusto (Ascom Coderse)Irrigante Luiz Genilson Cardoso incentiva o cultivo do repolho no perímetro Califórnia // Foto: Fernando Augusto (Ascom Coderse)Diretor de Irrigação, Júlio Leite // Foto: Fernando Augusto (Ascom Coderse)Gerente do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, Gildo Almeida // Foto: Fernando Augusto (Ascom Coderse)
Ações incentivam a arborização urbana e o fortalecimento da agricultura familiar
Na última quinta-feira, 26, a equipe da Coordenadoria de Apoio à Organização da Produção da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (COOAPO/Emdagro) realizou ações de incentivo à arborização urbana e ao fortalecimento da agricultura familiar, nos municípios de Boquim e Estância, no sul do estado.
Em Boquim, a atividade contou com o apoio do secretário municipal de Agricultura, Jadson Costa Santos, e da secretária municipal de Meio Ambiente, Verônica São Pedro. Durante a visita, foi realizado um plantio simbólico de três mudas de árvores nativas em uma das praças da cidade, como marco da ação conjunta entre os órgãos. Ao todo, foram entregues 15 mudas de espécies frutíferas e 80 mudas de árvores nativas, que, segundo Verônica, serão destinadas ao paisagismo de praças, ruas e escolas da cidade.
A engenheira agrônoma da Emdagro e membro da COOAPO, Cleuza Guimarães, destacou a importância da ação. “Mais do que doar mudas, estamos promovendo a conscientização ambiental e incentivando práticas sustentáveis, tanto nas áreas urbanas, quanto nas propriedades rurais. São gestos simples que fazem diferença no dia a dia das comunidades e no futuro do nosso meio ambiente”, pontua.
Já no município de Estância, a Emdagro entregou 30 mudas de cacau à produtora Cristineide Ávila de Carvalho, integrante da Organização de Controle Social (OCS) de Estância. As mudas irão compor a área de produção da agricultora, promovendo a diversificação da propriedade e contribuindo para o fortalecimento da agricultura agroecológica na região. Com o novo cultivo, Cristineide poderá ampliar a variedade de produtos ofertados em feiras locais, como a feira do SEASIC, consolidando ainda mais o circuito de comercialização direta entre campo e consumidor.
A produtora conta com o apoio do esposo, José Nildo Pereira Lopes, nas atividades rurais do dia a dia. O casal é exemplo de trabalho e dedicação na produção de alimentos saudáveis e sustentáveis em Sergipe.
A iniciativa da Emdagro reforça o compromisso do Governo do Estado com o meio ambiente e com o desenvolvimento da agricultura familiar, por meio da doação de mudas que promovem o reflorestamento urbano e a produção agroecológica no campo.
Iniciativa da Seagri e Coderse continuam trabalho iniciado em 2023, quando 753 pequenas e médias barragens foram recuperadas
Desde 2023, o Governo do Estado preparou 1.004 pequenas e médias barragens de terra para acumular água das chuvas no sertão de Sergipe. Agricultores familiares receberam máquinas para a limpeza dos sedimentos, reformas das estruturas e até a criação de novos reservatórios, em suas unidades produtivas. A ação atende municípios atingidos pela estiagem, criando reservas que servem em especial à dessedentação de rebanhos.
A partir da cooperação técnica entre a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e a sua vinculada, Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), estão sendo investidos R$ 5 milhões em 2025. Atualmente a recuperação e construção ocorre nos municípios de Aquidabã, Canindé de São Francisco, Gararu, Feira Nova, Itabi e Poço Redondo, contabilizando 251 barragens prontas neste ano.
Em 2025, foi a primeira vez que o jovem produtor rural Natanael dos Santos recebeu o benefício da recuperação de barragens em seu terreno, no Assentamento Pioneira, e está aprovando o serviço feito pelas máquinas. “Como aqui é um lugar semiárido, sempre acontece de chover pouco. Mas com as barragens preparadas e limpas, junta-se água para passar dois ou três anos, o gado vai se alimentando bem e com o milho dá para fazer a silagem”, destacou o pequeno agropecuarista.
