Equipe técnica do Governo de Sergipe participa do Semiárido Show

Evento ocorrido em Petrolina/PE é a maior feira de inovação tecnológica voltada para a agricultura familiar do semiárido brasileiro

Com objetivo possibilitar e facilitar o acesso aos conhecimentos, informações e tecnologias desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e instituições parceiras, uma comitiva de técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e da Companhia de Desenvolvimento de Sergipe (Coderse) participou, no período de 1° a 4 deste mês, do Semiárido Show, que ocorreu em Petrolina, no estado de Pernambuco. O evento é considerado a maior feira de inovação tecnológica voltada para a agricultura familiar do semiárido brasileiro.

A programação contou com cerca de 50 palestras, dez seminários e atividades gratuitas, além de dia de campo, oficinas, workshop, encontros e cursos. No primeiro dia, a comitiva sergipana participou da abertura com uma palestra sobre reúso de água e sobre o projeto Dom Távora, de apoio aos pequenos produtores rurais. Ao longo da semana, houve a feira de agricultores familiares, com exposição de produtos e serviços voltados para agricultura familiar. Ainda foram abordados temas como o sistema de produção da palma forrageira; as alternativas forrageiras para o rebanho do semiárido; o reúso de águas cinzas para produção de alimentos; as potencialidades e limitações de solos da caatinga; e as estratégias para o melhoramento genético de caprinos e ovinos de corte no semiárido.

Na ocasião, o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, Jean Carlos Ferreira, em articulação com técnicos da Embrapa, viabilizou variedades e cultivares de batata doce e outros produtos para realizar uma demonstração de métodos e observação, buscando a multiplicação para repasse aos agricultores familiares. “Também visitamos a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), onde conhecemos toda história e formas de extrativismo sustentável, o que culturalmente proporciona uma estabilidade a todos os seus cooperados dentro do bioma caatinga”, detalhou o diretor.

A comitiva também visitou a agroindústria multinacional Argo, que produz uvas e exporta 85% de sua produção para Europa e Estados Unidos. A visita teve o objetivo de conhecer todo o processo de produção e comercialização da fruta em uma região com poucas chuvas.

Participaram da comitiva o diretor Administrativo e Financeiro, Fernando André, o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural, Jean Carlos Ferreira, os técnicos e assessores Izildinha Dantas, Ary Osvaldo Bomfim, Eduardo Cabral, Godofredo Albuquerque, Sérgio Valtemberg, o engenheiro civil, Hugo Monteiro Rocha, o coordenador da Asplan da Secretaria de Estado da Agricultura, Arlindo Nery, a zootecnista da Seagri, Annelise Aragão, o presidente da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), Paulo Sobral, e o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Produção de cacau está em pleno desenvolvimento na região sul de Sergipe

As Unidades de Observação de Cacau na região sul estão em pleno desenvolvimento; constatação foi feita pela Emdagro, que comprovou a correta aplicação dos tratos culturais, a exemplo do coroamento e roçagem dos plantios, que em muitas áreas são feitos consorciados com as bananeiras

Quando se fala no plantio do cacau, ingrediente principal do delicioso chocolate, pensamos na região do sul da Bahia, pois foi lá onde o fruto encontrou o solo e clima mais propícios para sua produção em grande escala. Mas, há alguns anos, a produção do cacaueiro vem sendo realizada em território sergipano. Sim, nós temos cacau. 

Segundo o técnico da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) Eduardo Cabral, em 2000, os agricultores sergipanos começaram a experimentar com o cultivo de cacau como uma alternativa aos altos custos de manutenção da cultura da laranja na região sul e centro sul do estado. “Os agricultores familiares do município de Arauá foram os pioneiros nesse cultivo. Em 2009, percebemos que vários agricultores familiares estavam com plantação em pequenas áreas na região sul do estado com comercialização lucrativa, ainda que incipiente, de amêndoas secas de cacau comercializadas no município de Floresta Azul, no sudoeste da Bahia”, explica o técnico.  

De acordo com o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural, Jean Carlos Nascimento Ferreira. “Em 2022, foram instaladas nove Unidades de Observação com a cultura do cacau consorciada com bananeira, nos municípios de Arauá, Estância, Lagarto, Indiaroba, Umbaúba, Itabaianinha e Santa Luzia. A partir de então, mantemos a assistência técnica e o acompanhamentos das áreas com o cultivo do cacau na região. Acabamos de implementar, agora em julho de 2023, outra unidade produtiva em Boquim”, destaca o diretor.

Resultados
Numa recente visita de rotina a uma das Unidade de Observação de Cacau do Produtor, em Estância, onde 230 plantas foram implantadas, o técnico Cláudio Júnior comprovou que a unidade está devidamente identificada e que os tratos culturais, como coroamento e roçagem, foram realizados. “Nessa unidade, plantamos em área irrigada, há um ano. Agora, estamos observando os resultados. Houve alguma mortalidade, mas que está dentro do previsto no primeiro ano”, explica. 

O produtor Edson Souza, do Assentamento Vitória da União, em Santa Luzia do Itanhi, conta que, nessa unidade, 250 mudas implantadas estão sob observação há 12 meses. “Estamos há um ano trabalhando com essa variedade de cacau, nessa unidade demonstrativa. Algumas morreram, mas, no geral, tudo está saindo muito bem”. O grande diferencial, de acordo com o produtor, é o trabalho em parceria com a Emdagro, que acompanha o trabalho de perto, com o objetivo de incentivar a diversificação da fruticultura no território sergipano, de forma sustentável. “Junto com os técnicos estamos trabalhando para fazer algo diferenciado. Queremos fazer agroecologia, sem ‘veneno’. Na próxima semana, por exemplo, vamos aplicar um defensivo orgânico líquido”, relata, entusiasmado. 

