Batata-doce é alternativa de renda para agricultores atendidos por irrigação do Governo do Estado

Perímetro em Canindé tem potencial para expandir produção. Irrigação e assistência técnica fazem irrigantes superarem dificuldades do clima e solo

“Minha batata-doce tem qualidade e o comércio dela aqui é procurado demais. Aqui não existe batata desse tipo. Eu tenho água boa, a manutenção está 100% e o solo é de primeira. Dessa batata aqui ninguém produz”, afirma o agricultor irrigante Gilson de Jesus . Em Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, ele é atendido pelo Governo do Estado no perímetro irrigado Califórnia, onde tem água de irrigação e assistência técnica agrícola o ano todo.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) tem cinco perímetros irrigados com vocação agrícola. O Califórnia é o que mais depende da irrigação e apresenta mais dificuldade no plantio da batata-doce, em razão do clima semiárido e solos argilosos e rochosos. Mas com o mercado crescente do produto e o incentivo público dos perímetros, os agricultores que investem no cultivo não se arrependem.

“O produtor de batata tem moral. A batata tem valor, não é um tipo de plantação qualquer. Se eu disser que custa tanto, é tanto. E o freguês corre atrás. Não sou eu que corro atrás, não. A importância do perímetro Califórnia é ter água de sobra para a gente trabalhar. O que é importantíssimo. É a melhor coisa do mundo que eu acho aqui, pois água tem”, acrescenta Gilson de Jesus, que produz a batata-doce ourinho roxa, variedade com maior valor de venda. 

De janeiro a abril, o perímetro irrigado de Canindé produziu 172,2 toneladas da raiz. Enquanto nos outros perímetros do agreste e centro-sul, onde se produz há mais tempo, foram 5.783,2 t. O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, observa que a batata-doce é, hoje, o produto que mais é produzido na soma da produção dos perímetros (10,8 t em 2022) e a tendência é que este ano o saldo ainda seja superado. 

“Os irrigantes contam com o trabalho da empresa para oferecer água e assistência. Com isso, apostam seu trabalho e recursos nos produtos que mais geram retorno. A produção de batata-doce no Califórnia, se comparada a outros perímetros,  ainda é pequena e tem espaço para mais produtores aderirem ao cultivo. O alimento recomendado por nutricionistas para emagrecimento e preparo físico, tem um mercado bastante promissor”, considerou Júlio Leite.  

Gerente do Califórnia, Jonathan da Mota aponta que o perímetro irrigado é de grande importância para a região do alto sertão, pelo incentivo que o Governo do Estado proporciona para os produtores. “Garantindo o fornecimento de água, eles têm a confiança de fazer novos plantios, como no exemplo da batata-doce. A batata ourinho roxa é uma coisa nova aqui e que está dando certo. Uma batata de boa qualidade, escoada aqui para Sergipe e para os estados vizinhos, como Pernambuco, Bahia e Alagoas”, pontuou.

Passo a passo

Gilson de Jesus diz a receita para vencer as dificuldades que o solo e o clima apresentam para acomodar o plantio de batata-doce. “Eu passo o arado na terra, gradeio, o trator faz a leira, a gente remonta na enxada, e depois vem o plantio. A rama tem que ser de qualidade. Daí vem a adubação, com 20 dias, depois eu passo um inseticida para a praga não comer a batata e o processo é esse”, explica.

Todo conhecimento do agricultor com o produto vem de sua origem na capital sergipana da batata-doce. “Eu sou de Moita Bonita e trabalhei muito com batata. Vim para cá tentar a vida com ela e está dando certo. O solo é meio duro, mas com trabalho o cara consegue. A plantação está boa. Graças a Deus está de primeira qualidade. O cara tem que mudar a cultura para batata-doce, inhame, estar pronto para tudo”, reforça Gilson de Jesus.

Agricultura

Emdagro inaugura programa de inseminação artificial por tempo fixo em Boquim

Ao todo 100 vacas de leite e de corte passarão pelos primeiros protocolos hormonais

O Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), inaugurou, na última terça-feira (27), em Boquim, centro sul sergipano, o Programa de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF). O início do programa ocorreu na propriedade do pecuarista Antônio Pereira Nascimento, do Povoado Romão, com a realização do diagnóstico e do primeiro protocolo hormonal em 30 vacas de leite e de corte.

