Emdagro fiscaliza casos de raiva em bovinos no município de Siriri

A doença é considerada uma zoonose o que pode contaminar todos os mamíferos, inclusive o homem

Médicos Veterinários da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) realizaram fiscalização em propriedades rurais no povoado Siriba, no município de Siriri, região leste do estado, para averiguar suspeitas de raiva em bovinos, equinos e asininos (jumentos) que apresentaram sintomatologia nervosa, como incoordenação motora, movimentos de pedalagem e óbitos. A doença é uma zoonose e não tem cura.

A equipe da Defesa Animal da Emdagro foi acionada pelos próprios proprietários dos animais que enviaram vídeos produzidos por celular em que mostravam alguns animais com sintomas da Raiva. “Chegamos em uma das propriedades e verificamos o óbito de um potro um jumento que apresentavam sintomatologia compatível de raiva paralítica. Na ocasião, foram coletados os materiais para análise no Laboratório Central de Sergipe (Lacen)”, disse Marcella Porto.

Segundo a Veterinária, além da coleta das amostras, a equipe da Emdagro aproveitou e orientou os proprietários sobre os cuidados e a importância da vacinação contra a raiva. “Também tivemos uma conversa com a Secretaria Municipal de Saúde/Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica do município, para que eles promovessem a vacina contra a raiva de todas as cinco pessoas que mantiveram contato com os animais doentes. E, frisamos a importância da notificação à Emdagro de casos suspeitos da doença, que pode ser feita pessoalmente, pelo telefone 3234-2634, whatsapp (79 9 9191-4341) ou pelo e-mail codea@emdagro.se.gov.br “explicou Marcella.

A veterinária informou ainda que a Emdagro é o órgão responsável por operacionalizar o Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) em Sergipe. O trabalho desenvolvido pela empresa prevê a vigilância ativa em áreas de maior risco de raiva, a investigação epidemiológica e laboratorial de todos os casos suspeitos da doença em herbívoros domésticos e em morcegos. A empresa faz também o diagnóstico laboratorial acessível a todos os casos suspeitos, a vacinação estratégica dos herbívoros domésticos; o uso da pasta anticoagulante em animais espoliados por morcegos, nos rebanhos de maior risco de raiva; como também o monitoramento de morcegos hematófagos visando detecção de atividade viral nas colônias.

Na continuidade do processo, o responsável pela equipe de captura de morcegos da Emdagro foi até o local logo após a realização da fiscalização para localização e georreferenciamento de furnas e capturas de morcego.

Raiva dos Herbívoros

A raiva é uma doença letal causada por um vírus, que pode acometer todos os mamíferos, inclusive os seres humanos. Ela é transmitida por meio da arranhadura, mordedura ou lambedura de animais raivosos. Animais de produção: geralmente apresentam raiva paralítica, começando com mudança de comportamento e evoluindo para perda de apetite, andar cambaleante, dificuldade de respirar e engolir, paralisia e morte. A melhor forma de prevenção é a vacinação periódica dos animais.

Pesquisas nas áreas de carcinicultura e bovinocultura destacam aspectos sustentáveis

Resultado de editais de pesquisa da Fapitec foram apresentados durante reunião na Seagri

Pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe e do Instituto de Tecnologia e Pesquisas da Universidade Tiradentes estiveram reunidos na última terça, dia 09, com o secretário de Estado da Agricultura (Seagri), Zeca da Silva, para apresentarem o resultado de estudos em duas áreas estratégicas para o Estado. As pesquisas realizadas por meio de edital, lançado em 2018, pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec), tratam sobre a sustentabilidade da bovinocultura leiteira no alto sertão sergipano e sobre a sustentabilidade da carcinicultura no baixo São Francisco. Também participaram da reunião os diretores da Fapitec, Ronaldo Guimarães (presidente) e Alex Garcez (diretor Financeiro); o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia, José Augusto de Carvalho e o chefe da Assessoria de Planejamento da Seagri, Arlindo Nery.

Conforme um dos resultados apresentados, será possível produzir um novo fertilizante para uso nas lavouras agrícolas, a partir dos resíduos coletados nos tanques de criação de camarão em cativeiro (carcinicultura). “Observamos que esse é um material extremamente rico em componentes que podem ser utilizados como nutrientes. O resultado da pesquisa demonstrou a viabilidade do reaproveitamento dos resíduos da carcinicultura para a melhoria da fertilidade do solo e crescimento das plantas É um resíduo que seria descartado e pode virar adubo para utilização na agricultura, em forma de fertilizantes de liberação lenta”, destacou a professora da UFS e coordenadora da pesquisa, Luciane Pimenta.

