Vários municípios alcançaram 100% de vacinação nesta primeira etapa da vacinação 2023
Na primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa 2023, o estado de Sergipe alcançou um índice de 94,36% do rebanho vacinado. Foram imunizados 1.159.392 bovinos e bubalinos de todas as faixas etárias. O índice ficou acima do preconizado pelo Ministério da Agricultura, que é de 90%. Essa primeira etapa encerrou no final do mês de junho.
De acordo com a Diretora de Defesa Animal e Vegetal da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Aparecida Andrade, os municípios de Aracaju, Barra dos Coqueiros, Canhoba, Divina Pastora, São Domingos, Carmópolis, Santana do São Francisco, Amparo do São Francisco, Japoatã, Brejo Grande e Riachuelo alcançaram o índice de 100% do rebanho vacinado.
Com o intuito de alcançar o status livre da febre aftosa sem vacinação, o Governo do Estado realizou uma reestruturação em todo serviço inerente à Defesa Animal. “O produtor rural deve comunicar imediatamente a Emdagro [Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe] ao perceber animais com suspeita de doenças, a exemplo de dificuldade de locomoção, feridas na língua e pata, dificuldade de mastigar e engolir alimentos, salivação excessiva (babeira), tremores e queda da produção de leite”, explica a diretora.
Segundo Aparecida, o diagnóstico rápido e efetivo da aftosa ou qualquer outra doença animal impede a disseminação da doença, que pode impactar a produção animal e oferecer risco à saúde humana. “Através da vacina contra a febre aftosa, o rebanho desenvolve imunidade e dificulta a propagação do vírus no ambiente. Ao controlar a doença, diminui-se o impacto e o prejuízo financeiro para o produtor, valorizando o gado”, finaliza.
A segunda etapa da vacinação acontecerá em novembro. A vacina está disponível em lojas de artigos agropecuários de todos os municípios.
“Orelha de elefante” apresenta melhor adaptação a condições adversas, o que facilita sua cultura
O Governo de Sergipe, por meio da Secretaria da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e sua vinculada, a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), vai distribuir 286 mil raquetes de palma forrageira da variedade Orelha de Elefante Mexicana para agricultores sergipanos. A iniciativa faz parte do programa ‘Mais Palma para Sergipe’ e deve beneficiar, inicialmente, 190 famílias nos municípios de Riachão do Dantas, Lagarto e Tobias Barreto, no centro-sul, Itabaianinha, Tomar do Geru, Boquim e Arauá, no sul do estado.
De acordo com a médica veterinária e coordenadora de Pecuária da (Emdagro), Izildinha Dantas, o diferencial da nova variedade é a melhor adaptação a condições adversas, como a seca, o que facilita a sua cultura. “Os municípios serão contemplados com as sementes de palma forrageira da variedade Orelha de Elefante Mexicana, que tem como uma das características ser mais resistente aos extremos climáticos, déficit hídrico e umidade elevada”, observou.
Com o objetivo de preparar os técnicos responsáveis para prestar o suporte necessário aos beneficiados, a Emdagro realizou nesta semana um encontro com a equipe em Nossa Senhora da Glória, no qual a nova cultura foi debatida. A reunião foi conduzida pelo técnico agrícola Sérgio Walttenberg, que possui experiência com a palma forrageira. Também participaram outros 22 técnicos, sendo 17 da Emdagro vinculados aos municípios de Boquim, Riachão, Lagarto, Itabaianinha, Pinhão, Arauá e Pedrinhas e outros cinco profissionais de prefeituras da região.
A ação ainda contou com visitas técnicas. O primeiro destino foi o Sítio Nossa Senhora das Graças, localizado no Povoado Queimada da Onça, onde o produtor Carlos André Silva já garantiu o plantio da palma orelha de elefante adensada e recém plantada. Já na Fazenda Três Corações, do produtor de leite conhecido como José Banquista, foram observadas outras variedades de palma, o que possibilitou a comparação entre elas.
“A partir de agora, caberá à Coordenação de Pecuária e às Unidades Locais das referidas unidades regionais estreitar os acertos para a distribuição do material propagativo, que deve ser iniciada após a segunda quinzena de julho ou um pouco mais, a depender das condições pluviométricas”, concluiu Izildinha Dantas.
Programa Mais Palma
A iniciativa visa contribuir com a sustentabilidade da pecuária de leite nas pequenas propriedades de Sergipe por meio da introdução de variações da palma mais produtivas e resistentes ao estresse hídrico, a fim de viabilizar a reserva e a multiplicação da alimentação do gado.
