Produção de leite em Sergipe bate recorde

Secretaria da Agricultura comemora resultados divulgados pelo IBGE e destaca a contribuição do Estado para o fortalecimento do setor produtivo

A produção de leite em Sergipe é a maior dos últimos dez anos, de acordo com resultado de uma pesquisa divulgada pelo IBGE, nesta quinta-feira, 22. Os dados apontam que a produção leiteira chegou ao recorde de 435,5 milhões de litros em 2021, com alta de 20,9%, em comparação ao ano de 2020. De acordo com a pesquisadora do instituto, Hellie Mansur, o cenário ocorreu com apenas 1% do aumento de vacas ordenhadas, o que indica que a elevação da produtividade foi o principal motivo deste crescimento expressivo. “O aumento da produtividade é consequência do melhoramento genético e da qualidade das pastagens pela boa distribuição de chuvas”, pontuou.

No estado, os maiores produtores de leite foram Nossa Senhora da Glória (66,7 milhões), Poço Redondo (65,2 milhões) e Porto da Folha (51,2 milhões). Também no Alto Sertão sergipano, onde há uma grande concentração de produtores, destacaram-se Canindé de São Francisco (32,3 milhões), Monte Alegre de Sergipe (30,8 milhões) e Gararu (30,7 milhões). Conforme avaliação do secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, as informações divulgadas pelo IBGE colocam Sergipe em destaque no cenário nacional. “Com certeza os motivos que contribuíram para esse aumento se devem ao investimento em tecnologias, como também às melhorias no manejo sanitário e na capacitação dos produtores”.

“Precisamos fazer justiça e reconhecer que este resultado tem a contribuição do empenho do Governo de Sergipe que avançou com incentivos para o setor agropecuário, com ações como o programa de melhoramento genético que inseminou mais de 3 mil animais nos últimos quatro anos; ações de segurança alimentar do rebanho, como a distribuição de mais de 3 milhões de mudas de palma forrageira; e todo o trabalho de sanidade animal que coloca Sergipe há 25 anos como status de área livre da Febre Aftosa. Além das ações pelo Pró-Campo, e ainda projetos como o Pró-Sertão Bacia Leiteira e os incentivos fiscais aos laticínios e pequenas queijarias, que vêm estimulando o setor, gerando emprego e renda para a população”, avaliou Zeca da Silva .

Carcinicultura

Outro dado investigado pelo IBGE diz respeito à produção de camarão em Sergipe, que chegou a 4,5 milhões de quilogramas, fazendo com que o estado se mantivesse entre os quatro maiores produtores do crustáceo no país. Segundo a pesquisa, apesar da produção de camarão em Sergipe ser relativamente estável, na comparação com 2020, é possível perceber que na passagem entre os anos, Nossa Senhora do Socorro assumiu o posto de maior produtor de camarão (com 1,6 milhão de quilogramas), seguido por Brejo Grande (928.800 quilogramas) e São Cristóvão (600 mil quilogramas). Já em termos percentuais, o município de Indiaroba foi o que teve o aumento mais expressivo na produção de camarão (saindo de 170 mil quilogramas para 420 mil), sendo o 4º maior produtor do estado.

Conforme destacou o secretário da Agricultura, os dados vão contribuir para pesquisa que está em execução pelo Governo Estadual com informações mais detalhadas. “Em breve teremos dados atualizados a partir da realização do Censo Estadual da Aquicultura e Pesca, que foi iniciado pelo município de Socorro e recolherá informações que servirão para a elaboração de políticas públicas para os setores aquícola e pesqueiro”, ressaltou o secretário.

Propriedade agroecológica em São Cristóvão recebe apoio técnico da Emdagro

Há 8 anos, a propriedade explora e beneficia o açaí, transformando em polpa e geleia, aproveitando, ainda, as sementes para produção de café de açaí

O assessoramento técnico é uma das ferramentas para o sucesso de qualquer negócio. Na lavoura essa atividade se dá por meio de profissionais engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas, médicos veterinários entre outros da área afim, que, juntamente com o agricultor, avaliam as potencialidades da propriedade, elaboram projetos e são responsáveis pela assistência técnica e o acompanhamento junto aos produtores desde o planejamento, definição de insumos necessários, prospecção de mercados, até a fiscalização de produtos para a comercialização. Em Sergipe, essa assistência técnica é realizada gratuitamente pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – Emdagro, levando conhecimento ao homem do campo.