A ação, que faz parte do Programa Pecuária Mais Brasil, do Governo Federal, em parceria com a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer) e o Governo do Estado, visa o melhoramento genético do rebanho leiteiro e de corte de pequenos produtores, através da tecnologia do IATF, que espera inseminar 100 vacas no município.

“Com este programa espera-se uma somação de esforços no aumento da produção, produtividade e renda do produtor, promovendo, assim. o desenvolvimento dos municípios, principalmente aqueles cuja economia está baseada na produção e industrialização do leite, a exemplo do alto sertão sergipano, onde todos os municípios estão contemplados, bem como as regiões sul e centro sul do Estado”, comentou o Diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, Jean Carlos Nascimento Ferreira.

Para o pecuarista Antônio Pereira, essa é uma oportunidade de fazer a melhoria genética do rebanho. “Tive a oportunidade de ser convidado para participar da reunião que a Emdagro realizou para informar sobre o início do programa, em Boquim, e observei ser essa a chance de garantir a qualidade do meu rebanho. Melhorar em tudo, na produção de leite, na carne e na genética”, disse, acrescentando que resolveu fazer alguns investimentos no estábulo para reforçar a segurança dos técnicos no momento do diagnóstico.

Mais Pecuária Brasil
O programa Mais Pecuária Brasil foi iniciado em 2022 nos municípios de Nossa Senhora de Lourdes, Itabi, Porto da Folha, N.Sra da Glória e Monte Alegre. Ainda naquele ano, foram inseminadas 402 vacas.  Em 2023, até junho e início de julho, está em andamento o processo de IATF de mais 483 vacas. As raças mais demandadas até o momento são Holandesa, Gir 3/4 e Gir 5/8. Estão disponíveis também as raças Nelore, Sindy, Polled Hereford, Brangus, Brasford e Angus.

O Programa Mais Pecuária Brasil tem como meta inseminar 3.000 vacas/ano durante quatro anos, em Sergipe. A CONAFER participa com o sêmen de touros provados de raças leiteiras e de corte, da Central de Coleta e processamento de Sêmen Alta Genética, todos os insumos necessários e com o serviço de inseminação.

“Já à Emdagro compete fazer o trabalho de identificação e a mobilização dos produtores em todas as quatro etapas do processo, quais sejam, diagnóstico e primeiro protocolo hormonal, o segundo protocolo hormonal, a inseminação propriamente dita e o diagnóstico de prenhez”, detalhou a Coordenadora de Pecuária da Emdagro, Izildinha Dantas, que reforçou que neste mês de junho e início de julho estarão atendendo os municípios de Boquim e Riachão.

Produtores confirmam o bom momento da produção de leite em Sergipe

Assistência e incentivos do Governo do Estado têm ajudado no crescimento e fortalecimento da bacia leiteira em Sergipe

Os criadores sergipanos confirmam o crescimento na produção de leite em Sergipe. O bom momento da pecuária leiteira sergipana já havia sido revelado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) com base nos dados do balanço do primeiro trimestre 2023, que mostrou a evolução de 23 milhões de litros em relação ao mesmo período do ano passado. Os números do instituto de pesquisa levam em consideração a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos sob algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal), mas a produção é maior considerando o consumo ou a compra direta aos produtores nas áreas rurais.

Um dos exemplos de evolução é o caso do produtor do município de Poço Redondo, no alto sertão sergipano, José Martins Alves, 52 anos, que há 13 anos começou com quatro vaquinhas em sua propriedade, no sítio São José. Hoje ele produz uma média de 700 a 800 litros de leite diariamente, resfria e vende para o laticínio. Martins conta que agora em junho tem vendido o litro a R$ 2,30 por conta da grande produção, mas já chegou a quase R$ 3,00 no início do ano. “O preço pode melhorar ainda mais com a baixa na produção do Sul do Brasil”.

Ele se sente orgulhoso em estar entre os cinco melhores fornecedores para os laticínios, graças à qualidade do leite produzido, com alto teor de gordura e higiene adequada. “Muito disso devo à assistência que recebo do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura e Emdagro que me ajudaram muito desde o início até agora”, afirmou o produtor, que trabalha com ordenha mecânica.

