Pró-Campo inicia obras para entregar 15 sistemas de abastecimento à população rural sergipana

Em todo estado, programa estadual vai implantar ou recuperar 72 sistemas de abastecimento investindo quase R$ 5,5 milhões

Na última semana, começaram em Indiaroba as ações de ampliação de sistemas de abastecimento de água a partir de poços tubulares profundos em seis comunidades. Os recursos, na ordem de R$ 740.338,99 serão aplicados via Programa Pró-campo, do Governo do Estado, e custearão perfurações de poços, peças, equipamentos e obras civis, realizadas pelas equipes e máquinas da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e empresa terceirizada, já licitada pela estatal. Além de Indiaroba, terão sistemas novos ou revitalizados, localidades rurais em Malhador, Cristinápolis, Estância (5) e Lagarto; contabilizando 880 famílias do campo, em 15 localidades, beneficiadas.  

Eliane de Jesus tem sua família assentada no assentamento Sepé Tiaraju, em Indiaroba, e vive com o esposo e os filhos na Agrovila Cajá, dentro do projeto de reforma agrária. O sistema de abastecimento de água implantado pela Cohidro na comunidade há 5 anos, via Programa Água para Todos, vai receber obras de aumento da vazão que seja o suficiente para suprir uma rede de distribuição residencial. “Vai ficar melhor, porque vamos poder colocar a água dentro de casa. Do jeito que está, tem que pegar na mangueira do lado de fora. Mas assim já mudou muita coisa, antes a gente ia pegar água no riacho lá embaixo, subia um ‘tombo brabo’. Já melhorou e muito, graças a Deus, e agora vai melhorar mais ainda, em nome do Senhor Jesus”, crê a moradora.

Segundo o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, em sistemas de abastecimento de água e com recursos de emendas parlamentares – como é o caso dos 15 sistemas que tiveram as obras iniciadas em Indiaroba – ou via Programa Água para Todos e Projeto Dom Távora; o Pró-Campo está investindo quase R$ 5,5 milhões, dos mais de R$ 100 milhões que o programa está destinando ao fortalecimento da agricultura e melhoria da qualidade de vida da população rural sergipana. “Em emendas parlamentares estaduais, já começamos as perfurações para contemplar outros 21 sistemas de abastecimento, atendendo o mesmo número de localidades. Nesta outra ação do Pró-Campo, são três poços já perfurados e outros quatro em andamento”, informou o presidente.

A Prefeitura Municipal de Indiaroba se coloca como parceira, indicando a prioridade das obras do Pró-Campo e dando apoio local às ações das equipes. “Esta, faz parte de um conjunto de ações que a Cohidro e o Governo do Estado vêm fazendo no nosso município. Já são 5 anos de um planejamento muito bem definido, com o objetivo de universalizar a água nas nossas comunidades. Não só nos chafarizes, mas na residência de cada família. É o coroamento de toda essa estratégia que foi muito bem planejada, muito bem definida pela Cohidro e que nós, como município, temos a honra de sermos parceiros nessa empreitada, do sonho de toda comunidade ter acesso universal a água. O que para nós é um motivo de muita alegria, de felicidade”, assinalou o prefeito Adinaldo Nascimento.

Em visita feita às comunidades atendidas em Indiaroba, na semana anterior ao início das obras e acompanhada do prefeito Adinaldo Nascimento e do presidente Paulo Sobral, a diretora de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da companhia, Elayne de Araújo disse que após concluir o trabalho nas seis comunidades de Indiaroba, as equipes seguirão para os demais municípios. “O projeto vai instalar equipamentos que permitam que chegue mais água até os reservatórios, seguido da instalação de tubulação que percorra as ruas das localidades, permitindo que os moradores possam fazer a ligação de suas casas à rede comunitária de distribuição de água”, explicou.

Cohidro expõe ações e distribui material informativo durante a Sealba AgroShow

No estande do Governo de Sergipe foram apresentados resultados do investimento público em perfuração e instalação de poços, sistemas de abastecimento e irrigação pública

Sucesso de público, volume de negócios concretizados e oportunidade para o lançamento de políticas públicas estaduais para o meio rural, o Sealba AgroShow foi, também, espaço no estande do Governo de Sergipe, para a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) expor suas ações em todo estado e os resultados do investimento público em perfuração e instalação de poços, sistemas de abastecimento e irrigação pública. Na feira realizada entre os dias 10 e 12 de fevereiro em Itabaiana, chamou a atenção dos visitantes a maquete de uma unidade de dessalinização de água e produção do Programa Água Doce, exposta pela Cohidro, e ainda uma amostra constante das hortaliças produzidas pelos irrigantes atendidos pela companhia nos dois perímetros irrigados estaduais naquele município.

Dividindo o estande com a Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Secretaria de Estado do Turismo (Setur); Banco do Estado de Sergipe (Banese) e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro); a Cohidro cumpriu uma agenda de mostrar ao público presente, as suas unidades e atividades para a promoção de água no campo e os programas a qual participa como executora ou colaboradora. “Foi oportunidade para a justa prestação de contas, diretamente com a sociedade, do que é gerado de benéfico ao povo sergipano a partir do investimento público feito na empresa”, destacou o diretor-presidente da companhia, Paulo Sobral. “O resultado dessa participação foi bastante positivo, muitos visitantes paravam para saber mais do que se tratava aquele pedacinho bonito e vivo do agro show, que era a parte da Cohidro”, complementou.