Na última semana, os engenheiros agrônomos Ary Osvaldo Bomfim, Elizabeth Campos e Maria Cleusa realizaram visita técnica para conhecer o desenvolvimento da cultura do açaí, o sistema de produção adotado, bem como o beneficiamento e comercialização da produção e prestar o apoio e acompanhamento técnico requeridos à empresa pública de Assistência Técnica. A visita foi à propriedade Recanto da Gigi, do agricultor Alex Monteiro Gomes Ferreira, localizada no município de São Cristóvão, a 22 km da capital Aracaju.

Há 8 anos, o agricultor explora e beneficia o açaí, transformando em polpa e geleia, aproveitando, ainda, as sementes para produção de café de açaí. Sendo a diversidade de cultivos uma das práticas valorizadas pelo produtor, também tem plantado na área outras espécies tais como o cupuaçu e o mogno, além de preservar a vegetação nativa existente. “Adotamos aqui na propriedade um sistema de produção sustentável, com a utilização de técnicas e práticas agroecológicas, como a cobertura permanente do solo, para evitar formação de processos erosivos e a compostagem, por exemplo. Tudo isso tem favorecido a melhoria das condições físico químicas do solo e contribuído para a biodiversidade funcional através da ciclagem de nutrientes, evitando o desequilíbrio ecológico”, contou o agricultor.

“A Emdagro tem um papel fundamental de apoiar, fomentar e prestar assistência técnica a produtores interessados em adotar práticas que promovam mudanças e transformações e dar início ao processo de conversão para sistemas produção sustentáveis, o que além do reequilíbrio do ecossistema poderá trazer agregação de valor a seus produtos”, comentou o coordenador de Desenvolvimento Rural da empresa, Ary Bomfim.

O engenheiro da Emdagro aproveitou a visita técnica e orientou o agricultor a realizar a análise de solo por meio do programa desenvolvido pela Emdagro para esse fim, com apoio do engenheiro agrônomo Renato Figueiredo, chefe do escritório local da Emdagro em São Cristóvão. Além disso, foi recomendado pelas engenheiras agrônomas Elizabeth e Cleusa o envolvimento com outros produtores orgânicos da região com a finalidade de criar uma organização formal para certificação e venda da produção. Visitas técnicas têm comprovado que, com interesse, trabalho, orientação técnica e práticas integrativas, é possível recuperar o solo, preservar o meio ambiente e produzir de forma sustentável.

Irrigantes de Tobias Barreto juntam forças com Estado por melhorias em perímetro público

Os 76 pequenos pecuaristas receberam Termos de Concessão de Área, para regularização fundiária em julho

A reforma do escritório do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, foi concluída ainda em junho e foi somente uma das iniciativas conjuntas entre os 76 produtores irrigantes que ocupam os lotes do projeto de irrigação e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A empresa subsidiária da Secretaria Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) fornece materiais, máquinas e parte da mão de obra, enquanto que os produtores entram com a outra parte da força de trabalho. Assim está sendo, nos dias em que as frequentes chuvas permitem, na limpeza e reparo dos canais de irrigação que percorrem todo perímetro e começou, nesta semana, na obra de duplicação de adutora, para ampliar o acesso à água em 10 lotes.

São lotes como o de José Domingos, situados na outra margem do Rio Jabiberi e que dependem de uma tubulação que interliga os canais de irrigação. Por enquanto, ele usa a água para irrigar o capim suficiente para atender somente quatro vacas de leite. Produção que ele entrega ao laticínio anexo ao perímetro. “Ajuda bastante, porque a gente sofre com a disponibilidade de água, não chega o suficiente para produzir. Daí, tendo esta quantidade aumentada, vai melhorar a qualidade de vida, o nosso trabalho para a gente produzir mais. E a gente ajuda, o pessoal está limpando e reformando os canais, colaborando. Se a Cohidro está ajudando, a gente tem que ajudar também a desenvolver o nosso perímetro, pois quem vive aqui somos nós”, considerou José Domingos, voluntário no trabalho que vai dobrar a quantidade de água que chega ao seu e aos lotes vizinhos, permitindo ampliar os rebanhos e a produção.

