Agricultura familiar continua como alternativa viável de atividade econômica durante a pandemia

Estimativa de safra é positiva para 2020, e poder público e agricultores unem esforços para encontrar alternativas de escoamento

Neste fim de semana, se celebra o Dia Internacional da Agricultura Familiar (25 de Julho), atividade econômica que continua forte em Sergipe e em plena expansão, segundo avaliação da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (SEAGRI).  De acordo com o censo do IBGE 2017, cerca de 77% dos 93 mil estabelecimentos rurais em Sergipe são compostos por agricultores familiares. Aqui no estado, como em todo o Brasil, a atividade é a principal responsável pela produção dos alimentos disponibilizados para consumo da população. A produção de arroz no Baixo São Francisco, a laranja produzida no Sul Sergipano, a pecuária leiteira do Alto Sertão, a ovinocaprinocultura no Agreste e Sertão, e a produção de mandioca na região Centro-Sul são bons exemplos de atividades agropecuárias significativas para a economia do estado, com participação importante do agricultor familiar. Regulamentada pela Lei 11.326, de 24 de julho de 2006, a atividade é constituída de pequenos produtores rurais, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, aquicultores, extrativistas e pescadores, 

As estatísticas de safra 2020 para Sergipe apresentadas no último Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, publicado em junho pelo IBGE, mostram crescimento em várias culturas – em grande parte, de produção familiar. O milho, por exemplo, tem previsão de safra de 740 mil toneladas – alta de 13,9% em relação a 2019, ficando como 4º maior produtor do nordeste. O feijão tem produção estimada em 4.329 toneladas – alta de 33,9% em relação a 2019. Entre os grãos, apenas a safra de arroz apresentou queda de -5,3% em relação a 2019, mas com previsão de 32.619 toneladas, o que mantem o estado como 3º produtor do Nordeste. A safra da laranja, por sua vez, tem estimativa de 364.000 toneladas este ano, mantendo Sergipe como 5º produtor nacional e 2º do Nordeste. 

Durante a pandemia, o gargalo, segundo os produtores, tem sido o escoamento da grande produção que vem contrastando com a redução da procura pelos produtos, em razão do isolamento social para enfrentamento à pandemia de Covid-19. Mesmo assim, iniciativas têm sido tomadas para incrementar as vendas. Entre elas, investimentos da Fundação Banco do Brasil que viabilizaram, por meio da Associação Camponesa de Sergipe (Accese), a compra e distribuição de 2.200 cestas de alimentos da agricultura familiar. Outra ação importante é o início da entrega dos alimentos produzidos nos perímetros púbicos ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab. Segundo a Cohidro, o Califórnia e outros dois projetos similares estão autorizados a iniciar entregas e outros dois estão em processo de ranqueamento para participação. As cinco propostas, se aceitas, poderão injetar em torno de R$ 600 mil nos perímetros irrigados do estado e destinar mais de 200 toneladas de alimentos à doação. Ainda sobre o escoamento da produção, a Seagri afirma que já foram aprovados R$ 700 mil do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Funcep) para a compra de alimentos da agricultura familiar via chamada pública neste segundo semestre, com investimento de R$ 130 mil do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), parceiro do Governo do Estado.

Políticas Públicas e bons resultados

O secretário de estado da Agricultura, André Luiz Bomfim Ferreira, destaca que os agricultores familiares têm acesso a políticas públicas que vêm contribuindo para manutenção e expansão das atividades produtivas. “As políticas do Estado têm priorizado as atividades da agricultura familiar, seja via Seagri, Emdagro, Cohidro ou Pronese. A Emdagro, com escritórios por todo o estado, presta assistência técnica rural e fomento à produção. Exemplos são o programa de Distribuição de Sementes – só este ano, foram 43,6 toneladas entregues, em parceria com Embrapa, FIDA e empresa Di Solo; o programa de Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro (IATF); o Programa de Regularização Fundiária; e o apoio à regularização das queijarias – só para citar algumas. Não se pode negar também o valioso trabalho da Cohidro na modernização e gestão dos perímetros públicos irrigados. Para se ter ideia, em 2019, os perímetros produziram 39 mil toneladas de alimentos, além das centenas de poços perfurados ou recuperados, assim como as barragens. Através do Pronese, o governo estadual vem implementando o Programa Nacional de Crédito Fundiário/Terra Brasil em parceria com o Ministério da Agricultura, que já possibilitou o acesso à terra para mais de 2 mil famílias. Tem também as políticas feitas em parcerias nacionais e internacionais  com Embrapa, Ministério da Agricultura, Ministério do Meio Ambiente, Incra , FIDA, PNUD, voltadas para o pequeno produtor ”, relacionou André.