Ainda conforme o balanço apresentado pelo diretor técnico da Emdagro, Jean Nascimento, atualmente, os 23 produtores envolvidos na exploração do cultivo do cacaueiro, numa área plantada de 30,8 hectares, têm expectativa para uma boa safra neste ano. “Esperamos que a safra 23, que inicia a partir da segunda quinzena do mês de agosto, seja em torno de 8,5 toneladas de amêndoas de cacau, que atualmente vêm sendo comercializadas no município de Santo Antônio de Jesus, no estado da Bahia”, finaliza.

Seagri participa do Lançamento da Expoglória 2023

Evento vai acontecer no período de 19 a 22 de outubro em Nossa Senhora da Glória

A Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) participou do lançamento da Expoglória 2023, feira agropecuária tradicional da região do alto sertão sergipano. O evento vai acontecer no período de 19 a 22 de outubro em Nossa Senhora da Glória, organizado pela Prefeitura em parceria com a Cooperativa Sertaneja do Agronegócio (Coopesea).

Representando o Governo do Estado no lançamento, o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, destacou o apoio do governo na realização deste evento que aproxima o setor público dos produtores. “É satisfação poder participar do lançamento desse grande evento, que é a Expoglória, apresentado aqui hoje pela cooperativa, pela prefeitura. O governo do estado, se inserindo também, vai incentivar o evento como uma forma de estar mais próximo do produtor”.

“Será um evento muito grande, muito representativo, uma feira multieventos, logicamente com foco maior no leite, onde haverá palestras, estandes para venda de equipamentos, de insumos e prestação de serviços. Então, o estado não poderia se furtar de estar participando, precisamos incentivar ainda mais nossa bacia leiteira que já é bastante representativa no Brasil, é a segunda do Nordeste e a gente tem que estar aqui junto com o produtor e com a cooperativa participando, fomentando ainda mais as atividades produtivas”, pontuou o secretário  Zeca da Silva.

A prefeita de Glória, Luana Oliveira, reforça a grandiosidade do evento.“Estamos aqui hoje lançando a Expoglória 2023, que vai se tornar uma das maiores festas do Estado de Sergipe, pois estamos falando da bacia leiteira de Nossa Senhora da Glória, a capital do leite, então estamos convidando todos vocês para conhecerem nossa festa que vai acontecer em outubro e que vai marcar o Estado de Sergipe. Glória hoje representa a maior bacia leiteira do Estado e movimenta a economia de todo o alto sertão, com certeza será uma festa linda. Agradeço ao governo do Estado e à Secretaria da Agricultura com essa parceria que abraça sempre todos os produtores rurais e com certeza toda a economia de Sergipe vai estar junta nessa festa”, disse Luana.

O proprietário do Laticínio Ouro Bom, Alan Diego Barros Silveira, diz que será um dos expositores e convida os demais produtores a se engajarem na realização do evento. “Primeiro eu queria agradecer a prefeitura de Glória, que nos apoiou na conquista do nosso selo estadual, e também agradecer ao secretário Zeca e ao governador Fábio Mitidieri que nos apoiou nessa conquista. Também aproveitar e chamar todos os produtores de leite para participarem desse grande evento, onde estaremos expondo nossos produtos, com estande durante a feira.

O presidente da Coopesea, Marcelo Barreto, diz que o evento é uma oportunidade de ampliar a cooperativa. “Estamos nessa parceria público privada junto com a prefeitura de Nossa Senhora da Glória para realização da Expoagro que já é o maior evento da região alto sertão. Uma feira agropecuária feita para pequenos, grandes e médios produtores. Nós acreditamos que esse evento vai também contribuir para ampliar a participação dos produtores na cooperativa e fortalecer ainda mais nosso setor produtivo. Da cooperativa participaram ainda do lançamento o diretor Sidcley Costa e Fábio Júnior.

Programação

Dentro da programação da Expogloria haverá exposição e venda de animais, venda de máquinas, equipamentos e insumos para o setor agropecuário, além de palestras e orientação de técnicos especializados em agricultura e pecuária. O evento contará também com show musicais. 

Agricultores familiares já podem fazer inscrição no Programa Garantia Safra

Podem participar do programa os agricultores familiares cuja renda bruta mensal seja de até 1,5 salários mínimos, excluindo a aposentadoria rural

As inscrições para o Programa Garantia Safra (GS) 23/24 já estão abertas. O programa, que é uma ação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), oferece linhas de crédito, incentivos e políticas agrícolas para produtores cujas safras sejam afetadas pela falta de chuva ou excesso hídrico.

O gerente do Programa, Sérgio Santana, explica que, para realizar as inscrições, os agricultores devem procurar as Secretarias Municipais de Agricultura, escritórios da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), ou Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, com documentos de identificação em mãos. Ao completar a inscrição, o agricultor recebe um boleto bancário, que pode ser pago na Caixa Econômica ou Casas Lotéricas. “A adesão do agricultor é efetivada com o pagamento simbólico de R$ 12,00, por meio do boleto bancário”, confirma o gerente.