O produtor Alisson Coutinho tem 37 anos e trabalha com gado há cerca de 30, desde a infância. Com uma produção média de 2.400 litros de leite por mês, Alisson explica que os últimos anos foram bons de chuva, o que melhorou a pastagem, mas para conseguir melhor resultado a maioria dos produtores está trabalhando com o gado confinado para controlar a alimentação dos animais e aumentar a produtividade. “O governo também tem feito muitas ações para a gente. Tem incentivado o plantio da palma forrageira, que ajuda muito quando chega a seca. Tem também o Mão Amiga que auxilia financeiramente no período de baixa produção, e como contrapartida deixamos o rebanho vacinado, prevenido das doenças”, realça.

Para o produtor Ueliton Dantas, do município de Monte Alegre, a produção leiteira é um grande acréscimo ao desenvolvimento regional. “Trabalho com gado a vida inteira, sempre produzindo leite. Atualmente, parte da produção é destinada ao governo, que faz a distribuição por meio das prefeituras para a população mais carente. Ações que partem para aumentar a venda do leite são de suma importância, pois é por intermédio delas que os produtores vêm melhorando as condições de vida no alto sertão”, opina.

Incentivos do governo

De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, o bom momento da pecuária leiteira é resultado de vários esforços que envolvem produtores, o Governo do Estado, iniciativa privada, laticínios e agentes financiadores. “Entre os diversos incentivos do Governo de Sergipe para o fortalecimento da bacia leiteira, destacam-se o melhoramento genético (IATF), a assistência técnica da saúde dos animais – o estado está há 27 anos livre da febre aftosa, como também a assistência técnica e certificação dos laticínios e disponibilização de sementes de milho, de palma, para forragem, ou seja, para alimentação dos animais”, destaca.

Ainda de acordo com o secretário da Seagri, os esforços para manter Sergipe nesse patamar não param. O Governo de Sergipe implementou programa que ajuda no escoamento da produção estadual e beneficia famílias em situação de vulnerabilidade, como o Programa de Aquisição de Alimentos Leite (PAA-Leite) – com distribuição diária de 3.027 litros; a exemplo também do Programa Mão Amiga Pró Sertão Bacia Leiteira, que beneficia 2.747 produtores em sete municípios.

“No início do ano, o governador Fábio Mitidieri foi a Brasília receber do Ministério da Agricultura o credenciamento do estado no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi). Outro projeto que está em andamento e vai ampliar a oferta de água para os produtores e aumentar a produção é a Adutora do Leite, que será construída entre os municípios de Canindé do São Francisco e Poço Redondo”, destaca o secretário.

Seminário discute o planejamento das atividades do Garantia Safra 2023-2024

A partir do mês de agosto, agricultores familiares sergipanos poderão fazer inscrição no Programa Garantia Safra, podendo empregar recursos na compra de sementes ou preparação da terra

Agricultores familiares sergipanos poderão fazer inscrição no Programa Garantia Safra a partir do mês de agosto. Foi o que ficou definido no seminário nacional sobre a reestruturação deste programa que aconteceu em Brasília, nesta semana. Representantes da Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), que coordena as ações no âmbito estadual, participaram do encontro, que foi organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).

De acordo com o coordenador estadual do Programa Garantia Safra, Sérgio Santana, o evento teve como principal objetivo realizar o planejamento das atividades para a safra 2023-2024, período agrícola que vai de julho de 2023 a junho de 2024. “Durante o encontro, os participantes discutiram a proposta da criação do programa de fomento à produção do Garantia Safra e a melhoria dos procedimentos para verificação de perdas das lavouras, adequando-se à realidade dos estados e municípios”, relatou.

Entre outros pontos, discutiram também sobre a capacitação dos participantes do programa por meio da equipe técnica da Secretaria de Estado da Agricultura e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Ainda de acordo com o coordenador estadual, as inscrições começam em agosto. “Os agricultores familiares poderão se inscrever no programa a partir de agosto até o dia 20 de fevereiro de 2024”, explicou.