O testemunho dos agricultores é a maior prova da força deste setor. Dá gosto de ver, por exemplo, a horta na propriedade de Davi Matos Cirilo, no povoado Apertado de Pedras, município de Simão Dias (SE). Tudo orgânico: alface, tomate, repolho, coentro, pimentão. “A gente tem de tudo um pouco e serve tanto para o consumo da família como para vender aqui na vizinhança”, explica o agricultor. A família do senhor Davi e mais 21 famílias deste povoado receberam apoio financeiro do Projeto Dom Távora para produção de ovinos, aves, horta comunitária e sistema de abastecimento de água. Outro produtor, Ranulfo Moura, em Capela, em menos de três anos, adquiriu um pedaço de terra por meio do Crédito Fundiário, e tem na fruticultura sua principal atividade. “Hoje, mesmo com a pandemia, estou com 25 mil pés de abacaxi, 200 bananeiras, 60 laranjeiras, 10 mangueiras e outras culturas menores. Faço a venda direta das frutas nas feiras aqui da região e envio também para a Central de Abastecimento de Aracaju – CEASA”, pontuou.

FIDA realiza nova missão de supervisão do Projeto Dom Távora realizado pelo Governo de Sergipe

Adaptada às condições da pandemia, avaliação de resultados será realizada inteiramente por videoconferências

Começou na última segunda-feira (13) e segue até o dia 24 de julho, mais uma missão de supervisão do Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola (FIDA) ao Projeto Dom Távora, em Sergipe. Atendendo aos protocolos de segurança contra a Covid-19, todo o trabalho será realizado de forma remota por meio de videoconferências. A missão tem o objetivo de avaliar os resultados do projeto, executado pela instituição internacional em parceria com o Governo do Estado, que já frutificou em 154 projetos de negócios rurais implementados no interior sergipano.

O secretário de estado da Agricultura, André Bomfim, destacou que o projeto vem contribuindo para o desenvolvimento das comunidades rurais e, em especial, neste ano de 2020, viabilizou ações de enfrentamento da Covid-19 junto às populações do campo. “Com apoio do FIDA, já conseguimos adquirir e distribuir máscaras de proteção respiratória, feitas por costureiras rurais, para as comunidades quilombolas atendidas pelo Projeto Dom Távora. Foram também compradas e distribuídas 28 toneladas de sementes de milho e feijão. E, ainda neste segundo semestre, lançaremos edital para compra de alimentos da agricultura familiar para contribuir com o escoamento da produção, que tem sido um gargalo neste período da pandemia, e beneficiar famílias em situação de vulnerabilidade, com investimento aproximado de R$ 130 mil”, disse o secretário.

A abertura oficial da missão através de videoconferência contou com apresentação sobre “os avanços do projeto”, feita pelos coordenadores e técnicos do Projeto Dom Távora. Esta primeira reunião virtual ampliada contou com a participação da equipe de supervisores do FIDA com os especialistas de Uganda, do Quênia, do Brasil e da sede do organismo, em Roma, na Itália; também consultores do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); gestores e técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura Desenvolvimento Agrário e da Pesca (SEAGRI); e representantes da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro).

Segundo dados apresentados pela coordenação do Projeto Dom Távora, já foram financiados 154 projetos beneficiando, principalmente, as cadeias produtivas da ovinocaprinocultura, avicultura, artesanato e piscicultura, dentre os quais, 76 projetos já concluíram sua fase de implementação, e outros 46 estimam concluir até o final do ano. “Conquistamos avanços importantes graças ao trabalho coletivo, que tem contribuição de várias instituições, como FIDA, PNUD, Emdagro, Pronese, que se somaram aos técnicos do projeto para chegar a este resultado positivo”, destaca o coordenador geral do Projeto Dom Távora, Gismário Nobre.

O chefe de missão FIDA e oficial de programas para o País, Leonardo Bichara, apresentou os membros da missão e disse que, nestas duas semanas, trabalharão junto às equipes do Governo de Sergipe para “avaliar o progresso da execução física do projeto no último ano e fazer recomendações para a sua conclusão em 2021”. Além de reuniões virtuais, a missão conta ainda com informações, fotos e vídeos enviados por beneficiários, que mostrarão os resultados dos projetos produzidos em suas respectivas comunidades, envolvendo as áreas de produção, comercialização, dificuldades e experiências exitosas.

