Produtores estão otimistas com produção de cacau em Sergipe

Hoje temos cerca de 12 produtores em quatro municípios do sul sergipano cultivando em uma área aproximada de 22 hectares

Produtores de Arauá, Umbaúba, Santa Luzia do Itanhy e Indiaroba já praticam o cultivo comercial do cacau como mais uma alternativa viável no processo de diversificação da fruticultura na região sul sergipana. A cacauicultura vem sendo usada no estado como possibilidade para enfrentar principalmente as baixas de preços e o combate a pragas e doenças que têm dificultado o avanço da citricultura. Em 2019, o plantio foi normatizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que aprovou o Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura do cacau no Estado de Sergipe.

Segundo o zoneamento feito pela Secretaria de Política Agrícola do MAPA, o cacaueiro é uma frutífera perene, arbórea e, por ser uma planta que tolera sombra, pode ser consorciada com diferentes culturas. É exigente em calor e umidade, adaptando-se bem a regiões com temperatura média anual em torno de 23ºC a 25ºC, com um período de estiagem não superior a dois meses e um mínimo de 1.200 mm anuais de chuvas necessários ao bom desenvolvimento do cultivo. Quando propagado por estaquia ou enxertia começa a produzir frutos com dois anos, prolongando-se até trinta anos após o plantio.

O plantio de cacau vem sendo implementado e estimulado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e sua Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). O presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza de Carvalho, explicou que em 2009, com a crise na citricultura, os agricultores receberam do governo mudas certificadas e fertilizantes para desenvolver culturas alternativas como o cupuaçu, açaí e cacau. “Até agora, o cacau apresentou melhor desenvolvimento. Hoje temos cerca de 12 produtores em quatro municípios do sul sergipano, cultivando em uma área aproximada de 22 hectares, uma produção estimada de 480 arrobas por ano”.

Intercâmbio com produtores baianos

Para o secretário de estado da Agricultura, Zeca da Silva, a produção continuará recebendo apoio do Governo de Sergipe. “Historicamente a produção cacaueira é bastante importante para o agronegócio brasileiro, hoje posicionando nosso país como o 7º produtor mundial. Se depender do governo, Sergipe não ficará de fora desse contexto”, disse Zeca. O engenheiro agrônomo da Emdagro, Luiz Fernandes de Oliveira Silva, dá um exemplo do intercâmbio realizado neste mês de novembro com produtores baianos, numa demonstração do interesse local. Disse que o Governo estadual, com apoio financeiro do Ministério da Agricultura, promoveu um intercâmbio com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), localizada em Ilhéus (BA).

“Fomos em um grupo de 14 pessoas, sendo seis técnicos e oito produtores que estão com a cultura implantada. O resultado foi excelente, possibilitando que possamos aplicar maior eficiência no manejo da lavoura cacaueira em todas as fases da cadeia produtiva. Lá tivemos conhecimento sobre técnicas de propagação, poda, formação da copa, enxertia, tratos de tolerância à pragas, colheita e beneficiamento do cacau”, detalhou Luiz Fernandes, que também é chefe da Unidade Regional da Emdagro de Boquim

Produtores otimistas

O testemunho otimista dos agricultores demonstra ampliação da área plantada e da produção, que resulta numa fonte de renda a mais para suas famílias. Um dos exemplos é o agricultor Manoel Conceição Nogueira, do povoado Sucupira, município de Arauá. Em sua propriedade a Emdagro implementou uma Unidade de Observação consorciada com a banana. “Tenho um hectare de cacau já maduro que colho três vezes por ano e outro plantio irrigado em crescimento à sombra das bananeiras, ao todo são 2 mil pés. A renda melhor vem dos caroços (amêndoas do cacau) que vendo para compradores da Bahia”, conta o produtor. Segundo os técnicos, ele também é exemplo em diversificação e rotação de culturas. Para complementar a renda Manoel também planta e vende mandioca, banana, maracujá, goiaba, laranja, tangerina e limão.

Outro exemplo de produtor otimista com os resultados do cacau é José Ângelo de Souza, morador do povoado Limoeiro, em Arauá. Conhecido como Zé de Chico, ele era carreteiro, passou a ser produtor de laranja e hoje é um dos pioneiros na produção de cacau em Sergipe. “Comecei com duas tarefas e meia, hoje estou com 11 tarefas plantadas com cacau. Acho que a principal vantagem é o preço, muito melhor que a laranja”, destacou. Zé de Chico conta que tem uma renda anual de R$ 120 mil só com cacau. Agora em 2021, ele diz completar a comercialização de 280 arrobas de amêndoas de cacau que já tem comprador certo, em Santo Antônio de Jesus (BA).

