Seagri de Sergipe e Bahia Pesca trocam de experiência sobre terminal pesqueiro
“A principal contribuição da empresa Bahia Pesca é ter transmitido a ideia de que o Terminal Pesqueiro é um fomentador, um ponto inicial de fortalecimento de uma atividade que gera muito emprego, renda e melhora a questão social para todos”.

A Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) recebeu representantes da empresa Bahia Pesca, pertencente ao Governo da Bahia, para troca de experiências sobre a gestão do Terminal Pesqueiro. O encontro aconteceu esta semana na sede da Seagri e contou com a participação de marisqueiras, carcinicultores, pescadores artesanais e armadores, todos beneficiários diretos do empreendimento pesqueiro que está sendo construído pelo Governo de Sergipe, como também contou com a presença de ambientalistas e representantes da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Instituto Federal de Sergipe (IFS) e prefeitura de Nossa Senhora de Socorro.
A secretaria da Agricultura de Sergipe apresentou as mudanças feitas no projeto original para atender aos vários seguimentos. “A estrutura do entreposto foi construído para atender a demanda da pesca oceânica. Então, entre as mudanças, foi necessário fazer modificações no fluxo de entrada do pescado por terra para atender outros setores como a pesca artesanal, as marisqueiras e carcinicultores. Também incluímos uma plataforma de trabalho para 28 catadoras, mulheres que trabalham na catação, seleção e beneficiamento do camarão”, disse o engenheiro de pesca que presta consultoria à Seagri, Marcelo Chammas.
“Quero agradecer o convite em nome do Governo da Bahia, em especial da Bahia Pesca, por estarmos trocando informações. Penso que esse é um intercâmbio importante porque Bahia e Sergipe se completam, tanto por estarem vizinhos geograficamente como também pelas questões técnicas que são bem comuns”, destacou o Diretor Administrativo, Romualdo Pereira.
Ele acrescentou que a Bahia Pesca tem 34 anos de existência, trabalhando só no fomento à pesca e aquicultura do Estado. Romualdo demonstrou ainda a importância de o Estado ter, vinculada à secretaria da Agricultura, uma empresa específica para trabalhar o fomento e a gestão da pesca.
O biólogo e assessor técnico da Bahia Pesca, Roberto Pantaleão, detalhou sobre a experiência da empresa baiana que faz gestão de cinco terminais pesqueiros, sendo dois marítimos. “Estamos felizes de ver que vocês estão ganhando uma estrutura operacional que para dinamizar a pesca. Sergipe tem um potencial oceânico expressivo, já existe uma frota em operação, agora é necessário e vem sendo feito uma infraestrutura que possa atrair investimentos”, argumentou Roberto.
Modelo de gestão
“No modelo de gestão que queremos, inclusive orientado pela legislação, consta um conselho de gestão que envolve os seguimentos dos beneficiários diretos através de suas representações como marisqueiras, pescadores artesanais, pesca oceânica, e carcinicultora acompanhado dos órgãos públicos. Mas a gerência de execução ou administração vai se dar num modelo de gestão como a Bahia pesca colocou aqui, ou seja, o Estado faz uma licitação para que uma empresa administre o empreendimento. Só temos a agradecer ao Governo da Bahia pela colaboração de enviar seus técnicos que nos apresenta como funciona na prática esse modelo. Acreditamos que é nessa parceria que vamos conseguir avançar e ajudar ao setor aqui no estado”, garantiu a secretária da Agricultura, Rose Rodrigues.
Questionada sobre a conclusão da obra a secretária explicou: “É importante os sergipanos saberem que por parte do Estado não há nenhuma pendência técnica nem jurídica que possa inviabilizar por parte do governo federal a transferência dos recursos para conclusão do Terminal Pesqueiro. Estamos com nossas prestações de contar em dias. Toda documentação que o ministério pediu foi enviada. O passo que falta é disponibilizar os recursos federais. A partir daí, vamos fazer a licitação para aquisição dos equipamentos”.
Durante o evento, o representante da Associação Sergipana dos Armadores de Pesca Artesanal (Aseapa) e empresário, Humberto Luiz Eng de Almeida avaliou a realização do evento. “Minha avaliação é positiva. Nós precisamos trocar ideias com a Bahia que tem uma excelente experiência com a gestão dos terminais pesqueiros e pode nos ajudar nesse terminal que está sendo construído. Aproveito para agradecer à Seagri por abrir as portas para as entidades da sociedade e entender que precisamos discutir a pesca como um todo”.
“Acho que a principal contribuição da empresa Bahia Pesca é ter transmitido a ideia de que o Terminal Pesqueiro é um fomentador, um ponto inicial de fortalecimento de uma atividade que gera muito emprego, renda e melhora a questão social para todos”, asseverou Humberto.
As Marisqueiras
Achei muito importante essa fala do pessoal da secretaria de Sergipe dando apoio pra nós. Ficamos mais tranquilas sabendo que vamos ter espaço para trabalhar dentro do Terminas. Ali é nossa sobrevivência. Eles falaram que o espaço é para 28 marisqueiras a gente pode dividir uma equipe de tralho pela manhã e outra pela tarde, assim todas podem trabalhar, disse a representante do Movimento das Marisqueiras de Sergipe, Gilsa Maria Santos.
Um dos encaminhamentos finais foi a visita técnica ao Entreposto de Ilhéus na Bahia para conhecimento da experiência prática. Para viabilizar esta ação, a Seagri pretende contar com a parceria da UFS e do IFS no sentido de poder levar técnicos e beneficiários sergipanos para o intercâmbio.
Atualizado: 27 de novembro de 2018, 14:00