Além de Leonardo Bichara, também são membros da missão FIDA: Emmanuel Bayle [coordenador técnico e especialista em desenvolvimento rural], e os especialistas Danilo Pisani [gestão financeira], Diogo Nascimento [contratações, aquisições e arranjos institucionais], Rodrigo Dias [planejamento, monitoramento e avaliação], Richard Abila [aquicultura e piscicultura], Marcelo Braga [avaliação de impacto e assessoria técnica], Ana Clara Lesser [gênero, agroecologia e segurança alimentar], e Juma Bukomba [documentação].

Criadores de suínos debatem fortalecimento do setor em Sergipe

Criadores organizam-se em cooperativa e planejam ações para o avanço da cadeia produtiva, juntamente com Seagri e Emdagro

Em reunião virtual realizada na última semana, representantes dos suinocultores sergipanos discutiram o fortalecimento do setor com a Secretaria de Estado da Agricultura Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro). O grupo representa 60 criadores que estão em processo de criação da Cooperativa de Suinocultores de Sergipe e, entre as pautas apresentadas para discussão com os órgãos públicos, estão a valorização da arroba do suíno, tomando como referência a arroba do boi; a concorrência com os animais de Minas Gerais que chegam para recria e engorda; e o apoio do Estado para criação da cooperativa.

“Estamos buscando parceria com a Seagri estadual e com a Emdagro para a promoção de melhorias na cadeia produtiva dos suínos. Formamos um grupo de pequenos produtores – com no máximo 30 matrizes – e queremos tornar o setor competitivo buscando parcerias para o melhoramento genético, nutrição, um processo de produção e manejo com novas tecnologias”, explica o suinocultor Michel de Lima Farias, que também é secretário municipal da Agricultura de Nossa Senhora de Lourdes. O suinocultor Jackson Santos Oliveira, do município de Lagarto, também participou do diálogo.

Os dados apresentados pela Emdagro durante a reunião dão conta de que Sergipe tem expressiva produção de suínos. “Temos 11.169 suinocultores, pequenos criadores que, juntos, formam um rebanho de 350 mil animais em Sergipe. Pelos números que temos, de janeiro a junho de deste ano, foram abatidos 4 mil animais, tendo como principal comércio os estados da Bahia e Alagoas”, disse o presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza. “No Nordeste, apenas Sergipe e Bahia têm a condição de zona livre da Peste Suína Clássica, isso é extremamente importante tanto para a população quanto para a economia e para as exportações, fruto de um trabalho forte de sanidade animal e vigilância sanitária do Estado feita por nossa empresa. Da nossa parte, os criadores continuarão com total apoio”, acrescentou o presidente. Participaram também a diretora de Defesa Animal e Vegetal, Aparecida Andrade, e o coordenador do escritório regional da Emdagro em N.S. da Glória, Ary Osvaldo Ribeiro.

Planejando avanços

A reunião foi mediada pelo secretário de estado da Agricultura, André Bomfim, que elogiou a iniciativa da deputada Gorete Reis de apoiar os criadores, orientando-os dialogar com órgão de governo, e ratificou a necessidade de organização. “Quanto mais organizado, mais competitivo será o setor produtivo, tendo condições de melhorar o custo de produção. Temos consciência de que muito precisa ser feito. Visando melhorar o ciclo de abate, ano passado, acompanhado da diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade, visitamos os frigoríficos industriais que funcionam com autorização dos serviços de inspeção [FrigoSerrano, localizado em Itabaiana, e Nutrial Agroindústria, no município de Propriá], e constatamos um número ainda muito baixo de abate de suínos. Iniciativas dos criadores, como buscar junto à Emdagro a Guia de Transporte Animal (GTA) e fazer o cadastramento dos animais no Sistema de Integração Agropecuária (SIAPEC), podem ajudar no diagnóstico e planejamento da cadeia produtiva”, pontuou André Bomfim.

Pelas orientações da Seagri e da Emdagro, o primeiro passo é formalizar a criação da cooperativa de criadores de suínos, o que deve acontecer a partir da primeira semana de agosto, conforme encaminhamento assumido pelos representantes dos suinocultores. Com a formalização da cooperativa, os gestores André Bomfim e Jefferson Feitoza comprometeram-se a contribuir para dissecar cada ação no processo de organização da cadeia produtiva, fazer articulação com outros parceiros, como a Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), agentes financeiros, Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), e partir para criação de um programa específico para a suinocultura, com envolvimento dos criadores.