Também no Assentamento Pioneira, Maria Lúcia dos Santos, que trabalha no lote dos pais, assentados há 20 anos, disse que a recuperação ajuda muito. “Nosso sofrimento aqui é por conta da água, a seca é muito grande. Então, tendo a nossa própria barragem, ajuda, porque quando chove junta nossa água e aí a gente já não compra. Já serve para os animais beberem. Só temos a agradecer, e que venham mais projetos”, comemorou.
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, Zeca da Silva, esse é um trabalho essencial, que tem sido tratado como prioridade pelo governador Fábio Mitidieri. “Desde o início da gestão, temos atuado com firmeza para garantir que o homem e a mulher do campo tenham condições de enfrentar a estiagem com mais segurança. Ao recuperar essas barragens, estamos não apenas garantindo água para os rebanhos, mas fortalecendo a permanência das famílias no campo e levando dignidade para as comunidades rurais do nosso estado”, pontuou.
O diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, detalhou a evolução deste processo. “Só de aguadas de médio porte e comunitárias, foram recuperadas 46 barragens que dão suporte à pecuária de leite, principal atividade econômica do sertão. Essa é uma iniciativa temporária, que se junta à Caravana da Água, também do Governo do Estado, até que os projetos com solução definitiva virem realidade”, disse Paulo, ao destacar o projeto da Adutora do Leite, que está prestes a iniciar a sua construção.
Médias barragens
Também neste ano, 21 barragens recuperadas são de médio porte. Nestas, o produtor é atendido sob a condição de aceitar, em documento, o compartilhamento da água com os vizinhos. Um deles é o produtor Pedro Soares dos Santos, que trabalha com a criação de gado e agricultura em Poço Redondo, há 10 anos. Ele agradeceu ao Governo do Estado por recuperar sua barragem média, prevendo chuva para a sua barragem acumular água.
“O povo aqui sofre muito por falta de água, e trouxeram essa barragem para ajudar, tiraram a lama e recuperaram. A maior parte da água é para o rebanho e para a comunidade. O custo para trazer um caminhão de água aqui é de R$ 300, mas se Deus quiser, agora virá chuva para acumular muita água”, enfatizou Pedro.
Ação da chuva
A Coderse tem a função de projetar, licitar empresas de engenharia, fiscalizar o andamento das obras e gerenciar o cumprimento dos contratos. “O programa é feito para atender barragens de múltiplos usos, de produtores, na condição de agricultor familiar e que possuam até 20 cabeças de gado. É importante frisar que a ação da chuva, mesmo que faça a recarga da barragem, também estraga os taludes, os vertedouros ou arrasta sedimentos para o leito, assoreando o reservatório. Com o tempo, eles perdem a capacidade de acumular água e precisam dessa recuperação periódica”, pontuou o diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena.
Manoel Alexandre da Silva é um pequeno pecuarista do povoado Cajueiro, em Poço Redondo. A água a ser acumulada pela sua barragem média servirá para as vacas de leite que cria. “Vai ajudar. Tem que agradecer primeiramente a Deus por mandar chuva, que vai amenizar, porque hoje eu estou comprando a água. Tendo água na barragem já ajuda. O serviço está bom, graças a Deus”, afirmou.
Fotos: Fernando Augusto/ Ascom Coderse
Ernan Sena, diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, reforça que as barragens tem seus leitos limpos e os barramentos são recuperados Paulo Sobral, diretor-presidente da Coderse, expõe que obras em barragens são temporárias a ações maiores e definitivas Com a barragem média ampliada, Pedro Soares dos Santos terá mais água para compartilhar em Poço RedondoMaria Lúcia dos Santos trabalha no lote dos pais no Assentamento Pioneira, em Poço RedondoNatanael dos Santos recebeu a obra de recuperação da barragem em seu lote, onde também plantou milhoBarragens foram limpas e ampliadas para captar grande volume de água das chuvasObras em barragens de terra também ocorrem em Feira Nova As barragens passam por limpeza dos sedimentos acumulados pela força da água das chuvas Manoel Alexandre da Silva do povoado Cajueiro, teve sua barragem de médio porte recuperada
Ação teve objetivo de fomentar a organização da produção, dos entrepostos e do registro sanitário
A sede da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) foi palco de uma importante reunião voltada à profissionalização e à regularização da cadeia produtiva de ovos caipiras no estado, nesta segunda-feira, 16. O encontro reuniu produtores integrantes da chamada ‘Rota Caipira’, que abrange os municípios de Poço Verde e Itabaiana, além de representantes do Sebrae, Senar e Universidade Federal de Sergipe (UFS).