Secretaria da Agricultura e vinculadas prestaram atendimento à população durante sétima edição do evento, que ocorreu na quinta-feira, 6
Com uma população de cerca de 15 mil pessoas, o município de Frei Paulo, localizado no agreste sergipano, se destaca na produção de milho no estado. Nesse sentido, a Secretaria da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), juntamente com suas vinculadas – Coderse, Emdagro e Pronese -, levou serviços e informações à população frei-paulistana durante a sétima edição do ‘Sergipe é aqui’, realizada pelo Governo do Estado na quinta-feira, 6.
Na oportunidade, técnicos e dirigentes dos órgãos estaduais prestaram atendimento à população do município, especialmente a agricultores familiares que foram ao stand da Agricultura para receber o Cadastro da Agricultura Familiar (CAF). Além disso, eles também tiveram acesso ao cadastro para coleta e análise de solo e a orientações sobre políticas públicas ligadas ao setor agropecuário.
“É muito importante estarmos aqui, em mais uma edição desse projeto, que disponibiliza diversos serviços ao homem do campo. Temos certeza que depois dessa visita do governo aqui em Frei Paulo todos puderam conhecer os serviços ofertados e vão usufruir ainda mais de tudo que o Estado tem para oferecer à população sergipana”, destacou o secretário Executivo da Seagri, Marival Santana. Ele representou o secretário titular da pasta, Zeca Ramos da Silva, que viajou a Teresina/PI, para o XXI Fórum dos Gestores e Gestoras da Agricultura Familiar do Nordeste.
O diretor-presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos, destacou que o Governo do Estado tem cumprido seu papel de olhar para aquele que mais precisa do serviço público: o pequeno produtor. “Nós tivemos grandes avanços nesse período. Nesses primeiros seis meses de governo, foram emitidos 8.400 CAFs, dando cidadania ao pequeno produtor rural, que pôde ter acesso às linhas de crédito rural nos bancos; fizemos a distribuição de sementes, hortaliças, de plantas ornamentais e frutíferas, entre outros serviços de assistência técnica para a agricultura familiar”, destacou.
Para a agricultora Fernanda Almeida, do Assentamento Riachão, onde há 32 famílias de pequenos produtores rurais, o evento proporcionado pelo governo foi muito importante para o município. “Trouxemos amostras para análise de solo, o que vai nos ajudar muito a entender qual tipo de adubo que devemos usar na nossa comunidade, e também recebemos mudas de plantas e hortaliças para plantarmos em nosso assentamento”, destacou.
A presidente da Associação Nova Esperança, Estelita Santos da Conceição, foi até a sede do município de Frei Paulo representando o Assentamento Cachoeira, composto por 27 famílias. “Gostei muito de participar dessa ação aqui em Frei Paulo. Vim receber o CAF de alguns assentados e prestigiar o evento. Volto pra casa muito satisfeita, pois trouxe minha neta pra fazer a identidade dela e ainda ganhei mudas de hortaliças e árvores frutíferas”, afirmou a agricultora.
Ações da Coderse
A Companhia de Desenvolvimento Regional (Coderse) levou à população de Frei Paulo o mesmo atendimento realizado na sede em Aracaju. “Recebemos demandas de perfuração, instalação e manutenção de poços. Também expomos aos visitantes do ‘Sergipe é aqui’ a maquete do Programa Água Doce (PAD). Essa tem sido uma forma de mostrar à população, de cada local onde ocorre o evento, o que a Coderse faz e como opera recursos, material humano e expertise na infraestrutura hídrica para manter em funcionamento”, explicou o presidente da empresa pública, Paulo Sobral.
Para o conselheiro tutelar em Frei Paulo, José Nunes Filho, essa maquete proporciona uma melhor compreensão sobre a unidade do PAD. “É sensacional, muito interessante. Como eu também sou professor de Geografia, vejo muito esse tipo de projeto, mas poucos de uma forma tão detalhada, e ao mesmo tempo simples de entender”. O Água Doce é Coordenado no estado pela Seagri e executado pela Coderse e outras instituições.
Ele também chamou atenção para o projeto de unidade de produção de água dessalinizada interessante, destacando os 29 sistemas do PAD em funcionamento em nove municípios do Semiárido sergipano. “O projeto que a gente vê é muito interessante, principalmente para a população de classe média e baixa, para a Agricultura Familiar. É um incentivo para aquelas regiões com água doce, potável. O incentivo do Estado é muito interessante. Um investimento em tecnologia e com a ajuda do Estado e do Governo Federal”, ponderou o conselheiro.