Sergipe apresenta maior aumento na produção de ovos entre estados do Nordeste

Cadeia produtiva da avicultura recebeu investimentos do governo Estadual, através do Projeto Dom Távora

No 1° trimestre de 2020, em Sergipe, a produção de ovos de galinha foi de 5.3 milhões dúzias, resultando em um aumento de 22,5% em relação ao 1° trimestre de 2019. A variação positiva foi a maior encontrada na região Nordeste, segundo relatório da produção pecuária apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado neste mês de junho. Também cresceu em 19,7% o efetivo de galinhas em relação ao número de cabeças: de 699 mil para 837 mil cabeças no mesmo período.

“Esse resultado vem a confirmar a força da agropecuária sergipana, que vem crescendo nos últimos dez anos, fazendo o estado sustentar posições significativas na produção regional, a exemplo de grãos como milho e arroz, além da laranja e da cana de açúcar. Tenho certeza de que, assim como a bovinocultura leiteira e a ovinocaprinocultura, a avicultura continuará crescendo em nosso estado”, avalia o secretário de Estado da Agricultura, André Luiz Bomfim.

Ovos Caipira e Ovos de Capoeira

A produção de ovos em Sergipe é ainda maior, considerando a produção de pequenos e médios avicultores que fornecem ovos caipira e ovos de capoeira, mas não constam no levantamento do IBGE. A metodologia utilizada pelo Instituto registra apenas dados das granjas com capacidade de alojamento de pelo menos 10 mil galinhas poedeiras.

O consultor do PNUD que presta assessoria aos avicultores do projeto Dom Távora, Daniel Nakabayashi, afirma que o governo estadual tem estimulado a produção de ovos caipira e ovos de capoeira. “O projeto Dom Távora está apoiando a formalização do primeiro entreposto de ovos de Sergipe, com selo do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) para produtores familiares. Um dos exemplos é a Rede de Produtoras de Ovos Caipira e de Ovos de Capoeira de Poço Verde. Os projetos apoiados pelo Dom Távora em Sergipe apresentaram aumento significativo na produção, que hoje supera 6.400 dúzias de ovos produzidos por mês – isso no inverno, quando temos diminuição na produção. A estimativa é que a produção seja ainda maior no verão”, estima Daniel.

Pelos dados do Projeto Dom Távora, a cadeia produtiva da avicultura foi a que mais recebeu investimentos do governo estadual, depois da ovinocultura. Foram beneficiadas 909 famílias com a implementação de 44 projetos com atividade de avicultura caipira, em 10 dos 15 municípios da área de atuação do projeto em Sergipe, realizado pelo governo do Estado (via Seagri) em parceria com o Fundo Internacional de Financiamento Agrícola (FIDA).

Comunidades quilombolas de Sergipe recebem kits de proteção contra coronavírus

Ação é resultado de parceria entre Secretaria da Agricultura (Seagri), Fundo Internacional de Desenvolvimento (FIDA) e Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Em enfrentamento ao coronavírus nas comunidades quilombolas de Sergipe, a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) realizou a entrega de kits com máscaras de proteção respiratória e álcool em gel para nove comunidades quilombolas atendidas pelo Projeto Dom Távora, em seis municípios sergipanos. A ação é resultado de parceria entre a Seagri, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) – que doou cerca de R$ 4 mil para a confecção de máscaras -, e a Universidade Federal de Sergipe (UFS) Campus Sertão – que doou álcool a 70%.

As máscaras foram confeccionadas por costureiras do Povoado Rua do Fogo, localizada no povoado Caraíbas de Baixo, no município de Simão Dias (agreste sergipano); e, também por costureiras da Associação Quilombola Dona Paqueza Piloto, no quilombo Caraíbas, localizado no município de Canhoba (semiárido sergipano). Os dois grupos foram apoiados pelo Projeto Dom Távora com investimento para aquisição de máquinas e insumos de corte e costura, e hoje estão em pleno funcionamento.

O secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, destaca que a ação tem dois propósitos. “Tanto fomenta o trabalho das costureiras dos povoados, que receberam recursos para produzir as máscaras, como também ajuda as populações em situação de vulnerabilidade com a doação do kit de proteção (máscara caseira de proteção respiratória e álcool)”. Os kits foram entregues para 800 famílias dos municípios de Poço Verde (quilombo Lagoa do Junco), Simão Dias (quilombo Sítio Alto), Aquidabã (quilombo Mocambo), Brejo Grande (território quilombola José de Castro, Rezina e Brejão dos Negros), Ilha das Flores (quilombo Bongue), N. S. Aparecida (quilombo Catuabo), e Canhoba (quilombo Caraibas).