Famílias beneficiadas em 2023

Agora no primeiro semestre de 2023 já foram liberados cerca de R$ 13 milhões pagos aos 15,6 mil agricultores familiares de 12 municípios, que tiveram suas perdas de safra reconhecidas no ano passado. Com o início do período de plantio até o mês de junho, muitos agricultores familiares usaram o recurso para compra de sementes ou preparação da terra, movimentando o comércio da região.

O Programa Garantia Safra é um tipo de seguro de renda mínima. Os recursos vêm das contribuições de agricultores, prefeituras municipais, governos estaduais e governo federal, que são depositados em um fundo financeiro solidário. Podem participar do programa agricultores que plantam entre 0,6 a cinco hectares de arroz, feijão, milho, algodão e mandioca em área não irrigada, e que tenham renda familiar mensal de até um salário mínimo.

Programa de Crédito Fundiário lança nova linha de crédito para jovens

A iniciativa possibilita aos jovens capacitados a oportunidade de permanecerem na área rural

Incentivar o jovem produtor e os filhos de produtores rurais a investirem na agricultura familiar, com qualidade e inovações tecnológicas, que possam garantir a geração de renda e sua permanência no meio agrícola. Foi com essa proposta que o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) lançou uma nova linha de crédito: o Plano Nacional de Crédito Fundiário Jovem. A novidade foi divulgada nesta terça-feira, 20, durante reunião realizada no auditório da Superintendência Federal de Agricultura em Sergipe, por representantes do Escritório Estadual de Desenvolvimento Agrário.

O diretor Administrativo e Financeiro da Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe, da Pronese, Abelardo Neto, e o gerente do Crédito Fundiário da Unidade Técnica Estadual (UTE/SE), José Silveira, estiveram presentes, representando a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

A iniciativa é direcionada também para profissionais da área de Ciências Agrárias, assim como para técnicos oriundos de escolas agrotécnicas e de centros familiares de formação por alternância. Todo este público, ao desejar adquirir seu próprio imóvel, poderá contar com o apoio do Programa de Crédito Fundiário. Assim, a medida possibilita aos jovens capacitados a oportunidade de permanecerem na área rural. “Tudo isso com autonomia, contribuindo para o desenvolvimento da produção de alimentos saudáveis e da agropecuária sustentável”, observou Abelardo Neto.

De acordo com José Silveira, para ter acesso ao crédito fundiário, há alguns requisitos a cumprir, como o mínimo de cinco anos de experiência. “Por meio dessa linha de crédito para os jovens, o tempo que eles tiverem em cursos técnicos e profissionalizantes já contará como período de experiência”, disse. Durante a reunião, os representantes da Seagri foram recebidos pelo coordenador geral do Crédito Fundiário do Ministério da Agricultura, Hebert Rodrigues, e pelo coordenador geral do Escritório de Desenvolvimento Agrário em Sergipe, Camilo Feitosa. Na oportunidade, foi ressaltada também a importância de fortalecer os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Sustentável em Sergipe.     

O programa

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar desenvolve o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), que oferece condições para que os trabalhadores rurais, sem terra ou com pouca terra, possam comprar um imóvel rural por meio de um financiamento. O recurso ainda é usado na estruturação da infraestrutura necessária para a produção, assistência técnica e extensão rural. Além da terra, o agricultor pode construir sua casa, preparar o solo, comprar implementos, ter acompanhamento técnico e o que mais for necessário para se desenvolver de forma independente e autônoma. O financiamento pode ser individual ou coletivo.

A autonomia e a descentralização são as principais marcas do programa. As famílias são as responsáveis pela escolha da terra e negociação do preço, além da elaboração da proposta de financiamento. O PNCF possui condições diferenciadas de acordo com o valor do financiamento, e o prazo de pagamento é de até 35 anos, com 36 meses de carência. O programa apoia-se nos princípios da participação, controle social, transparência e descentralização. “Atendidos os critérios do programa, o pretenso beneficiário precisa procurar o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais ou da Agricultura Familiar de seu município, ou entrar em contato com a Unidade Técnica Estadual”, explicou José Silveira Neto, ao destacar que ele e sua equipe estão à disposição na Secretaria de Estado da Agricultura.