O programa já é conhecido por garantir as condições mínimas de sobrevivência aos agricultores de diversos municípios. Neste ano, ele agrega outros objetivos à sua agenda ao buscar o aumento do número de produtores de municípios inscritos nos programas anteriores, como também atrair novos produtores de outras regiões que ainda não tenham aderido ao programa. “Neste ano, queremos ampliar o número de agricultores em cada município, e expandir para outros que não demonstraram interesse ainda, mas estão na área de atuação, como Tomar do Geru, Itabaianinha, Cristinápolis, Riachão do Dantas, Umbaúba. Para isso, o programa conta com o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Emdagro, para realizar reuniões e treinamentos nos municípios mencionados. “Nessas reuniões, passamos toda a informação sobre o programa, tiramos dúvidas e fazemos o treinamento sobre o sistema”, destaca Santana.

Segundo o secretário da Agricultura de Sergipe, Zeca Ramos da Silva, manter o investimento na agricultura familiar é um compromisso da Seagri e do Governo do Estado. “Pelo levantamento do Banco do Brasil, das 590 mil operações de crédito em todo o país realizadas na safra passada, 53% dos contratos foram com a agricultura familiar. Esse resultado é bastante significativo e reafirma o compromisso com os pequenos produtores, que representam 70% do alimento que chega à mesa da população. É importante que essa prioridade seja intensificada”, pontuou.

Podem participar do Programa famílias cuja renda bruta mensal seja de até 1,5 salários-mínimos, excluindo a aposentadoria rural, atenda ao requisito de cultivar lavouras não irrigadas e tenha área plantada de 0,6 a 5 hectares. Na composição do Fundo, os agricultores contribuem com 2%, o Município com 6%, o Estado com 12% e a União com 80%, em relação ao valor pago a cada agricultor.

Perímetro irrigado estadual que atende três municípios recebe obras no inverno

Riachuelo, Malhador e Areia Branca têm áreas irrigadas pelo Jacarecica II. Inverno chuvoso foi propício à paralisação da irrigação e realização de serviços estruturais

Para de chover e volta a ser necessário o fornecimento de água no Perímetro Irrigado Jacarecica II, situado na tríplice divisa entre os municípios de Riachuelo, Malhador e Areia Branca, na grande Aracaju e agreste sergipano. Mas no longo período em que o clima foi generoso com as plantações, o polo agrícola mantido pelo Governo do Estado recebeu manutenções e reparos da infraestrutura que leva água da barragem, por gravidade, até os 344 lotes.  

Essas unidades produtivas também receberam benfeitorias no período em que a irrigação deixou de funcionar. Como é o caso do lote de Marcílio Rezende, no assentamento Mário Lago. A chuva foi tanta que até atrapalhou a plantação. E ele precisou da ajuda da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) — empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) — para abrir drenos em seu lote e diminuir o encharcamento do solo. “Foi necessário, para fazer o escoamento de água, porque com a chuva do inverno formou-se uma lagoa dentro do terreno e com isso, acabou o problema do acúmulo de água”. 

Pela pouca diferença de temperatura, na passagem de uma das quatro estações para outra no Nordeste, na observação prática do agricultor, só existem duas e o ‘verão’ é todo aquele período em que não há chuva que traga frio e solos encharcados. “No inverno é o tempo que a gente menos trabalha aqui, por causa do solo. A produção mesmo forte aqui é no ‘verão’, com a água do perímetro Jacarecica II”, completou Marcilio Rezende, que produz milho, batata-doce, amendoim, maracujá, mamão, banana, coentro e couve na irrigação pública.

O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, explica que o Jacarecica II se difere da maioria dos perímetros irrigados estaduais, por não ter custos com energia elétrica para bombeamento. “Esse encargo não é revertido ao agricultor e ele tem um custo reduzido para produzir. Por outro lado, tem certos tipos de culturas que não vão se dar bem no inverno. Ainda mais em um ano atípico como o de 2023, com chuvas acima da média. Por isso, a gente sabia que era possível aproveitar esse período em que o perímetro estava inoperante, para realizar algumas obras que os produtores esperavam há muito tempo”, pontuou.

Com o sistema interrompido, sem irrigar, foi possível realizar a recomposição de uma comporta de metal na barragem do perímetro Jacarecica II. A obra evitará danos estruturais futuros à rede de distribuição e foram consertados vazamentos na tubulação de 1.200 mm que faz a adução da barragem. “Mas também fizemos o reparo em adutora de 600mm no Assentamento Dandara; a solda da tubulação da caixa de registro do Assentamento Santa Maria, onde foi aberta e cascalhada uma estrada para ter acesso a esse local da obra; e teve a recuperação da tubulação que fornece água ao Assentamento Mário Lago”,completou o diretor Júlio Leite.

Irrigante no Assentamento Marcelo Déda, José Luiz Correia é um produtor que se dedica à agricultura irrigada no período de estiagem, quando planta feijão-de-corda, pimenta de cheiro, quiabo, banana, batata-doce e macaxeira. “Esse serviço é muito importante. A Coderse fez isso e a gente ficou muito alegre, o povo daqui ficou muito satisfeito. E no ‘verão’ nós estamos sabendo que teremos água, graças a Deus, para nós produzirmos. Porque sabe que não tem vazamento. Quando tem vazamento a água fica fraca. Um usa hoje e o outro usa amanhã, e agora não. Feito o serviço, a gente está mais tranquilo”, considerou.