Estudante do 5º período do curso Tecnologia em Agroecologia, do Instituto Federal de Sergipe (IFS) – campus São Cristóvão, Inara Cruz disse ter gostado do modelo do Programa Água Doce, ao mesmo tempo em que achou importante a exposição dos produtos da irrigação pública. “O que eu mais gostei no estande da Cohidro foi a maquete, explicando e mostrando como a eles fornecem a água para o povo sergipano, e que eles também levaram as hortaliças, raízes, representando a garra do nosso povo aqui de Sergipe”, assinalou. De origem rural, a aluna do IFS natural de Cedro de São João, considerou proveitosa a visita à Sealba e ao estande onde a Cohidro foi expositora. “Para a gente que é da área agrária, que estuda e que produz, foi muito legal poder ali ver, compartilhar conhecimento e eu gostei bastante”, concluiu.

Água Doce 

A maquete exposta na feira agropecuária pela Cohidro, mostra todos os detalhes de um sistema integrado de dessalinização de água com reaproveitamento do rejeito salino para criar peixes e irrigar a planta forrageira ‘atriplex’, utilizada como ração de ovinos e caprinos. Como esta, em Sergipe operam 29 unidades do programa federal Água Doce, que a Seagri executa através das suas vinculadas Cohidro e Emdagro. A diretora de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Cohidro, Elayne de Araújo, reforçou a importância de apresentar a maquete”. É uma maneira didática de mostrar para a população como é feita a extração de água do subsolo para abastecimento humano e toda a estrutura empregada quando existe a necessidade de dessalinizar a água de um poço. Um sistema complexo que dá água potável e que cria meios para complementação de renda dos moradores destes povoados atendidos”, avaliou.

Irrigação pública

Sergipe conta com seis perímetros irrigados estaduais, mantidos pela Cohidro, e o Platô de Neópolis, distrito de irrigação em que o patrimônio pertence ao Estado e a companhia gere contratos de concessão a empresas que exploram a produção agrícola em larga escala. Diante disso, para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, a participação da empresa na Sealba se torna essencial. “Só em Itabaiana, que sediou o agroshow, são dois perímetros irrigados – Poção da Ribeira e Jacarecica I –  que a Cohidro tem e que os 590 lotes de irrigantes produziram juntos um volume de mais de 36 mil toneladas de alimentos em 2021, movimentando quase R$ 65 milhões no município, com a comercialização destes produtos em Sergipe e Bahia”, expôs o diretor, complementando que a área do estande ocupada pela Cohidro, contou com amostras sempre frescas das hortaliças produzidas em Itabaiana.

Demanda por pimenta cresce e anima agricultores de Lagarto

Pipericultores são assistidos pela Cohidro e têm contratos de venda com indústria local

A pimenta habanero é originária do México e tem, em média, o dobro da ardência da brasileiríssima malagueta comum. Seus frutos são maiores, ovalados mas assimétricos, pelas rugosidades no seu formato. Estão prontos para colher por volta de 110 dias após o plantio das mudas, quando ficam nas cores vermelha, laranja ou marrom. Estas duas espécies, além da Jalapeno e da pimenta biquinho, são produzidas no Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo do Estado em Lagarto. Um aumento na procura pela habanero, da parte da indústria de molhos de pimenta, tem animado os agricultores assistidos com água de irrigação e assistência técnica em seus lotes no perímetro. A produção da habanero em 2021 foi considerada boa, quase 82 toneladas (ton.) e neste ano tende a aumentar com o incentivo dado a estes produtores pelo mercado.

No perímetro Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a malagueta continuou sendo a mais produzida (120 ton.) no último ano, seguida da jalapeno (95 ton.) e da biquinho (75 ton.), a de menor produção e ardência, que é beneficiada e tem seus frutos vendidos inteiros em conserva. Os preços por quilo ofertados pela indústria, não são proporcionais ao grau de ardência, no caso da habanero (R$ 3) e da malagueta (R$ 4), e da sua outra variedade menor e de ardência mais acentuada, a malaguetinha (R$ 8). Quanto menor a pimenta, maior é o grau de dificuldade de colheita e custo de mão de obra. Por conta do manejo mais facilitado, qualquer melhora na demanda e no preço da habanero ou jalapeno, que o fruto ainda é maior, ou da biquinho, é motivo para passar a investir mais nestas espécies.

Segundo os dados levantados pelos técnicos da Cohidro em Lagarto, a habanero ocupou uma área colhida de 14,5 hectares e rendeu, aos produtores, o valor total da produção de R$ 356.720 em 2021. Para o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida, a oportunidade é boa para quem quer investir na espécie de pimenta. “É desde o início que a gente, da Cohidro, começa a auxiliar através do perímetro e está dando certo. Eles têm um contrato com a indústria local, para quem eles já fornecem o produto. O preço está dando para manter o lucro e eles estão produzindo cada vez mais e aumentando a área plantada de pimenta habanero”, avaliou. No mesmo levantamento da Cohidro do valor da produção, no ano passado, já era anunciada a vantagem da habanero que, mesmo tendo produzindo menos, deu mais retorno aos agricultores do que a também mexicana jalapeno (R$ 269.450).