Governo de Sergipe prepara área irrigada para produção de novas variedades de laranja

No Centro de Fruticultura Tropical da Emdagro, em Boquim, cerca de 550 mudas de quatros variedades diferentes serão plantadas em uma área de 1,5 hectare irrigado, para multiplicação das mudas que serão distribuídas para produtores sergipanos

Importante segmento para a economia do estado, o setor citrícola sergipano recebe incentivo do Governo de Sergipe para produção de novas variedades de mudas de laranja. O objetivo é a renovação e diversificação dos pomares. A iniciativa é realizada pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), que também intensificou a fiscalização sobre o transporte e comércio de mudas clandestinas nas fronteiras.

Para o Governo do Estado, o setor citrícola é importante para o desenvolvimento de Sergipe, com a geração de milhares de empregos e produção de uma grande variedade de frutas cítricas, como laranja, limão, abacaxi, maracujá e acerola, que fortalecem a economia local. São 14 municípios produtores nas regiões sul e centro-sul do estado. Uma comprovação da importância deste setor produtivo é o resultado positivo na balança comercial, com 81% da pauta de exportações do estado originada da citricultura. Os dados de exportação foram divulgados pelo Centro Internacional de Negócios (CIN/SE), da Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (Fies).

Novas variedades
Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), para continuar garantindo a quantidade e qualidade dos pomares cítricos, o governo está produzindo mudas de quatro novas variedades de laranja com alta qualidade produtiva a partir de porta-enxertos fornecidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em cooperação técnica com a Emdagro. 

De acordo com Gilson do Anjos, presidente da Emdagro, a Embrapa forneceu 600 borbulhas de quatro novas variedades de porta-enxertos – como as Sunki Tropical, Riverside, Índio e San Diego –, que garantirão a produção de mudas de alta qualidade genética. “As mudas serão multiplicadas no Centro de Fruticultura Tropical da Emdagro, em Boquim, onde cerca de 550 mudas serão plantadas em uma área de 1,5 hectare, por meio de sistema de produção irrigada de mudas. Nesta área serão produzidas cerca de um milhão de mudas de citros por ano para distribuição com os produtores sergipanos”, destaca Gilson.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Emdagro e, também, coordenador de Agricultura e Desenvolvimento Sustentável, Eduardo Cabral, com essa ação, os pequenos produtores terão a chance de diversificar sua produção, já que atualmente usam o limão cravo como porta-enxertos. Segundo ele, a razão para o uso exclusivo deste enxerto é o alto custo das sementes. “Um litro de sementes da variedade de porta-enxertos Riversaide, por exemplo, chegou a ser comercializada por R$ 1.000,00”, explica Cabral. Porém, usar base única de porta-enxertos traz riscos à produção. Ainda segundo o agrônomo, laranjais com porta-enxertos de limão cravo são altamente susceptíveis à doença ‘morte súbita’, que se alastra pela produção, dizimando-a.

Outra ação do Governo de Sergipe que se intensificou foi a fiscalização sobre o transporte e comércio de mudas clandestinas, que podem estar contaminadas com pragas e doenças. Dessa forma, deve-se coibir a prática ilegal de entrada de plantas sem certificação fitossanitária.

De acordo com o secretário da Agricultura, Zeca da Silva, as duas ações estruturantes feitas pelo Governo de Sergipe continuarão garantindo a quantidade e qualidade dos nossos pomares cítricos. Em agosto de 2023, as mudas estarão prontas para o plantio e essa ação reforça o protagonismo que a citricultura, em especial a laranja, tem em Sergipe. “Somos o menor estado da federação, mas ainda ocupamos uma posição importante como 5º lugar na produção nacional de laranja, e o 2º no Nordeste. Temos ainda o suco de laranja não fermentado como um dos principais produtos exportados e de equilíbrio da balança comercial sergipana”, completa Zeca.