A líder do quilombo Caraíbas, Néze Santos, destacou a importância da ação. “Essa doação faz uma grande diferença na vida das pessoas que produziram e das pessoas que estão recebendo as máscaras. Só temos a agradecer a atitude dos seres humanos de tirar do seu bolso para ajudar os que mais precisam”, disse. O sentimento de gratidão também foi expressado pela presidente da Associação Santa Cruz, no território Brejão dos Negros, Maria Izaltina Silva Santos. “Quero agradecer pela doação à Seagri, ao governo do Estado e também ao FIDA, pela contribuição aqui na comunidade quilombola Brejão dos Negros”.

O apoio ao próximo também é marca das associações incentivadas pelo recurso, que contribuíram como puderam com a ação. A funcionária do FIDA que intermediou a parceria, Cláudia Viana, chamou a atenção para o gesto de carinho das costureiras quilombolas, que doaram 40 máscaras a mais para a campanha de doação. “O sentimento é de que atos de solidariedade sensibilizam e faz multiplicar solidariedade”, destaca a representante do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

CRÉDITO FUNDIÁRIO – Propriedade em Capela é referência na diversificação da fruticultura

Esta é apenas uma das 2.279 famílias atendidas pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF)/Terra Brasil em Sergipe.

A família de Ranulfo Moura de Melo, no município de Capela, é uma das mais de duas mil famílias atendidas pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF)/Terra Brasil em Sergipe. O programa permite o acesso à terra e estrutura de imóveis rurais por meio de financiamento feito por agricultores familiares. O exemplo da propriedade do senhor Ranulfo demonstra que a diversificação de plantio é uma opção viável para os beneficiários do programa.

“Aqui na região, reunimos dez famílias e apresentamos ao governo, em 2017, a proposta de compra da Fazenda Cem Passos, com 96,81 hectares. Em menos de três anos, o resultado está aqui pra quem quiser ver. Tenho como principal atividade a fruticultura, hoje, mesmo com a pandemia, estou com 25 mil pés de abacaxi, 200 bananeiras, 60 laranjeiras, 10 mangueiras e outras culturas menores. Faço a venda direta das frutas nas feiras aqui da região e envio também para a Central de Abastecimento de Aracaju – CEASA”, pontuou o produtor Ranulfo Moura.

Para o coordenador da Unidade Técnica do programa Crédito Fundiário em Sergipe, José Carlos de Jesus Santos, resultados como o da unidade produtiva Cem Passos deixam a equipe técnica contente e motivada. “Esta é apenas uma das 2.279 famílias atendidas pelo programa, mas podemos dizer que a propriedade do senhor Ranulfo é uma referência, pela diversidade de culturas como laranja, maracujá, abacaxi, milho, banana – tudo muito bem conduzido. Isso nos deixa satisfeitos e com a certeza de que estamos no caminho certo, ou seja, com acesso à terra, assistência técnica e investimentos complementares em infraestrutura, podemos contribuir para o desenvolvimento rural”.

O secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, destacou a política pública de acesso à terra como uma possibilidade de autonomia dos trabalhadores rurais e desenvolvimento das atividades produtivas no campo. “É uma das parcerias exitosas existentes entre o governo Federal e o governo Estadual para o acesso à terra; uma medida complementar ao Programa de Reforma Agrária. Entendemos esse programa como central, para a garantia do acesso à terra, que conduz à consolidação da agricultura familiar, estimulando a geração de emprego e renda no campo e contribuindo para a diminuição da pobreza rural nos municípios”, afirmou.

O secretário acrescentou que, em 2019, foram adquiridas duas propriedades (Monte Aprazível, em Porto da Folha; e Fazendinha, em Lagarto) onde estão assentadas 49 famílias. Agora, em 2020, foram enviadas, ao Banco do Nordeste, propostas de aquisição de mais uma propriedade em Poço Redondo (Fazenda Lagoa Nova II), na qual serão assentadas mais 30 famílias. A proposta encontra-se em fase final de contratação por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). André Bomfim destaca, ainda, o papel participativo na aprovação das propostas feitas no Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e no Conselho Estadual, dos quais participam instituições governamentais e não governamentais.