Se aceitas as propostas, alimentos atenderão mais de 20 mil pessoas; produção com irrigação da Coderse combate insegurança alimentar e nutricional
Agricultores de quatro perímetros irrigados estaduais apresentaram cinco propostas de fornecimento de alimentos à edição 2023 do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), promovido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se as propostas forem aceitas, esses irrigantes vão entregar à “Compra com doação simultânea” 378,8 toneladas de alimentos, que serão remunerados em mais de R$ 2 milhões e atenderão 20,2 mil pessoas em situação de insegurança alimentar, pelo período médio de 12 meses.
Ao todo, 137 agricultores são atendidos com água de irrigação, assistência técnica agrícola e assessoria para a formalização e preenchimento dos formulários on-line para transmissão desses projetos ao Governo Federal. Os alimentos frutos da irrigação beneficiam famílias na melhora da qualidade nutricional e incentivo aos hábitos saudáveis de alimentação.
O diretor de Irrigação da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), Júlio Leite, informou que fizeram propostas para o PAA irrigantes dos perímetros irrigados de Canindé de São Francisco (22), Itabaiana (30), Lagarto (48) e Malhador (37).
“As mais de duas mil unidades produtivas dos perímetros recebem água de irrigação e assistência técnica para produzir durante todo ano. Por isso, podem fazer a entrega de alimentos com qualidade e em quantidade que atendam às demandas do PAA e de outros programas de compra institucional. Desde 2008 os perímetros do Governo do Estado participam do programa e nele já foram entregues mais de quatro mil toneladas de alimentos”, expôs Júlio Leite.
No histórico, dos 14 anos de participação no PAA, promovido pela Conab, as entregas de alimentos gerados nos perímetros da Coderse promoveram mais de 150 mil beneficiários. Por um lado, pessoas em vulnerabilidade social receberam os alimentos pelo período médio de um ano e em quantidades que atendem uma dieta alimentar diária. Do outro, os agricultores irrigantes foram remunerados em cerca de R$ 13 milhões pelo cultivo desses produtos, na soma de todas as propostas aceitas e com entregas concretizadas.
O técnico da Diretoria de Irrigação da Coderse, Sandro Prata, informou que o prazo para a entrega das propostas à Conab terminou no dia 30 de junho. Para ele, a edição 2023 do PAA tem uma tabela de preços pagos pelos produtos bastante atrativa para o produtor. Sandro afirmou ainda que tem expectativa de que a Conab vá aceitar um número de propostas de associações maior do que já ocorreu em qualquer um dos anos anteriores.
“Estão sendo pesquisados os preços praticados na capital de cada estado. É uma remuneração com preços de mercado que melhora o escoamento dos produtores, garantindo preços justos, inibindo desta forma a ação dos atravessadores. Por ser uma comercialização periódica, geralmente quinzenal, e por um período fixo de meses, o agricultor pode planejar os plantios e colheitas, tendo ainda mais retorno ao investimento e trabalho na lavoura”, considerou Sandro Prata.
Canindé
Produtor irrigante do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé, Ozeias Beserra participa da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai). O grupo de 22 agricultores é autor de uma das propostas originadas nos perímetros e propôs a entrega de 78 toneladas de alimentos, a partir de remuneração total de R$ 555 mil. A ideia é fornecer alimentos pelo período de um ano e atender cinco mil pessoas assistidas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social do município de Canindé. Segundo ele, a proposta contemplou alimentos que possam ser entregues do início ao fim do projeto.
“Colocamos justamente as culturas que a gente consegue produzir em qualquer época do ano, que é o quiabo, o milho, a alface, a berinjela. Daí também entram as frutas: acerola, goiaba, maracujá”, listou Ozeias Beserra. A preocupação do PAA é a oferta de produtos frescos, in natura, e com valor nutritivo agregado, possibilitando a adoção de hábitos alimentares saudáveis às famílias em situação de vulnerabilidade social atendidas.
Além da irrigação e a assistência técnica para produzir, os lotes recebem apoio para participar do PAA. “A Coderse nos ajuda com o projeto. O técnico Sandro Prata é quem faz o projeto. Se não fosse ele, a gente não conseguiria entregar a proposta, porque para fazer um projeto desse é complicado. E a empresa também disponibiliza um técnico para acompanhar e nos ajudar nas entregas”, completou Ozeias Beserra.
