Plano de ação estadual deverá operacionalizar programa em Sergipe
Representantes da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) realizaram uma visita técnica na terça-feira, 3, à Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Algodão, localizada em Campina Grande, na Paraíba, para participar de uma reunião relacionada ao Programa do Algodão Agroecológico. O programa, uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Embrapa Algodão, tem como objetivo revitalizar a cultura do algodão em sistemas de base sustentável no Nordeste.
A equipe, composta pelo diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), Jean Carlos Nascimento, pela engenheira agrônoma Elizabeth Denise Campos, membro da Coordenadoria de Agroecologia e Produção Orgânica, e pelos técnicos em agroecologia Waltenis Braga e Marize de Campos Lima, receberam da Embrapa Algodão sementes de quatro variedades de algodão, bem como de gergelim e amendoim. Essas sementes serão multiplicadas no Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da Emdagro, localizado em Itabaiana, no agreste sergipano, e cultivadas em consórcio nas Unidades de Aprendizagem e Pesquisa Participativa (UAP), da região.
O Programa do Algodão Agroecológico em consórcios agroalimentares está programado para ser lançado no próximo mês de novembro e tem como foco promover práticas sustentáveis na produção de algodão, visando a redução do uso de agrotóxicos e a preservação do meio ambiente. “O Programa representa um passo importante na busca por soluções agrícolas mais sustentáveis e na preservação dos recursos naturais. A colaboração entre a Emdagro e a Embrapa Algodão é fundamental para o sucesso desse empreendimento no nordeste brasileiro”, ressaltou o diretor de Ater da Emdagro, Jean Carlos.
Para ele, a visita proporcionou uma rica troca de experiências com outros estados do Nordeste, permitindo à equipe da Emdagro adquirir conhecimentos valiosos para a implementação bem-sucedida do Programa do Algodão Agroecológico em Sergipe. “Voltamos com a missão de discutir e elaborar um Plano de Ação Estadual, com a determinação de contribuir para o fortalecimento da produção de algodão agroecológico no estado e promover práticas agrícolas sustentáveis, em benefício dos agricultores e do meio ambiente”, frisou Jean Carlos.
Com irrigação do Governo do Estado, irrigantes produzem durante todo o ano, suprindo mercado interno e de estados vizinhos
O quiabo é o alimento mais produzido no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano. Quando comparada à do ano passado, a produção do quiabo de janeiro a agosto de 2023 aumentou em 5%, e a área plantada, em 13%, o que demonstra que a produção anual deve ser ainda maior este ano.
O caruru de São Cosme e Damião, em setembro, e as moquecas da Semana Santa são oportunidades para que os irrigantes vendam um maior volume de produtos. Essa produção, em pleno semiárido, é possibilitada pela irrigação fornecida pelo Governo do Estado durante todos os meses do ano, permitindo que sempre haja colheita de quiabo no Califórnia. São carregamentos periódicos que seguem, em sua maior parte, para a capital baiana, Salvador, mas o estado de Alagoas e os demais municípios sergipanos também compram o vegetal produzido em Canindé.
Neste ano, os irrigantes do Califórnia já produziram 4.411 toneladas de quiabo até o mês de agosto, superando a produção de 2022 (4,2 mil toneladas). Gerente do perímetro irrigado, Anderson Rodrigues indica que os 333 lotes são atendidos pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).
“Os agricultores do Califórnia recebem o abastecimento de água contínuo, de inverno a verão. A nossa equipe também dá assistência técnica ao produtor, na questão de adubação da planta, na colheita e na forma de irrigar. Neste período de agora e na Semana Santa é quando há maior demanda e saída do quiabo para Salvador”, apontou Anderson Rodrigues.
Um dos produtores que conseguiram enviar o quiabo para a capital baiana no dia de São Cosme e Damião foi o irrigante Abel Santana. Sua lavoura, de meio hectare, tem 60 dias com uma semente de variedade precoce, e já lhe permitiu colher quatro vezes em uma semana, totalizando dez sacas. “Eu sempre gosto de plantar em Cosme e Damião e na Semana Santa. A procura é maior. Não é sempre que eu tenho o quiabo. Às vezes eu planto em outras épocas, mas é muito difícil”, conta.
Diretor de irrigação da Coderse, Júlio Leite explica que o quiabo está presente em todos os cinco perímetros irrigados do Governo do Estado com vocação agrícola, do total de seis polos agrícolas administrados pela empresa pública.
“Em Itabaiana, Riachuelo, Malhador, Areia Branca e Lagarto, plantam o quiabo com a irrigação e a assistência técnica fornecida pela companhia, atendendo à demanda interna dos estados vizinhos, mas é em Canindé onde a produção do quiabo supera todas as outras culturas agrícolas; o plantio ocorre durante todo o ano”, detalhou Júlio Leite.
Polos de Itabaiana lideram a produção, com 11 mil toneladas; irrigação da Coderse facilita plantio em qualquer época do ano
A batata-doce representa uma boa alternativa de renda para o agricultor, e o momento tem sido favorável para o cultivo do tubérculo em Sergipe. Somente entre janeiro e julho de 2023, os cinco perímetros irrigados de vocação agrícola do Governo de Sergipe já produziram 13,56 mil toneladas, superando em 23,27% toda a produção do ano anterior, que foi de 11 mil toneladas.