No lote irrigado de Luan de Oliveira já são um hectare ocupado com 9 mil pés de pimenta habanero, com a intenção de aumentar, caso o mercado para a pimenta continue atrativo. “Já plantamos diretamente para a empresa do município. A gente está na fase de colheita agora, quando oferecemos trabalho para o pessoal que faz a colheita, catando as pimentas. Acaba sendo algo muito benéfico ao nosso município, esta indústria que faz o contrato com a gente. Gerando renda para nós, que trabalhamos na roça e também para o pessoal que trabalha colhendo”, avaliou o agricultor irrigante de Lagarto.

Luan e demais produtores de pimenta investem em técnicas modernas de irrigação para alcançar maior produção, racionalizando o uso das reservas de água do perímetro de irrigação pública e também trazendo maior eficiência nos tratos culturais. É o caso da fertirrigação, em que o adubo chega até a planta diluído na água e através dos equipamentos de irrigação. “Molhamos aqui através da irrigação de gotejamento, que já molha diretamente no solo e acaba economizando água. A irrigação vem da Cohidro, pelo Perímetro Irrigado Piauí, que é a que a gente tem aqui”, confirmou o irrigante.

Carcinicultura é opção de renda viável para produtores de São Cristóvão

Os produtores de São Cristóvão têm um diferencial por serem os únicos beneficiários do programa de crédito fundiário que trabalham com a criação de camarão

A produção de camarão em viveiro tem sido uma opção rentável para agricultores familiares do município de São Cristóvão, na região da grande Aracaju. Graças ao Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNFC), atualmente denominado Terra Brasil, são oferecidas condições especiais para que agricultores sem acesso à terra ou com pouca terra possam comprar imóvel rural por meio de um financiamento de crédito rural e nessas propriedades investirem em atividades agrícolas, a exemplo da carcinicultura. Em Sergipe, o programa é executado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), em parceria com o Governo Federal.

Um dos beneficiários do programa, Francisco das Chagas Campos, produz camarão no povoado Colônia, Assentamento Novo Horizonte, na propriedade adquirida pelo seu filho Everton Galvão, falecido há quatro anos. O produtor complementa sua renda mensal com a carcinicultura, além de gerar oportunidade de emprego para outras cinco famílias, com a contratação de mão de obra para a manutenção do tanque e na despesca do camarão. “Precisei assumir o negócio deixado por meu filho e hoje vejo como opção muito rentável, pois em cada ciclo de 75 dias tiro de 500 a mil quilos de camarão, pesando em média de 12 a 14 gramas, a unidade”, disse ao destacar que os mais graúdos consegue vender por R$ 24, o quilo.

Implantado no município há pouco mais de 10 anos, nas propriedades Novo Horizonte, Bom Jesus e São Francisco o programa beneficia 39 famílias. “Os produtores de São Cristóvão tem um diferencial por serem os únicos beneficiários desse programa público de acesso à terra em Sergipe que trabalham com a carcinicultura”, observou o coordenador da Unidade Técnica do Crédito Fundiário, José Carlos de Jesus, ao destacar que somente no Assentamento Novo Horizonte 23 famílias são atendidas pelo programa. Segundo ele, nessa região as terras se apresentavam inóspitas, sem boa produtividade para o cultivo de culturas agrícolas, devido a influência da água salobra e os produtores apostaram na carcinicultura como opção mais rentável.

Para Ademir da Silva, que também é produtor na região, quem aderiu à produção de camarão se deu muito bem. “Quem cultiva camarão hoje em dia conseguiu melhorar de vida, comprar seu carrinho, trocar a mobília de sua casa, dar uma condição de vida melhor para sua família”, destacou o agricultor que se dedica ao plantio de mandioca, macaxeira e coco no Assentamento Rita Cacete, também localizado na área rural de São Cristóvão. O município desponta como terceiro maior produtor de camarão no Estado, ficando atrás somente dos municípios de Brejo Grande e Nossa Senhora do Socorro, nessa ordem, de acordo com dados apresentados pelo Perfil da Pecuária Sergipana 2020, do Observatório de Sergipe.

Crédito Fundiário

Além da terra, os recursos financiados pelo programa Crédito Fundiário/Terra Brasil podem ser utilizados na estruturação da propriedade, do projeto produtivo e na contratação de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), gerando oportunidade, autonomia e fortalecimento da agricultura familiar. O Estado atua fazendo toda a parte técnica do programa e auxilia os grupos de agricultores na aquisição das terras que são financiadas pelo Banco do Nordeste pelo período de 25 anos.

Para o secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, esse é um trabalho muito exitoso para a agricultura familiar, feito em todo o país em parceria com o Governo Federal. “Em Sergipe foram mais de 28 mil hectares de terra adquiridos através do programa de Crédito Fundiário/Terra Brasil para atender 2.318 famílias de produtores, nos 74 municípios sergipanos, o que representou um investimento de R$ 84 milhões”, pontuou.