“Nós todos dependemos da água e essa revisão é necessária. Esse ‘manejo’ que a Coderse está fazendo, está de parabéns. Oferecendo até retroescavadeira para a gente fazer o escoamento da água do lote e tirando os vazamentos que existiam na saída da barragem”, concluiu o irrigante Marcilio Rezende.

Perímetro irrigado estadual que atende três municípios recebe obras no inverno

Riachuelo, Malhador e Areia Branca têm áreas irrigadas pelo Jacarecica II. Inverno chuvoso foi propício à paralisação da irrigação e realização de serviços estruturais

Para de chover e volta a ser necessário o fornecimento de água no Perímetro Irrigado Jacarecica II, situado na tríplice divisa entre os municípios de Riachuelo, Malhador e Areia Branca, na grande Aracaju e agreste sergipano. Mas no longo período em que o clima foi generoso com as plantações, o polo agrícola mantido pelo Governo do Estado recebeu manutenções e reparos da infraestrutura que leva água da barragem, por gravidade, até os 344 lotes.  

Essas unidades produtivas também receberam benfeitorias no período em que a irrigação deixou de funcionar. Como é o caso do lote de Marcílio Rezende, no assentamento Mário Lago. A chuva foi tanta que até atrapalhou a plantação. E ele precisou da ajuda da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) — empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) — para abrir drenos em seu lote e diminuir o encharcamento do solo. “Foi necessário, para fazer o escoamento de água, porque com a chuva do inverno formou-se uma lagoa dentro do terreno e com isso, acabou o problema do acúmulo de água”. 

Pela pouca diferença de temperatura, na passagem de uma das quatro estações para outra no Nordeste, na observação prática do agricultor, só existem duas e o ‘verão’ é todo aquele período em que não há chuva que traga frio e solos encharcados. “No inverno é o tempo que a gente menos trabalha aqui, por causa do solo. A produção mesmo forte aqui é no ‘verão’, com a água do perímetro Jacarecica II”, completou Marcilio Rezende, que produz milho, batata-doce, amendoim, maracujá, mamão, banana, coentro e couve na irrigação pública.

O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, explica que o Jacarecica II se difere da maioria dos perímetros irrigados estaduais, por não ter custos com energia elétrica para bombeamento. “Esse encargo não é revertido ao agricultor e ele tem um custo reduzido para produzir. Por outro lado, tem certos tipos de culturas que não vão se dar bem no inverno. Ainda mais em um ano atípico como o de 2023, com chuvas acima da média. Por isso, a gente sabia que era possível aproveitar esse período em que o perímetro estava inoperante, para realizar algumas obras que os produtores esperavam há muito tempo”, pontuou.

Com o sistema interrompido, sem irrigar, foi possível realizar a recomposição de uma comporta de metal na barragem do perímetro Jacarecica II. A obra evitará danos estruturais futuros à rede de distribuição e foram consertados vazamentos na tubulação de 1.200 mm que faz a adução da barragem. “Mas também fizemos o reparo em adutora de 600mm no Assentamento Dandara; a solda da tubulação da caixa de registro do Assentamento Santa Maria, onde foi aberta e cascalhada uma estrada para ter acesso a esse local da obra; e teve a recuperação da tubulação que fornece água ao Assentamento Mário Lago”,completou o diretor Júlio Leite.

Irrigante no Assentamento Marcelo Déda, José Luiz Correia é um produtor que se dedica à agricultura irrigada no período de estiagem, quando planta feijão-de-corda, pimenta de cheiro, quiabo, banana, batata-doce e macaxeira. “Esse serviço é muito importante. A Coderse fez isso e a gente ficou muito alegre, o povo daqui ficou muito satisfeito. E no ‘verão’ nós estamos sabendo que teremos água, graças a Deus, para nós produzirmos. Porque sabe que não tem vazamento. Quando tem vazamento a água fica fraca. Um usa hoje e o outro usa amanhã, e agora não. Feito o serviço, a gente está mais tranquilo”, considerou.

“Nós todos dependemos da água e essa revisão é necessária. Esse ‘manejo’ que a Coderse está fazendo, está de parabéns. Oferecendo até retroescavadeira para a gente fazer o escoamento da água do lote e tirando os vazamentos que existiam na saída da barragem”, concluiu o irrigante Marcilio Rezende.

Produtores de arroz estimam alta produção com as sementes doadas pelo governo

A distribuição das sementes teve início nesta segunda-feira, 31 de julho, no povoado Serrão, município de Ilha das Flores, baixo são francisco

É tempo de semeadura para cultivo do arroz na região norte do estado, às margens do Rio São Francisco. A rizicultura é a principal atividade econômica da região e que coloca Sergipe como o terceiro maior produtor de arroz do Nordeste. Para a safra 2023, que inicia agora e vai até final de setembro, o Governo de Sergipe está distribuindo 120 toneladas de sementes certificadas para 1100 irrigantes e parceleiros dos perímetros irrigados de Cotinguiba/Pindoba, Betume e Propriá, no Baixo São Francisco. O programa constitui-se em uma política de governo como forma de apoiar a produção de grãos dos agricultores familiares sergipanos, principalmente aqueles em condições mais vulneráveis. A distribuição das sementes teve início nesta segunda-feira, 31 de julho, no povoado Serrão, município de Ilha das Flores.