Com o fornecimento de água administrado pelo Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), os perímetros irrigados também contam com a assistência técnica oferecida pela empresa pública.
De acordo com informações da Coderse, devido ao baixo custo de produção e à curta duração do ciclo, que propicia um fluxo regular de capital e maior produtividade, o sistema de produção e beneficiamento da batata-doce em Sergipe envolve mais de 600 famílias nos perímetros irrigados.
Nas feiras livres e mercados públicos, a comercialização do produto ainda gera renda para mais famílias, conforme destaca o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva. “Nos sete primeiros meses de 2023, o valor de produção anual está estimado em R$ 25 milhões, 66,7% maior do que o de todo ano de 2022, que foi de R$ 15 milhões. Isso demonstra a importância social e econômica da cultura no estado”, detalha Zeca da Silva.
No Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, no centro-sul do estado, Luciano Oliveira cultiva uma nova variedade de batata-doce, e compartilha seu entusiasmo com a produção. “A ourinho roxa é a que o pessoal mais está plantando agora. Com essa nova variedade, já na penúltima safra, superei a meta de produção de 120 quilos por tarefa”, comemorou o agricultor, que também produz amendoim e milho na irrigação pública. “É uma batata excelente e boa de lidar. Com água em abundância, fica favorável para nós, agricultores”, considerou.
Perímetros produtivos
A maior produção de batata-doce em Sergipe está nos perímetros irrigados administrados pela Coderse em Itabaiana, no agreste sergipano. Em 2023, de janeiro a julho, o Poção da Ribeira produziu 7,97 mil toneladas e o Jacarecica I, 2,88 mil toneladas.
O Perímetro Irrigado Jacarecica II também não fica para trás. Situada entre os municípios de Riachuelo, Malhador e Areia Branca, até julho deste ano, a região teve uma produção de 2,2 mil toneladas de batata-doce. É nele que a família de Allysson Junior da Silva tem um lote assistido pela Coderse. O que chama a atenção em sua plantação de batata-doce é a produtividade e a organização da lavoura, dividida em parcelas de plantio com idades diferentes.
“Cresci trabalhando com meu pai e, de uns três anos para cá, ele me deu esta área onde estou produzindo. Ele sempre gostou dessa excelência em qualidade, e eu tento seguir os passos dele”, conta Allysson Junior, e revela que um dos segredos do sucesso da família no plantio da batata é a adubação com esterco de gado.
O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, observa que, atualmente, a batata-doce é o item de maior destaque quando somadas as produções dos perímetros (10,8 mil toneladas em 2022), e a tendência é que o saldo ainda seja superado este ano. “Os irrigantes contam com o trabalho da empresa para oferecer água e assistência. Com isso, apostam seu trabalho e recursos nos produtos que mais geram retorno. A própria rama da batata colhida vai servir no plantio da próxima lavoura. O produtor não tem custo com sementes. O ciclo produtivo, de três a quatro meses, também é rápido, se comparado ao inhame e à mandioca”, explicou Júlio César Leite.
Evento marca mais uma ação do Governo do Estado em direção à revitalização da citricultura sergipana
Nesta quarta-feira, 27, o município de Boquim, no sul de Sergipe, foi cenário de um evento de grande relevância para a agricultura sustentável na região. O I Encontro sobre Manejo Sustentável dos Citros aconteceu na sede da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) em Boquim, com organização conjunta do Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), e parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Embrapa e Banco do Nordeste.
O presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos, abriu o encontro destacando os investimentos que a Secretaria de Agricultura tem direcionado ao órgão para o desenvolvimento das ações de assistência técnica e extensão rural em Sergipe. “Sabemos que, para que existam avanços na agricultura, têm que existir investimentos. A Emdagro recentemente teve um concurso público, e nos próximos dias estaremos somando novos engenheiros agrônomos, médicos veterinários e técnicos agrícolas à nossa equipe de extensionistas. Também foram adquiridos novos veículos, para que nossos profissionais cheguem com mais facilidade até o produtor rural, ao citricultor, para melhor atendê-los em suas necessidades”, disse.
O presidente também destacou a importância das parcerias para que as ações junto ao homem do campo avancem ainda mais rápido. “É importante frisar que, no mundo de hoje, é preciso que existam cooperações. Exemplo disso são os acordos de cooperação técnica com a Embrapa, com o Banco do Nordeste e com o Sebrae, para que a gente avance rápido e entregue aos produtores uma agricultura e uma citricultura mais produtiva, com menos custos”, pontuou Gilson.
O evento reuniu especialistas, pesquisadores e agricultores dedicados ao cultivo de citros, com o objetivo de discutir práticas e estratégias para tornar a citricultura mais sustentável e eficiente. A programação do encontro contou com apresentações e palestras que versaram sobre as ações da Emdagro no setor agropecuário, apresentado pelo diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural, Jean Carlos Nascimento. Também tratou sobre o levantamento das práticas sustentáveis adotadas, do manejo sustentável dos pomares dos citros, do controle biológico das pragas dos laranjais, do uso e aplicação do pó de rocha e os avanços e inovações relacionados aos porta-enxertos para citros.