“Por sorte, até o momento não foi preciso interromper o fornecimento de irrigação por conta da obra de duplicação da adutora. Tem chovido bem por esses dias e ainda não há necessidade e irrigar todos os dias”, explicou o técnico agrícola da Cohidro, José Reis Coelho, que presta assistência aos irrigantes do perímetro Jabiberi. Ele recorda que outra ação conjunta, entre a empresa e os irrigantes, proporcionou uma maior autonomia ao perímetro nos períodos de estiagem. Economizando água no período de distribuição, que foi reduzido de 12 para 6 horas diárias.

“Em 2019, em parceria, a Cohidro forneceu a retroescavadeira e o operador, enquanto os produtores custearam o combustível gasto para a escavação de reservatórios com capacidade de 100.000 litros de água. Isso permitiu que a Cohidro liberasse a água para o enchimento dos reservatórios durante o período diurno, com uma recarga diária para o produtor irrigar no período da noite. Antes, com reservatórios menores, era preciso várias recargas durante a irrigação noturna”, pontou José Coelho.

José Ricardo dos Santos, irrigante do Jabiberi, sempre participa dos mutirões das obras de revitalização do perímetro. “Como sempre, através da Cohidro, a gente vem fazendo serviços para melhoramentos, para economizar sempre mais água. Que é o que a gente precisa. Para evitar perda de água, em buracos no canal, que foi todo renovado. A minha parte eu fiz e os outros produtores estão fazendo. Só não concluiu ainda por causa da chuva. A Cohidro está sempre nos ajudando aqui, eu quero agradecer e parabenizar o perímetro Jabiberi”, disse. Ao mesmo tempo, o pequeno pecuarista está animando com recuperação das estradas que está prestes a ocorrer. “É muito importante, está precisando de mais, há muito tempo que a gente vem sofrendo, que não teve nenhuma melhoria. E hoje, graças a Deus, nós temos uma promessa boa de melhorar os nossos caminhos, para a gente passar, porque está horrível”.

Em julho, o governador Belivaldo Chagas foi ao Jabiberi entregar 76 Termos de Concessão de Área, para regularização fundiária dos irrigantes e assinou um Termo de Cooperação entre a Cohidro e o Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER). O gerente do Jabiberi, José Fernandes de Oliveira, informa que, também nesta semana, uma equipe de engenheiros do DER foi ao perímetro fazer o levantamento das estradas. “São as estradas internas (que interligam os lotes à agrovila de moradores e também ao laticínio) que começam as obras. Mas a estrada que liga o perímetro à SE-170, asfaltada, também será recuperada. É por onde é escoada a produção do laticínio. Da mesma forma que as estradas do perímetro, depois de recuperadas, vão facilitar a entrega diária do leite para o beneficiamento”, avaliou, informando, ainda, que a obras estão dependendo das chuvas cessarem para terem início.

Belivaldo autoriza concurso da Emdagro com 55 vagas

Documento destina 10 vagas para Engenheiros Agrônomos, 10 para Médicos Veterinários e 35 para Técnicos Agrícolas, com atuação voltada ao interior de Sergipe

O governador Belivaldo Chagas oficializou a autorização para realização de concurso para provimento de cargos da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). O documento especifica a abertura de 55 vagas no total, com seleção de profissionais Engenheiros Agrônomos, Médicos Veterinários e Técnicos Agrícolas. Todos os selecionados serão lotados para atuação no interior do Estado.

A autorização visa ampliar os quadros da Empresa nas áreas de Assitência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa, Defesa Agropecuária e Ações Fundiárias, assegurando o desenvolvimento sustentável e o bem estar da sociedade. Para o cargo de Engenheiro Agrônomo são destinadas 10 vagas. O mesmo quantitativo é destinado ao cargo de Médico Veterinário, enquanto 35 vagas estão direcionadas a Técnicos Agrícolas. Haverá, ainda, formação de cadastro reserva para convocações futuras.

“Há muitos anos não havia o concurso, muitos servidores já se aposentaram ou foram embora. Então, esse novo quantitativo vai nos dar condições de ampliar nosso alcance, sobretudo no interior. Trabalhamos com aproximadamente 30 a 40 mil agricultores, e o concurso vai nos possibilitar avançar, principalmente em um momento em que o Brasil passa por uma grave deficiência em relação à assistência técnica e à defesa agropecuária. O concurso é de suma importância para o estado e o governador teve grande sensibilidade, pois a Emdagro é uma empresa que tem 60 anos e, por seu trabalho, precisa ter continuidade por muito mais”, afirma o diretor-presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza de Carvalho.