De perfil empreendedor, irrigante atendido pela Cohidro busca registro de produtor orgânico

Lote do agricultor tem abacaxi, macaxeira, inhame, coco verde, mamão, quatro variedades de banana e de batata-doce

Na Grande Aracaju, fica Riachuelo, um dos três municípios beneficiados pelo Perímetro Irrigado Jacarecica II, do Governo do Estado. Com a água e assistência técnica fornecidas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), é neste município que produz o agricultor irrigante Francisco de Araújo, mas a colheita ele mesmo vende na capital, no Mercado Municipal do bairro Augusto Franco. A clientela fiel opina no que o produtor deve plantar e deposita nele toda a confiança de que ele está vendendo produtos agroecológicos, cultivados sem agrotóxicos. Mesmo assim, o empreendedor quer ir além e está prestes a conquistar a certificação de que seus produtos são orgânicos, com registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

“Já foi aprovado pelo MAPA, ele veio, pegou nosso produto, levou, fez o teste e foi aprovado. Nós não estamos hoje certificados por causa do coronavírus, que eles não puderam vir e ficou barrado, porque eles são de Brasília. Mais para terminar, eles disseram que assim que estiverem liberados para vir, logo vai ser constituído”, explicou Seu Francisco. Enquanto isso, na sua lavoura ele prossegue seu processo de transição e utiliza produtos alternativos como a cinza, para adubar; o leite, para combater doenças; e a manipueira, líquido extraído do processamento da mandioca, como inseticida. Todo o seu lote de 8,5 hectares também está protegido da contaminação da ‘deriva’ do agrotóxico usado nos lotes dos vizinhos, com um grande barreira quebra-vento feita com o plantio de capim de corte e bananeiras.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca expõe que, na assistência técnica agrícola oferecida aos irrigantes, é dada uma visão realista da dificuldade em produzir orgânicos. “A ideia sempre foi estimular essa produção orgânica nos perímetros irrigados, mas a gente sabe que não é uma coisa fácil para o produtor conseguir. Demanda um tempo de carência para isso de no mínimo 2 anos para ele sair da agricultura convencional para a orgânica. E daí ele vai solicitar o selo dos órgãos fiscalizadores. Hoje temos o selo do MAPA, que já facilita essa comercialização e os mercados, mundial e brasileiro, estão demandando cada vez mais produtos livres de agrotóxicos. A gente louva a iniciativa dele e a Cohidro está aqui, para apoiar no que for preciso”, avisou o diretor, fazendo votos que o produtor tenha sucesso em transformar totalmente seu lote para a produção orgânica.

Empreendedor, Francisco de Araújo praticamente eliminou a figura do atravessador de sua produção, vendida quase toda na sua banca do Mercado Augusto Franco e, por conta disso, segundo ele os preços são mais baratos que na concorrência. Deste contato direto com o cliente final, o produtor dá a liberdade ao freguês de opinar naquilo que ele irá plantar em seu lote, para depois trazer para à venda na banca. Como retorno dessa atenção especial, Francisco conquistou a confiança junto ao cliente de que suas frutas e vegetais têm qualidade e são produzidas sem o uso de agrotóxicos. Boa-fé que o agricultor adquiriu também para comercializar uma parte menor da sua produção com a Cooperativa de Produtores Orgânicos de Sergipe (Coopersus). Instituição que vende os produtos dos cooperados em um ônibus itinerante estacionado em shoppings centers e órgãos públicos de Aracaju.

Francisco produz banana-da-terra, prata, da pão e da maçã; mamão; batata-doce das variedades cenoura, tipo beterraba, roxa e da branca; macaxeira; inhame; coco verde e abacaxi. “A produção não é como a do pessoal que planta convencional. O meu demora 2 a 3 meses a mais, porque é natural e também o abacaxi dos outros não tem o doce igual a este. A vantagem é que você está vendendo um produto com saúde, não está vendendo um produto sabendo que vai fazer mal para os seus clientes e a você mesmo. Se eu uso veneno e mato o meu cliente, daqui a uns dias eu não tenho mais clientes né, e está tendo boa saída”. É a partir da irrigação, fornecida durante todo ano pela Cohidro, que o agricultor consegue ter sempre uma diversidade de produtos para oferecer. “A irrigação é a parte fundamental. Sem a água não vai para frente, esse projeto aqui foi uma benção de Deus”, avalia o Francisco.

Pró-Campo: Belivaldo autoriza recuperação da barragem Barra da Onça e implantação de sistemas de abastecimento de água em comunidades rurais

Governador também entregou títulos de posse de terra a famílias da Fazenda Lagoa Nova II, no município de Poço Redondo, e da Fazenda Cangaleixo, do município de Gararu e autorizou a Licitação para o Programa de Recuperação de Barragens 2021/2022

Entre as ações do programa Pró-Campo, lançado na manhã desta segunda-feira (13), foram dadas as ordens de serviço para a recuperação estrutural da barragem do povoado Barra da Onça, em Poço Redondo, e para perfuração de poços com a instalação de nove sistemas de abastecimento de água em comunidades rurais em Tomar do Geru, Areia Branca, Canindé do São Francisco, Indiaroba, Itabi, Graccho Cardoso, Monte Alegre, São Cristóvão e Gararu com R$ 402.719,91 investidos. Foi assinada, também, a autorização de Licitação para o Programa de Recuperação de Barragens 2021/2022, atendendo à demanda do combate aos efeitos da estiagem prolongada nos municípios sergipanos em estado de emergência.