Fotos: Vieira Neto

Banana-da-terra surge como cultivo viável na irrigação pública em Riachuelo

Perímetro irrigado não precisa bombear água, por isso não repassa tarifa aos irrigantes

Até hoje, era pouco provável encontrar plantios comerciais de banana-da-terra nos perímetros irrigados estaduais administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri). Mas isso mudou quando Francisco de Araújo, agricultor no município de Riachuelo, em seu lote no Perímetro Irrigado Jacarecica II arriscou e teve êxito plantando e colhendo a variedade de banana para comer cozida, frita ou assada, e que faz parte da lista de alimentos saudáveis da maioria dos nutricionistas. Empreendedor, o irrigante vende frutas e hortaliças em uma banca no Mercado do bairro Augusto Franco, na capital, e passou a repassar a sua banana-da-terra aos clientes por um preço bem mais em conta e fresca, se comparado à época em que trazia a fruta da Bahia.

“Porque a banana da terra aqui, na nossa região, não tinha e vinha da Bahia, de fora, muito cara. Como eu tinha a [banana] prata, eu disse: é uma banana que eu vou fazer um teste aqui na minha área. Daí comprei ‘10 filhas’ [mudas que nascem ao pé da bananeira adulta], plantei e deu certo. Depois eu ampliei a plantação e tá dando bem ela”, avaliou Francisco de Araújo. O agricultor contabiliza que a produção da banana-da-terra já está compensando o investimento e a intenção é aumentar o tamanho da área ocupada pelo fruto, em seu lote de 8,5 hectares. “Eu já cheguei a tirar cachos de 45 kg e já cheguei a tirar aqui de 50 a 52 caixas de banana por semana, só dá terra”, comemorou o irrigante. 

Francisco de Araújo reconhece que a sua plantação de banana-da-terra só se tornou possível com o uso da irrigação, que em seu caso, é feita de forma racional. Ele usa sistemas que não desperdiçam água, molhando somente as raízes da planta. “É irrigada, no caso quando chega na época do verão a gente molha de 2 em 2 dias, ou de 3 em 3 dias a gente está dando uma ‘molhadinha’ nela. Eu tenho irrigação por gotejamento e tenho pelo microaspersor. A água vem da barragem do Jacarecica II. A irrigação é a parte fundamental. Sem a irrigação, esse bananal todo bonito, verde, estaria tudo virando e caindo. Sem água não vai para frente. Esse perímetro irrigado aqui foi uma benção de Deus e a gente tá aqui nesse perímetro há mais de 20 anos já”, relembrou o agricultor.

Perímetro Irrigado Jacarecica II

Abrangendo Riachuelo e também partes de Areia Branca e Malhador, o perímetro garante o sustento de aproximadamente 3 mil pessoas, dando acesso à assistência técnica e a água fornecida pela Cohidro sem nenhum custo compartilhado com o agricultor, já que ela chega aos lotes pela força da gravidade, sem bombeamento, como informou o gerente do perímetro Jacarecica II, Osvaldo Andrade. “Nós temos uma barragem de 31.000.000 m³ de água (muito grande) que fica em uma parte alta, e os lotes ficam mais embaixo. A água sai por gravidade, em uma tubulação de 1.200mm e chega nos lotes em 75mm, por isso que dá essa pressão. Todos os lotes aqui são irrigados e não tem problema nenhum com água, porque dá para todo mundo e ninguém perde pressão por causa do volume de água que existe lá no reservatório”, destacou.

É parte das orientações feitas pela assistência fornecida pelos técnicos da Cohidro, neste e nos outros cinco perímetros, a exploração dos lotes irrigados com uma grande variedade de cultivos. Para evitar grandes perdas, por conta de pragas e doenças, e o excesso de produção dentro do perímetro, que inviabiliza o escoamento das safras. Seu Francisco segue isso à risca. Além da banana-da-terra, ele ainda planta as bananas prata, ‘pão’ e ‘maçã’; mamão; abacaxi; batata-doce dos tipos ‘cenoura’, ‘beterraba’, da roxa e branca; macaxeira e ainda inhame. “No Jacarecica II tem de tudo, a maior parte é acerola e batata-doce; tem amendoim, milho, todas as variedades têm. Aqui é assim, eles não plantam muito de um produto. Dividem os lotes, todo mundo planta um pouco de tudo e não falta nada. E não falta água, sempre tem água pra todo mundo”, complementou Osvaldo Andrade.

Fida destaca potencialidades das comunidades apoiadas pelo Dom Távora no Baixo São Francisco

Publicação traz testemunho dos beneficiários ressaltando melhoria nas condições de trabalho, na produção e na renda

Uma notícia publicada em âmbito internacional, nas versões inglês e espanhol, pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), destaca as belezas naturais do Rio São Francisco, as potencialidades das comunidades ribeirinhas em Sergipe e, também, as ações apoiadas pelo Projeto Dom Távora para fomento da pesca, turismo de base comunitária e inclusão social.