Para o diretor-presidente da Fapitec, Ronaldo Guimarães, foi importante fazer essa interlocução entre os pesquisadores que detém essas tecnologias nas áreas pesquisadas e a Secretaria de Agricultura, a fim de que o resultado desses estudos sejam amplamente disseminados e cheguem até o pequeno produtor. “Os dois estudos fazem parte de um edital lançado pela Fapitec em 2018 e representam um volume de recursos de mais de R$ 500 mil, oriundos do tesouro do Estado, com propostas apresentadas para a área da carcinicultura e também para a bovinocultura, essa última que teve entre os estudos apresentados, o desenvolvimento de queijos com baixo teor de lactose”, observou Ronaldo ao explicar que ao total foram apoiados seis projetos, sendo três em cada área, da carcinicultura e bovinocultura.

O secretário Zeca da Silva agradeceu a presença dos pesquisadores pelos esclarecimentos sobre as pesquisas realizadas e pela grande importância que o resultado delas terá para essas duas áreas estratégicas no setor agropecuário. “São estudos que representam contribuições muito importantes, porque além de fazer a análise do impacto de duas cadeias produtivas que têm grande relevância socioeconômica para Sergipe, também apresentam sugestões de aperfeiçoamento e de manejo sustentável para o desenvolvimento destas atividades”, enfatizou.

Irrigante é exemplo de autossuficiência na produção de carne e leite

A produção de vegetais gera renda extra e seus restos culturais servem para complementar dieta alimentar dos animais, que dão leite e a carne

Para além da produção de hortaliças e grãos, a irrigação é, cada vez mais, uma forte aliada na pecuária de corte e leiteira. Principalmente no Nordeste, onde os períodos de estiagem mais prolongados dificultam a produção de plantas forrageiras. Exemplo disso é a propriedade agrícola de Gival Souza, em Lagarto, no Centro-Sul Sergipano. Ele experimenta um certo grau de autossuficiência na criação de bovinos, caprinos e ovinos. Em um ciclo virtuoso, o pequeno agropecuarista utiliza a variedade de capim BRS Capiaçu e restos culturais como ração para a criação de animais que, por sua vez, geram esterco para a adubação destas plantações. O sistema funciona durante todo ano, a partir da água fornecida pelo serviço de distribuição pública estadual do Perímetro Irrigado Piauí.

“Sobre o Capiaçu, pesquisando vídeos na internet, vi a grandeza, as propriedades que ele tem, as proteínas. Então, eu entrei em contato com a Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), porque eu queria plantar esse capim. E eles me orientaram a forma de plantar em valas, colocando adubo supersimples (fósforo, cálcio e enxofre) no primeiro plantio. Primeiro fiz a sementeira e da sementeira, replantei em 10 linhas de 40 metros. O que está dando para suprir a necessidade do meu rebanho”, pontuou o produtor Gival Souza, irrigante do perímetro administrado pela Cohidro, empresa que também fornece a assistência técnica rural aos lotes irrigados. Atualmente o rebanho do pequeno criador é de 15 ovelhas, 8 cabras e 2 vacas.

Dentre as três criações, Gival Souza está investindo mais nas cabras. “O leite de cabra está sendo bem aceito no mercado, para quem tem problema de rejeição à lactose, porque tem um baixo teor de lactose. Estou até me juntando com o pessoal aqui do povoado Brejo, para formar uma cooperativa e fazer uma fábrica de laticínio de leite de cabra. Crio vaca também, tenho piquetes que dão para todo rebanho. Tenho duas vacas e todo ano elas dão duas crias. Vendo o leite das vacas para uma sorveteria local, e está dando certo. A comida do gado eu produzo aqui na propriedade, através do perímetro irrigado, da irrigação. Porque planto a macaxeira, para a venda no comércio e a que sobra o gado come. Planto o milho verde, vendo as espigas e a palha, faço a silagem para o gado e tem o capim, o BRS Capiaçu”, contou o produtor.