A iniciativa da Emdagro teve como principal objetivo fomentar a organização da produção, dos entrepostos e do registro sanitário, conforme exigências normativas do Ministério da Agricultura, para esse tipo de atividade econômica. A proposta é garantir que os produtores possam acessar mercados mais exigentes e captar recursos em todas as esferas — municipal, estadual e federal — por meio da profissionalização de seus processos produtivos.
Durante o encontro, técnicos da Emdagro apresentaram uma lista com os principais requisitos para que os produtores obtenham a certificação necessária à produção de ovos caipiras. Entre as exigências estão a avaliação prévia do terreno para registro, a comprovação da capacidade de produção, estrutura física adequada, aplicação de técnicas de manejo e outros critérios técnicos e sanitários.
Outro ponto destacado foi a importância da presença de um médico veterinário responsável técnico, profissional habilitado para responder por todo o processo de produção dos ovos. Esse cuidado é indispensável, seja em empreendimentos individuais, associações ou cooperativas, visando garantir a segurança e a qualidade do produto final.
A reunião também abordou a necessidade de observar as normas de acessibilidade estabelecidas pelo Ministério do Trabalho, especialmente no que se refere à contratação de pessoas com deficiência, para assegurar a inclusão nas diversas etapas do processo produtivo.
De acordo com o coordenador de Inspeção da Emdagro, Emerson Sales, a certificação é um passo fundamental para a legalização e expansão do setor. “Estamos orientando os produtores para que cumpram cada etapa exigida, pois só assim conseguirão registrar seus entrepostos e acessar mercados mais valorizados. É um processo que garante segurança para o consumidor e sustentabilidade para o produtor”, ressaltou.
Já a diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade, destacou o papel da instituição nesse processo. “A Emdagro tem atuado de forma integrada com outras instituições para garantir que esses produtores possam crescer de forma estruturada e dentro da legalidade. A produção de ovos caipiras é uma oportunidade real de desenvolvimento rural com geração de renda e inclusão produtiva”, afirmou.
A chamada ‘Rota Caipira de Ovos’, organizada pela Associação dos Produtores de Ovos Caipiras (Ascop), tem se consolidado como um modelo de agregação de valor ao produto, com foco em uma produção diferenciada e de qualidade superior, voltada para mercados mais exigentes e para o consumo consciente.
Com ações como essa, a Emdagro reafirma seu compromisso com o fortalecimento da agricultura familiar e com a sustentabilidade econômica das cadeias produtivas no estado.
Em 2025 a Coderse assessorou seis propostas ao PAA em perímetros irrigados estaduais e cinco estão entre os 10 melhores ranqueados pela Conab
Incentivo à agricultura familiar e segurança alimentar, os programas de compra institucional de alimentos têm campo fértil nos perímetros irrigados estaduais. Em 2025, irrigantes de Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, estão entregando hortaliças para a merenda escolar. Eles também conquistaram o primeiro lugar no ranqueamento das propostas sergipanas ao Programa de Aquisição de Alimentos, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na modalidade ‘compra com doação simultânea’.
Ao todo, foram selecionadas seis propostas ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) de agricultores assistidos pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Cinco desses projetos estão entre os dez mais bem ranqueados pela Conab. São 148 irrigantes que propõem entregar, durante um ano, 382 toneladas de alimentos para benefício de 21.500 pessoas em situação de insegurança alimentar.
Com as seis propostas sendo efetivadas pelo Governo Federal, os agricultores assistidos pela Coderse com irrigação, assistência técnica agrícola e assessoria na formação de documentos e elaboração das propostas vão receber, ao todo, R$ 2.219.359,00 de remuneração, pelo cultivo desses alimentos. Iniciados os pagamentos, os técnicos da companhia estadual voltam a atuar no apoio ao controle das entregas e na prestação de contas à Conab.