Com a autorização, a Secretaria de Estado da Admnistração (Sead) deverá prosseguir com a contratação da banca realizadora, a qual deve ser concluída no prazo de 30 dias. “Até o final de outubro deveremos lançar o edital. Em média, as provas acontecem no período de 45 a 70 dias após o lançamento do edital, o que neste caso significa até o mês de dezembro. Portanto, ainda em 2022 o concurso será realizado”, assegura o titular da Sead, Manuel Dernival Neto.

Histórico

A realização do concurso da Emdagro foi anunciada pelo governador Belivaldo Chagas ainda em dezembro de 2021, durante transmissão via redes sociais. Na oportunidade, o chefe do Executivo estadual apontou a defasagem nos quadros da empresa. “Há necessidade por conta de muita gente que foi para aposentadoria”, resumiu à época.

Jefferson Feitoza destaca algumas das diferentes demandas incorporadas pela Empresa em todo o território sergipano. “Fazemos a fiscalização de nossas fronteiras com todos os estados para que não entrem doenças não só de animais, mas também das culturas. Fazemos a inspeção de todos os frigoríficos do estado e o controle e fiscalização dos agrotóxicos que por aqui circulam. Prestamos assistência técnica, orientando os agricultores a produzirem para ter retorno financeiro, criando empregos. Portanto, este concurso é fundamental para a melhoria de nosso trabalho diário”, informa o presidente da Emdagro.

Censo estadual da aquicultura e pesca começa pelo município de Nossa Senhora do Socorro

A Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (SEAGRI) anunciou que nesta terça-feira, dia 6 de setembro, inicia a realização do Censo Estadual da Aquicultura e Pesca. O censo recolherá informações que servirão para a elaboração de políticas públicas para os setores aquícola e pesqueiro. O estudo é executado pelo Estado de Sergipe, sob a coordenação da Seagri, em parceria com a Prefeitura de Socorro, Associação de Criadores de Camarão de Sergipe (ACES), Universidade Federal (UFS), Instituto Federal de Sergipe (IFS), Observatório de Sergipe e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apoio das diversas entidades participantes do Núcleo de Pescado.

O gestor governamental e chefe da Assessoria de Planejamento da Seagri, Arlindo Nery, falou da necessidade de se obter dados oficiais sobre a produção aquícola e pesqueira. “Para planejarmos políticas públicas é necessário entendermos como está a cadeia produtiva. Neste sentido, estamos cumprindo as orientações do Secretário de Estado da Agricultura e Pesca, Zeca da Silva, no sentido de fazer este levantamento. Estamos iniciando por Nossa Senhora do Socorro, através da Secretaria Municipal de Agricultura, Irrigação e Pesca que se disponibilizou para ser uma experiência piloto. É um município com produção bastante relevante que servirá de modelo para aplicarmos a metodologia nos demais municípios”, pontuou.

O gestor da Secretaria de Agricultura, Irrigação e Pesca do município de Nossa Senhora do Socorro, Davi Lopes Fernandez, disse que existe possibilidade de a produção ser maior do que a estimada atualmente. “Em 2019 fizemos um levantamento prévio e contatamos um valor de produção de R$18 milhões, de lá para cá estimamos um aumento de 40% no valor da produção de camarão, peixe e outros pescados”. Ele explicou que a prefeitura entrou na parceria de realização do censo disponibilizando os pesquisadores e a logística local necessária. “Estamos disponibilizando seis pesquisadores para aplicação dos questionários e material de georreferenciamento”, detalhou Davi.

O presidente da Associação dos Criadores de Camarão (ACES), Luiz Marques, falou da importância da participação dos pesquisadores locais que têm credibilidade junto aos produtores. “Foi uma decisão certa deixar a aplicação dos questionários por pesquisadores do município, indicados pela prefeitura. Eles já conhecem a região e os produtores que também se sentem tranquilos em responder para quem já conhece”. Já o representante da UFS, José Milton Barbosa, destacou o sentido deste cadastramento para os produtores. “Esse dimensionamento serve para verificar quem são os produtores, quanto se produz, qual a espécie produzida, qual a área de produção, para que os criadores possam pleitear suas necessidades junto ao poder público”.