“São ações conjuntas que se somam e se complementam para oferecer melhores condições de vida a quem vive no campo, especialmente aos municípios mais atingidos pela estiagem. Trabalhamos para melhorar a vida desses sergipanos e sergipanas que seguem lutando continuamente pela prosperidade das suas terras e dignidade das suas famílias mesmo  diante das adversidades”, pontuou o governador.

A recuperação da barragem do povoado Barra da Onça terá um investimento de R$ 800.213,11, em recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), administrado pela Seias e visa atender à demanda emergencial daquele e demais povoados, principalmente na dessedentação animal; ainda mais sendo, a pecuária leiteira, a principal atividade econômica naquela região. Para tanto, o Termo de Cooperação Técnica entre Seias, Seagri e a sua vinculada, Cohidro, vai recuperar a estrutura e aumentar a impermeabilização da barragem.

“Além dessa barragem, a gente vai fazer recuperação de outras. São 1.020 barragens, 1.000 de pequeno porte e 20 de médio porte, que darão também condição em outras regiões, no Alto Sertão, para que as pessoas tenham uma quantidade de água por mais tempo. Isso é fundamental para que o produtor de leite, produtor rural de modo geral, possa ter uma tranquilidade e diminuição de custos” destacou Paulo Sobral, presidente da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).

Entre 2021 e 2022, o Governo do Estado, através do Termo de Cooperação Técnica entre Seias, Seagri e Cohidro, investirá um montante de R$ 4.910.772,90 para a execução de serviço de limpeza e recuperação de 20 barragens de terra de médio porte e 1.000 de pequeno porte. Ações que serão executadas em duas etapas. Na primeira etapa, autorizada nesta segunda-feira, o Programa de Recuperação de Barragens será responsável pelo processo de contratação de empresa especializada para realizar serviços de limpeza, recuperação e ampliação de 10 barragens de médio porte e 500 barragens de pequeno porte nos municípios de Poço Redondo, Carira, Nossa Senhora da Glória, Poço Verde, Nossa Senhora Aparecida, Gararu, Frei Paulo, Pinhão, Porto da Folha e São Miguel do Aleixo. Um investimento total de R$ 2.455.386,45, através de recursos do Funcep.

Dando sequência às ações em Glória, o governador, o secretário de Estado da Agricultura e o presidente da Cohidro; junto do representante da empresa Hidrosolo Serviços Hidrogeológicos e Geológicos Ltda, responsável pelo lote da perfuração de poços, assinaram ordem de serviço para obras no valor de R$ 124.229,40. E com o representante da empresa Universo Serviços Terceirizados Ltda, responsável pelo lote de instalação dos sistemas simplificados de abastecimento de água, assinam ordem de serviço para obras no valor de R$ 278.490,51, totalizando R$ 402.719,91 em investimentos.

“Levaremos água potável para as comunidades que precisam. São 72 sistemas simplificados de abastecimento, 72 comunidades rurais com água de qualidade para o consumo próprio e também para que o excedente de água possa ser utilizado na produção. É o governo do Estado dando dignidade à população do campo, mostrando que quem vive no campo tem o olhar diferenciado do governo”, finalizou o presidente da Cohidro, Paulo Sobral.

Títulos de posse

Na mesma manhã, o governo do Estado realizou a entrega de escrituras aos beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário Terra Brasil. Foram 38 famílias beneficiadas, sendo 30 da Fazenda Lagoa Nova II, no município de Poço Redondo, e 08 famílias da Fazenda Cangaleixo, do município de Gararu. O investimento, superior a R$ 3 milhões, é referente a recursos do governo federal/Mapa, através do Fundo de Terra e da Reforma Agrária, em parceria com o Governo do Estado de Sergipe (Seagri)/ Unidade Técnica do Crédito Fundiário Pronese.

Edilene Silva Souza, residente da Fazenda Lagoa, no Assentamento Júlio Soares, em Poço Redondo, foi uma das pessoas beneficiadas com a ação. “É muito importante para a gente, antes a gente não tinha terra e, hoje, estamos com o título em mãos. Foram muitos anos de luta e, hoje, é só vitória. Vamos em busca de coisas melhores para nossa comunidade, para o nosso município. Com o documento, vamos atrás de projetos para trabalhar mais e investir mais no terreno” destacou a produtora rural que já cultiva palma, milho, feijão, além de produzir leite.

Na Fazenda Lagoa Nova II, a área adquirida é de 1.489,22 tarefas sergipanas, correspondente a 451,28 hectares, a partir de um investimento de R$ 2.704.854,99, tendo como agente financeiro o BNB. Já na Fazenda Cangaleixo, a área adquirida é de 403,09 tarefas sergipanas, correspondente a 122,15 hectares, a partir de um investimento de R$ 627.213,88, tendo como agente financeiro o BNB.

Agricultores recebem escrituras de suas terras através do Pró-Campo

Ação visa fortalecimento da agricultura sergipana e melhoria na qualidade de vida na área rural

O lançamento do Programa Pró-Campo, feito pelo governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, em Nossa Senhora da Glória, promoveu muitos benefícios e ações para o homem do campo. Com investimentos que superam R$ 100 milhões e vão contemplar mais de 50 municípios sergipanos, o programa compreende uma série de ações destinadas ao fortalecimento da agricultura sergipana e à melhoria na qualidade de vida na área rural, através de investimentos com foco no desenvolvimento social e econômico. Uma dessas ações, executada por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), garantiu a trabalhadores rurais a obtenção da escritura de suas terras.