Segundo o secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, essa é mais uma etapa do programa de distribuição de sementes certificadas, denominado ‘Sementes do Futuro’. “Estamos cumprindo a determinação feita pelo governador Fábio Mitidieri de atender àqueles produtores que mais precisam, o agricultor familiar, e este ano ampliamos de 90 toneladas para 120 toneladas, em relação ao ano passado. Até maio deste ano de 2023 o governo já distribuiu 115 toneladas de sementes de milho para 11.500 famílias de agricultores de 31 municípios, com investimentos de R$ 1,5 milhão. Com esta ação de apoio aos produtores são mais de R$ 900 mil investidos. O estado totaliza nesse período de seis meses valores da ordem de R$ 2,4 milhões, na compra e distribuição de sementes de milho e arroz. Uma ação que tem reflexos grandiosos sobre a produção e produtividade do grão e consequentemente na melhoria da renda familiar e da economia da região”, destacou o secretário.

O presidente da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Gilson dos Anjos, destacou a qualidade das sementes. “A qualidade é excelente. São sementes certificadas com uma produtividade estimada de 7.654 kg/ha. A distribuição é feita por meio da Emdagro, com apoio da cooperativa local, onde os produtores estão cadastrados. Cada produtor recebe 100 quilos de sementes (quatro sacos de 25 kg)”, observou. O representante da Emdagro explica que dos 1.100 rizicultores beneficiados, 715 são do Perímetro Betume (que abrange os municípios Pacatuba, Ilha das Flores e Neópolis); 260 em Cotinguiba Pindoba (Propriá e parte de Neópolis); e 125 do Perímetro Propriá (Propriá, Telha e Cedro de São João).

Agricultor de Ilha das Flores desde os 18 anos, Jailton dos Santos, conhecido como Chaleira, planta quatro hectares e está muito animado para iniciar o plantio. “Começo a plantar dia 20 de agosto, então essa semente chegou num momento muito bom. A gente espera que o resultado seja muito bom, porque a semente é de qualidade, que rende bastante. Eu começo a plantar no próximo dia 20 de agosto e devo colher em dezembro, perto de 38 mil quilos de arroz e já temos comprador certo, que é o Grupo Coringa”, afirmou.

Retomada

O presidente da cooperativa Cooperflores, Cairo Castro, falou da importância das sementes e destacou a retomada do plantio em outras áreas, como o povoado Resina, em Brejo Grande. “Hoje é um dia de muita alegria. O Governo do Estado está aqui fazendo essa ação de entrega das sementes, beneficiando também o povoado Resina, onde serão distribuídos  dez mil quilos de arroz para o pequeno produtor, garantindo uma semente de qualidade, que vai ser colocada no campo para que ele possa produzir o seu arroz e comercializar da melhor forma possível. É o Governo do Estado sempre nos apoiando e nossa cooperativa só tem a agradecer ao governador Fábio”, enfatizou.

O jovem agricultor Alexandro dos Santos recebeu as sementes das mãos do secretário Zeca da Silva. “Estou muito satisfeito em ter recebido essas sementes, que nos ajudarão muito, porque o valor tá muito elevado para a gente comprar e no início da safra a gente precisa reduzir os gastos para que mais na frente a gente possa ter um lucro maior, afirmou.

Para Maria José Bezerra dos Santos, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município de Brejo Grande, foi de grande importância essa ação do Governo do Estado. “Tem muita gente que volta a plantar agora e não tem recursos para comprar as sementes. Muito importante receber esse benefício do governo. Eu mesma planto, colhi esta semana 40 tarefas de arroz e vou começar a preparar o solo para plantar novamente, já usando essas sementes que recebi”, comemorou.

Dados da produção

Sergipe é o terceiro maior produtor de arroz do Nordeste, depois do Maranhão e Piauí, segundo o IBGE. Em 2022, foram produzidas 39.932 toneladas de arroz em uma área de 5.132 hectares, perfazendo um rendimento médio de 7.654 Kg/ha. A previsão do IBGE para 2023 é de uma safra de 38 550 toneladas, -3,5% em relação ao ano passado.

Feira da agroecologia retorna em Itabaiana

Suspensa há cinco anos, a feira volta a funcionar no Dia Nacional do Agricultor

Após cinco anos sem ser realizada, a Feira Agroecológica Sabores e Saberes, das Organizações de

Controle Social (OCS’s), do Agreste Central, retornou na última sexta-feira, 28 de julho, data em que se comemora o Dia Nacional do Agricultor. A feira que foi criada em 2011, acontece ao calçadão Dr. Airton Teles, no centro de Itabaiana. Realizada pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), em parceria com o Sebrae e Secretaria Municipal de Agricultura de Itabaiana, o evento conta com barracas de artesanato rural, beiju de massas, comidas típicas, bioinsumos, consulta veterinária de pequenos animais e orientações técnicas.

O objetivo da feira agroecológica é divulgar a cultura do consumo de alimentos orgânicos e levar alimentos saudáveis, sem uso de veneno, até o consumidor, além de contribuir com uma melhor qualidade de vida pra quem consome. Durante a feira ainda aconteceram apresentações culturais, orientações de nutrição e saúde, distribuição gratuita de sementes de milho, da variedade crioula, de mudas frutíferas e de espécies nativas, além dea comercialização de bolos naturais e sucos Detox (feitos à base de frutas e vegetais que possuem propriedades antioxidantes e diuréticas).