Por meio da parceria entre o Banese e a Seagri serão investidos R$ 15 milhões destinados à implantação de um sistema de irrigação que fomentará o agronegócio e o cultivo de fruticultura na região Sealba
O Governo de Sergipe, por meio da parceria entre Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Rural e da Pesca (Seagri) e o Banco do Estado de Sergipe (Banese), oficializou um contrato de financiamento no valor de R$ 15 milhões para a implantação de um sistema de irrigação que visa fomentar o agronegócio e o cultivo de fruticultura na região Sealba, composta pelos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia. O contrato foi assinado nesta segunda-feira, 3, na sede do banco, pelo governador Fábio Mitidieri, o presidente do Banese, Marco Queiroz, o secretário da Seagri, Zeca da Silva e o empresário e produtor rural Ezequiel Leite. O empresário é um participante ativo da região Sealba, atuando em diversos empreendimentos agrícolas localizados no Platô de Neópolis e na Usina de Etanol. Esses investimentos em irrigação abrem novas perspectivas para a produção e produtividade da região, impulsionando o agronegócio e fortalecendo a economia.
Na ocasião, o governador Fábio expressou seu agradecimento e parabenizou o Banese, a Seagri e o produtor Ezequiel Leite por acreditarem no potencial do estado e por fortalecerem o setor agrícola. Ele ressaltou que essa conquista é resultado do esforço conjunto de uma equipe dedicada.
“Ter o Banese como parceiro é de suma importância para impulsionar a economia, estabelecendo uma relação estreita não apenas com os cidadãos, mas também com os empresários sergipanos, entendendo quais são as necessidades do mercado. O Banese é o banco que oferece oportunidades de investimento e o nosso governo está focado em aproximar, cada vez mais, a instituição de seus clientes”, declarou Fábio, ao enfatizar o compromisso contínuo do governo em promover políticas públicas de investimento para impulsionar a economia do estado.
O presidente do Banese, Marco Queiroz, agradeceu ao governador Fábio e ao empresário sergipano Ezequiel, e destacou que essa operação foi fruto do evento Sealba Show. “Quero também aproveitar esse momento para reforçar o compromisso da equipe do Banese com o governo estadual. Cada servidor trabalha com o propósito de fortalecer cada vez mais essa parceria”, frisou.
O secretário Zeca da Silva ressaltou que o investimento em questão será direcionado para a produção de coco, destacando que Sergipe ocupa a posição de quarto maior produtor do fruto no Brasil. Ele também enfatizou a importância e a força do Banese nessa parceria. “O setor agrícola vem crescendo e recebendo significativos investimentos, não apenas por parte dos grandes produtores, mas também dos pequenos. Estamos aqui hoje fortalecendo o agronegócio. O nosso desejo é fortalecer, cada vez mais, essa atividade, reconhecendo sua força em todo o país, e em Sergipe não é diferente”.
Sealba
A região Sealba foi identificada pela Embrapa Tabuleiros Costeiros como um local de grande potencial agrícola, abrangendo um total de 171 municípios nos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia. Além disso, a importância econômica da região é evidente, uma vez que o setor agropecuário desempenha um papel significativo no Produto Interno Bruto (PIB) e na segurança alimentar da população. Essa oportunidade de investimento visa ainda impulsionar e fortalecer o território produtivo, além de incrementar a infraestrutura tecnológica voltada para a produção.
Fomento ao setor agrícola
De acordo com o produtor Ezequiel Leite, há 30 anos a região do Platô de Neópolis tem sido um importante polo na produção de frutas irrigadas como banana, coco e manga. Além disso, sua atuação também engloba experiência na área de agroindústria, com ênfase na produção de etanol e energia, a partir da cana-de-açúcar. “Estou extremamente feliz em concretizar esse novo empreendimento, onde cultivarmos coco. Já realizamos um investimento inicial com recursos próprios e agora o Banese está proporcionando um impulso adicional a esse investimento, que vai fortalecer todo o projeto. Estamos muito satisfeitos com essa parceria e por isso gostaria de agradecer ao governador Fábio e ao presidente Queiroz pela marcante presença do Banese como um banco de fomento em nosso estado”, ressaltou o produtor Ezequiel Leite.
Sealba Show
Um dos eventos de destaque no setor do agronegócio na região é o Sealba Show, realizado em Sergipe. Em 2023, o evento atraiu mais de 40 mil pessoas que puderam conhecer de perto todo o potencial agrícola e pecuário da região. Entre as empresas presentes, 65% eram originárias do estado de Sergipe, seguidas da Bahia e São Paulo. Do total, 31% estavam relacionadas à venda de insumos, como sementes e fertilizantes. Ao longo dos quatro dias de evento foram movimentados mais de R$ 219 milhões em negócios, o que evidencia o sucesso e o potencial do agronegócio na região Sealba.