Como funciona

O Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF)/Terra Brasil promove o acesso à terra e aos investimentos básicos e produtivos, visando à estruturação dos imóveis rurais. Por meio dele, os trabalhadores rurais sem terra ou com pouca terra podem comprar um imóvel rural via financiamento, e o recurso ainda é usado na organização da infraestrutura necessária para a produção e assistência técnica e extensão rural. Além da terra, o agricultor pode construir sua casa, preparar o solo, comprar implementos, ter acompanhamento técnico e o que mais for necessário para se desenvolver de forma independente e autônoma. Todos os procedimentos para contratação se dão através das parceiras existentes entre o Governo do Estado e Governo Federal. Em Sergipe, é feita pelas Unidades Técnicas Estaduais (UTEs), sob a coordenação da Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Pronese), vinculada à Seagri, e por meio da Unidade Gestora Estadual (UGE), sob a coordenação da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Sergipe (SAF/MAPA).

FEBRE AFTOSA | Emdagro reforça importância da vacinação junto aos criadores de bovinos e bubalinos na reta final da campanha

Prazo para vacinação se encerra em 30 de junho e, para declaração de vacinação, em 10 de julho

A primeira etapa de 2020 da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa em Sergipe está na reta final. Criadores de bovinos e bubalinos têm até 30 de junho para vacinar seus rebanhos e até 10 de julho para encaminhar a declaração de vacinação e a nota fiscal de compra da vacina à Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – Emdagro. O produtor rural que não segue as regras é considerado infrator, pelo Sistema Estadual de Saúde Animal, e fica sujeito, além da incidência de multa, a sanções diversas, como a impossibilidade de realizar operações de crédito e comercialização de seus animais, produtos e subprodutos.

Neste ano, por conta das regras de isolamento em prevenção à Covid-19, a Emdagro criou canais digitais para receber os comprovantes de que a vacinação foi feita, e o produtor rural pode entregar esses documentos, digitalizados, por meio whatsapp (79) 99191-4341, pelo e-mail codea@emdagro.se.gov.br ou presencialmente, no escritório da Emdagro mais próximo, de segunda à sexta-feira, no horário de 07h às 13h. Para que Sergipe siga sendo considerada Zona Livre de Febre Aftosa, a meta é de vacinar 1,1 milhão de cabeças de bovinos e bubalinos até o final da campanha, que começou no dia 1º de junho em todo o Nordeste, exceto Bahia. Primeiramente agendada para ocorrer em maio deste ano, a campanha foi adiada por um mês, por conta do isolamento decorrente da pandemia do novo coronavírus. 

A declaração de vacinação, comumente disponível nos escritórios, também pode ser baixada no site da empresa: www.emdagro.se.gov.br. A entrega deste documento preenchido, e das notas fiscais da compra da vacina, é obrigatória e tem 10 de julho como prazo final. De acordo com a Lei 3.112/1991 e o Decreto Estadual nº 18.959/2000, o criador que não atender os prazos exigidos pelas campanhas de vacinação contra a Febra Aftosa, sofre medidas punitivas, de forma isolada ou cumulativa, em caso de reincidência. A diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade, avalia que a campanha está transcorrendo bem, mas reforça, junto aos criadores que ainda não vacinaram, a importância de cumprirem com essa obrigação, para evitar riscos à saúde do seu rebanho, prejuízos aos seus negócios rurais e à defesa sanitária do estado de Sergipe.

“Pedimos, a todos os produtores rurais, nessa reta final da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa, que agilizem a compra da vacina, façam a vacinação e providenciem, imediatamente, realizar a declaração de seus animais junto à Emdagro. Pois a campanha se encerra dia 30 de junho e os produtores que não fizerem a declaração até o dia 10 de julho, ficam impossibilitados de realizar financiamento bancário, fazer a comercialização de seus animais, além do pagamento de multa”, alertou Aparecida Andrade. A nota fiscal da compra das vacinas, anexadas à declaração de vacinação a ser entregue, confirma que as doses foram adquiridas nas lojas autorizadas pelo Ministério da Agricultura. Ainda segundo ela, os produtores que adquirirem a vacina em conjunto, também deverão apresentar a declaração de vacinação em conjunto.

Seagri recebe doação de álcool da UFS – Campus do Sertão para apoio a agricultores

Produto será utilizado por equipes e beneficiários, na logística de entrega de cestas de alimentos

Na última semana, a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) recebeu uma doação de 63 litros de álcool a 70%, resultado da parceria estabelecida com o Campus do Sertão da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O produto será utilizado pela equipe técnica da Seagri e pelos beneficiários no trabalho de higienização durante a distribuição de cestas de alimentos s com produtos da agricultura familiar, enquanto medida preventiva à Covid-19.