“Em breve, os visitantes terão a oportunidade de vivenciar a beleza serena da região, graças ao recém-concluído projeto Dom Távora e à implantação do Roteiro de Turismo Sustentável. O projeto, liderado pelo Governo de Sergipe com o apoio do Fida e outros parceiros, representa um esforço para levar turismo de base comunitária ecologicamente correto para a área. Os visitantes poderão navegar rio abaixo, seguir trilhas para caminhadas na floresta, comer peixes recém-pescados em restaurantes locais e navegar pelo artesanato feito à mão de artesãos locais”, introduziu o texto.

A reportagem pontua que “além do trabalho na Rota (do Turismo), Dom Távora tem apoiado os pescadores locais melhorando o acesso aos mercados, ajudando-os a desenvolver suas capacidades e doando barcos e outros equipamentos de pesca”, bem como doando computadores e impressora, mesas e cadeiras, numa relação equilibrada entre tradição e inovação.

O texto traz testemunho dos beneficiários ressaltando melhoria nas condições de trabalho, na produção e na renda. Em uma das falas, Zilda de Sousa, fundadora e presidente da Liga das Pescadoras da Aldeia do Serrão diz: “Não precisamos mais pescar durante o dia, agora, temos a opção de ir depois do pôr do sol também, e assim pescamos mais. O pescador que costumava pescar 3 ou 4 quilos por dia agora pode pegar 10 ou 12 quilos”. Em outro trecho a publicação complementa destacando que “a produção também aumentou em Saramém, nas proximidades. Os aldeões conseguiram aumentar seu rendimento de 57 toneladas em 2018 para 105 toneladas em 2020”.

A publicação realça o atendimento ao público prioritário do projeto Dom Távora que são as mulheres, jovens e comunidades tradicionais quilombolas. A equipe do projeto investiu na convergência das potencialidades locais como uma forma de envolver os beneficiários no mercado de trabalho, integrar vários setores da economia (hospitalidade, artesanato, gastronomia) e aumentar o apreço pela cultura local.

Finaliza com o entendimento de que “a pandemia COVID-19 apresentou grandes desafios imprevistos que prejudicaram esses potenciais (nos dois últimos anos). Mesmo assim, Dom Távora conseguiu apoiar os pescadores locais e suas comunidades, reavivar o interesse pelo turismo e aumentar o orgulho dos produtores locais por suas tradições e otimismo para o futuro”.

Para ler a notícia do Fida na íntegra, basta clicar no link que segue: Às margens do São Francisco, onde convergem pesca, turismo e inclusão social

Sergipe inicia segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa

A meta é imunizar todos os animais de até dois anos de idade

A partir do dia 1º de novembro, teve início em todo o Estado de Sergipe, a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa, coordenada pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), órgão ligado à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Nessa etapa, que se encerra no dia 30 de novembro, devem ser vacinados bovinos e bubalinos (búfalos) com até 2 anos de idade, o que contabiliza cerca de 450 mil animais nessa faixa etária.

De acordo com a coordenadora do Programa de Controle e Erradicação da Febre Aftosa (responsável pelo Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa) da Emdagro, Adriana Frias, a meta nesta etapa de novembro é ultrapassar os 95% de animais imunizados. A primeira etapa, ocorrida em maio, envolveu 40.421 propriedades rurais com 1.045.667 de bovinos e búfalos. Foram imunizados 964.461 animais, em 35.380 estabelecimentos. “A vacinação é obrigatória e indispensável para manter o Estado de Sergipe livre da doença com vacinação, o que já acontece há 26 anos, e o desafio é evoluirmos nosso status sanitário, num futuro próximo, para área livre da aftosa sem vacinação. Para isso, precisamos vacinar, no mínimo 90% do rebanho, índice determinado pelo Ministério da Agricultura.

Para essa segunda etapa, o criador deverá ficar atento à Portaria nº 160/2021 da Emdagro, que estabelece a obrigatoriedade da apresentação do documento de identificação do proprietário dos animais ou de seu representante, neste último caso, mediante procuração assinada em duas vias e registrada em cartório, no momento da declaração de vacinação, bem como o preenchimento completo do formulário de declaração que se encontra do site da empresa, através do endereço eletrônico:

As vacinas podem ser adquiridas em uma das 97 casas agropecuárias credenciadas na Emdagro para a comercialização deste produto. “A imunização ocorre até o dia 30 de novembro, e o prazo para declarar vai até 10 de dezembro à empresa, apresentando a classificação do rebanho, por sexo e idade, e a nota fiscal de compra das doses aplicadas”, alertou a diretora de Defesa Animal da Emdagro, Aparecida Andrade.

Segundo ela, a declaração poderá ser feita também através do site da empresa em www.emdagro.se.gov.br, ou pelo WathsApp em 79 9 9191-4341 (através do envio do formulário preenchido e assinado junto com cópia do documento de identificação do proprietário dos animais para o email codea@emdagro.se.gov.br ou para o wathsapp 79 9 9191-4341) ou ainda presencialmente em um dos escritórios da Emdagro mais próximo.

