Sergipe apresenta resultados expressivos em Assistência Técnica e Extensão Rural durante o segundo dia da 40ª Reunião Extraordinária da Asbraer

Gestão estadual também apresentou conquistas em pesquisa, regularização fundiária e irrigação

A força da agricultura familiar sergipana foi evidenciada no segundo dia da 40ª Reunião Extraordinária da Asbraer, realizada em Aracaju, nesta quarta-feira, 31. Com uma programação técnica dedicada às experiências exitosas de Sergipe, o evento teve como destaque as apresentações de dirigentes e técnicos da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), órgão que executa as políticas de assistência técnica, extensão rural, pesquisa agropecuária e ações fundiárias no estado.

Abrindo os painéis do dia, o presidente da Emdagro e vice-presidente nacional de Pesquisa da Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa Agropecuária e Regularização Fundiária (Asbraer), Gilson dos Anjos, apresentou um panorama da atuação integrada da instituição. Ele destacou que a Emdagro atua de forma transversal, com ações em Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), pesquisa, defesa agropecuária e regularização fundiária, além de contar com uma coordenadoria dedicada à agroecologia.

Segundo o presidente, somente em 2024, a Emdagro atendeu 26.900 agricultores familiares e emitiu mais de 56 mil CAFs. Além disso, executou 1.934 coletas de amostras de solo como parte das ações de orientação técnica para o uso sustentável dos recursos naturais. No campo da pesquisa, o programa ‘Sementes do Futuro’ se destaca, com a doação de 517 toneladas de sementes de milho, 453 toneladas de arroz e mais de 6.000 toneladas de palma forrageira para os pequenos produtores do estado.

Gilson ressaltou ainda que Sergipe ocupa o 1º lugar em produtividade de grãos no Brasil em 2024, consolidando-se como referência nacional no uso eficiente de tecnologias no campo. No eixo da pecuária, a Emdagro realizou 1.054 inseminações em bovinos e 177 em ovinos e caprinos, além de oferecer vacinação gratuita para produtores com até 30 cabeças de gado.

“Com ações como o ‘Mão Amiga’ e os 47 mil cadastros no Garantia-Safra, a Emdagro garante apoio nas entressafras e reforça sua presença no dia a dia dos agricultores”, destacou o presidente.

Fundiária moderna

Em seguida, o diretor de Ações Fundiárias da Emdagro, Marcelo Silva, detalhou o modelo de governança fundiária adotado em Sergipe. Com uma atuação focada em três frentes – terras devolutas do Estado, assentamentos estaduais e assentamentos do Crédito Fundiário – a diretoria vem transformando a forma como os processos de regularização são conduzidos.

A Emdagro digitalizou 60 mil processos fundiários a custo zero, com mão de obra interna capacitada, tornando todo o acervo acessível a técnicos, produtores e órgãos públicos. Além disso, desenvolveu o Sistema de Emissão de Títulos de Regularização, vinculado ao SIGA, que permite maior agilidade e autonomia na emissão de documentos.

“O programa ‘Minha Terra’, executado em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural, tem promovido a democratização do acesso à terra em Sergipe com mais agilidade, transparência e justiça fundiária”, afirmou Silva.

Inclusão produtiva 

Na sequência, o diretor de Ater e Pesquisa, Jean Carlos Nascimento, apresentou as estratégias adotadas para ampliar a inclusão produtiva e a inovação no campo. Ele destacou ações específicas voltadas a mulheres, jovens rurais e povos tradicionais, além de parcerias com movimentos sociais para fortalecer os sistemas agroecológicos e sustentáveis.

Já o pesquisador da Coordenação de Pesquisa da Emdagro, Marcelo Mendonça, trouxe ao debate os avanços na produção de bioinsumos por meio da unidade on farm desenvolvida pela instituição. Essa tecnologia permite que o próprio agricultor produza seus insumos a partir de microrganismos nativos, como alternativa ecológica ao uso de agrotóxicos.

Marcelo também apresentou as linhas de pesquisa em fitossanidade, entomopatogênicos, microbiologia do solo e o desenvolvimento de estimulantes naturais para promoção de crescimento vegetal, especialmente adaptados ao clima e às necessidades dos agricultores sergipanos.

“Sergipe tem investido fortemente em pesquisa aplicada, com laboratórios próximos às universidades e em diálogo permanente com a extensão rural e os produtores. É ciência voltada à prática no campo”, ressaltou.

Iniciativas estratégicas

Entre os programas de destaque, foram apresentados ainda o ‘Citricultura Sustentável’, que visa a diversificação dos porta-enxertos e a redução do custo das mudas para os citricultores, e a introdução da cultura do cacau no sertão sergipano, especialmente em Canindé de São Francisco, município do alto sertão sergipano, após estudos técnicos que comprovaram a viabilidade do cultivo em novas áreas.

Irrigação

O presidente da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Coderse), Paulo Henrique Sobral, apresentou as estratégias da instituição para garantir a segurança hídrica rural. A Coderse é responsável por programas como o ‘Água Doce’ e a gestão de sete perímetros irrigados que atendem majoritariamente a agricultura familiar. Em 2024, a produção superou 600 mil toneladas de alimentos, gerando cerca de R$ 959,5 milhões em renda. “Hoje, o que se produz e o que gera de riqueza no perímetro.

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Última atualização: 1 de agosto de 2025 08:56.

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