O técnico da Cohidro, Jackson Ribeiro, que presta assistência técnica aos produtores em Lagarto, ensina que o corte do BRS Capiaçu deve ser aos 50 dias depois de plantado, período em que a planta terá em torno de 2,5m de altura e o seu nível de proteína bruta será de aproximadamente 9,7%. “O caso do produtor Gival é especial para nós, porque ele produz seu próprio insumo. Ele está iniciando uma criação de caprinos, tem ovinos, também tem bovinos e vem seguindo toda recomendação que a Cohidro passa, cortando o capim bem rente ao chão, que vai facilitar o perfilamento do capim. Quando chega no final da capineira, que são 450m², a parcela cortada no início já está boa de cortar de novo”, explicou o técnico.

O lote de Gival Souza tem um total de 2 hectares (ha), sendo 0,4 ha irrigável, onde ele planta macaxeira, milho e o BRS Capiaçu. O restante ele usa para plantar mandioca, que dispensa o uso de irrigação, mas que as suas folhas e ramos (manivas), também servem de ração animal. “Ele não compra ração e essa é uma novidade para o pequeno produtor rural que produz tudo na sua propriedade. Ressaltando que ele também planta milho e tudo isso é possível por conta da irrigação”, avalia Jackson Ribeiro. “Vale destacar que a Embrapa fez vários testes em 17 estados do Brasil com o ‘capim elefante’, onde 50 clones foram testados, chegando ao que foi batizado de BRS Capiaçu, o melhor que se adaptou à nossa região”, complementou Jackson Ribeiro.

Plano Integrado de Vigilância confirma Sergipe como estado livre da Peste Suína Clássica

Sergipe encerrou o primeiro semestre do ano com resultado positivo na Suinocultura. O Estado manteve sua certificação como Zona Livre de Peste Suína Clássica, com reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE). A implementação das ações do Plano Integrado de Vigilância de Doenças dos Suínos, foi feita entre os meses de maio e junho, pela Empresa Sergipana de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), órgão do governo do Estado vinculado à Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). O estudo, com delineamento das ações previamente definido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), foi realizado com 15 estados e o Distrito Federal. No Nordeste apenas Sergipe e Bahia foram reconhecidos oficialmente como livres da Peste Suína Clássica.

Foram trabalhadas nessa ação 180 propriedades sergipanas distribuídas em 48 municípios, sendo que 115 destas com vigilância sorológica e 65 com vigilância clínica. Das 1.051 amostras de sangue suíno coletadas pelo Serviço Veterinário Oficial e enviadas para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA/MG), todas tiveram resultado negativo para Peste Suína Clássica. Durante esse trabalho, foram sanadas as dúvidas do criador e repassadas orientações sobre a importância da comunicação imediata de qualquer caso suspeito das doenças de notificação à Emdagro.

Para a médica veterinária Vera Lúcia Minan, responsável pela área animal do MAPA em Sergipe, o resultado do estudo foi muito bom para o estado. “Pudemos comprovar que não existe circulação viral da peste suína em Sergipe, apesar de estarmos bem próximos de uma região infectada”, disse se referindo ao Estado de Alagoas. “O delineamento amostral garante que não foi detectado vírus, com 99,5% de confiança no resultado e intervenções bem fidedignas”, destacou ao pontuar que acima de Alagoas, todos os Estados são considerados zonas infectadas pela doença.

A primeira etapa do estudo consistiu na realização de vigilâncias clínicas e sorológicas, em estabelecimentos de criação de suínos visando o fortalecimento da capacidade de detecção precoce, além do atendimento imediato e preciso de casos de doenças que impactam economicamente a criação de suínos. Segundo a diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Maria Aparecida Andrade, além dessas ações pontuais, a empresa mantém três postos de fiscalização funcionando 24 horas por dia, sete dias por semana, localizados de forma estratégica na divisa com os estados. “Também realizamos atividades de fiscalização móvel, que monitoram de forma estratégica o trânsito nas rodovias, as aglomerações animais e outros eventos agropecuários, tudo com o propósito de salvaguardar o plantel suíno do Estado”, afirmou.

De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, as conquistas se devem ao persistente e cuidadoso trabalho dos criadores sergipanos e à assistência técnica de qualidade prestada pela Emdagro. “Observamos que nos últimos três anos, o plantel sergipano de suínos cresceu aproximadamente 31,79%, passando de 345.135 animais, em 2019, para 454.714 animais esse ano e que a suinocultura atende principalmente ao mercado interno, caracterizando-se por ser predominantemente de abate. Esses resultados são muito gratificantes pra nós e precisam ser comemorados sempre”, disse o secretário ao observar que desde 2016, Sergipe recebeu e mantém essa certificação internacional como área livre da Peste Suína Clássica (PSC).