Seagri e municípios do Alto Sertão formalizam cooperação para o PAA Leite

Programa irá adquirir produção leiteira familiar e doar a pessoas em risco alimentar em seis municípios

Na última semana, o Governo do Estado começou assinar os Termos de Cooperação que formalizam a participação de seis municípios do Alto Sertão no Programa de Aquisição de Alimentos – PAA Leite: Monte Alegre, Gararu, Glória, Canindé, Porto da Folha, Poço Redondo. A Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) já lançou Edital, para habilitação de cooperativas e laticínios formalmente constituídos, para prestação de serviços de captação, transporte, beneficiamento e distribuição do leite bovino, tipo “C”, em saquinho, oriundo da agricultura familiar. No total, serão investidos mais de R$ 3,7 milhões no Programa, com recursos do Governo de Sergipe e do Ministério da Cidadania.

Por meio do PAA Leite, o Governo do Estado irá adquirir a produção da bacia leiteira, facilitando o escoamento da produção, gerando renda para pequenos criadores e fomentando a circulação de riqueza nos municípios. Entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022, serão adquiridos mais de 1,3 milhão de litros de leite, atendendo aproximadamente 223 agricultores familiares produtores de leite.  Segundo o secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, o programa também irá beneficiar famílias que se encontram em insegurança alimentar e nutricional, a quem esse leite será entregue. “Está prevista a doação de leite a 30 entidades socioassistenciais e mais de 4 mil famílias beneficiárias, no período. É uma forma de combater a insegurança alimentar, mitigar a pobreza rural e, ao mesmo tempo, fortalecer a bacia leiteira do Estado. Por essa razão, o PAA Leite é tão comemorado pelos municípios. Estamos felizes com a retomada do programa em Sergipe”, destacou o secretário André Bomfim.

Na quinta-feira (05), em visita ao Alto Sertão, ele esteve com o prefeito de Poço Redondo, Júnior Chagas, para assinatura do Termo de Cooperação. Segundo o prefeito, o momento foi de grande alegria. “Nós sabemos da vulnerabilidade das famílias de Poço Redondo e, por isso, o PAA Leite é uma ação que merece os nossos aplausos. É uma forma de melhorar a qualidade de vida do nosso povo, ao mesmo tempo em que proporciona a circulação de recursos no município. Serão mais de 60 mil litros de leite por mês chegando para as famílias mais necessitadas de Poço Redondo”, disse o prefeito.

A prefeita de Nossa Senhora da Glória, Luana Oliveira, que firmou Cooperação com a Seagri na quarta-feira (04), também acredita que o PAA Leite irá fortalecer o setor produtivo da agricultura familiar na ‘Capital do Sertão’. “O Programa vai garantir a compra do leite produzido pelos pequenos agricultores familiares, gerando renda e melhoria na qualidade de vida para os produtores rurais. Acredito na força dessa parceria da Secretaria de Estado da Agricultura com o nosso município, trazendo benefícios para o nosso desenvolvimento socioeconômico, e envolvendo toda a cadeia produtiva do leite”, concluiu.

As inscrições de Cooperativas e Laticínios na Chamada Pública do PAA Leite estão abertas até as 13h do dia 23 de agosto, e a documentação pode ser enviada para o endereço eletrônico cpl@seagri.se.gov.br. O edital completo pode ser acessado no site www.seagri.se.gov.br.

Terminal Marítimo sergipano exporta primeiro grande carregamento de milho para o mercado norte-americano

Fluxo de 60 mil toneladas de grãos cria janela de exportação e abre oportunidades para produtores de Sergipe

Na última semana, o Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB), localizado na Barra dos Coqueiros, realizou a segunda etapa de uma grande exportação de milho. Originado do Oeste da Bahia, o carregamento parte de Sergipe para o mercado externo. Considerando as duas etapas do fluxo, 60 mil toneladas do grão, provenientes de lavouras baianas, embarcaram do terminal de Sergipe para o mercado norte-americano. O secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, agendou visita ao terminal e acompanhou a operação, que representa a primeira exportação do grão já registrada no Porto, e abre novas oportunidades para o agronegócio sergipano.

Em reunião realizada em abril, junto ao Governo do Estado, a VLI Logística, empresa que administra o Terminal, afirmou que o número de cargas que transitam pelo Porto vem crescendo, desde 2018. No mês seguinte, maio, a VLI divulgou a retomada do embarque de grãos e derivados via Sergipe, com o escoamento de 90 mil toneladas de farelo de soja para o exterior. De acordo com a empresa, com o novo fluxo de milho, mais um passo é dado para a consolidação do Terminal Marítimo Inácio Barbosa, como porta de escoamento para o agronegócio brasileiro. Este movimento atende a uma demanda crescente dos produtores do setor, sobretudo nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.