Segundo o pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas/BA, Walter Soares, sua palestra demonstrou a importância da variação de porta-enxertos para o controle de pragas e doenças. “Se o agricultor tiver uma variação de porta-enxertos, ele vai ter o que chamamos variabilidade genética, ou seja, uma condição segura de que determinadas doenças características de apenas uma variedade não afete todo o pomar”, explicou.
Momento prático
Após o almoço, a programação continuou com a parte prática, dividida em quatro estações de trabalho: Controle Microbiano das Pragas dos Citros, o Uso de Insetos Predadores e Preparo de Biofertilizantes. Finalizando o evento, foi realizada uma visita à quadra com novos porta-enxertos.
O agricultor Flávio Bispo, do município de Salgado, participou do evento e destacou a importância do encontro. “Para nós, agricultores, é de suma importância poder resgatar as origens da citricultura e trabalhar com essa temática tão importante, o controle biológico e o manejo sustentável”, ressaltou.
Participaram como palestrantes o engenheiro agrônomo da Emdagro, Renato Figueiredo, o pesquisador e engenheiro agrônomo Marcelo Mendonça, e o engenheiro agrônomo Glauco de Andrade Antunes, da Mibasa. Também estiveram presentes os técnicos e chefes de escritórios locais e regionais da Emdagro.
Com incentivo do Governo do Estado, 333 agricultores produzem, anualmente, mais de 33 mil toneladas de alimentos a partir da irrigação em Canindé de São Francisco
Futuros técnicos em agropecuária aprendem e exercitam suas habilidades em práticas de campo, em lotes de agricultores que cultivam uva e limão no município de Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano. Eles são alunos do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, de Poço Redondo, e visitaram as plantações que fazem parte do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). A produção rural é feita a partir do fornecimento de água de irrigação e assistência técnica fornecidas pelo Governo do Estado.
O produtor José Leidson dos Santos é um dos irrigantes do Perímetro Califórnia e cultiva uvas. No início desta semana, ele recebeu os alunos e professores para a aula prática. Na oportunidade, ele compartilhou sua experiência com a turma, que, por sua vez, ajudou o produtor na poda das videiras – processo a partir do qual, em 120 dias, a planta dá novos frutos para a colheita. “A força é bem-vinda, e o trabalho a gente vai fazendo e ensinando. Porque eu também não sabia e, com a prática, você vai aprendendo. Tem que ter a interação um com o outro. Assim, eles aprendem, e o que eu sei posso passar para eles, que também estão me ajudando. É uma troca”, considerou o agricultor.
Aluno do 2° ano do curso Técnico de Agropecuária, Dionísio Silva Alves contou que essa foi sua primeira experiência prática, e revelou que pretende atuar na área assim que concluir o curso. “Estamos aprendendo a podar a uva. Vai me ajudar muito quando eu me formar. Está sendo muito produtivo”, apontou o estudante.
De acordo com o técnico da Coderse, Tito Reis, que acompanhou os alunos e professores nas atividades nos lotes, a ação teve como objetivo aproximar a instituição de ensino, os estudantes e corpo docente dos produtores rurais atendidos no perímetro irrigado. “Fez com que a gente pudesse reunir os saberes e proporcionar uma condição melhor para nosso sistema de produção. A gente juntou os alunos, os saberes técnicos, com os saberes do produtor. Mostramos, na prática, como funciona a situação no campo, como os alunos vão se comportar assim que forem profissionais”, detalhou.
Segundo o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, as cooperações e parcerias ampliam o potencial das políticas públicas oferecidas e permitem o engrandecimento profissional dos colaboradores e beneficiários assistidos com a irrigação do Governo do Estado. Ele acrescenta que, no perímetro Califórnia, há 333 lotes assistidos com irrigação e assistência técnica, que produzem, anualmente, mais de 33 mil toneladas de alimentos.
“Neste caso em específico, a troca de saberes melhora a qualidade do serviço oferecido à população em ambas as instituições. Os agricultores vão ver suas atividades agrícolas renderem mais com essa ajuda técnica, e o colégio vai formar técnicos melhores, que aprenderam nos nossos perímetros”, avaliou Júlio Leite.
Limão Taiti
O agricultor José Eldes do Santos, também assistido pelo Perímetro Irrigado Califórnia, cultiva o limão Taiti em seu lote. Há três meses, professores, alunos e técnicos agrícolas começaram um processo de produção de mudas pela técnica de alporquia, e a visita da turma serviu para verificar os resultados. “Eu agradeço ao Estado. Já tenho entre quatro e cinco anos de plantio de limão, e vou continuar por muitos anos. É muito boa esta troca de experiências”, relatou o agricultor.