Pela Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI) – instituição melhor ranqueada no grupo da ampla concorrência do PAA em Sergipe – o irrigante Ozéias Beserra aguarda o sinal verde para começar a entregar os tomates, pimentões, abóboras e abobrinhas que ele já está cultivando no Perímetro Irrigado Califórnia. “A expectativa está sendo enorme. Já estamos nos preparativos de produção e plantio, só aguardando o recurso [federal] chegar para a gente começar as atividades. A gente já está com a semente, esperando para plantar o repolho também”, afirma.
Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite informa que outras três associações do perímetro irrigado de Lagarto, uma do perímetro de Itabaiana e uma cooperativa de irrigantes de Malhador, são assistidas pela empresa pública e estão ranqueadas para, também, participar do PAA da Conab em 2025. “Desde 2008, a Coderse apoia seus irrigantes a participar do PAA e nesse tempo eles entregaram quatro mil toneladas de produtos da irrigação, para pessoas em insegurança alimentar em Sergipe. É uma forma de escoar a produção por um preço justo, fixo e por um período programado. O irrigante consegue fazer o uso integral de sua propriedade e gera uma renda melhor do que fosse colocar os produtos direto no mercado”, pontua.
Merenda escolar
Por meio da Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), Ozéias Beserra já está entregando os tomates que ele cultiva para a merenda das redes estadual e municipal de ensino, via Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “A gente plantou tomate há alguns anos atrás. Agora, estamos retornando, por conta da chamada pública, com o município e com o Estado. A importância da assistência técnica da Coderse é boa porque nos orienta, ajuda a gente a trabalhar com tomate, ajuda no controle de doenças e de pragas, a gente tem uma experiência muito boa. Também ela nos fornece a água de inverno a verão, a gente não tem problema com água, e precisa de bastante água para a cultura do tomate”, relata.
O agricultor irrigante toca o seu lote no perímetro Califórnia com a ajuda dos três irmãos e um trabalhador rural contratado. Sem contabilizar as plantinhas ainda em fase de mudas, protegidas na estufa para crescer, Ozéias Beserra tem três lavouras de tomate em fases diferentes de desenvolvimento. Desta forma, ele pode fazer mais de uma colheita semanal e entregar o fruto por um período prolongado, como exige o PNAE. “A quantidade de tomate que a gente está produzindo hoje é baixa, ainda, fica variando entre dois mil e três mil quilos por semana. A importância do PNAE é porque ele tem um preço estabilizado, nem sobe nem desce, estabiliza em um preço que é justo para o produtor, o que incentiva a gente a trabalhar com o PNAE. Se não fosse assim, eu não plantaria o tomate porque é um produto que oscila muito de preço,hora sobe demais, hora ele abaixa muito e, como é uma cultura que não aguenta tempo [de prateleira], está no ponto de encolher. Se você pegar uma fase que o preço esteja baixo, a venda não cobre os custos de produção”, justifica Ozéias.
Fotos: Fernando Augusto (Ascom Coderse)
Ozéias Bezerra está entregando tomates para o PNAEDiretor de Irrigação da Coderse, Júlio LeiteTécnico agrícola da Coderse, Luiz Roberto Vieira, e o irrigante Ozeias BezerraCom irrigação e insumos, tomate se adapta ao clima e solo do semiárido sergipanoO tomateiro depende da irrigação desde seus primeiros dias de vida
Foram distribuídas mais de 150 toneladas de sementes, beneficiando 1.300 rizicultores
O Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), deu continuidade, nesta sexta-feira, 13, a mais uma etapa do programa ‘Sementes do Futuro’, no povoado Serrão, em Ilha das Flores. Durante a ação, foram entregues 158 toneladas de sementes de arroz, certificadas e selecionadas, que beneficiarão 1.300 rizicultores da região, reforçando o apoio à produção agrícola local.
O produtor rural Crizelvan Santos Cardoso, irrigante de Propriá, no perímetro Cotinguiba/Pindoba, demonstrou satisfação ao receber as sementes de arroz distribuídas pelo Governo do Estado. “As sementes da variedade Katiane foi uma das melhores que se adaptou ao nosso perímetro, com uma produtividade média que passa de 10 mil quilos por hectare”, comemorou, destacando que a entrega ocorreu no momento certo.