Para o secretário André Bomfim, o fluxo de exportação em Sergipe deverá gerar novas oportunidades de escoamento da produção do milho produzido no Estado, cuja safra, no ano anterior, superou as 847 mil toneladas, sendo considerada a maior dos últimos 20 anos. “Na próxima semana, articularemos reunião entre a Federação da Agricultura de Sergipe (FAESE) e a VLI, que é a empresa de logística responsável pela administração do Terminal, no intuito de verificar caminhos para potencializar ainda mais essa oportunidade. Acreditamos muito na parceria entre os setores público e privado para alavancar a agropecuária em Sergipe”, destacou o Secretário de Estado da Agricultura.

Segundo o gerente do Terminal, Rodmilton Oliveira, a VLI, operadora do Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB), o processo de exportação de milho se iniciou no último mês, quando foram exportadas as primeiras 30 mil toneladas. “Esse milho chega de caminhão, após percorrer cerca de 700 km em via rodoviária. A gente armazena e ele permanece aguardando a programação do navio para fazer a exportação”, explica. De acordo com ele, além do grão, uma variedade de produtos já vem sendo exportada pelo TMIB. “Tem o cimento, a gente tem a unidade de armazenamento aqui e envia para Manaus todo mês, além de outros produtos, como minério, cobre, fertilizantes, trigo, etc.”, afirma. 

Na avaliação da VLI, Sergipe tem um grande potencial para a exportação de grãos. “O Estado tem uma grande produção de grãos e, fazendo esse carregamento, a gente cria uma janela de exportação que dá visibilidade para os produtores de Sergipe. Abre uma nova possibilidade”, sinaliza. Bons ventos soprando do além-mar.

Projeto Dom Távora | Governo entrega fábrica de bolos em Santana do São Francisco

Trinta famílias serão diretamente beneficiadas pela agroindústria; Dom Távora já investiu mais de R$ 10 milhões no Baixo São Francisco

Para 30 famílias do Baixo São Francisco, chegou hora de empreender e agregar valor à mandioca, macaxeira, milho e demais produtos que cultivam. Esta semana, a Associação Pró-Desenvolvimento dos Produtores Rurais de Santana do São Francisco recebeu a Casa do Bolo Antônio Caetano de Aquino, entregue oficialmente pelo Governo de Sergipe, através do Projeto dom Távora. O empreendimento comunitário é um dos seis arranjos produtivos que receberam, naquele município, apoio financeiro e suporte técnico. De forma compartilhada, agricultoras e agricultores irão, literalmente, ‘por a mão na massa’ para beneficiar, na agroindústria, uma variedade de produtos, como bolos, massa de tapioca, sorvetes, etc., possibilitando o aumento de sua renda familiar e a profissionalização da atividade.

O Projeto Dom Távora é realizado com recursos do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e do Governo do Estado, que executa o projeto através da Secretária de Estado da Agricultura (Seagri) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). Para a Associação Pró-Desenvolvimento dos Produtores Rurais de Santana do São Francisco, foram destinados R$ 216.947,00, investidos na construção do prédio e aquisição de liquidificador, dois fornos, chapa, fogão e batedeira de linhas industriais; freezer; câmeras de monitoramento e projeto contra incêndio; botijões de gás; mesas; assadeiras, utensílios para preparo de alimentos; luvas e aventais. A contrapartida dos associados será o fornecimento da matéria prima, custos com energia elétrica e a mão-de-obra para começar a produzir.

Segundo o secretário de Estado de Agricultura, André Bomfim, o Dom Távora investiu, no Baixo São Francisco, mais R$ 10 milhões em projetos para o desenvolvimento das comunidades rurais – destes, R$ 1,4 milhão só em Santana do São Francisco. “A gente espera que essa inauguração possa, cada vez mais, gerar renda e emprego para o município. Já estamos dialogando, inclusive, com o poder público municipal para que esses produtos, que serão beneficiados pela Casa do Bolo, possam ser inseridos no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do município, agregando valor e favorecendo o escoamento da produção. O prefeito se comprometeu a avaliar essa possibilidade. Muito em breve, estaremos novamente no município, entregando também uma marcenaria, outra obra financiada pelo Projeto Dom Távora”, afirmou André.

Durante a entrega, o prefeito de Santana do São Francisco, Ricardo Roriz, agradeceu pelo investimento. “É uma satisfação o Governo trazer essa fábrica para Santana do São Francisco, para que os agricultores tenham mais um item para somar à sua vida financeira, para que possam contribuir ainda mais para o sustento de suas famílias, não apenas cultivando produtos agrícolas, mas também fabricando bolos deliciosos a partir do que o campo lhe fornece. E isso em uma produção não apenas dele, mas de toda família”, disse a secretários municipais, ao secretário André Bomfim, ao gestor do Projeto Dom Távora na Emdagro, José Valdomiro Menezes, e ao deputado federal João Daniel, presentes no ato simbólico.