“A agroecologia vem buscando seu espaço e, pensando nisso, nós estamos sempre presentes nas ações de comercialização dos produtores orgânicos de Sergipe. A gente sempre observou que o calçadão Dr. Airton Teles foi um espaço privilegiado para venda desses produtos. Então estamos retomando, em parceria com o município, Sebrae e demais parceiros a continuar com essa feira agroecológica, que facilita muito para a população acessar esse alimento de qualidade. É um espaço diferenciado. Estaremos incentivando os agricultores a produzirem cada vez mais um alimento saudável”, comentou o chefe do escritório local da Emdagro, em Itabaiana, Waltenis Braga.

Uma das pioneiras da feira, a agricultora familiar Élida Rosa Vieira, disse estar muito feliz com o retorno da atividade. Na ocasião da OCS do Agreste Central, a agricultora levou vários produtos para serem comercializados no local: cenoura, cebola, chuchu, beterraba, couve, alface, cebolinha, agrião, rúcula, inhame, macaxeira, batatas e muitos outros. “Há 11 anos iniciamos esse trabalho aqui na feira e estou muito feliz por estarmos retomando, depois de cinco anos que ficou suspensa. Hoje estamos trazendo, inclusive, produtores de orgânicos de outras OCS para mostrar que a cultura da agroecologia no Estado de Sergipe é uma cultura extremamente viável”, afirmou.

Participando pela primeira vez da feira agroecológica, em Itabaiana, o agricultor orgânico da OCS Colônia Treze, em Lagarto, Resivaldo Antônio dos Santos, trouxe mais de 40 produtos para comercializar. “Estou muito feliz em estar aqui no meio de tantos amigos e tantas pessoas que querem transformar a agroecologia no Estado. Eu trouxe pra feira um pouco de tudo que eu produzo, mas o que estou ensinando aqui hoje é a fazer o melhor beiju do mundo, para que o povo pare de comer só pizza, pastel, panqueca e lasanha.

Comercialização

Para o Assessor de Comercialização da Emdagro, Wagner Brito, a feira livre é um importante canal de comercialização da agricultura familiar agroecológica. “A venda de produtos orgânicos de origem animal (criações) e vegetal (culturas) exige planejamento, organização e persistência. O agricultor precisa ter em mente que o importante é se organizar para comprar bem, produzir bem e vender bem e, nesse caso, o vender bem tem que levar em consideração realizar um levantamento dos mercados para a comercialização dos produtos orgânicos, como a feira, a venda direta em domicílio e o ponto de vendas”, comentou Wagner. Ainda segundo Brito, a proposta da feira é que ela aconteça todas as sextas-feiras, das 7h às 12h. “Importante reconhecer também que a organização da feira contou com a participação dos colaboradores do escritório local da Emdagro”, ressaltou.

Seagri e vinculadas levam serviços para o ‘Sergipe é aqui’ em Itabaianinha 

Técnicos da Emdagro realizaram a entrega de 40 Cadastros da Agricultura Familiar (CAFs) e receberam 30 amostras de solos de propriedades de agricultores familiares de Itabaianinha e região

Secretários da Agricultura dos municípios de Tomar do Geru, Umbaúba, Itabaianinha e Tobias Barreto estiveram reunidos com o secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, Zeca da Silva, durante a 8ª edição do programa ‘Sergipe é aqui’, realizado pelo Governo do Estado, nesta sexta-feira, 28, no município de Itabaianinha, região sul de Sergipe. 

A convite do secretário Zeca, os demais secretários municipais foram discutir sobre o Programa Garantia-Safra, com o objetivo de possibilitar a adesão ou atualização do município na ação. Também durante o evento, técnicos e dirigentes das empresas vinculadas à Seagri – Emdagro e Coderse – estiveram realizando atendimento aos agricultores da região, fazendo entrega do Cadastro de Agricultura Familiar (CAFs), distribuição de mudas de árvores frutíferas, hortaliças e amostras de semente, além de prestar informações sobre os serviços oferecidos aos pequenos produtores.

O Programa Garantia Safra é um tipo de seguro de renda mínima, com recursos advindos das contribuições de agricultores, prefeituras municipais, governos estaduais e governo federal, que são depositados em um fundo financeiro solidário. Podem participar do programa agricultores que plantam entre 0,6 a cinco hectares de arroz, feijão, milho, algodão e mandioca, em área não irrigada, e que tenham renda familiar mensal de até um salário mínimo. 

“É importante que os municípios façam adesão ao Garantia Safra, para que os produtores rurais possam ser beneficiados quando não tiverem uma colheita boa ou na perda de sua safra. É um direito conquistado e adquirido e precisamos trabalhar juntos pra fazer valer”, disse o secretário Zeca, ao observar que o benefício que antes era de R$ 800 atualmente passou a ser de R$ 1.200 por safra.

Durante a reunião, ele destacou que de agora em diante vai promover esses encontros com os secretários da Agricultura, em cada localidade onde for realizada uma edição do Governo Itinerante. “Queremos ouvir vocês e saber das necessidades dos municípios, conhecer as demandas do homem do campo em cada região. Temos um governador jovem, dinâmico, que quer as coisas para ontem e precisamos acompanhar o ritmo dele. Estamos construindo um projeto muito bom para 2024, já com recursos assegurados. Vem muita coisa boa por aí”, garantiu o secretário Zeca. 