Presenças
Também estiveram presentes na oficialização do contrato de financiamento o diretor de Crédito e Serviços do Banese, Wesley Cabra; diretor de Finanças, Controles e Relações com Investidores, Alessio Rezende; diretor de Gestão Estratégica e Tecnologia, Kleber Dantas, além de Gabriel Leite, filho do produtor rural, Ezequiel Leite.
Após a realização de um diagnóstico socioeconômico, o Governo do Estado inicia trabalho de fomento e assistência aos produtores
O município de Boquim, localizado na região sul de Sergipe, começa a despontar no mercado como produtor de plantas ornamentais. Palmeiras, ixoras, ixoras minis, além da grama esmeralda, são as principais culturas produzidas na região. Após a realização de um diagnóstico, para traçar o perfil socioeconômico dos produtores, a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), iniciou, no último dia 27, um trabalho de assistência técnica e extensão rural com cem produtores de plantas ornamentais.
A ação consiste na disponibilização de substratos a duas propriedades. O grupo, formado na sua maioria por pequenos agricultores, com propriedades de aproximadamente um hectare de área plantada, tem desenvolvido as espécies cuja produção, além de abastecer o mercado interno sergipano, também é vendida para os estados da Bahia, Alagoas, Pernambuco e Minas Gerais.
De acordo com a pesquisa realizada pela diretoria de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) da Emdagro, com o apoio do escritório local e regional de Boquim, foi observado que mais de 50% dos produtores são naturais do município. Entre os entrevistados, 85 produzem plantas ornamentais e 16 produzem grama, sendo que a maioria deles realiza a venda para outros estados. Em Sergipe, além da capital, Aracaju, os municípios de Lagarto, Itabaiana e Estância se destacam por serem os principais municípios importadores.
O diagnóstico também apontou como principais dificuldades dos produtores da região, o alto custo do substrato, escassez de mão de obra e a falta de água. Quando questionados, 97% dos produtores afirmaram durante a pesquisa que desejam receber assistência técnica da Emdagro para continuarem comercializando as Ixoras, crótons, Ixoras mini, palmeiras, dracenas e clúsias. O agricultor José Sivaldo dos Santos, da comunidade Olhos d’Água, em Boquim, diz que iniciou com o cultivo de plantas ornamentais há sete anos, sem nenhuma experiência, quando um colega o orientou a trabalhar com o cultivo.
O agricultor se diz muito feliz com a notícia do início da assistência técnica por parte da Emdagro. “Eu tive uma perda muito grande ano passado por conta de uma praga e me questionava o fato de não termos assistência técnica. Agora, com o início desse trabalho por parte da Emdagro, vejo um futuro excelente, porque vamos trabalhar com mais gosto, disposição e profissionalismo, já que vamos ter uma orientação sobre aquilo que vínhamos fazendo às cegas, sem nenhuma orientação. A partir de agora, a gente pode avançar muito mais”, comemorou.
Doginaldo Gomes de Lima, produtor da comunidade Três Irmãos, cultiva plantas ornamentais em sua propriedade de aproximadamente duas tarefas e meia. “Trabalho com plantas há mais de 30 anos. Aqui eu produzo mais 60 variedades de plantas que comercializo nos municípios de Serrinha, Feira de Santana, Salvador, Jacobina e Alagoinhas, na Bahia, e até para Recife, em Pernambuco”, observou, ao demonstrar estar muito satisfeito com a proposta de assistência técnica da Emdagro. “Muito importante a gente receber os conhecimentos dos técnicos da empresa, porque vai nos ajudar muito a produzir melhor, com mais técnica”, reforçou.
Assistência técnica
O técnico agropecuário da Emdagro em Boquim, Luiz Menezes, explicou que após feito o diagnóstico, onde foi traçado um perfil socioeconômico de 100 produtores de plantas ornamentais, foi feita a distribuição do substrato para três deles. “Inicialmente eles vão fazer alguns testes com os substratos nas plantas e, uma vez dando certo, a Emdagro tem um plano de firmar uma parceria com a Ambev para fornecer mensalmente esse material a esses agricultores”, frisou. Menezes acrescentou que, uma vez os agricultores vindo a constituir uma organização de produtores, eles terão a possibilidade de adquirir esse material diretamente do fornecedor, sem a interferência do governo, ganhando, assim, maior autonomia.