A expectativa das instituições é concluir a 1ª etapa – carcinicultura – do levantamento a ser realizado em Nossa Senhora do Socorro no prazo de trinta dias úteis. Depois, as respostas dos produtores serão tratadas e vinculadas ao levantamento georreferenciado que proporcionará dados fidedignos da aquicultura e pesca da região. Todo trabalho de tratamento dos dados será realizado pelas equipes da Seagri e do Observatório de Sergipe, concluindo com a tabulação final por parte da equipe do IBGE.

Conforme informou o gestor governamental e chefe da Asplan da SEAGRI, no mês de outubro, depois da avaliação do projeto-piloto e possíveis ajustes, a pesquisa será replicada nos demais municípios.

Pecuarista sergipanos exibem o bom momento na produção de leite

A festa “Amigos do Leite” é uma tradição no povoado Santa Rosa do Ermírio, em Poço Redondo

Produtores do alto sertão sergipano realizam a 11ª edição da festa “Amigos do Leite” entre os dias 01 a 03 de setembro, no povoado Santa Rosa do Ermírio, em Poço Redondo. O evento tem como principal objetivo reunir os produtores de leite da localidade, e está consolidado como o maior da região. Segundo os organizadores, só neste povoado é registrada uma produção de mais de 200 mil litros de leite ao dia. A programação contou com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca, da Emdagro, e tornou-se espaço de oportunidade de venda para empresas do agronegócio.

De acordo com o organizador, Odair José, a festa atrai expositores de todo o Nordeste e funciona como um cartão-postal do que é produzido na região. “Realizamos a festa com a participação de 60 amigos, produtores de leite, sendo pequenos, médios e grandes e contamos atualmente com 180 animais puros, da raça Girolando, devidamente registrados. Também esse ano estamos com 300 agricultores familiares participando do evento”, disse Odair, que é produtor rural, ao destacar na programação do evento a realização de uma palestra sobre nutrição animal, tendo como mediador um zootecnista da Universidade Federal de Sergipe.

A produção de leite no Estado cresceu 28,99% no primeiro trimestre de 2022, se comparado ao mesmo período do ano passado, de acordo com um estudo recente realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta que Sergipe produz, em média, 1 milhão de litros de leite por dia. Tais dados, colocam Sergipe em destaque, já que a produção caiu na maioria dos estados brasileiros e na média nacional. Um dos motivos para o aumento da produtividade se deve ao investimento em tecnologias, como também às melhorias no manejo sanitário e na capacitação dos produtores.

Cohidro e irrigantes de Itabaiana querem implantar campos experimentais de agricultura regenerativa para batata-doce

Agricultores atendidos com irrigação pública pretendem implantar dois campos experimentais de agricultura regenerativa em lotes de produtores de batata-doce do Perímetro Irrigado Jacarecica I, mantido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Itabaiana. A técnica, que busca a recuperação dos solos e das características perdidas pelo uso excessivo de agentes degradantes, possibilita a restauração de todo o sistema de produção de alimentos, e foi apresentada aos irrigantes no início do mês, por um especialista em microbiologia e melhoramento genético. Em encontro com agricultores, técnicos da Cohidro e do Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec), ele falou sobre a tecnologia, que utiliza insumos agrícolas à base de microrganismos, inoculantes, probióticos e ácido silícico.

Para saber mais e conhecer a aplicação in loco, os agricultores também querem fazer uma visita de campo a uma fazenda na Bahia, onde a técnica já foi testada nesse tipo de plantio. O engenheiro agrônomo Lúcio Argôlo explicou aos agricultores e técnicos como funciona a sua experiência em Teixeira de Freitas (BA), que elevou a produção de 13 para 30 toneladas por hectare. “O meio ambiente está muito degradado e, por isso, os próprios produtos químicos deixam de fazer efeito com o passar do tempo, porque a planta está sob estresse constante. Então, a gente recompõe toda essa fase de solo e a nutrição da planta em si de uma forma natural, e fazemos a diminuição desses químicos, com a utilização de produtos biológicos, trazendo maior sanidade a essa planta e maior eficiência, com menor custo”, explicou.

Isaias Costa, irrigante do perímetro Jacarecica I, informou que quer separar um espaço para o especialista testar o novo produto. “Eu gostei da demonstração; a palestra foi boa, só estou aguardando a convocação para a gente ir até essa fazenda e ver como funciona a coisa. Estou interessado. Quero ver se consigo fazer alguma coisa também pelo meu terreno, em um lugar pequeno. A expectativa aqui é produzir mais e diminuir custo, pois a gente gasta com coisas que nem precisa”, expôs o agricultor, que é assistido pela Cohidro com o fornecimento de água para irrigação e assistência técnica agrícola.