Para o estudante Thainan Feitosa, aluno do 2º ano da instituição de ensino, a aula foi uma oportunidade de adquirir conhecimentos que não poderiam ser passados apenas nas aulas teóricas. “Viemos para a implantação de alporquia no dia 8 de junho, e agora a gente veio novamente para colher os resultados. É uma experiência excepcional. Colhendo experiência e resultados fora da sala, juntamos novos conhecimentos. A gente aprende na prática”, destacou Thainan Feitosa.
O engenheiro agrônomo Alexandro Mecenas é um dos professores do Instituto José Brandão, responsável por lecionar as disciplinas de ‘Irrigação e Drenagem’, ‘Manejo de Pragas e Doenças’ e ‘Fruticultura’. De acordo com o professor, as culturas agrícolas como limão e uva são menos tradicionais em Sergipe, e por isso precisam ser mais incentivadas. “Trouxemos os alunos para aprender. Eles fizeram toda a poda da uva, uma cultura que tem pouca no estado. Foi uma oportunidade ímpar, pois dificilmente eles terão outra chance de ver e trabalhar com uva”, indicou o professor Alexandro.
Programa do Governo do Estado propõe ocupar espaços, a fim de garantir a produção e consumo de alimentos mais saudáveis
Os estudantes da escola primária Antônio Cardoso Dantas, em General Maynard, e os moradores da comunidade quilombola do povoado Pirangi, em Capela, receberam nessa quarta-feira, 20, a visita de técnicos da Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe), que acompanham o desenvolvimento das ações do ‘Cultivando Hortas: Alimento Seguro na Mesa’, programa do Governo do Estado, que tem como um dos objetivos fomentar as práticas sustentáveis de agricultura. De acordo com o órgão, atualmente oito instituições executam o ‘Cultivando Hortas’ em Sergipe, com potencial de chegar a 32 até o final do ano.
Entre uma colheita e outra nessa quarta-feira, os alunos do Antônio Cardoso aprendiam contagem numérica na aula de Matemática. O trabalho pedagógico daquela manhã foi acompanhado de perto pela diretora Roberta Maciel, que durante a aula ao ar livre explicou que os estudantes reconhecem na horta o que têm em suas casas. “Muitas dessas crianças são de famílias do campo. O aprendizado se torna fluido, porque explora o que elas já conhecem”, disse.
“O programa foi criado este ano e tem o objetivo de garantir a produção e consumo de alimentos mais saudáveis. Aproveitamos os espaços das escolas, dos centros de convivência dos idosos e centros de recuperação de jovens e adolescentes, enfim. Ele é executado não só no no meio rural, mas também na cidade. Existem alguns critérios para participar, como por exemplo, se for escola, ter um projeto pedagógico para nortear nosso trabalho, porque a horta serve também como espaço de ensino e aprendizagem. Todas as disciplinas podem ter relação com a horta. Temos um cronograma de execução e avaliação do processo. Visitamos a área, vemos se é possível usar o terreno, se ele é encharcado, enfim. Tem todo um preparo”, expôs Abeaci dos Santos, gestora do Programa de Organização e Desenvolvimento Social da Emdagro.
Quilombolas
Os moradores da Associação Agrícola Pirangi, formada por remanescentes de quilombolas, apresentaram parte do trabalho que desenvolvem junto com o Governo do Estado, numa área de 74 hectares. Denise Félix é a presidente da Associação e explicou que a agricultura familiar do local tem contado com o auxílio técnico doação de sementes da Emdagro. “Plantamos todos os tipos de hortaliças. Na verdade plantamos tudo que abrange a agricultura familiar. Vendemos a produção nas feiras livres do Estado e também na feira orgânica de Aracaju. Começamos este ano o trabalho das hortas com a Emdagro, mas já temos essa parceria com os técnicos há muito tempo, de outros projetos”, revelou.
No Pirangi, cada família tem direito a uma área da propriedade. Silvânia Gonzaga, tesoureira da Associação, detalhou que a média de faturamento de sua família com a comercialização dos produtos da horta é de R$ 400,00 por semana. “Retiramos dessa conta as despesas com semente, adubo e insumo. O que sobra é dividido entre nós. A dinâmica é essa, cada família é responsável por uma parte do terreno. Porque, apesar de a área da Associação ser coletiva, ela é usada individualmente por cada família. Com a doação das sementes da Emdagro os custos são reduzidos em 30%, o que auxiliou muito no bom lucro deste ano”, contabilizou.
Segundo a presidente da comunidade, o município de Capela conta atualmente com 98 famílias remanescentes quilombolas cadastradas no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e somente dentro da Pirangi estão 42 residências. Além da assistência técnica, os membros da comunidade recebem também acompanhamento social. “Desempenhamos esse papel de garantir o acesso às políticas públicas. Fazemos a visita semanal junto com os técnicos da Emdagro para acompanhar as atividades, tanto do programa ‘Cultivando Hortas’, quanto das crianças, já que temos uma escola aqui dentro da Associação”, informou Cíntia Cristina, assistente social da Emdagro.