Segundo o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, Jean Carlos Nascimento, atualmente as culturas vêm se desenvolvendo com base na troca de experiências entre os agricultores produtores. “Com o início da assistência técnica por parte da Emdagro, as orientações passarão a ser precisas e qualificadas, buscando aperfeiçoar, ainda mais, todo o trabalho empregado pelos beneficiados, seja no manejo da cultura, no combate a pragas e doenças, no aumento da produção e também na comercialização”, reforçou.
Perímetro em Canindé tem potencial para expandir produção. Irrigação e assistência técnica fazem irrigantes superarem dificuldades do clima e solo
“Minha batata-doce tem qualidade e o comércio dela aqui é procurado demais. Aqui não existe batata desse tipo. Eu tenho água boa, a manutenção está 100% e o solo é de primeira. Dessa batata aqui ninguém produz”, afirma o agricultor irrigante Gilson de Jesus . Em Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, ele é atendido pelo Governo do Estado no perímetro irrigado Califórnia, onde tem água de irrigação e assistência técnica agrícola o ano todo.
Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) tem cinco perímetros irrigados com vocação agrícola. O Califórnia é o que mais depende da irrigação e apresenta mais dificuldade no plantio da batata-doce, em razão do clima semiárido e solos argilosos e rochosos. Mas com o mercado crescente do produto e o incentivo público dos perímetros, os agricultores que investem no cultivo não se arrependem.
“O produtor de batata tem moral. A batata tem valor, não é um tipo de plantação qualquer. Se eu disser que custa tanto, é tanto. E o freguês corre atrás. Não sou eu que corro atrás, não. A importância do perímetro Califórnia é ter água de sobra para a gente trabalhar. O que é importantíssimo. É a melhor coisa do mundo que eu acho aqui, pois água tem”, acrescenta Gilson de Jesus, que produz a batata-doce ourinho roxa, variedade com maior valor de venda.
De janeiro a abril, o perímetro irrigado de Canindé produziu 172,2 toneladas da raiz. Enquanto nos outros perímetros do agreste e centro-sul, onde se produz há mais tempo, foram 5.783,2 t. O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, observa que a batata-doce é, hoje, o produto que mais é produzido na soma da produção dos perímetros (10,8 t em 2022) e a tendência é que este ano o saldo ainda seja superado.
“Os irrigantes contam com o trabalho da empresa para oferecer água e assistência. Com isso, apostam seu trabalho e recursos nos produtos que mais geram retorno. A produção de batata-doce no Califórnia, se comparada a outros perímetros, ainda é pequena e tem espaço para mais produtores aderirem ao cultivo. O alimento recomendado por nutricionistas para emagrecimento e preparo físico, tem um mercado bastante promissor”, considerou Júlio Leite.
Gerente do Califórnia, Jonathan da Mota aponta que o perímetro irrigado é de grande importância para a região do alto sertão, pelo incentivo que o Governo do Estado proporciona para os produtores. “Garantindo o fornecimento de água, eles têm a confiança de fazer novos plantios, como no exemplo da batata-doce. A batata ourinho roxa é uma coisa nova aqui e que está dando certo. Uma batata de boa qualidade, escoada aqui para Sergipe e para os estados vizinhos, como Pernambuco, Bahia e Alagoas”, pontuou.
Passo a passo
Gilson de Jesus diz a receita para vencer as dificuldades que o solo e o clima apresentam para acomodar o plantio de batata-doce. “Eu passo o arado na terra, gradeio, o trator faz a leira, a gente remonta na enxada, e depois vem o plantio. A rama tem que ser de qualidade. Daí vem a adubação, com 20 dias, depois eu passo um inseticida para a praga não comer a batata e o processo é esse”, explica.
Todo conhecimento do agricultor com o produto vem de sua origem na capital sergipana da batata-doce. “Eu sou de Moita Bonita e trabalhei muito com batata. Vim para cá tentar a vida com ela e está dando certo. O solo é meio duro, mas com trabalho o cara consegue. A plantação está boa. Graças a Deus está de primeira qualidade. O cara tem que mudar a cultura para batata-doce, inhame, estar pronto para tudo”, reforça Gilson de Jesus.
Ao todo 100 vacas de leite e de corte passarão pelos primeiros protocolos hormonais
O Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), inaugurou, na última terça-feira (27), em Boquim, centro sul sergipano, o Programa de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF). O início do programa ocorreu na propriedade do pecuarista Antônio Pereira Nascimento, do Povoado Romão, com a realização do diagnóstico e do primeiro protocolo hormonal em 30 vacas de leite e de corte.