Na oportunidade, foram entregues aos beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário Terra Brasil as escrituras de suas propriedades rurais. São 38 famílias, sendo 30 da Fazenda Lagoa Nova II, no município de Poço Redondo, e oito famílias da Fazenda Cangaleixo, localizada no município de Gararu. O investimento superior a R$ 3 milhões (R$ 3.332.068,87), é referente a recursos do Governo Federal/Mapa, através do Fundo de Terra e da Reforma Agrária, em parceria com o Governo do Estado (Seagri)/Unidade Técnica do Crédito Fundiário Pronese.

Para Maria Geane de Farias Silva, presidente da Associação do Assentamento Júlia Soares, na Fazenda Lagoa Nova II, em Poço Redondo, foi com grande alegria que recebeu a escritura de suas terras. “Pra mim e para as demais famílias foi muito gratificante esse momento. Já há algum tempo produzimos milho e feijão, no local, além de algumas cabeças de gado e ter essa escritura em mãos era um anseio muito grande de todos nós”, destacou. O local compreende 30 famílias de agricultores familiares em uma área de 451,28 hectares, adquiridas a partir de um investimento de mais de R$ 2,7 milhões.

“Foi muito bom receber o governador Belivaldo Chagas aqui e ver sua preocupação com o trabalhador rural, promovendo tantas ações e esse benefício de recebermos a escritura de nossas terras”, comemorou o presidente da Associação Comunitária Nossa Senhora Aparecida, Lucivaldo Lima, da Fazenda Cangaleixo, em Gararu. A área correspondente a 122,15 hectares, a partir de um investimento de R$ 627.213,88, compreende oito famílias que produzem milho e feijão nas localidades. Ambas as propriedades tiveram como agente financeiro o Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

De acordo com o secretário Zeca da Silva (Seagri), uma das preocupações do Governo do Estado é gerar emprego e renda para o homem do campo. “Foi isso que o governador demonstrou com o anúncio desse pacote de medidas que beneficiam e fortalecem a agricultura do estado de Sergipe, em todos os segmentos, seja com ações de infraestrutura na zona rural, construção de poços com sistema simplificado de água, limpeza de pequenas barragens, no fortalecimento da bacia leiteira da região e com a entrega da escritura de suas terras, entre outras ações que beneficiam diretamente os agricultores e suas famílias”, afirmou ao destacar a importante parceria com os órgãos de apoio, como a Cohidro e Emdagro.

Programa de Crédito Fundiário

Iniciado em Sergipe no ano de 2003, o Programa Nacional de Crédito Fundiário Terra Brasil promoveu somente no alto sertão sergipano a aquisição de 52 propriedades, localizadas nos municípios de Porto da Folha, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória, Canindé de São Francisco, Poço Redondo e Gararu. São 10.316,10 hectares, que correspondem a 34.043,13 tarefas, beneficiando 743 famílias de agricultores sergipanos. Em todo o Estado foram adquiridas 168 fazendas, num total de 28.199,94 hectares (93.059,80 tarefas) que beneficiam 2.317 famílias e representam um volume de recursos de mais de R$ 83,9 milhões.

Alto Sertão começa a produzir limão taiti com o suporte da irrigação pública estadual

Variedade cravo é precoce, com ciclo de produção comercial que pode durar dos 2 até os 10 anos de vida do limoeiro

Mais uma planta típica de regiões mais frias e úmidas, que se adapta bem ao clima semiárido de Canindé de São Francisco, no Alto Sertão Sergipano. A partir do suporte vital dado pela água fornecida pelo Perímetro Irrigado Califórnia, mantido pelo Governo do Estado, o limão taiti irrigado agora é o novo produto que o sertanejo sergipano é capaz de produzir. De mudas plantadas há 2,5 anos, há 1,5 produzindo limões, o pomar de Eudes dos Santos começa a dar lucro e tem sua viabilidade confirmada, podendo ser agora uma alternativa de renda, atrelada à geração de empregos, para os outros agricultores irrigantes do perímetro administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).

No sul do estado, polo citrícola, e no Platô de Neópolis, que até exporta o fruto para Europa, está concentrada a maior parte do limão produzido no estado. Neste último, a Cohidro foi buscar a tecnologia para dar assistência técnica aos pomares de Canindé. O sol forte do Alto Sertão, ao contrário de prejudicar, acelera o metabolismo da maioria das plantas e no limoeiro, previne a incidência de doenças fúngicas que atacam pomares nas outras regiões de Sergipe, como explica o técnico agrícola da companhia, Roberto Vieira. “Lá no Platô de Neópolis, para evitar a gomose, é plantado no ‘leirão’ e aqui não, o Eudes plantou normal e não encharca. Neópolis chove mais do que aqui, que ele mantém o turno de regra de duas horas e tá sem problema nenhum”, analisou o profissional que fez estágio técnico no Platô sobre limão.