“Utilizaremos na entrega das cestas adquiridas em parceria com a Fundação Banco do Brasil para 1.100 famílias, como também na distribuição das cestas básicas que serão adquiridas pelo Programa de Aquisição de Alimentos – PAA. Outro objetivo é compor kits formados por máscaras de proteção respiratória e álcool, que serão entregues a 800 famílias quilombolas. Nós agradecemos ao diretor da UFS – Campus do Sertão, que prontamente viabilizou o apoio da Universidade”, conta o secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim.

Em meio à pandemia do novo coronavírus, a UFS tem feito esse importante trabalho de produção e fornecimento de álcool 70% a diversos órgãos públicos e entidades. A unidade UFS – Campus do Sertão, voltada especificamente para o ensino, pesquisa e extensão do setor agropecuário, se sensibilizou e doou o produto para o trabalho com produtores rurais no interior de Sergipe, durante este período atípico que o mundo está atravessando.

O secretário da Agricultura, reforça o cumprimento do último decreto estadual, que estabelece o uso obrigatório de máscaras para toda a população, e a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a necessidade do uso do álcool como alternativa ao uso de água e sabão. “O álcool será usado no trabalho de higienização por aquelas pessoas que estão em trânsito, no trabalho emergencial de distribuição das cestas básicas, e não têm acesso com facilidade à água e sabão”, detalha o secretário, alertando para o uso racional do produto, pelas equipes e público envolvidos diretamente com o trabalho emergencial.

Agricultores familiares de 11 municípios recebem sementes de milho, feijão e sorgo

Governo de Sergipe concluiu a entrega de 43,6 toneladas, adquiridas em parceria com Embrapa, FIDA e Di Solo

Dentro do calendário agrícola de plantio para a safra 2020, o governo de Sergipe concluiu esta semana a distribuição de 43,6 toneladas de sementes de milho, feijão e sorgo. No total, foram atendidos os agricultores de 11 municípios: Aquidabã, Carira, Graccho Cardoso, Nossa Senhora Aparecida, Pinhão, Poço Verde, Porto da Folha, Simão Dias, Tobias Barreto, Canindé de São Francisco e Poço Redondo. A distribuição foi iniciada dia 28 de maio com entrega de 1.600 kg de sementes doadas pela Embrapa, e contou com a celeridade da equipe técnica da Secretaria de Estado da Agricultura do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), obedecendo todos os cuidados sanitários recomendados pelas organizações de saúde como medidas preventivas ao contágio pelo novo coronavírus.

O secretário de Estado da Agricultura, André Luiz Bomfim Ferreira, explica que o programa de distribuição de sementes buscou novas parcerias e fontes de recursos. Diferente dos anos anteriores, este ano, as sementes foram adquiridas através de parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e com a empresa Di Solo, distribuidora de sementes certificadas. Tradicionalmente, as sementes eram adquiridas a partir do Fundo Estadual de Combate à Pobreza, cujos os recursos, este ano, estão sendo aplicados em ações de enfrentamento à pandemia, como o Cartão Mais Inclusão e, dentro em breve, o Programa de Aquisição de Alimentos.

Segundo destacou o secretário, grande parte das sementes foram compradas com recursos do Projeto Dom Távora – o total de 28 toneladas de sementes, sendo 20 toneladas de milho e 8 toneladas de feijão, fruto da parceria Estado Sergipe e FIDA. Estas sementes foram distribuídas nos municípios da área de atuação do projeto, que coincidem como maiores produtores desses grãos. A única exceção foi Poço Redondo, para o qual solicitou permissão da instituição internacional, que entendeu ser um município com baixo desenvolvimento humano e ter grande número de famílias que vivem da agricultura, além de ser o maior municípios com famílias cadastradas no Programa Garantia Safra. “Gostaria de destacar também, a articulação que fizemos com a iniciativa privada para conseguir doação. Como resultado desse diálogo a empresa Di Solo sensibilizou-se e doou 14 toneladas de milho que beneficiou 1.400 famílias, nos dois municípios com maiores produtores inscritos no Garantia Safra”, completou Ande Bomfim, detalhando critérios de distribuição.