A ação, que faz parte do Programa Pecuária Mais Brasil, do Governo Federal, em parceria com a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer) e o Governo do Estado, visa o melhoramento genético do rebanho leiteiro e de corte de pequenos produtores, através da tecnologia do IATF, que espera inseminar 100 vacas no município.
“Com este programa espera-se uma somação de esforços no aumento da produção, produtividade e renda do produtor, promovendo, assim. o desenvolvimento dos municípios, principalmente aqueles cuja economia está baseada na produção e industrialização do leite, a exemplo do alto sertão sergipano, onde todos os municípios estão contemplados, bem como as regiões sul e centro sul do Estado”, comentou o Diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, Jean Carlos Nascimento Ferreira.
Para o pecuarista Antônio Pereira, essa é uma oportunidade de fazer a melhoria genética do rebanho. “Tive a oportunidade de ser convidado para participar da reunião que a Emdagro realizou para informar sobre o início do programa, em Boquim, e observei ser essa a chance de garantir a qualidade do meu rebanho. Melhorar em tudo, na produção de leite, na carne e na genética”, disse, acrescentando que resolveu fazer alguns investimentos no estábulo para reforçar a segurança dos técnicos no momento do diagnóstico.
Mais Pecuária Brasil O programa Mais Pecuária Brasil foi iniciado em 2022 nos municípios de Nossa Senhora de Lourdes, Itabi, Porto da Folha, N.Sra da Glória e Monte Alegre. Ainda naquele ano, foram inseminadas 402 vacas. Em 2023, até junho e início de julho, está em andamento o processo de IATF de mais 483 vacas. As raças mais demandadas até o momento são Holandesa, Gir 3/4 e Gir 5/8. Estão disponíveis também as raças Nelore, Sindy, Polled Hereford, Brangus, Brasford e Angus.
O Programa Mais Pecuária Brasil tem como meta inseminar 3.000 vacas/ano durante quatro anos, em Sergipe. A CONAFER participa com o sêmen de touros provados de raças leiteiras e de corte, da Central de Coleta e processamento de Sêmen Alta Genética, todos os insumos necessários e com o serviço de inseminação.
“Já à Emdagro compete fazer o trabalho de identificação e a mobilização dos produtores em todas as quatro etapas do processo, quais sejam, diagnóstico e primeiro protocolo hormonal, o segundo protocolo hormonal, a inseminação propriamente dita e o diagnóstico de prenhez”, detalhou a Coordenadora de Pecuária da Emdagro, Izildinha Dantas, que reforçou que neste mês de junho e início de julho estarão atendendo os municípios de Boquim e Riachão.
Assistência e incentivos do Governo do Estado têm ajudado no crescimento e fortalecimento da bacia leiteira em Sergipe
Os criadores sergipanos confirmam o crescimento na produção de leite em Sergipe. O bom momento da pecuária leiteira sergipana já havia sido revelado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) com base nos dados do balanço do primeiro trimestre 2023, que mostrou a evolução de 23 milhões de litros em relação ao mesmo período do ano passado. Os números do instituto de pesquisa levam em consideração a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos sob algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal), mas a produção é maior considerando o consumo ou a compra direta aos produtores nas áreas rurais.
Um dos exemplos de evolução é o caso do produtor do município de Poço Redondo, no alto sertão sergipano, José Martins Alves, 52 anos, que há 13 anos começou com quatro vaquinhas em sua propriedade, no sítio São José. Hoje ele produz uma média de 700 a 800 litros de leite diariamente, resfria e vende para o laticínio. Martins conta que agora em junho tem vendido o litro a R$ 2,30 por conta da grande produção, mas já chegou a quase R$ 3,00 no início do ano. “O preço pode melhorar ainda mais com a baixa na produção do Sul do Brasil”.
Ele se sente orgulhoso em estar entre os cinco melhores fornecedores para os laticínios, graças à qualidade do leite produzido, com alto teor de gordura e higiene adequada. “Muito disso devo à assistência que recebo do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura e Emdagro que me ajudaram muito desde o início até agora”, afirmou o produtor, que trabalha com ordenha mecânica.