Jovens de Indiaroba criam adubo para proteger pomares cítricos da Mosca Negra

A iniciativa ajuda no incentivo à permanência dos jovens nas atividades do campo, na aplicação de práticas agroecológicas e na oportunidade de geração de renda

Tudo começou em novembro de 2021, durante as palestras sobre Declaração de Aptidão Pronaf – DAP Jovem, programa que dá acesso aos jovens aos recursos do Pronaf, relembra Renato Correia de Figueiredo, técnico da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (EMDAGRO). “Como havia muitos jovens na plateia, decidi falar sobre agroecologia”, explica. O que ele não imaginava era que o tópico despertaria o interesse de um grupo de dez jovens entre 16 e 21 anos, do assentamento 05 de janeiro, em Indiaroba. Determinados a aprender mais, os jovens se tornaram participantes assíduos dos próximos encontros. Em seguida, criaram um grupo na sede de Indiaroba onde passaram a desenvolver estudos periódicos sobre Agroecologia. O resultado desses encontros foi a criação de um adubo agroecológico feito à base de cinza e cal, que são misturados e passados nas folhas dos pomares cítricos.

Já nos primeiros testes com o adubo, realizados na cultura da laranja para controlar a Mosca Negra, principal praga das laranjas, os jovens colheram resultados positivos. A Mosca Negra é um inseto que se alimenta da seiva da planta, reduzindo a produção dos frutos,que também ficam menores. A praga produz um líquido que proporciona o desenvolvimento de um fungo chamado Fumagina. Este fungo cobre a folha da planta com uma película negra, impedindo-a de fazer fotossíntese, podendo levá-la à morte. “Na primeira aplicação do adubo, vimos que o fungo saiu praticamente das folhas e a planta ficou com aspecto limpo, nutrido”, comemora Renato.

Com o apoio do Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, da sua empresa de assistência técnica EMDAGRO e da prefeitura municipal, os jovens receberam incentivo para dar continuidade aos estudos e testes para produzir insumos com a finalidade de gerar renda. Para o secretário da Agricultura, Zeca da Silva, a iniciativa tem três aspectos importantes: “ajuda no incentivo à permanência dos jovens nas atividades do campo, na aplicação de práticas agroecológicas e na oportunidade de geração de renda”, pontuou.

Há dois meses, eles começaram a expandir o projeto, vendendo os insumos para cooperativas e assentamentos locais. Para Damiani Francisca dos Santos , uma das jovens participantes, o projeto visa melhorar a qualidade de vida da agricultura familiar. A jovem ressalta a importância de ser este um projeto, como poucos, realizado por jovens da região. E demonstra que com apoio e direcionamento, estes jovens têm tido a oportunidade de criar projetos que trarão diversos benefícios para a comunidade. “Estamos trabalhando com projetos futuros e também já temos outros projetos que estamos colocando em prática”, completa.

Sertanejos têm barragens ampliadas e recarregadas para o período de estiagem

Obras de limpeza e ampliação ocorrem em municípios que decretaram situação de emergência devido à estiagem

Ao mesmo tempo em que cai muita chuva no Médio e Alto Sertão Sergipano, animando agricultores e pecuaristas, máquinas trabalham para limpar os sedimentos acumulados nas barragens com o passar dos anos. Aproveita-se o serviço para até ampliar a capacidade de acumulação de água, garantindo aos produtores rurais mais capacidade de reserva da água da chuva para que a fartura do período chuvoso se prolongue também para o tempo de estiagem. Porto da Folha e Canindé de São Francisco já receberam obras em 57 pequenas aguadas e açudes comunitários. Em Itabaiana, a ação estatal via Programa Pró-Campo desassoreou também a grande barragem do Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, responsável pelo abastecimento humano em quatro municípios e a irrigação de 466 lotes agrícolas.

O produtor rural José Almiro, de 56 anos, está a cerca de 1 ano no Assentamento de Reforma Agrária 09 de Junho (Povoado Padre Cícero). Antes de receber o benefício, ele assinou um termo se comprometendo em compartilhar a água do seu reservatório, recuperado, com os seus vizinhos. Este é um dos pré-requisito para participar do Programa de Recuperação de Barragens da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), além dos os requisitos de ter o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (antigo Pronaf) e possuir até 19 cabeças de gado. Para o assentado, a limpeza e ampliação da pequena barragem que tem em seu lote vai abrir possibilidade de começar a investir mais na área que tomou posse.