Segundo Fernando Andrade, engenheiro Agrônomo da Cohidro, tanto a empresa pública quanto os produtores aprovaram a tecnologia apresentada, pelos resultados alcançados no estado vizinho. “O trabalho é uma experiência desenvolvida junto a produtores de batata-doce de Teixeira de Freitas, com a utilização de bioinsumos, que vêm aumentando potencialmente a produção agrícola e a rentabilidade. Como consequência da reunião, foi abordada a realização de uma visita dos técnicos e produtores do perímetro ao município baiano, no sentido de conhecer os trabalhos lá desenvolvidos e, em seguida, disponibilizar área para a realização de experimento no perímetro de Itabaiana, para a consequente difusão e apropriação da tecnologia”, explicou.

Após assistir à apresentação do case da lavoura baiana onde já é aplicada a agricultura regenerativa, Dione Passos, também irrigante do perímetro Jacarecica I, passou a acreditar que, se tornando mais sadia, sua batata-doce terá maior valor agregado de venda. “Ele pode nos ajudar porque estamos correndo atrás de melhoria, que é o que o mercado exige. Então eu acredito que isso vai sim melhorar a nossa vida, o nosso planejamento, para obtermos uma mercadoria melhor. Ela estando mais bonita, melhora o preço de venda e, é claro, se torna melhor de vender, melhor de comércio”, avaliou o agricultor após o encontro, do qual também participou o gestor de Biotecnologia do SergipeTec, Alexandre Guimarães, que fez a aproximação entre os agricultores e a tecnologia da agricultura regenerativa, trazida ao estado pelo especialista.

Agricultores familiares precisam estar formalizados para participar do Alimenta Brasil

Cohidro orienta produtores dos perímetros irrigados na preparação para o envio de propostas de entrega de alimentos ao programa

Agricultores familiares de todo o país estão na expectativa para que o Governo Federal abra o prazo para o recebimento de propostas para o Programa Alimenta Brasil (PAB). No final de julho, a Medida Provisória 1130/22 autorizou a liberação de R$ 500 milhões para o programa, que atua na aquisição de alimentos da Agricultura Familiar. Em Sergipe, a equipe da assistência técnica que atua nos perímetros irrigados estaduais presta assessoria às associações e cooperativas de irrigantes, para que estejam formalizadas e aptas à participação no PAB; e também no envio e execução das propostas.

A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) calcula que, em 14 anos, os perímetros irrigados estaduais movimentaram mais de R$ 10,6 milhões através dos quase 1.700 projetos aprovados, somando a entrega de 4,2 mil toneladas de alimentos produzidos por agricultores irrigantes ao PAB (antes chamado Programa de Aquisição de Alimentos – PAA). Na modalidade ‘Compra com Doação Simultânea’, o programa realiza a doação dos alimentos adquiridos a entidades que atendem pessoas socialmente vulneráveis. O quantitativo é suficiente para alimentar, pelo período médio de um ano, 155.701 pessoas em situação de insegurança alimentar.

O técnico da Diretoria de Irrigação da Cohidro, Sandro Prata, explica que tanto o agricultor quanto as entidades representativas, que farão as propostas, precisam estar formalizadas. “Primeiro o produtor precisa atualizar a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) para a pessoa física junto à Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe). Este documento atesta a condição de agricultor familiar, que é necessária para participar do Alimenta Brasil. A partir dessa DAP individual, as associações e cooperativas emitem a DAP de pessoa jurídica. Também é necessário que estas instituições façam o cadastro institucional e de seus integrantes no Sican (Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais, Público do Programa Alimenta Brasil, Cooperativas, Associações e demais agentes), para que na hora de enviar as propostas, por este mesmo sistema, elas serem reconhecidas”, explica.

Andressa Moraes é tesoureira da Associação Comunitária e Produtiva dos Moradores do Povoado Fazenda Grande e Adjacências, que está atualizando sua documentação para participar do PAB. “Estamos encaminhando toda a documentação após a DAP jurídica ter sido aprovada, para que a gente possa participar do Alimenta Brasil. A Cohidro tem nos ajudado muito, com orientação a respeito de como fazer a Declaração de Aptidão, fazendo o acompanhamento técnico aqui junto aos produtores. É muito importante ter esse acompanhamento, e o gerente está sempre à disposição para nos ajudar”, relata.