O secretário da Agricultura de Tobias Barreto, Elenaldo Alves de Meneses, destacou a importância do município ter aderido ao Garantia Safra e de como o programa ajuda ao homem do campo. “Quando assumi a pasta, em 2021, tínhamos pouco mais de 400 inscritos no programa. Hoje já são quase mil agricultores que vêem nessa ação um benefício muito bom e que chega na hora certa. O programa vem fluindo muito bem em nossa região”, afirmou Elenaldo, conhecido popularmente na região como ‘Hominho’.

Adilson Santana, que participou da reunião representando o titular da pasta em Umbaúba, Edgar Cerqueira, ficou entusiasmado em conhecer o programa. “Muito importante e oportuno por ajudar os pequenos produtores rurais em um momento de grande necessidade. Já tinha ouvido falar, mas não tinha informações mais precisas, inclusive não imaginava que a cultura da mandioca também se encaixava nessa ação. Vou levar todas as informações que o secretário nos passou, para discutirmos a possibilidade de Umbaúba também fazer parte do Garantia Safra”, destacou.   

Atendimento aos agricultores

Técnicos da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) realizaram a entrega de 40 Cadastros da Agricultura Familiar (CAFs) e receberam 30 amostras de solos de propriedades de agricultores familiares de Itabaianinha e região, que serão encaminhadas para análise pelo Instituto Tecnológico e de Pesquisas de Sergipe (ITPS). 

“Somente nesse primeiro semestre do ano já entregamos mais de dez mil CAFs. Uma ação muito importante do Governo do Estado, já que esse documento representa a identidade do agricultor e com ele o pequeno produtor consegue ter acesso a vários benefícios”, observou o diretor-presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos. 

Para Alessandra Pinheiro dos Santos, de Tomar do Geru, foi muito importante vir até Itabaianinha para receber seu CAF. “Agora vou poder pedir um dinheirinho no banco para investir na minha roça, junto com meu marido”, disse a agricultora, que é mãe de dois meninos, gêmeos, e mora no Povoado Cardoso. “Antes eu não tinha acesso a benefício nenhum e agora sei que vai ser diferente, com o CAF em minhas mãos”, afirmou a também agricultora Josefa de Jesus Santos, que planta mandioca, milho e feijão no Povoado Fundão, de Itabaianinha, junto com seus pais.

Coderse presente

Na participação da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) no ‘Sergipe é aqui’, em Itabaianinha, a empresa recebeu demandas de perfuração de poços na zona rural e apresentou, em uma maquete detalhada, o Programa Água Doce. Na mesma semana do Governo Itinerante, a Seagri e suas vinculadas realizaram oficinas de sustentabilidade ambiental para dez comunidades assistidas com sistemas de abastecimento com dessalinizador.

“Sergipe é um estado que na gestão do Água Doce tem o diferencial de oferecer a manutenção ou recuperação das unidades de dessalinização, com equipes da Coderse; e a capacitação contínua dos operadores. Para que eles façam, de imediato, pequenos reparos para retornar o abastecimento de água. Tudo isso graças ao investimento do Governo de Sergipe e a expertise de 40 anos que a companhia possui na área de poços e sistemas de abastecimento de água”, pontuou o presidente da Coderse, Paulo Sobral.

Agricultura gera emprego e renda com apoio de políticas públicas do Governo de Sergipe

O trabalho dos agricultores é responsável pelo desenvolvimento da economia com projeção nacional e regional em vários cultivos, como milho, arroz, laranja, cana-de-açúcar e batata doce

Os primeiros raios de sol anunciam a jornada de trabalho dos agricultores. Arar a terra, semear, regar, acompanhar o cultivo de alimentos e colher fazem parte da rotina desses trabalhadores do campo. Nesta sexta-feira, 28, é celebrado o Dia do Agricultor e dados do Observatório de Sergipe revelam que o estado tem 93.275 estabelecimentos agropecuários, dos quais 72.060 são de agricultura familiar e 21.215 são de agricultura comercial.

Pertencente ao setor primário da economia, a agricultura tem gerado emprego e renda no estado. Agricultora há mais de 40 anos, Janieide Santos aprendeu o ofício com seu pai. “Quando meu pai começou a trabalhar na agricultura, eu tinha uns 8 anos. Aprendi a amarrar tomate, plantar pimentão, colher também, limpar terreno, a fazer tudo. A rotina dessa época era encaixar as verduras, botar na carroça e colocar à venda na feira livre de Itabaiana”, relembrou. Hoje, de acordo com a agricultora, o processo de venda ficou mais fácil. “Agora, depois de a gente colher, tem os clientes certos e eles mesmo vêm pegar, levam para a cidade deles e distribuem a mercadoria. Para alguns a gente faz a entrega também”, explicou. 

A rotina do produtor de hortaliças Sival de Josa da Verdura é bem parecida e, também, começa ainda cedo. A propriedade de Sival fica em Itabaiana, na região agreste do estado, e é gerida por ele, sua esposa e filhos. Um trabalho em equipe que tem gerado bons frutos. O leque de clientes de Sival está começando a se expandir e a sua plantação também. “Veja, esse espaço que temos aqui já está pequeno. Aos pouquinhos os clientes de fora estão aparecendo e estamos tendo que nos adequar aqui para atender e, assim, vamos crescendo também. Graças a Deus”, disse, ao apontar para uma estufa em construção num terreno ao lado. “Um cliente de Feira de Santana, na Bahia, vem pegar sementeira de tomate, pimentão, cheiro verde, maxixe…”, completou, animado.