Givaldo Gomes da Silva, rizicultor do povoado Serrão, também agradeceu o apoio do governo e manifestou expectativa quanto à ampliação do programa para alcançar ainda mais produtores. “É uma ajuda bem-vinda, mas que se for ampliada, para uma quantidade maior de sementes por produtor, vai atender melhor as nossas necessidades”, pontuou.
O presidente da Cooperativa Agropecuária de Ilha das Flores (Cooperflores), Kayro Castro, elogiou a iniciativa do Governo do Estado, por meio da Seagri, ressaltando os benefícios para os produtores de Ilha das Flores e da região do Baixo São Francisco. “Um esforço conjunto que garantiu o benefício para que nossos produtores possam semear no início da safra. O nosso calendário agrícola abre agora no dia 15 de julho e é muito importante que a entrega das sementes seja feita antes dessa data, para que todos possam plantar na época certa, como vai acontecer mais uma vez graças ao Governo do Estado”, ressaltou.
Sobre o programa
O ‘Sementes do Futuro’ é uma política pública do Governo de Sergipe voltada ao fortalecimento da agricultura familiar, especialmente entre produtores em situação de vulnerabilidade. Com investimento estadual de R$ 2,28 milhões, foram adquiridas sementes certificadas de arroz, das quais cada produtor recebeu 100 kg.
A entrega realizada em Ilha das Flores beneficia seis municípios. No perímetro irrigado Betume, atendem-se Pacatuba, Ilha das Flores e Neópolis; no perímetro Cotinguiba/Pindoba, Propriá e parte de Neópolis; e no perímetro irrigado Propriá, os municípios de Propriá, Telha e Cedro de São João.
Lançado em 2023, o programa já distribuiu 980 toneladas de sementes de milho e arroz, com um total de R$ 13 milhões investidos e atendimento a 60 municípios sergipanos. Apenas em sementes de arroz, foram entregues 453 toneladas nos últimos dois anos a agricultores dos perímetros irrigados do estado.
A solenidade de entrega das sementes, realizada na quadra de esportes Jocelino Alves dos Santos, no povoado Serrão, contou com a presença do prefeito de Ilha das Flores, Robson Martins; do presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos; do presidente da Coderse, Paulo Sobral; da deputada federal Yandra Moura; do secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro, André Moura; do deputado estadual Cristiano Cavalcante; o superintendente Regional da Codevasf em Sergipe, Thomas Jefferson Costa, e do secretário executivo da Seagri, Otávio Sobral, que representou o governador Fábio Mitidieri e o secretário Zeca da Silva, ambos ausentes por compromissos profissionais fora do estado.
A ação levou uma série de serviços públicos à população, dentre elas o atendimento aos pequenos produtores rurais por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, e suas vinculadas
A capital do vaqueiro, Pedra Mole, localizada no agreste sergipano, recebeu, nesta quarta-feira, 11 de junho, a 50ª edição do programa itinerante “Sergipe é aqui”, promovido pelo Governo do Estado. A ação levou uma série de serviços públicos à população, dentre elas o atendimento aos pequenos produtores rurais por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e suas vinculadas Emdagro, Pronese e Coderse.
Durante o evento, o Estado se destacou pela força do campo. Segundo dados do IBGE (2023), Pedra Mole registra uma produção de 15.960 toneladas de milho, 4.773 cabeças de bovinos, 585 vacas ordenhadas, com produção anual de 87.800 litros de leite, além de 1.900 ovinos e 7.700 galináceos.
Presente no stand do Sergipe é aqui, a Emdagro que, atualmente, presta assistência técnica a cerca de 150 produtores rurais, garantindo a promoção da segurança alimentar, sanidade animal e sustentabilidade da produção, realizou ações de distribuição de 60 mudas frutíferas, a entrega de 10 CAFs (Cadastro Nacional da Agricultura Familiar) e o envio de 20 amostras de solo para análise no ITPS.
Maria Eulides da Silva foi uma das beneficiadas. Durante a semana, ela recebeu a técnicos da empresa em sua propriedade, que coletaram amostras de solo para encaminhar à análise do ITPS. “Achei muito importante ter essa ajuda porque, assim, vamos saber cuidar melhor da terra”, afirma a agricultora que planta milho, jaca e manga, entre outras culturas e tem uma criação de galinhas, com um plantel de 200 cabeças.