Irrigante do perímetro Piauí, Elvis Barbosa está fazendo a DAP pela primeira vez, também com o auxílio da Cohidro. “A palestra sobre a formalização da DAP foi muito boa, porque tivemos muita informação. O pessoal foi bem minucioso, passou a documentação necessária que a gente precisa. Foi bem detalhado. Essa regularização de documentos vai me ajudar a abrir muitos caminhos até o financiamento de minha produção”, pontua o produtor. Para ele, participar do Alimenta Brasil “é uma oportunidade para fazer um bom escoamento da produção, pois o preço é bem melhor do que o da região”.

Em reunião realizada no último dia 17, agentes de crédito do Banco do Nordeste apresentaram a linha de crédito rural ‘Agroamigo’ aos produtores do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto. Durante o encontro, os técnicos da Cohidro expuseram os benefícios de ter a DAP, que também é necessária ao cadastro deste tipo de financiamento para a Agricultura Familiar. “Falamos sobre a DAP jurídica e sobre a importância dos produtores participarem da associação, porque alguns deles ainda não sabiam. Os incentivamos a participar, porque segundo o Governo Federal, está para sair este dinheiro para comprar produtos da agricultura familiar através da Conab”, destacou o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida.

Barragens cheias animam produção irrigada em perímetros estaduais

Perspectiva é de não faltar água para produção agrícola nos períodos de estiagem

As barragens que fornecem água aos perímetros irrigados de Poção da Ribeira e Jacarecica I, em Itabaiana; Jacarecica II, em Malhador; Piauí, em Lagarto; e Jabiberi, em Tobias Barreto, estão cheias graças ao período de chuvas contínuas no estado de Sergipe. Esta notícia afasta o risco de desabastecimento hídrico nos períodos de escassez de chuvas, regularizando a situação da irrigação pública ofertada pelo Governo do Estado nestes polos de produção agrícola. Já entramos na segunda quinzena do mês de agosto, quando em anos anteriores esses reservatórios já tinham começado a ser usados para a irrigação, e a chuva ainda cai, mantendo o nível máximo das barragens e dispensando a rega das plantas na maioria dos dias.

Segundo a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), é sempre neste mês que as chuvas se tornam menos frequentes e as lavouras voltam a ter necessidade de serem irrigadas, quando se retoma o serviço de irrigação nos seus perímetros irrigados. Para o engenheiro agrônomo desta empresa pública, Paulo Feitosa, este serviço tem uma grande importância socioeconômica para o Estado.

“Em repetição, anualmente, são áreas plantadas de em torno de 6.000 hectares irrigados. Nessas áreas, a exemplo de 2021, colhem mais de 90 mil toneladas de produtos agrícolas dos campos irrigados, isso praticamente está beneficiando por volta de 1.500 pequenas famílias, já que aqui a nossa base é a produção familiar”, destacou Paulo Feitosa. No ano passado, o valor da produção dos agricultores atendidos pelos seis perímetros estaduais foi de mais de R$ 137 milhões. “Isso é de extrema importância não só para as pessoas que vivem disso, o pequeno produtor, mas toda a movimentação da economia local, porque dentro da produção agrícola você envolve maquinários, assistência, insumos, adubos, sementes etc. Então, nisso tudo há uma movimentação dinâmica muito grande no local e no regional”, concluiu o agrônomo da Cohidro.

Agricultor irrigante que produz com a água fornecida pelo perímetro Jacarecica I, José Valdeir dos Santos está satisfeito com a chuva caindo ainda em agosto, esperançoso para um verão de grande produção, com a água que a barragem cheia acumulou. “Melhor assim, porque nós aqui plantamos no período de verão, então o período de inverno estamos quase parando. Só algumas lavouras que aguentam chuva, como o pepino e a alface, que precisa da terra bem molhada. [A barragem cheia] a gente vê assim com muita alegria. Sofremos tanto com a seca que tivemos, e agora ver ela assim transbordando, é só saúde agora, para começar um verão com força total. Quando tirar aqui agora [o pepino] vai ser a batata-doce, que é a mais plantada durante o verão. Ela e o amendoim”, adiantou.