Uma das comunidades atendidas com semente foi o assentamento São Cristóvão, localizado no município de Carira, a 112 quilômetros de Aracaju. O agricultor José Pereira dos Santos, líder no assentamento, disse estar satisfeito e que cada uma das 37 famílias recebeu 10 quilos de sementes de feijão. “O forte em nossa comunidade é o plantio do feijão, nós estamos satisfeitos com esse apoio do Projeto Dom Távora e também com a união de nossa comunidade. Se não estivermos unidos não conseguiremos nada”, destacou José. Outro exemplo vem do Povoado Poço da Clara, em Tobias Barreto. Lá, o agricultor João Batista dos Santos, conhecido como Dão, também recebeu 10 kg de sementes (cinco kg de feijão e cinco kg de milho). “A Semente que recebi é o suficiente para plantar uma tarefa consorciada entre milho e feijão”, assegura o agricultor, satisfeito.

O oficial do FIDA para a Divisão da América Latina e Caribe, Leonardo Bichara, pontuou que a iniciativa vem para ajudar a superar o momento de quarentena, que provoca efeitos para as populações do campo. “O FIDA tem apoiado os seus parceiros em todo o Nordeste na realocação de recursos de seus projetos para ações emergenciais de combate à COVID-19. A compra e distribuição de sementes a famílias agricultoras no semiárido sergipano é uma clara mensagem de que estamos sendo proativos nesse momento, em que há dificuldade de circulação de pessoas, de compras de insumos e sua distribuição. Esta ação coordenada da SEAGRI com recursos do projeto FIDA no Estado, o Dom Távora, ajuda àqueles que têm menos condições de correr atrás desses insumos durante a quarentena no campo”, pontuou.

De acordo com o diretor da Di Solo Sementes, Nicola Vincenzo Di Salvo, a empresa vem prestando serviços à agricultura nacional há 43 anos, desenvolvendo sementes de milho de sua pesquisa própria e com estudos baseados na Embrapa e outras empresa e universidades brasileiras. “A semente de milho Ipanema que disponibilizamos é voltada, principalmente, para o pequeno produtor, pois tem um custo benéfico muito alto. Para nós, é uma satisfação poder contribui com a agricultura sergipana. Deixamos, portanto, nossos votos de boa safra a todos os produtores rurais”, saudou o diretor.

Estadão destaca Projeto Dom Távora em caderno internacional

Além de Sergipe, a reportagem traz experiências do Piauí e Paraíba, entre os 11 estados brasileiros apoiados pela organização internacional ONU/FIDA.

O Projeto Dom Távora, executado pelo governo de Sergipe, foi citado em reportagem publicada nesta terça-feira, 09, pelo Jornal o Estado de São Paulo, com o título “Durante a pandemia, ONU investe R$ 217 milhões no semiárido brasileiro”. A matéria, de autoria do jornalista Paulo Beraldo, cita a experiência sergipana entre os projetos apoiados pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Rural (FIDA/ONU), que têm como foco aumentar o desenvolvimento e a renda nas regiões mais pobres do país.

“No Sergipe, o Projeto Dom Távora atua em 15 cidades – 20% do total. Lá, um terço dos participantes precisa ser de jovens e mulheres para participar das ações de capacitação a pequenos produtores – são cerca de 40 mil pessoas atendidas”, relata a reportagem do Estadão, que traz, ainda, a fala do secretário de Estado da Agricultura, André Luiz Bomfim, citando o exemplo de assentamentos, nos quais o rebanho de ovinos aumentou cinco vezesem dois anos. “A criação de ovinos é uma importante fonte de renda, com sua alta adaptabilidade ao semiárido e baixa exigência de grandes áreas para exploração. E há um mercado consumidor crescente’, diz. Cerca de 40% das comunidades atendidas produzem ovinos no Dom Távora. Outro exemplo é a organização da venda de produtos dos avicultores, já que agora, em rede e de maneira articulada, e possível obter preços melhores e chegar a mais localidades”, destaca a reportagem.

A comunicação e organização entre os produtores e a assistência técnica têm sido facilitada pelo Whatsapp, já que a maioria das localidades tem acesso à internet. “O impacto é muito satisfatório e, de imediato, bastante perceptível na economia de base familiar e municipal”, diz Bomfim. “As vendas a partir de ligações telefônicas ou de mensagens pelas redes sociais se intensificaram. A orientação é que, mesmo usando as redes sociais, eles procurem priorizar a articulação coletiva”.

Além de Sergipe, a reportagem traz experiências do Piauí e Paraiba, entre os 11 estados brasileiros apoiados pela organização internacional ONU/FIDA. Confira a matéria do Estadão, na íntegra, no link: https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,durante-a-pandemia-onu-investe-r-217-milhoes-no-semi-arido-brasileiro,70003328776

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Última atualização: 9 de junho de 2020 15:34.

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