Eudes dos Santos comemora os resultados dos seus limoeiros, pioneiros no perímetro irrigado de Canindé. “Peguei a muda em Lagarto [município do Centro-sul Sergipano] e plantei 180 pés, que são duas tarefas (0,66 hectares). Comecei a colher ele com 1 ano e 6 meses mais ou menos, mas bom mesmo foi depois de 2 anos. Mas ele tá começando. Nessas duas semanas aqui eu tirei 120 saquinhos de 7 kg”, conta ele, que informou que está ampliando o pomar de limão taiti. “Eu tenho 180 pés e tenho outra área com 70 pés que eu estou começando a zelar agora, que é quase uma tarefa”. O irrigante está suprindo o mercado local e já alça voos para mandar seu limão até para o estado vizinho. “Mandei duas vezes para a Bahia. Mandei 20 sacos e nesse domingo mandei mais 15”, contabilizou.

O manejo empregado por Seu Eudes tem como base induzir a produção a partir da poda. “A poda que eu tinha feito nele era leve, daqueles ramos ladrões. A poda mais forte está sendo agora, acredito que daqui a 90 dias começo a colher. Mas no meio vai ficar muito limão ainda, e passa uns 40 a 45 dias colhendo”. O produtor não dispensa a utilização de tecnologias de irrigação que agregam vantagens, como a feritirirgação, levando nutrientes à planta, diluídos na água. “Uso o cloreto purificado. São duas mangueiras, uma para o microaspersor e uma para o gotejo, numa carreira só de limão. Também adubei com muita cama de galinha no início, que foi no inverno”, explica. O produtor conta que quando os limoeiros completaram 1,5 anos, ele começou a usar um fertilizante foliar na fertirrigação, para influenciar a floração, estágio de onde surgem os frutos.

“Nesse período de 45 dias que eu estou colhendo ele, eu tirei uns 350 saquinhos desses de 7kg, quando vier agora, daqui a 90 dias, é para tirar na base de uns 800 sacos para frente. Fevereiro para março é para tirar isso aí”, projeta Eudes dos Santos. “Eu vou constantemente ao plantio de limão taiti dele, da variedade cravo, e a gente acompanha o turno de rega de duas horas, que é o que o limão precisa. Igual é lá no Platô e ele não está tendo problema aqui nenhum com relação a parte fitossanitária. Começou a aparecer ácaro da ferrugem, mas eu avisei com antecedência e ele pulverizou, resolvendo a situação. O plantio está indo muito bem, o estado vegetativo  e a produção também. Ele estava vendendo de R$ 50, um saco de 25 kg e depois de conversar com o pessoal de Neópolis, eu passei a informação para ele aumentar o preço para R$ 70”, complementa o técnico Roberto Vieira.

Encontro reúne agricultores orgânicos para discutir produção agroecológica em Sergipe

Setenta agricultores estiveram presentes para debater produção, comercialização e certificação de produtos orgânicos

Aconteceu em Itabaiana, região Agreste do Estado, o Encontro de Produtores Orgânicos de Sergipe, que contou com a participação de aproximadamente 70 agricultores familiares de todas as regiões do estado que trabalham na linha agroecológica. O evento foi uma realização da Emdagro, aconteceu no Sest/Senat de Itabaiana, e contou com a parceria do Mapa, Cporg e Sebrae e a Secretaria Municipal de Agricultura.

Na abertura do encontro, o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, Antônio Reis, cumprimentou a todos os presentes e destacou a importância do cultivo orgânico na produção de um alimento de qualidade, valor de uma vida mais saudável, e o apoio que a Emdagro vem dando a todos os agricultores que trabalham na linha orgânica. “Quero dar as boas-vindas a todos os presentes. Dizer que hoje é um dia importante para a agroecologia do estado, porque, nesse encontro, a gente está discutindo os assuntos mais importantes da cadeia produtiva agroecológica, de forma a criar uma estratégia para o próximo ano, fortalecer toda a cadeia, sobretudo, a comercialização desses produtos orgânicos”, disse o diretor.

Ao longo do dia, os participantes contaram com uma palestra sobre “Estratégias para a reestruturação da produção orgânica”, ministrada pela engenheira agrônoma da Rede Borborema de Agroecologia da Paraíba, Maria Amélia da Silva Marques, e também de uma Roda de Experiências sobre a influência das organizações de Controle Social (OCS) no avanço no processo da produção e comercialização de orgânicos.

Para o agricultor orgânico da Comunidade Garangal, em Campo do Brito, José Adelson da Fonseca, que também participa da Organização de Controle Social, o encontro reúne as melhores experiências na produção orgânica. “Esse encontro é muito bom porque reúne todos os agricultores orgânicos para essa troca de conhecimentos. Todos só têm a ganhar!”, afirmou o agricultor, que não esconde sua satisfação em ver como a atividade agroecológica vem ganhando espaço tanto no campo, como na sociedade que passa a ter na sua mesa um alimento de qualidade.

Entendimento semelhante é do produtor orgânico Carlos César, do Povoado Junco em Areia Branca. Ele considera o encontro muito rico e destaca o papel da Emdagro nesse trabalho da agricultura orgânica em Sergipe. “Esse evento é muito rico porque aqui estão reunidos todos os agricultores de todas as regiões do estado, numa troca de saberes que só quem tem a ganhar é agroecologia sergipana. 