Rildo Nascimento, presidente da Associação beneficiada com a Casa do Bolo, explica que o grupo está fazendo um cronograma de trabalho para organizar o compartilhamento dos equipamentos entre todas as famílias. “Isso aqui é um sonho antigo da gente, e vai ajudar bastante. São 30 famílias pobres que vão melhorar sua renda. Então vai ser uma força, uma grande mão para a gente. Vai ajudar bastante a escoar a produção. A gente trabalhava só na base de plantar e vender. Agora não, agora vai beneficiar o produto e vai render mais para a gente. Vai transformar o produto bruto em outras qualidades”, ressalta.  

Novas possibilidades


A agricultora Roseli Santana acredita que a Casa do Bolo vai melhorar a qualidade dos produtos vendidos pela comunidade. “Porque a gente faz bolo manual, muito rústico. Mas agora, com os equipamentos que chegaram, vamos ter a oportunidade de fabricar mais e com maior qualidade, podendo vender em quantidade. A gente fabrica o bolo de massa puba a partir da mandioca, só que agora vamos poder fazer outros produtos também, a partir dessa matéria prima. Tem a tapioca recheada, tem o mingau, que pode fazer da massa de puba, sorvete da tapioca, etc”.

Para o agricultor Luiz Barbosa, a agroindústria trará melhoria de vida para as famílias. “Primeiro nós plantamos a mandioca, colhemos, fazemos a massa [de puba] e depois, botamos a mão na massa, fazemos o bolo. Também tem bolo de macaxeira e de milho, que vão ser carros-chefes de nossa microempresa”, afirma Luiz, que considera mais vantajoso comercializar os produtos beneficiados do que os alimentos in natura. “É muito mais futuro para a gente e para os nossos filhos, que vão aprender também a arte de fazer o bolo, vai ficar como uma profissão. Esse projeto veio em boa hora, estávamos mesmo necessitando e não tínhamos como fazer sozinhos”, conclui.

Sergipe é o sexto Estado em produtividade de leite no Brasil

Programas de melhoramento genético por inseminação artificial dos rebanhos promovidos pelo Governo de Sergipe contribuem para o resultado

O Estado de Sergipe desponta na sexta posição nacional em produção anual de leite por vaca, segundo indica a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme a base de dados do ano de 2019. De acordo com o estudo, Sergipe aparece atrás apenas de Estados grandes produtores de leite, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Alagoas. Na avaliação da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), o resultado tem grande contribuição de uma sucessão de políticas públicas implementadas ao longo dos anos, para fomentar o desenvolvimento da bacia leiteira sergipana.

Para o presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza, grande parte dessa evolução se deve ao processo de inseminação artificial, que vem atuando no melhoramento genético dos rebanhos, levando ao aumento da produtividade. “Diante dos dados do IBGE, não podemos deixar de olhar para trás e constatar os esforços empreendidos para se chegar a esse ponto. No Brasil, o primeiro produto de inseminação artificial, com sêmen congelado, nasceu em 1954. Em Sergipe, a adoção da técnica se deu por volta de 1966, com incentivo do Governo do Estado, através da extinta COMASE- Companhia Agrícola de Sergipe. Foi quando nasceu, em Itaporanga D´Ajuda, o primeiro produto oriundo desta técnica – uma fêmea”, conta.

Ainda segundo ele, em 1984 foi implantado, na Base Física de Riachão do Dantas, um Centro de Capacitação em Inseminação Artificial, que em 1991, passou a ser de responsabilidade da Emdagro, vindo a realizar anualmente até dez cursos. “Estima-se que 2 mil pessoas, entre produtores, trabalhadores de propriedades rurais, técnicos e alunos de medicina veterinária foram capacitados nesta técnica, desde o início dos cursos, influenciando muito na produtividade alcançada. Importante salientar que muitos dos trabalhadores se tornaram prestadores de serviço em inseminação para o pequeno produtor, ampliando o uso da tecnologia e, consequentemente, melhorando a sua renda”, explica Jefferson.

Na avaliação da coordenadora de Pecuária da Emdagro, Izildinha Dantas, outras tecnologias também contribuíram para o aumento de produtividade, e chegaram ao produtor através da Assistência Técnica Governamental da Emdagro, destacando-se o manejo reprodutivo, manejo alimentar e manejo sanitário. “Os médicos veterinários da Emdagro percorriam as propriedades para fazer diagnóstico ginecológico e inseminação, enquanto agrônomos e técnicos agrícolas atuavam na difusão do plantio da palma e conservação de forragem (silagem e feno), bem como a introdução de leguminosas arbóreas – tecnologias imprescindíveis para a melhoria da produtividade”, destaca.