Segundo o Observatório de Sergipe (Superplan), vinculado à Secretaria da Casa Civil, o Censo Demográfico 2022 contabilizou 28.124 pessoas quilombolas em Sergipe (1,27% do total da população residente), posicionando o Estado em 9ª lugar entre as unidades federativas. A participação da população quilombola de Sergipe representa 2,12% do Brasil e 3,11% do Nordeste. São 21 territórios quilombolas oficialmente delimitados e os municípios de Santa Luzia do Itanhy (4.647), Laranjeiras (3.316), Brejo Grande (2.013) e Estância (1.489) possuem os maiores números de pessoas quilombolas residentes em Sergipe.
O programa
O ‘Cultivando Hortas: Alimento Seguro na Mesa’ é um programa da Emdagro, criado este ano, que busca estimular o desenvolvimento de novos hábitos alimentares, requalificar ambientes e áreas desprezadas ou ociosas, impulsionar a educação ambiental nas escolas, comunidades e instituições, resgatar e valorizar os saberes populares e oferecer capacitações para gestão agroecológica.
As modalidades dentro do programa são: hortas escolares, hortas institucionais e hortas comunitárias, que podem ser desenvolvidas em solo, estruturas suspensas, canteiros elevados, pneus, hidroponia e outros, desde que garantam acessibilidade. Cada instituição deverá indicar qual a finalidade desejada para a estruturação ser preparada.
As hortas são instaladas em ambientes escolares, instituições que prestam assistência social, comunidades rurais e acompanhadas pelos técnicos da Emdagro, que formam parceria com as Secretarias de Educação, Agricultura e Meio Ambiente de cada município interessado. Os requisitos para aderir ao programa são: preencher formulário, possuir plano pedagógico ou de gestão, dispor de técnico agrícola e um representante da horta para acompanhamento.
A estruturação das hortas é feita de acordo com a realidade de cada unidade produtiva e potencialidades identificadas. De acordo com a gestora do Programa de Organização e Desenvolvimento Social da Emdagro, Abeaci dos Santos, as principais ações de apoio são a distribuição de sementes e insumos, suporte logístico, assistência técnica continuada e capacitação nas áreas de agroecologia e segurança alimentar.
Com o selo de inspeção estadual (SIE), a agroindústria Nalmilk Laticinios passa a comprar o leite de 150 produtores e gerar 30 novos empregos diretos
O município de Nossa Senhora da Glória, localizado no sertão sergipano, celebrou nesta sexta-feira, 22, a inauguração do Nalmilk Laticínios, mais uma agroindústria dedicada ao processamento de leite em Sergipe. Com uma capacidade de processar 20 mil litros de leite ao dia, a nova empreitada será responsável pela produção de diversos produtos lácteos, incluindo manteiga, queijos coalho e mussarela, além de requeijão e manteiga.
A cerimônia de inauguração contou com a presença da diretora de Defesa Animal e Vegetal da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Aparecida Andrade, representando o secretário da Agricultura, Zeca da Silva, e o presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos. Também estiveram presentes membros da equipe do Serviço de Inspeção Agroindustrial, Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal da Emdagro.
A inauguração do novo laticínio representa um passo significativo para o estado, uma vez que mais um estabelecimento se regulariza de acordo com as normas estaduais que regulam o setor. “A obtenção da inspeção estadual é um marco importante para garantir aos consumidores produtos de qualidade, livres de contaminantes e resíduos que possam afetar a saúde”, comentou Aparecida Andrade.
Apesar de ser uma empresa familiar, a agroindústria Nalmilk Laticínios emprega, diretamente, 30 pessoas, e beneficia o leite comprado de 150 pequenos produtores da região, o que demonstra o compromisso das famílias locais com a produção de alimentos de alta qualidade.
“O processo de legalização levou um tempo porque a gente precisava tomar consciência da importância de se regularizar. Então levamos mais ou menos 5 anos para chegarmos a conseguir o selo da Emdagro. A Emdagro foi bastante parceira no processo que orientou, em todos os momentos, como deveria ser feito. Sabemos que com o selo, as responsabilidades aumentam muito, mas estamos felizes em trabalhar dentro da legalidade”, contou um dos gestores do laticínio, Messias de Jesus.
A segurança alimentar é uma preocupação essencial para os consumidores, e um dos principais indicativos de qualidade é a presença do selo de fiscalização no rótulo dos produtos. Em Sergipe, o Serviço de Inspeção Agroindustrial, Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal do Estado (SIE/SE), pertencente à Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), é responsável por garantir as condições adequadas de manipulação e armazenamento de alimentos.
O Serviço de Inspeção da Emdagro já regularizou nove laticínios em Sergipe, e outros dez estão em processo de regularização no órgão. Somente este ano, os fiscais agropecuários já realizaram 356 inspeções, resultando no fechamento temporário de um estabelecimento laticínio para adequação. Os estabelecimentos que passam pelas etapas de controle do SIE recebem o selo de inspeção, o que permite a comercialização dos produtos no estado. Os produtores interessados em fazer o registro podem encontrar a lista de documentos necessários no site www.emdagro.se.gov.br.