Seagri, Emdagro e ITPS se unem para levar serviço de análise de solo ao ‘Sergipe é aqui’ em Dores

As amostras seguem para o ITPS analisar em seus laboratórios e definir as recomendações técnicas que devem ser adotadas pelos agricultores

Para os agricultores e produtores rurais, a novidade da 6ª edição do ‘Sergipe é aqui’ realizada nesta sexta, 16, em Nossa Senhora das Dores, foi o serviço de análise de solo viabilizado pela parceria entre Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS). O objetivo foi coletar amostras para análise e, com o resultado, recomendações serão feitas para os agricultores melhorarem suas plantações. Além desta novidade, a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) se fez presente juntamente com suas vinculadas, para levar outras ações e serviços.

Durante toda a semana, uma equipe técnica da Emdagro visitou 30 propriedades de pequenos agricultores familiares no município, coletando amostras de solo, a fim de encaminhar para análise no ITPS, órgão delegado do Inmetro em Sergipe. “Essas amostras agora seguem para o ITPS analisar em seus laboratórios e definir as recomendações técnicas que devem ser adotadas pelos agricultores, a fim de melhorar o solo e, consequentemente, o plantio em suas lavouras”, explicou o diretor-presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos. “A partir dessa análise é possível definir o que falta de nutrientes no solo e qual tipo de adubo e calcário a terra está precisando”, reforçou. 

O agricultor Gildo Meneses, de 40 anos, ficou satisfeito em receber a equipe da Emdagro em seu sítio, no povoado Acensso, onde planta mandioca, milho e feijão. “Foi muito bom ter essa oportunidade, de analisar o solo de minha terra e saber como cuidar melhor dele”, disse. 

Para o agricultor Fábio Santana, que há dez anos planta milho e cria gado no povoado Itaperoá, foi importante participar desse projeto. “Com o resultado dessa análise saberemos usar melhor os recursos que temos para tratar da terra, usando o adubo correto e, assim, garantindo uma melhor colheita no final”, atestou. 

De acordo com o técnico agrícola da Emdagro, Gilberto Santana, a coleta de amostras de solo atende a uma série de critérios previamente estabelecidos. “A maioria dos agricultores visitados não vislumbra a importância dessa atividade, então fazemos também um trabalho educativo, demonstrando a importância de conhecer o solo onde plantam, para fazerem o uso correto de adubos e fertilizantes”, enfatizou. 

Entrega de certificados

Outro serviço oferecido pela Seagri, por meio da Emdagro, no ‘Sergipe é aqui’, foi a emissão e entrega do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF). A agricultora Maria Aparecida dos Santos, do povoado Acensso, na zona rural de Dores, veio ao Colégio Estadual General Calazans para receber seu CAF. “É um documento que todos nós agricultores familiares precisamos ter e foi de grande importância para minha aposentadoria”, disse a produtora rural, que é viúva e tem três filhos. 

O casal Marleide Alves e José Renilson de Souza Dantas, que possui um sítio no povoado Mundo Novo, em Dores, também esteve no local para receber o documento da Emdagro. “Com o CAF em mãos, a gente consegue acesso a um empréstimo no banco para investir em nossa roça e colocar outros projetos pra frente”, disse o agricultor, que planta mandioca, feijão, entre outras culturas, e agora vai investir também na criação de gado de corte.

Agricultura

Seagri atende demandas de infraestrutura hídrica no ‘Sergipe é aqui’ 

Programa Água Doce é sempre destaque nos eventos e reúne esforços de vários entes da secretaria

Nossa Senhora das Dores, no médio sertão sergipano, foi o ponto de encontro entre a população e toda a estrutura do Governo do Estado nesta sexta-feira, 16, para a realização da 6ª edição do ‘Sergipe é aqui’. O governo itinerante contou com a oferta de mais de 160 serviços, incluindo os ofertados pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri); através de duas vinculadas Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). 

O atendimento feito pela Coderse teve como foco orientar e receber demandas para o fornecimento de água em comunidades rurais. Usada de patamar, para até que ponto as políticas públicas em recursos hídricos podem influenciar nas comunidades, a maquete do Programa Água Doce (PAD) foi levada para o  ‘Sergipe é aqui’. 

Gildo Menezes, morador do povoado Acensso, em Nossa Senhora das Dores, achou muito interessante o projeto e aproveitou para pegar orientação de como solicitar um poço na sua comunidade. “Eu não conhecia o projeto (Água Doce), achei muito interessante. Gostei do sistema como um todo. Nossa comunidade é bastante carente. A comunidade lá é abastecida por carro-pipa e em quantidade limitada”, explicou Gildo. Ele contou que o povoado tem um poço, mas é contaminado por fossas.