IATF
De 2018 para cá, o Governo do Estado incluiu uma nova tecnologia entre essas políticas públicas: a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Segundo o secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, o Programa atua justamente no melhoramento genético do rebanho, através da inseminação de matrizes leiteiras em quatro etapas: diagnóstico de gestação, vacinação específica, aplicação de kit vitamínico e a inseminação propriamente dita. “A ideia é reunir os animais em núcleos de inseminação nas comunidades, para facilitar o trabalho. Este projeto dispõe, para o pequeno produtor, uma tecnologia que promove o aumento da produtividade do rebanho leiteiro e, consequente, aumento de renda para aqueles que não têm condições financeiras de usar esta ferramenta reprodutiva mais avançada”, pontua o gestor.

Nos três primeiros anos de execução do Projeto, foram investidos mais de R$ 300 mil na inseminação de cerca de 2 mil animais. Em 2018 e 2019, a Seagri contou com recursos do Banco do Estado de Sergipe (Banese) e execução técnica da Emdagro; em 2020, com recursos de emenda parlamentar do deputado João Daniel, a execução técnica foi da própria secretaria. Em 2021, o programa está beneficiando pequenos criadores de 17 municípios, a partir de R$ 200 mil investidos pela Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias), via Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Funcep), e execução técnica da Emdagro; e mais R$ 150 mil com recursos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra e execução técnica da Seagri na inseminação artificial e transferência de embrião. No total, serão alcançadas mais de 1.000 matrizes leiteiras com a ação, ao final da presente edição.

O produtor José Roberto, da comunidade Tabuleiro, em Nossa Senhora de Lourdes, fala da importância do programa para os pequenos pecuaristas da região. “A gente, que é do Sertão, se não trabalhar em cima de um gado de melhor qualidade, a gente não vai ter condição futuramente de estar nesse mercado. A gente vai ter que desistir do ramo. Então, esse programa do governo é muito bom e a Emdagro vem dando uma assistência de grande importância pra gente, através da inseminação. Uma assistência de muitos anos. É o melhor para o sertão”, afirma. Também para o criador Samuel, o IATF representa uma oportunidade. “O melhoramento genético do gado leiteiro é algo que, pra gente que é pequeno, fica muito difícil de ter acesso sem esse programa. Através dele estamos recebendo essa oportunidade, e ficamos muito felizes. Quero que todos os pequenos alcancem esse mesmo benefício também”.

Outros programas também fortalecem a cadeia produtiva do leite, impactando no aumento da produção e produtividade, como o investimento de R$ 1,4 milhão, entre 2019 e 2021, na distribuição de 5.400 raquetes de palma forrageira para 2 mil produtores; e o Programa de Distribuição de Sementes de Milho, que entra na produção de silagem, especialmente para os pequenos produtores de leite. “Outra ação de Governo importante para a cadeia produtiva do leite, já em operação desde 2019, é o crédito presumido do ICMS para os laticínios. Esse crédito é aplicado em investimentos que beneficiam o produtor. Grande parte dos laticínios estão investindo em aquisição de tanques de resfriamento do leite para que ele chegue a um temperatura que atenda às normas sanitárias, por exemplo”, finaliza o secretário André Bomfim.

Secretaria de Estado da Agricultura e Pnud lançam edital para contratação de especialista e técnicos em Plano de Negócio

Os interessados devem ler o edital constante no site do PNUDwww.pnud.org.br/Oportunidades.aspx e enviar seus currículos até 29/07/2016, para o e-mail: projetodomtavora@seagri.se.gov.br.

A Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (SEAGRI) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançam edital para contratação de um Especialista e quatro Técnicos em elaboração e gestão de Planos de Negócios, para prestação de serviços no âmbito do Projeto Dom Távora.

Consta como objetivo do edital contratar especialista em negócios rurais para apoiar o projeto Dom Távora na criação de Planos de Negócios para Agricultores Familiares, Assentados e Quilombolas e outros conforme Lei n.º11.326 de 24 de Julho de 2006 do Estado do Sergipe, nos municípios de atuação do projeto, assegurando a elaboração de documentos a partir de um diálogo aprofundado com as organizações de produtores rurais e assegurando a qualidade necessária para o sucesso dos empreendimentos.

Os interessados devem ler o edital constante no site do PNUD e enviar seus currículos até 29/07/2016, para o e-mail: projetodomtavora@seagri.se.gov.br.

O Projeto Dom Távora

O Projeto Dom Távora, cofinanciado pela FIDA, tem por objetivo promover o desenvolvimento de negócios agropecuários e não agropecuários, por meio de financiamento de planos de negócios para associações e cooperativas de agricultores familiares. Contratado em 2013, com investimento previsto de US$ 28 milhões, sendo contrapartida estadual de US$ 12,3 milhões, o projeto Dom Távora está beneficiando 10 mil famílias de pequenos produtores rurais, o correspondente a 40 mil pessoas atendidas, através da implementação de 300 planos de negócios. O Projeto atua em 15 municípios dos territórios Agreste Central, Centro Sul, Baixo São Francisco e Médio Sertão Sergipano.