“Eu estou pensando em criar gado, cavalo e ovelha. É muito útil para mim. O lote sem um tanque fica muito ruim, não tem como você criar nem tem como produzir nada. Tem que estar comprando. Porque a cisterna é para o uso do dia a dia, para o consumo da casa, então tem que ter um tanque para cuidar dos bichos, um boi, uma vaca, chegar e ter onde tomar água. Foi um negócio que chegou na hora certa para a gente. Assim como eu, que estou adorando, acho que o reservatório é muito necessário para todos nós que moramos por aqui”, destacou José Almiro.

Desde 2012, já foram mais de 2 mil barragens recuperadas em municípios em situação de emergência devido à estiagem, com recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep) viabilizados a partir de Termo de Cooperação Técnica entre as secretarias de estado da Inclusão e Assistência Social (Seias), da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e a sua vinculada, a Cohidro. Segundo o engenheiro civil da Cohidro, Ícaro Fagundes, neste ano, são R$ 5.710.986,01, para atender outras 20 barragens de médio porte e 1.000 de pequeno porte.

“Montante que inclui a obra da barragem de grande porte de Itabaiana, no perímetro irrigado da Cohidro, já revitalizada, ampliada e hoje completamente cheia pelas boas chuvas que o estado de Sergipe recebeu ainda em junho. No Alto Sertão, recuperamos as barragens de médio porte nos povoados São Domingos, Linda Flor e Lagoa da Volta, em Porto da Folha. E pequenas, nos povoados Deserto (7), Lagoa do Rancho (16), Lagoa das Panelas (4), Chumbinho, Lagoa Grande (5), São Judas Tadeu (3), Caatinga (2), Goiabeira (2), Craibeiro (3), Girassol (3), Bom Jardim, Assentamento Sítio Alto e Ponta da Vaca, em Porto da Folha; e Padre Cícero (3) Dão Guimarães, em Canindé”, listou Ícaro Fagundes.

Líder comunitário no Assentamento 09 de Junho, Naldo Batista destaca a importância das obras feitas nas pequenas e médias barragens da localidade. “Uma coisa que a gente precisa aqui que é a água, é muito seco e uma carrada de água para chegar até aqui, custava R$ 180,00. Nesse verão, ela vai para R$ 250,00, por aí. É muito importante, essa beleza que vocês estão fazendo para nós, e nós estamos bem gratos, todos os produtores. São 250 famílias. Aqui a gente depende da vaca de leite, então a vaca de leite para produzir tem que ter a água, a água é essencial. Muitos não têm condições de comprar carrada de água, daí essa água já serve para o banho, muito açudes são muito bons. Então, nós estamos muito felizes mesmo com essa conquista que está vindo para a gente”.

Grupo empresarial do Espírito Santo adquire fábrica de laticínios de Sergipe e retoma produção a partir de março de 2023

Favorecer a cadeia produtiva do leite e beneficiar os produtores locais. É com essa proposta que o grupo empresarial Damare chega a Sergipe, após adquirir a Sabe Alimentos e retomar as linhas de produção da unidade de Muribeca. Na última terça-feira, 19, o secretário da Agricultura, Zeca da Silva, participou de uma reunião, acompanhando o governador Belivaldo Chagas, que deu boas vindas à empresa, na oportunidade representada pelo seu diretor-presidente, Cláudio Rezende. O grupo capixaba investiu R$ 100 milhões no projeto de reativação da fábrica e a partir de março de 2023 prevê o início da produção no Estado.

“A vinda da Damare para Sergipe representa uma grata satisfação para o fortalecimento da cadeia produtiva do leite em nosso estado e na ampliação de oportunidades para os produtores, visto que teremos mais uma empresa para escoar sua produção, gerando mais competitividade, mais emprego e renda para Sergipe”, comemorou Zeca, ao destacar que o grupo está contando com todo o apoio e incentivo do Governo do Estado.