O SIE realiza vistorias técnicas em estabelecimentos sergipanos de carnes, pescados, ovos, leite, mel e seus derivados, além de analisar produtos não comestíveis e projetos para construção de estabelecimentos de armazenagem. É o SIE que emite os laudos que autorizam a comercialização nos municípios sergipanos, garantindo ao consumidor final alimentos de alta qualidade. Em conjunto com outras instituições, como a Vigilância Sanitária e o Ministério Público, o SIE fiscaliza o comércio varejista e atacadista de produtos de origem animal e participa das análises documental e técnica das amostras.
A diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade, ressaltou a importância do selo de inspeção na garantia da segurança alimentar: “Fazemos um apelo aos consumidores: adquiram apenas produtos cuja origem seja conhecida. Aprendam a ler o rótulo, verifiquem quem fabricou e quais órgãos fiscalizam a manipulação desses produtos. Consumir produtos clandestinos pode representar riscos à saúde”, alertou. “Garantir a procedência dos alimentos é essencial para proteger a saúde dos consumidores e fortalecer a economia local em Sergipe”, acrescentou Aparecida.
Com a inauguração do Nalmilk Laticínios e o trabalho contínuo do Serviço de Inspeção Agroindustrial, Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal do Estado, a segurança alimentar e a qualidade dos produtos lácteos em Sergipe estão em destaque, contribuindo para o bem-estar dos consumidores e o crescimento da economia local.
Cerca de 2.400 famílias são atendidas diretamente pelo programa Água Doce
No projeto de assentamento Carlos Lamarca, em Simão Dias, centro-sul sergipano, foi realizada a 29ª Oficina sobre a Sustentabilidade Ambiental dos sistemas de dessalinização implantados pelo Programa Água Doce – PAD. O evento foi realizado no último dia 20 e marcou o encerramento de mais um ciclo de capacitação das famílias beneficiadas com água de qualidade na região semiárida do estado.
O Programa Água Doce, coordenado pelo Governo Federal, em parceria com os governos estaduais e executado por equipes técnicas multidisciplinares, tem como objetivo fornecer água dessalinizada de excelente qualidade, livre de contaminantes, para as famílias que vivem em região áridas e semiáridas do Nordeste, incluindo Minas Gerais. Em Sergipe, o programa é conduzido pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), em colaboração com suas vinculadas, a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse).
Benefício
Cerca de 2.400 famílias, o que corresponde a aproximadamente 9.800 pessoas, são atendidas diretamente pelo programa, que fornece diariamente uma média de 17.400 litros de água dessalinizada. Antes da implantação desses sistemas, as comunidades dependiam principalmente de carros-pipa contratados pelas prefeituras ou pela Defesa Civil, além de cisternas, barreiros e açudes locais, o que frequentemente expunha a população a riscos de contaminação.
O sistema de dessalinização utilizado é considerado uma tecnologia de ponta, baseada na osmose reversa por meio de membranas. Três caixas de 5.000 litros cada são usadas no processo, com a água bruta obtida do poço sendo armazenada em uma delas. Após a dessalinização, parte da água é direcionada para abastecer um chafariz utilizado pela população, enquanto a parte restante, conhecida como rejeito devido à alta concentração de sal, é encaminhada para um tanque protegido por lona, onde ocorre a evaporação.
Além do abastecimento de água para consumo humano, a água bruta é utilizada para dessedentação animal e limpeza das casas. Algumas comunidades aproveitam o tanque de concentrado para a criação de peixes e irrigação da erva sal, que serve como forrageira para caprinos e ovinos.
PAD
O PAD adota uma metodologia específica, iniciando com diagnósticos para a seleção das comunidades, identificando potencialidades e dificuldades locais. Durante a implantação dos sistemas, é estabelecido um Acordo de Gestão em conjunto com as famílias beneficiadas, definindo direitos e deveres, horários de funcionamento, quantidade de água por família, entre outros detalhes, que são discutidos e aprovados em reuniões com os grupos de beneficiários. Três operadores por sistema são eleitos e capacitados, além de um grupo gestor responsável pela administração dos sistemas e resolução de conflitos.
“As oficinas de sustentabilidade são realizadas para sensibilizar e orientar as famílias sobre a importância de preservar a qualidade da água dessalinizada, abordando cuidados com a limpeza e vedação das caixas d’água, transporte e armazenamento adequados e esclarecendo dúvidas sobre o uso da água dessalinizada”, explicou a Engenheira Agrônoma da Emdagro, Elisabeth Denise Campos.
Segundo ela, o Programa Água Doce desempenha um papel fundamental na vida das famílias do semiárido sergipano, não apenas garantindo o acesso a água de qualidade, mas também promovendo o diálogo, organização comunitária e preservação da saúde e do meio ambiente na região. “É um exemplo concreto de como a tecnologia e a colaboração entre entidades governamentais podem transformar a vida das populações em áreas desafiadoras”, concluiu Elisabeth.