“Como nós somos uma comunidade rural, a gente aproveita (a água do poço), mas o mais interessante mesmo é a água potável. A comunidade tem em torno de 1.200 famílias, é grande, tem um posto de saúde, uma escola. É só a questão de um sistema de abastecimento mesmo”, contou o morador que é presidente da Associação de Produtores Rurais e Agricultores Familiares do Povoado Acensso.

O diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, elucida que a expertise da perfuração de poços da Coderse leva sempre em consideração a busca por água fora da contaminação da superfície. “Nossos geólogos locam um poço e orientam aos técnicos de sondagem, para não somente encontrar água. Mas sim, água em profundidade que não sofra contaminação. Daí a água pode ser potável, pode ser salina ou apresentar algum mineral com nível acima do recomendado. O que exige o dessalinizador ou filtros”, expõe.  

Água Doce
No estado, são 29 unidades de produção de água dessalinizada do PAD em povoados de nove municípios. A coordenação no estado é feita pela Seagri, a Coderse executa as ações de manutenção e aperfeiçoamento dos sistemas e ainda conta com a Emdagro para a mobilização da população beneficiada, que é de aproximadamente cinco mil pessoas. 2023 é um ano em que o programa está recebendo investimentos para estruturação, capacitação de operadores e atenção à condição socioambiental das comunidades e saúde das famílias.

“Estamos trabalhando agora com a sustentabilidade ambiental, que envolve o levantamento socioambiental para sabermos a realidade da comunidade. Fizemos a análise físico química e bacteriológica da água bruta e da água potável. Também estamos cadastrando todas as famílias de cada comunidade para levantarmos informações e sabermos o impacto que o programa teve no decorrer desses anos. Ainda estamos realizando oficinas, para orientação de uso correto da água e conversando também sobre a gestão dos sistemas”, esclareceu o coordenador estadual do programa, Vandesson Carvalho.

Perímetros irrigados apresentam expressiva produção de amendoim para o período junino

Mais da metade do que se colheu nos primeiros quatro meses do ano já foram produzidas nesse mês de junho

No atual período junino, a produção de amendoim apresentou ligeira evolução no que diz respeito à quantidade produzida nos perímetros irrigados no estado. Importante e tradicional iguaria, o amendoim verde cozido é reconhecido há dez anos como patrimônio imaterial de Sergipe. Ao todo, tanto nas áreas de sequeiro como nas áreas irrigadas, são 38 municípios responsáveis pela produção estadual. 

Os cinco municípios maiores produtores são Itabaiana, com cerca de 25,5% de toda a leguminosa do estado; Malhador; Lagarto; Areia Branca e Moita Bonita. Juntos, eles representam mais de 50% de todo o amendoim produzido no estado. De acordo com o último Perfil Agrícola publicado pelo Observatório de Sergipe, a produção estadual foi de 1,5 mil toneladas por ano, em uma área de 820 hectares.

A maior parte do amendoim sergipano é produzida nos perímetros irrigados administrados pelo Governo de Sergipe. Ações realizadas pela gestão estadual, por meio da Secretaria da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e sua vinculada, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), garantem irrigação nas lavouras e, consequentemente, uma produção favorável o ano inteiro. 

Entre janeiro a abril de 2023, a produção de amendoim in natura nos perímetros foi de aproximadamente 195 toneladas, em lavouras que ocuparam uma área de 89 hectares. Isto ocorreu nos perímetros irrigados Poção da Ribeira (Itabaiana e Areia Branca), Piauí (Lagarto) e Jacarecica I (Itabaiana), administrados pelo Governo de Sergipe.

O presidente da Coderse, Paulo Sobral, explica que já se produziu em junho mais da metade do que se colheu nos primeiros quatro meses do ano. “No levantamento feito por uma equipe de técnicos, a produção esperada nos mesmos perímetros irrigados para o atual período junino é de 110 toneladas de amendoim em casca, dentro de uma área de 48,6 hectares a ser colhida”, explica. 