Já o pequeno produtor rural de leite Peterson Luiz Alves, do povoado Gravatá, ganhou um pé de jambo e disse que vai plantar em sua propriedade a fim de dar sombra ao seu rebanho. “A vaca holandesa precisa de um sistema térmico mais eficiente e nossa região é muito quente, então vou usar essa estratégia”, observa o produtor que tem três cabeças, todas já vacinadas contra brucelose.
A agricultora Valdira da Silva Conceição, do povoado Tapado, também foi à sede da cidade para receber o Cadastro do Agricultor Familiar (CAF). Ela, que já é aposentada da escola municipal, onde trabalhou como auxiliar administrativa, ainda não tinha o documento. “Desde que me aposentei, há seis anos, trabalho na minha lavoura, onde planto milho, feijão, entre outras coisas e graças a explicação do pessoal da Emdagro percebi o quanto é importante ter essa carteirinha, que vai garantir muitos benefícios para mim”, pontua.
Vacinação de animais
De acordo com informações da equipe técnica da Emdagro, até o momento foram vacinadas gratuitamente, 100 cabeças de bovinos contra a brucelose, beneficiando 20 produtores de Pedra Mole. A empresa planeja, também, entregar, no próximo mês de julho, 4.480 raquetes de palma forrageira da variedade Ipa Sertânia a quatro produtores da região, para formação de bancos de sementes, fortalecendo a produção de forragem para os rebanhos.
O produtor rural, Marcos André Santos, do assentamento Barracão, esteve no estande da Agricultura para receber o certificado de vacinação de seus animais, contra a brucelose. “Tenho 12 fêmeas, todas vacinadas, graças a ajuda do Governo, por meio da Emdagro. Nós, pequenos produtores, precisamos muito disso, pois cada dose custa em média R$ 30, e assim já conseguimos uma boa economia”, afirma ele que fornece sua produção leiteira para o Laticínio Damare e também no estande recebeu sua carteirinha de registro no CAF.
Mais benefícios
As ações não pararam por aí. Ao longo do dia, técnicos prestaram informações sobre emissão de carteirinhas do CAF para agricultores já cadastrados e cadastramento para vacinação de bezerras contra brucelose e de rebanhos contra clostridiose, além de produtores para inseminação artificial em bovinos, ovinos e caprinos, bem como ações voltadas à regularização fundiária.
Como incentivo direto à produção agrícola, o município recebeu ainda 800 quilos de sementes de milho do programa estadual “Sementes do Futuro”, beneficiando 80 agricultores familiares. Além disso, 90 produtores foram inscritos no programa Garantia-Safra para o ano de 2025, assegurando apoio em caso de perdas por estiagem ou excesso de chuvas.
A presença da Seagri e suas vinculadas em Pedra Mole reforça a importância da interiorização das políticas públicas e da valorização dos pequenos produtores como agentes fundamentais para o fortalecimento da economia do campo e a segurança alimentar no estado.
Coderse
Em Pedra Mole, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), atuou atendendo à população nos serviços de perfuração de poços tubulares profundos e seus sistemas de abastecimento de água. No município, são 29 poços perfurados pela empresa pública. Desde 2023, a Coderse atuou em serviços de recuperação e manutenção de sete poços, investindo aproximadamente R$ 14 mil em peças e serviços.
Na 50ª edição do ‘Sergipe é aqui’, a maquete do Programa Água Doce (PAD) também se fez presente mais uma vez, inclusive com a demonstração de um dessalinizador real. Mostrando como é que funcionam as unidades de produção de água dessalinizada presente em nove municípios sergipanos. Ainda em 2025, três novos sistemas entram em operação, subindo o número para 32 unidades do PAD no estado.
Valdira da Silva ConceiçãoMaria Eulides da SilvaMarcos André SantosPeterson Luiz Alves
Até 30 de junho, todo dia tem feira de produtos típicos; aos sábados e na véspera dos dias santos haverá trio pé de serra tocando no espaço
Todos os anos, no estacionamento interno da Central de Abastecimento de Sergipe, na capital Aracaju, tem a Feira Junina da Ceasa. Este ano, ela acontece até o dia 30 de junho. Na última sexta-feira, 6, a comercialização de produtos estava em pleno movimento, com a chegada, principalmente, de oito caminhões carregados de milho verde em um só dia. Os preços estão atrativos, variando entre R$ 25,00 a R$ 45,00 a ‘mão’, com 50 espigas de milho.