Treinamento aconteceu no auditório da Emdagro e contou com representantes de toda a cadeia produtiva da citricultura
Na busca por promover a saúde e a qualidade das plantas que alimentam o Brasil, aconteceu nesta quarta-feira, 20, o treinamento sobre sanidade vegetal, no auditório da Emdagro, em Aracaju. O evento reuniu especialistas renomados, para abordar temas cruciais no universo agrícola e contou com a participação de profissionais de assistência técnica e extensão rural, comerciantes de insumos, atacadistas, varejistas, emissores de Certificado Fitossanitário de Origem (CFO), responsáveis técnicos e produtores rurais.
A programação incluiu temas como controle de pragas quarentenárias dos citros e banana, legislação sobre produção e comercialização de mudas, sistema informatizado de rastreabilidade de agrotóxicos e Plano Nacional de Controle de Resíduos Contaminantes com ênfase na produção e comercialização vegetal. “Esse é um treinamento importante, porque tratamos de uma questão relevante que é o controle de pragas na agricultura e, como em Sergipe o que representa a nossa agricultura é a citricultura, a gente vai dar ênfase a esse controle de pragas que assegura ao estado o status de zona livre de várias doenças”, disse a diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade.
O treinamento, que é uma parceria entre a Emdagro e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), buscou passar o alerta a toda a cadeia produtiva dos citros, desde técnicos, produtores e comerciantes, no que diz respeito às pragas e doenças, sobretudo o Greening, uma praga quarentenária de altíssima periculosidade dos citros. “É um alerta grande que estamos fazendo para com o cuidado de todo o processo de formação dos pomares, porque não adianta investir na sua produção, se não tiver um cuidado no controle de pragas. Além disso, discutimos no treinamento a questão dos resíduos e contaminantes, que é a qualidade desse produto produzido no campo. Por isso, dois palestrantes do Mapa abordaram tanto esse assunto quanto o alerta do controle de pragas”, destacou Aparecida.
Para o palestrante do treinamento, o auditor fiscal Federal e coordenador de Controle de Pragas do Ministério da Agricultura, Ricardo Hilman, o estado de Sergipe tem todas as condições de desenvolver sua citricultura nos próximos anos, diante da ausência de doenças quarentenárias, como o Greening. “Nos próximos anos, Sergipe tem toda a condição de aumentar sua citricultura, não só em produtividade, mas em competitividade. Então, é fundamental o conhecimento, alertar sobre os riscos e também uma oportunidade, porque o estado pela sua condição sanitária, sem a praga do Greening, é fundamental para o crescimento e desenvolvimento de toda a cadeia produtiva”, frisou.
Segundo o coordenador, essa condição sanitária de Sergipe abre perspectivas de novos convênios para o desenvolvimento das ações que visam à sanidade vegetal do Estado. “Nós trouxemos aqui conhecimento e possibilidade de futuros convênios nessa área para que, em conjunto com o setor público e o setor privado, a gente possa manter essa condição de ser livre da doença e ter condições de desenvolvimento da citricultura local”, acrescentou.
Preocupado por ter vivenciado a tragédia da cadeia produtiva da citricultura de estados como São Paulo, causada pelo Greening, o representante da indústria de suco Maratá, Luciano Andreazza, viu no treinamento um momento importante para debater as consequências dessa doença em Sergipe. “Esse treinamento é muito importante, porque você ver uma doença como o Greening dizimar os pomares de citros de São Paulo, com 80 milhões de árvores arrancadas, não vai querer que ela chegue aqui em Sergipe, por isso que a Emdagro e o Governo do Estado têm que estar bastante atentos, porque se entrar aqui a gente vai sofrer. Não só para o Estado de São Paulo como para Sergipe, a citricultura representa muito para a economia, para o aspecto social e ambiental, de sustentabilidade. Então é importantíssimo um evento como esse realizado aqui”, considerou.
O citricultor Hugo Albuquerque de Rezende acha importante a discussão sobre o tema, e reforça a participação de toda a cadeia produtiva, especialmente o próprio produtor, na proteção da cultura no Estado. “É muito importante participar desse evento, porque nós vamos saber sobre todo o trânsito na produção da laranja, evitando assim trazer as pragas de fora para nosso estado. Da mesma forma, entendo de suma importância a participação do produtor nesse processo. Que ele, ao comprar suas mudas, compre em viveiristas certificados, porque assim saberá que é uma muda confiável e de qualidade”, observou.
Programação Abrangente
O treinamento trouxe também uma ampla gama de tópicos críticos para a sanidade vegetal e a agricultura sustentável. A programação incluiu palestras informativas e explicativas sobre a legislação que rege a produção e comercialização de mudas. O auditor fiscal federal, engenheiro agrônomo, Carlos Alexsahander Macêdo Borges, especialista no assunto, apresentou as regulamentações vigentes e abordou as melhores práticas para garantir a qualidade das mudas e a conformidade legal.
Em seguida, a coordenadora Estadual de Insumos Agropecuários da Emdagro, Aglênia Araújo, trouxe uma perspectiva essencial sobre o sistema informatizado de rastreabilidade de agrotóxicos. Em uma era em que a transparência e a segurança dos produtos agrícolas são fundamentais, a apresentação de Araújo foi fundamental para os participantes entenderem como essa tecnologia pode ser implementada de forma eficaz.