Esse feito deixa os produtores sergipanos muito satisfeitos, como é o caso do agricultor irrigante Luciano Oliveira. Luciano aproveita a irrigação fornecida pela Coderse, no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, para plantar duas culturas. “No espaço entre as espaldeiras do maracujá, eu planto o amendoim. Assim, tenho duas colheitas em um só espaço de terra”, comemora o produtor.

O amendoim tem ciclo curto de cultivo, em torno de 70 dias. Ele fica pronto para colher antes que a ramada de maracujá cubra a área, entre uma linha e outra, e se torne impossível o plantio e o manejo de mais uma plantação. Dessa forma, o produtor agrícola promove o cultivo consorciado, uma opção prática para quem tem a garantia da irrigação fornecida durante o ano inteiro.

O resultado positivo da safra também é comemorado pelo secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva. Ele destaca que o amendoim verde cozido é uma deliciosa iguaria que tradicionalmente é apreciada nos festejos juninos, e que representa uma importante fonte de renda para os produtores sergipanos. “Essa produção positiva é sinal de que não vai faltar o amendoim cozido em nossos festejos”, pontua Zeca.

O produtor Antônio Braz de Souza, mais conhecido como Toinho, está otimista com a venda do amendoim que produz no povoado Brejo, município de Lagarto. “Além de plantar, também compro o amendoim de outros produtores, cozinho e vendo para feirantes aqui de Lagarto, Simão Dias e Malhador”, disse o agricultor, que espera colher 500 sacos do produto na próxima semana, para os festejos de São João deste ano. “Graças a esse sistema de irrigação, temos amendoim o ano inteiro, de inverno a verão”, celebra. 

“Se não fosse a irrigação promovida pelo governo, não conseguiríamos produzir no verão no perímetro Piauí. É uma ajuda cem por cento bem vinda”, confirma o agricultor Renilson de Jesus Araújo, de 35 anos, que afirma se orgulhar de ser produtor rural desde que se entende por gente. “Além do amendoim, planto batata, milho, maracujá e repolho. Neste ano já colhi todo o meu amendoim, que me rendeu cerca de sete mil quilos. Agora é esperar o mês de setembro chegar, pra plantar novamente”, observa Nicinho, como é mais conhecido na região.

Emdagro coordena censo agropecuário municipal em parceria com prefeitura de Indiaroba

Cerca de 3.000 propriedades rurais devem ser entrevistadas até o fim do ano

Cerca de 3.000 propriedades rurais devem ser entrevistadas até o fim do ano

A Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), em parceria com a Prefeitura de Indiaroba, está realizando um censo agropecuário nas propriedades rurais da região territorial de Indiaroba. Por meio dessa pesquisa pioneira, a equipe técnica passa a colher dados importantes sobre a renda proveniente das atividades, criação e cultura de cada família. Nesta quinta-feira, dia 15, a equipe do órgão estadual realizou reunião com os técnicos do município para avaliar o andamento do censo e avaliação e correção dos processos.

De acordo com o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, Jean Carlos Nascimento, além de aplicar os questionários, juntamente com a equipe técnica da prefeitura, o órgão estadual vai ajudar na formatação e validação da pesquisa.

Ainda segundo Jean, é a primeira vez que se faz uma pesquisa com esse caráter comparativo. “O propósito do censo é reunir dados sobre o potencial produtivo do setor agropecuário municipal e comparar com os dados do censo agropecuário 2017 do IBGE, para avaliar uma possível evolução na produção e no valor de produção”, explicou o diretor.

O relatório da Emdagro mostrará o retrato da renda geral do município em relação ao que é produzido nas propriedades rurais. “Indiaroba cresceu muito nas áreas da pecuária, carcinicultura e agricultura. Com esse documento, vamos mostrar a potencialidade de arrecadação do município”, reiterou o coordenador regional da Emdagro, Luiz Fernandes.

Amostra

Em três meses de trabalho, os técnicos já entrevistaram 250 estabelecimentos rurais, sendo que a meta é alcançar cerca de 3.000 propriedades existentes no município até o fim do ano.

Governo

Última atualização: 19 de junho de 2023 11:06.

Ir para o conteúdo