Falando como gestor e produtor agrícola, o secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, Zeca da Silva, afirma que está duplamente feliz em comemorar o Dia do Agricultor. “Esse profissional do campo está diretamente ligado à segurança alimentar da população e ao incremento da economia. Quem é do ramo sabe que a agricultura é uma atividade diária, incansável e gratificante por propiciar a produção do alimento que chega à mesa das pessoas”, analisou.

Fomento à agricultura

Em Sergipe, o trabalho dos agricultores é responsável pelo desenvolvimento da economia com projeção nacional e regional em vários cultivos, a exemplo do milho, arroz, laranja, cana-de-açúcar e batata doce. E o Governo de Sergipe tem feito a sua parte junto ao agricultor com vários incentivos, a exemplo da regularização fundiária, entrega de sementes certificadas para fortalecer a produção de grãos, águas e infraestrutura hídrica nos perímetros irrigados, assistência técnica, orientação fitossanitária, incentivos fiscais para a produção e comercialização, além da disponibilidade de crédito, por meio do Banese. São incentivos que têm chegado do pequeno ao grande agricultor.

“Observamos também evolução na capacidade produtiva e comercial do setor agrícola sergipano, que alcançou passos importantes, como agora em 2023, com a exportação do milho – com cerca de 50% das 60 toneladas exportadas originadas aqui mesmo de nosso estado, a farinha de mandioca seguindo para os Estados Unidos e as exportações do suco de laranja representando mais de 70% do valor total das exportações. Essa busca pela ampliação das fronteiras comerciais incentiva o agricultor a produzir mais com maior qualidade”, ressaltou

Agricultores

Seguindo os passos dos pais e avô, Cleidiane Reis, que chegou a fazer sete períodos da faculdade de Engenharia Agrícola, acompanha todo processo entre plantio, adubação, colheita e venda dos produtos que sua família produz. “A gente trabalha com mudas e hortaliças. As mudas a gente faz e atende a população daqui, usamos também para plantar e depois já vender a alface pronto para consumo. a gente atende o pessoal da região, Areia Branca, Lagarto, Neópolis, além de vários povoados. 

Ela conta que o objetivo agora é ampliar a produção para enviar, também, para a Bahia. isso porque muitos clientes do estado vizinho têm perguntado se eles fazem entrega da produção. “A gente ainda não tinha como, pois só tinha poucas estufas. Estamos construindo mais quatro estufas e daqui a uns dias teremos como abastecer outras regiões”, informou. As hortaliças da família de Cleidiane seguem um padrão de qualidade e para chegar a esse nível eles precisaram estudar uma fórmula do adubo utilizado para as mudas crescerem na ordem certa e seguir um padrão. “Esse é nosso diferencial, um segredinho nosso, um trabalho em equipe”, disse, com orgulho.

A agricultora Cristina Reis trabalha no campo há 32 anos e a sua função, entre tantas outras, é verificar diariamente a qualidade dos produtos plantados por sua família. “Tem que prestar atenção na alface, no coentro, no hortelã… para saber se tem alguma lagarta, molhar… tem que fazer isso todos os dias para manter a qualidade”, relatou sua rotina. Com o intuito de antecipar qualquer problema, a Emdagro entra na assistência no controle do manejo integrado das pragas e doenças.

Desde criança, o produtor de batata doce e macaxeira Gerivaldo de Brito foi criado na roça. O agricultor, além de seguir os passos de seu pai, também criou os seus filhos com a agricultura. José Carlos Santos Nascimento produz batata doce, amendoim e coentro e orgulha-se de seus produtos abastecerem a mesa de diversos sergipanos. Há 20 anos ele lida com a terra e divide a labuta com sua família. “Eu fico muito satisfeito de estar produzindo não só para mim como para as outras pessoas também. O que eu produzo aqui vai para São Paulo, Bahia e Alagoas”, disse.

Assistência ao trabalhador do campo

Prestando toda assistência aos homens e mulheres do campo, o Governo do Estado, por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), vinculada à Secretaria de Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), promove reuniões, cursos e palestras aos agricultores cadastrados. De acordo com o extensionista da Emdagro Agenor Antonio do Nascimento, a empresa do estado presta assessoria técnica ao agricultor, por meio de um trabalho de convivência com esses trabalhadores, que garante informações sobre segurança alimentar, além da agroecologia.  

De acordo com Agenor, por intermédio de um planejamento, equipes da Emdagro usa a metodologia de extensão rural para escutar o produtor, saber qual sua demanda. “Com esse contato, podemos auxiliar o agricultor com a análise de solo, escalonamento de produção ou ainda auxílio para crédito rural, cadastro nacional de agricultura familiar – que é um documento que é um passaporte para ele acessar as políticas públicas, empréstimo em banco ou ainda aposentadoria. Se o campo vai bem, a cidade vai bem”, analisou. 

O técnico agrícola responsável pelo perímetro Jacarecica I, em Itabaiana, Simião Santana, informou que a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) dá apoio aos irrigantes fazendo visitas aos proprietários orientando nos plantios e na comercialização durante o ano inteiro, principalmente no verão. “Aqui, em Itabaiana, no inverno trabalhamos mais com a cultura do milho porque os lotes encharcam no período de inverno por causa das chuvas”, explicou.

Governo

Última atualização: 31 de julho de 2023 09:47.

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