Segurança Hídrica

O engenheiro agrônomo Paulo Feitosa, com base no acompanhamento feito pela própria Cohidro e pela Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, reforça que todas as barragens administradas pela empresa estão com 100% do volume útil reservado. “Neste ano, graças a Deus, todos os reservatórios verteram durante um bom tempo e alguns ainda continuam. Isso praticamente está assegurado [água] para, talvez, até o próximo inverno. Nós estamos com uma perspectiva muito boa e não visualizamos carência hídrica para a atividade advinda desses reservatórios. São cinco barragens do Estado que têm a finalidade de fornecer água para a irrigação, no caso da exploração agrícola, principalmente de culturas olerícolas. Sendo que quatro delas destinam-se também para o consumo humano”, destacou.

Emdagro entrega sementes de arroz aos produtores do Baixo São Francisco

Produtores prejudicados pelo excesso de chuvas recebem maior quantidade de sementes

Estamos no período de plantio do arroz em Sergipe que iniciou em julho e vai até final de setembro. Para a safra 2022, os irrigantes parceleiros dos perímetros irrigados de Cotinguiba/Pindoba, Betume e Propriá, no Baixo São Francisco, receberam 125 toneladas de sementes certificadas de arroz, doadas pelo Governo Estadual, por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). Segundo os agricultores, este foi um dos anos mais aguardados para o recebimento das sementes subsidiadas pelo governo, em virtude dos danos causados pelas chuvas que afetaram a colheita do grão na safra anterior.

O presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza de Carvalho, foi quem fez a entrega oficial, representando o Governador Belivaldo Chagas e o Secretário de Estado da Agricultura Zeca da Silva, e contou com as presenças da Secretária de Agricultura de Ilha das Flores, Celi Calulby, do Coordenador Regional da Empresa, Paulo Roberto Barbosa, dos supervisores locais dos municípios de Propriá e Neópolis, Edmundo Gualberto Batista e José Heriberto Vieira, respectivamente, e do Coordenador de Desenvolvimento Rural, Ary Bomfim.

Jefferson destacou que o programa de distribuição de sementes possibilita o incremento da produção de alimentos para consumo familiar, como também para a geração de excedentes comercializáveis, gerando emprego e renda ao produtor rural. “O Governo do Estado faz anualmente a aquisição e distribuição de sementes certificadas de arroz aos produtores da região do Baixo São Francisco, por entender a importância econômica e social dessa atividade no Estado de Sergipe”, destacou.

O presidente frisou também que, com o advento dos danos e perdas de safra no ano passado, provocados pelo excesso de chuvas e, consequentemente, acamamento da cultura de arroz, muitos produtores de arroz foram prejudicados. “Ao todo 59 produtores, 15 do perímetro irrigado de Betume e 44 do Cotinguiba/Pindoba, foram os mais prejudicados com o excesso de chuvas. Para estes produtores, o Governo do Estado distribuirá uma quantidade maior de sementes de arroz, como forma de compensação pelas perdas ocorridas, isso tudo em comum acordo com as representações dos perímetros irrigados, Secretaria de Estado da Agricultura e Emdagro”, destacou o presidente.

O secretário de Estado da Agricultura disse que Sergipe reafirmou a decisão de assegurar mais sementes para os produtores que tiveram perda total. “Não poderíamos deixar o produtor sem a condição de plantar, portanto, aqueles que tiveram perda total está recebendo mais sementes para compensar o prejuízo”. Conforme informou o secretário, citando dados do IBGE, Sergipe é o terceiro maior produtor de arroz do Nordeste com estimativa de produzir 39.281 toneladas na safra 2022, e deve manter-se como o maior em rendimento médio da região na produção de arroz com 7.654 Kg/ha.

Segundo o produtor Carlos Alberto de Freitas, conhecido como Gararu, as sementes entregues pelo Governo do Estado são de boa qualidade. “São sementes certificadas das variedades Catiana e 431 que se adaptaram muito bem à nossa região, garantindo uma produtividade muito boa, ou seja, aproximadamente 10 toneladas por hectare produzido”, contou Gararu.

Também estiveram presentes na entrega das sementes representantes da Associação do Perímetro Irrigado de Propriá, Crizelvan Souza Cardoso, da Associação do Perímetro Cotinguiba/Pindoba, João Marcos R. Santos, da Associação do perímetro irrigado de Betume, Carlos Alberto de Freitas, Genivaldo Souza Rocha e Ezio Ramos.

Governo

Última atualização: 22 de agosto de 2022 09:57.

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