A feira ocorre de segunda a sexta-feira, das 5h às 17h. Aos sábados, de 5h às 16h, e nas vésperas de São João e São Pedro haverá apresentação de trios pé de serra para animar a clientela. Luciana Silva da Cruz é comerciante na feira do Bairro Lamarão, na capital, há 30 anos e vai à Ceasa para adquirir frutas, verduras, mas, principalmente, o milho verde para a revenda. “Ajuda muito, é maravilhoso! Sempre eu compro aqui na feira. Aqui a gente é melhor atendido, e o preço está bom. Recomendo as pessoas virem comprar”, destacou Luciana.
É um espaço montado pelo segundo ano consecutivo pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), administradora da Ceasa, com bancas cobertas para melhor atender ao público. Clientela formada por consumidores do varejo, empreendedores que geram renda com receitas juninas, restaurantes, bares e revendedores. O espaço procura atender a demanda dos comerciantes da central de abastecimento durante o período em que há aumento na procura por produtos para as festas juninas.
Diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena conta que, desde maio de 2024, o Governo do Estado assumiu a administração da Ceasa e, com isso, organiza a realização da Feira Junina, também conhecida como a ‘Feira do Milho’. “É uma feira tradicional, que fazemos desde o ano passado. Um espaço para onde nós trazemos a venda do milho, onde centraliza a venda de todo o milho verde do estado. E a gente também traz a venda de comidas típicas, como amendoim, coco ralado, produtos derivados do milho”, ressaltou.
Ana Cláudia Dable Santos é comerciante na Feira Junina e está completando 20 anos na Ceasa vendendo só milho, durante o ano todo, em seu box. “No início do mês de junho, a gente vem para cá. Ajuda, porque o espaço é maior, a televisão divulga e o pessoal vem buscar o milho. É o melhor mês para vender”, conta. A comerciante disse que o preço do milho baixou, era a partir de R$ 40,00 a mão com 50 espigas, e agora os valores iniciam a R$ 25,00. Animada, Ana Claúdia faz uma estimativa de venda até o fim da feira. “Daqui para lá, devo vender umas cem mãos por dia”, previu.
José Aparecido, mais conhecido por Cidinho do Céu, está no seu segundo ano participando da Feira Junina. Além de outros quitutes de época, ele produz bolos tradicionais a partir de ingredientes naturais, com menos adição de açúcar e sem leite. Produto diferenciado que no período junino, segundo ele, aumenta a procura em 70%. “Eu faço todo ano, e nessa época que as pessoas compram mais, a gente fica mais à disposição do cliente. Nós trabalhamos muito com coco, porque muita gente tem intolerância à lactose. Aqui nós vendemos água, suco de maracujá, cafezinho, salgados, mungunzá, arroz doce, canjica. Para comer na hora e para levar para casa”, destacou.
Ana do Milho pretendente vender 100 mãos de milho por dia na Feira Junina da Ceasa / Foto: Fernando AugustoFeira Junina da Ceasa oferece quitutes típicos da época / Foto: Fernando AugustoMilho verde é o principal produto comercializado na Feira Junina da Ceasa / Foto: Fernando AugustoQuarto dia de feira contou com oito caminhões carregados de milho verde / Foto: Fernando AugustoMilho verde é o principal produto comercializado na Feira Junina da Ceasa / Foto: Fernando AugustoA laranja é produto de exportação em Sergipe, faz parte da tradição junina e está disponível à venda no atacado e varejo na feira da Ceasa / Foto: Fernando AugustoDiretor de infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena / Foto: Fernando AugustoMilho verde é o principal produto comercializado na Feira Junina da Ceasa / Foto: Fernando AugustoFeirante no Lamarão, Luciana Silva compra milho verde na Feira Junina para revender / Foto: Fernando Augusto Feira Junina da Ceasa tem bastante oferta de amendoim cozido, Patrimônio Imaterial Sergipano / Foto: Fernando AugustoCidinho do Céu está no seu segundo ano participando da Feira Junina, levando quitutes, como bolos fitness / Foto: Fernando Augusto