O produtor Alisson Coutinho tem 37 anos e trabalha com gado há cerca de 30, desde a infância. Com uma produção média de 2.400 litros de leite por mês, Alisson explica que os últimos anos foram bons de chuva, o que melhorou a pastagem, mas para conseguir melhor resultado a maioria dos produtores está trabalhando com o gado confinado para controlar a alimentação dos animais e aumentar a produtividade. “O governo também tem feito muitas ações para a gente. Tem incentivado o plantio da palma forrageira, que ajuda muito quando chega a seca. Tem também o Mão Amiga que auxilia financeiramente no período de baixa produção, e como contrapartida deixamos o rebanho vacinado, prevenido das doenças”, realça.
Para o produtor Ueliton Dantas, do município de Monte Alegre, a produção leiteira é um grande acréscimo ao desenvolvimento regional. “Trabalho com gado a vida inteira, sempre produzindo leite. Atualmente, parte da produção é destinada ao governo, que faz a distribuição por meio das prefeituras para a população mais carente. Ações que partem para aumentar a venda do leite são de suma importância, pois é por intermédio delas que os produtores vêm melhorando as condições de vida no alto sertão”, opina.
Incentivos do governo
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, o bom momento da pecuária leiteira é resultado de vários esforços que envolvem produtores, o Governo do Estado, iniciativa privada, laticínios e agentes financiadores. “Entre os diversos incentivos do Governo de Sergipe para o fortalecimento da bacia leiteira, destacam-se o melhoramento genético (IATF), a assistência técnica da saúde dos animais – o estado está há 27 anos livre da febre aftosa, como também a assistência técnica e certificação dos laticínios e disponibilização de sementes de milho, de palma, para forragem, ou seja, para alimentação dos animais”, destaca.
Ainda de acordo com o secretário da Seagri, os esforços para manter Sergipe nesse patamar não param. O Governo de Sergipe implementou programa que ajuda no escoamento da produção estadual e beneficia famílias em situação de vulnerabilidade, como o Programa de Aquisição de Alimentos Leite (PAA-Leite) – com distribuição diária de 3.027 litros; a exemplo também do Programa Mão Amiga Pró Sertão Bacia Leiteira, que beneficia 2.747 produtores em sete municípios.
“No início do ano, o governador Fábio Mitidieri foi a Brasília receber do Ministério da Agricultura o credenciamento do estado no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi). Outro projeto que está em andamento e vai ampliar a oferta de água para os produtores e aumentar a produção é a Adutora do Leite, que será construída entre os municípios de Canindé do São Francisco e Poço Redondo”, destaca o secretário.
A partir do mês de agosto, agricultores familiares sergipanos poderão fazer inscrição no Programa Garantia Safra, podendo empregar recursos na compra de sementes ou preparação da terra
Agricultores familiares sergipanos poderão fazer inscrição no Programa Garantia Safra a partir do mês de agosto. Foi o que ficou definido no seminário nacional sobre a reestruturação deste programa que aconteceu em Brasília, nesta semana. Representantes da Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), que coordena as ações no âmbito estadual, participaram do encontro, que foi organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
De acordo com o coordenador estadual do Programa Garantia Safra, Sérgio Santana, o evento teve como principal objetivo realizar o planejamento das atividades para a safra 2023-2024, período agrícola que vai de julho de 2023 a junho de 2024. “Durante o encontro, os participantes discutiram a proposta da criação do programa de fomento à produção do Garantia Safra e a melhoria dos procedimentos para verificação de perdas das lavouras, adequando-se à realidade dos estados e municípios”, relatou.
Entre outros pontos, discutiram também sobre a capacitação dos participantes do programa por meio da equipe técnica da Secretaria de Estado da Agricultura e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Ainda de acordo com o coordenador estadual, as inscrições começam em agosto. “Os agricultores familiares poderão se inscrever no programa a partir de agosto até o dia 20 de fevereiro de 2024”, explicou.
Famílias beneficiadas em 2023
Agora no primeiro semestre de 2023 já foram liberados cerca de R$ 13 milhões pagos aos 15,6 mil agricultores familiares de 12 municípios, que tiveram suas perdas de safra reconhecidas no ano passado. Com o início do período de plantio até o mês de junho, muitos agricultores familiares usaram o recurso para compra de sementes ou preparação da terra, movimentando o comércio da região.
O Programa Garantia Safra é um tipo de seguro de renda mínima. Os recursos vêm das contribuições de agricultores, prefeituras municipais, governos estaduais e governo federal, que são depositados em um fundo financeiro solidário. Podem participar do programa agricultores que plantam entre 0,6 a cinco hectares de arroz, feijão, milho, algodão e mandioca em área não irrigada, e que tenham renda familiar mensal de até um salário mínimo.