Pesquisa

No encontro, os participantes conheceram também as ações da Emdagro, no âmbito da pesquisa, voltadas para a agricultura orgânica, a exemplo dos inimigos naturais como forma de substituição do uso de agrotóxicos. “A pesquisa vem buscando desenvolver métodos de controles alternativos e métodos de controle biológico, no sentido de atender essas demandas agroecológicas e no sentido de abolir o uso de agrotóxicos na agricultura. Temos produzido em nosso laboratório microrganismos biológicos e insetos que são predadores, a fim de disponibilizar esses produtos para que sejam usados no dia a dia do agricultor”, explicou o pesquisador da Emdagro, Marcelo Mendonça.

Agricultores de Arauá recebem apoio da Emdagro na comercialização da produção

Mercados institucionais garantem renda para organização de agricultores do município

A agricultura familiar é responsável por grande parte da produção agropecuária de Sergipe. Ela garante que 70% dos alimentos produzidos cheguem às mesas das pessoas. Entretanto, os caminhos percorridos, desde a produção até o consumidor final, não são nada fáceis se não houver um apoio qualificado que possa direcionar a caminhada. É nesse contexto, dentre tantos outros, que a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), órgão de assistência técnica e extensão rural vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Rural e da Pesca, vem desempenhando um papel fundamental nesse processo de comercialização ao auxiliar os pequenos produtores desde o plantio da semente até o acesso aos diferentes mercados consumidores.

É o que acontece com agricultores familiares do município de Arauá, região Sul do Estado, que, com o apoio dos técnicos do escritório da Emdagro no município, buscaram acessar os principais canais de comercialização. “Nós, extensionistas rurais, ao orientar o agricultor no tocante à produção – da porteira para dentro – orientamos também sobre a comercialização dessa produção, ou seja, da porteira para fora. Esse é um trabalho que vem sendo muito bem conduzido pelos técnicos da Emdagro do município de Arauá que orientam os agricultores sobre a venda em feiras livres, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), entrega em domicílio, Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e pontos de venda”, enfatizou o Assessor Técnico em Comercialização da Emdagro, o economista Wagner de Aragão Brito.

O assessor detalha como vem sendo realizada a comercialização no município, além dos canais de venda em feiras livres, que possuem uma característica interessante por ser uma modalidade mais popular e democrático que existe. “Por isso, incentivamos os nossos agricultores a participarem desse tipo de mercado, buscando inibir a figura do intermediário e, consequentemente, fazendo com que o agricultor familiar, ao vender sua produção diretamente na feira livre, consiga agregar mais valor aos seus produtos”, reforçou Wagner.

Nos mercados institucionais, por exemplo, o assessor explica que ao acessar o Pnae, os agricultores familiares e suas organizações podem vender seus produtos para a merenda escolar, respeitando-se as referências nutricionais, os hábitos alimentares, a cultura e a tradição alimentar da localidade, pautado na sustentabilidade e diversificação agrícola da região, na alimentação saudável e adequada. “Já o PAA é um programa que tem a finalidade de incentivar a agricultura familiar, compreendendo ações vinculadas a distribuição de produtos agropecuários para pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional”, detalhou.

Tanto em um programa (Pnae) como no outro (PAA), o assessor da Emdagro destaca uma organização fornecedora de produtos, que é o Grupo de Jovens Cooperativista da Colônia Sucupira (Cooperjos), em Arauá, que viabilizaram projetos que, somados, ultrapassam o valor de mais de meio milhão de reais. “Com o PAA, o projeto é de 296 mil reais, beneficiando 37 agricultores com a comercialização de laranja, mamão, maracujá, melancia, milho verde, macaxeira a vácuo, banana, inhame e tangerina. Com o Pnae, no valor aproximado de 250 mil reais, 48 produtores beneficiados comercializam pimentão, quiabo, milho verde, pão de macaxeira, tangerina, macaxeira a vácuo, mamão, melancia, cebolinha, laranja, coentro, couve, abacaxi, abóbora, banana e batata doce”, detalhou Wagner Brito.

Para o agricultor familiar e membro do grupo de jovens  Cooperjos, Pedro Oliveira, a Emdagro tem tido uma participação importante nesse processo de comercialização. “A Emdagro é muito importante para nós, porque, além de nos prestar assistência técnica individual e coletiva, ela assessora a cooperativa com a elaboração de projetos da agricultura familiar também. Agradecemos muito esse apoio dos técnicos da Emdagro de Arauá, o Elizaldo, Luiz e o Anselmo que não nos deixa na mão, sempre nos apoiando. Graças à Emdagro pudemos tirar nossa Declaração de Aptidão do Produtor (DAP), que é o documento essencial para acessarmos esses mercados institucionais”, reconheceu o agricultor.

Outras formas de comercialização que os agricultores familiares têm são a venda direta em domicílio, que é modalidade de mercado que consiste em entregar os produtos produzidos pelo produtor na localidade que o freguês escolher. Nessa modalidade, a produção é toda da propriedade para garantir a qualidade. E a outra forma de comercialização são os pontos de vendas, que é um local estratégico onde os produtos são vendidos.

Governo

Última atualização: 30 de novembro de 2021 11:31.

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