Entre os municípios beneficiados estão Nossa Senhora Aparecida, Carira e Pinhão (Agreste Central); Tobias Barreto, Poço Verde e Simão Dias (Centro Sul); Graccho Cardoso e Aquidabã (Méio Sertão); e Pacatuba, Brejo Grande, Ilha das Flores, Neópolis, Santana do São Francisco, Japoatã e Canhoba (Baixo São Francisco).

Sergipe lança Comissão Estadual de Gênero para Mulheres Rurais

Iniciativa fortalecerá empoderamento econômico e político, beneficiando 320 mulheres rurais de 32 comunidades, em 15 municípios

Está oficialmente lançada a Comissão Estadual de Gênero – Mulheres Rurais, em Sergipe. O lançamento foi realizado pelo Governo de Sergipe, através da Secretaria do Estado da Agricultura (Seagri), durante seminário virtual que contou com apresentações artísticas e falas de mulheres engajadas, no último dia 18. O encontro, segundo o secretário da Agricultura, André Bomfim, “é um marco para a iniciativa, que tem como principal objetivo agregar Instituições Públicas e Organizações Sociais que realizam trabalhos com mulheres do campo”. Disponível no YouTube da Seagri, o Seminário lançou ainda os ideais norteadores da Comissão, que nasce com o propósito de debater e construir pautas como: gênero, empreendedorismo de mulheres rurais, visibilidade da economia feminista, e combate e enfrentamento às diversas formas de violência sofridas por essas mulheres.

A estruturação da Comissão Estadual de Gênero foi proposta pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) ao Projeto Dom Távora, executado pelo Governo de Sergipe através da Seagri. Além da criação da Comissão, também foram propostas outras metas de gênero, como delinear uma estratégia de internalização da ação das Cadernetas Agroecológicas enquanto política pública. Segundo análise de perfil das agricultoras participantes do projeto Dom Távora, cerca de 75% são negras, 16% se identificaram como quilombolas e 9% vivem em assentamentos rurais. Entre os dados relativos à Educação, cerca 40,5% possuem o ensino fundamental incompleto, 4,35% ainda são analfabetas e apenas cerca de 2,5% possuem ensino superior.

Cordelista, Daniela Bento é consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e assessora o Projeto Dom Távora. Durante o Seminário, ela apresentou versos da cordelista sergipana Izabel Nascimento e expôs resultados da implementação das Cadernetas Agroecológicas em Sergipe, que retratam a importância da produção das mulheres na Zona Rural. “Vislumbramos as contribuições que essas mulheres dão para que os produtos do campo cheguem até a cidade, e o tamanho da força e do poder de cada uma delas. O empoderamento, como prática política das mulheres, tem relação direta com a participação plena e efetiva das mulheres e com a igualdade de oportunidades para a liderança, em todos os níveis de tomada de decisão, na vida política, econômica, pública e privada” afirmou Daniela.

A vice-governadora do Estado, Eliane Aquino, parabenizou o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) pela proposta e enalteceu as mulheres que estão por trás da iniciativa, apontando a importância de debater o tema em grande escala, com políticas públicas e privadas. “Queremos autonomia financeira e educacional para todas essas mulheres, principalmente as do campo, que têm desenvolvido uma formação continuada, com união e sabedoria. Precisamos, juntos, criar alternativas viáveis. O FIDA, junto com todas essas mulheres, plantou sementes em cada companheira deste projeto, e essas sementes precisam se espalhar, florear e germinar a vida em nosso estado”, enfatizou Eliane Aquino.

A Comissão Estadual de Gênero – Mulheres Rurais pretende trabalhar o empoderamento econômico e político, em âmbito público e privado, em 32 comunidades agrícolas, beneficiando diretamente 320 mulheres rurais distribuídas em 15 municípios do Estado. Vale destacar que 19 destas comunidades entraram no plano estratégico da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), vinculada à Seagri.

Caderneta agroecológica
Com o objetivo de contribuir para mensurar e dar visibilidade ao trabalho das agricultoras agroecológicas e promover sua autonomia, a Caderneta Agroecológica é um instrumento político-pedagógico criado em 2012 pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata. Na caderneta, é registrado o consumo, a doação, a troca e a venda da produção, sob responsabilidade das mulheres. Em Sergipe, 118 mulheres usaram a ferramenta, sendo o quarto estado do Nordeste com maior número de anotações. Ao todo, a iniciativa está presente em oito municípios sergipanos: Canhoba, Nossa Senhora Aparecida, Aquidabã, Japoatã, Simão Dias, Tobias Barreto, Pacatuba e Poço Verde.

Governo

Última atualização: 18 de junho de 2021 13:39.

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