Encerrando o evento, o auditor fiscal federal e engenheiro agrônomo, Adriano da Anunciação Pimentel, compartilhou informações valiosas sobre o Plano Nacional de Controle de Resíduos Contaminantes, com ênfase na produção e comercialização vegetal. Pimentel discutiu os desafios e as estratégias para garantir que os produtos vegetais atendam aos mais altos padrões de segurança alimentar.
O evento reuniu representantes das três esferas de governo, produtores, empresas de serviços e equipamentos
Expositores, pescadores, marisqueiros, estudantes, acadêmicos e visitantes participaram da segunda edição da Expo Pesca e Aquicultura, que aconteceu de 13 a 16 de setembro no Centro de Convenções AM Malls, em Aracaju. Realizado pela Câmara Empresarial da Pesca e Aquicultura, Instituto Fecomércio e Grupo Êxito, com apoio do Governo do Estado, o evento reuniu atores da cadeia produtiva do pescado da região Sealba (Sergipe, Alagoas e Bahia) e se consolidou como espaço para a troca de conhecimentos, exposição de produtos e serviços, novas tecnologias e de interlocução entre instituições públicas, entidades privadas e associações.
Visitando Sergipe pela primeira vez, a professora doutora Maria Luísa Rodrigues, da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, ficou encantada com a receptividade no estande do Governo do Estado, onde pôde trocar ideias e degustar um prato típico, feito com camarão produzido em Sergipe. “Achei maravilhosa essa iniciativa do governo, pois a gente só busca um produto para consumo se conhece o sabor. Foi uma ótima forma de divulgação”, disse a pesquisadora, que trouxe para a Expo Pesca uma amostra do resultado de um estudo feito com os resíduos da tilápia, usados na confecção de farinha orgânica, chips e sopa instantânea.
Para Roberto Pantaleão, assessor técnico da Bahiapesca, empresa vinculada à Secretaria da Agricultura da Bahia, foi um prazer e uma surpresa participar de um evento que conseguiu aglutinar os três estados, a fim de discutir ideias comuns no setor e com um saldo bastante positivo. “Formamos redes de contato pra divulgar nossa empresa, que muita gente não conhecia, e achamos muito interessante isso, pois reencontramos parceiros antigos, vimos novas tecnologias, participamos de palestras interessantes, tudo muito enriquecedor”, destacou.
O superintendente municipal de Pesca e Aquicultura do Estado de Alagoas, Cauê Castro, também demonstrou satisfação em participar da Expo Pesca e enalteceu o convite de Sergipe e da organização do evento. “O Ministério (da Pesca e Aquicultura) foi recriado e precisamos impulsionar toda nossa cadeia produtiva, desde o pequeno pescador, o artesanal, ao industrial. Aqui nessa feira eu estou conseguindo enxergar isso: três grandes estados que tem um potencial muito grande, mostrando suas potencialidades”, observou.
Conforme observou Everton Siqueira, superintendente federal da pesca em Sergipe, foi um momento bastante oportuno para a comunidade pesqueira de Sergipe, Alagoas e Bahia fazer o entrosamento com os estados e promover o desenvolvimento econômico. “Temos várias colônias de pescadores e associações que representam a aquicultura em Sergipe, com quase 30 mil pescadores artesanais e mil aquicultores cadastrados. É muito importante atrair empresários, negócios voltados para a pesca e trabalhar políticas públicas e de fomento para essas comunidades”, pontuou, ao destacar que essa é uma forma de conhecer melhor para saber onde atuar. “Eles precisam sentir que tem um representante e mostrarmos que o Ministério chegou para defendê-los”, reforçou.
Apoio do governo
A superintendente da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Ana Patrícia Guimarães, recepcionou os visitantes no estande do Governo de Sergipe e destacou que o governador é um grande incentivador da cadeia da pesca e aquicultura. “Seja por meio dos incentivos fiscais da Secretaria da Fazenda, pelo Banese Mais Agro, com financiamentos para os produtores, e agora com a introdução do camarão na merenda escolar, por meio da Secretaria da Educação, e também por meio da e suas vinculadas, que promovem assistência técnica, limpeza das barragens, entre outras ações”, afirmou
Para o coordenador da Câmara de Pesca e Aquicultura da Fecomércio e idealizador da Expo Pesca, Humberto Eng, o apoio do Governo do Estado, por meio da Seagri, foi fundamental para a realização do evento. “Agradeço ao governador Fábio Mitidieri, na pessoa do secretário de Agricultura, Zeca da Silva, e faço uma análise muito positiva, desde o ano passado. Demos um salto quantitativo e qualitativo para esse novo evento, com essa nova cara, novo local, com esse gabarito. Este ano, com o Ministério da Pesca, que agora volta para o cenário nacional, mostrando que no setor agro tem um ministério que demonstra a força da pesca e aquicultura. A Expopesca se tornou o maior evento de pesca e aquicultura do Nordeste, um grande salto para o setor, para a economia e para a sociedade”, comemorou Humberto.