De acordo com Cláudio Rezende, o Laticínio Damare aposta no forte crescimento da bacia leiteira no estado de Sergipe. “Percebemos que a fábrica da Sabe se mostra como ótimo investimento na indústria de laticínios do nordeste. Nossa expectativa é de gerar de 200 a 250 empregos diretos, após a fábrica entrar 100% em funcionamento” disse, ao observar que a unidade industrial sergipana tem capacidade de processar até 500 mil litros de leite por dia. “Vamos produzir leite longa vida, leite condensado, creme de leite, achocolatados, vitaminas e uma linha completa de iogurtes, incluindo grego, petit suisse, leite fermentado, além de suco de frutas, que também serão comercializados nas marcas “Sabe”, “Sabidinho” e “Prático”, também adquiridas pela Laticínios Damare”, explicou.

Conforme pontuou o governador Belivaldo Chagas, “o retorno da marca Sabe e o reforço dos produtos Damare no mercado sergipano, além dos postos de trabalho direto criados, vão impulsionar toda a cadeia produtiva da bacia leiteira de Sergipe”. “É motivo de orgulho e reconhecimento perceber o interesse da Damare em Sergipe, uma empresa com mais de 30 anos de atuação no sudeste do país, que enxergou no nosso mercado uma excelente porta de entrada e de oportunidades de negócio no Nordeste”, reforçou o chefe do executivo.

Durante o encontro, além da participação do diretor-presidente da Damare, Cláudio Rezende, também estiveram presentes o contador do grupo empresarial, Rodrigo Souza, o ex-diretor da Sabe Alimentos, Ricardo Franco, e a equipe do governo que recepcionou o grupo ao lado do governador Belivaldo Chagas: secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), José Augusto Carvalho; o diretor-presidente da Codise, José Matos; os superintendentes Marcelo Menezes (Sedetec) e Silvana Lisboa (Sefaz), além de Ricardo Dantas, assessor da Seagri e especialista em pecuária de leite e laticínios.

Alerta sobre barreira sanitária para frutas cítricas de SP, MG e PR

A Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), alerta sobre o impedimento de entrada, em Sergipe, de frutas e mudas cítricas, originárias dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. A medida visa proteger os pomares sergipanos da bactéria que está comprometendo a produção e exportação de laranja, limão e tangerina.

Esses estados já vêm, ao longo de anos, enfrentando dificuldades no setor citrícola devido a presença da bactéria Xanthomonas citri subsp. citri, conhecida popularmente por CANCRO CÍTRICO. Em virtude da detecção de frutos com sintomas dessa doença em cargas exportadas para União Europeia, toda exportação de limão do Brasil encontra-se comprometida. Nesse exato momento, por exemplo, o estado de São Paulo está sofrendo sanções, praticamente todas as unidades de beneficiamento do estado estão sendo lacradas e impedidas de comercializar a fruta, os pomares começaram a ser erradicados e as mudas destruídas.

A Emdagro informa que Sergipe é zona livre da doença e é necessário a união de produtores, comerciantes e toda a sociedade para evitar que o cancro cítrico chegue aos pomares do estado. A Seagri pede que a população denuncie qualquer entrada ou compra de frutas cítricas, como também mudas frutíferas e ornamentais, que possam ser vetores, oriundas dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná aos órgãos fiscalizadores e competentes (Emdagro e Superintendência Federal do MAPA). A ligação é anônima, sem necessidade de identificação.

Essa medida sanitária visa proteger o bem coletivo, pois são inúmeras famílias que dependem do seu pequeno, médio ou grande pomar para sobreviver.

Disque denúncia: (79) 3234-2627 ou (79) 9 9948-4449 – Coordenação de Defesa Sanitária Vegetal da Emdagro (CODEV)

Sergipe ganha destaque como segundo estado que mais cresceu na produção de leite no Brasil

Um estudo recente realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que a produção de leite no estado de Sergipe cresceu 28,99% no primeiro trimestre de 2022 comparado ao mesmo período do ano passado.

De acordo com os dados do IBGE, nosso estado produz, em média, 1 milhão de litros de leite por dia. Tais dados, colocam Sergipe em destaque, já que a produção caiu na maioria dos estados brasileiros e na média nacional.

Um dos motivos para o aumento da produtividade se deve ao investimento em tecnologias, como também às melhorias no manejo sanitário. De acordo com o presidente da FAESE, Ivan Sobral, “a capacitação é outro fator relevante para o crescimento da produção leiteira”. Segundo Sobral, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SE), por meio da Assistência Técnica e Gerencial, atendeu em 2022, 367 propriedades da bovinocultura de leite, o que representou 7,5% da produção do estado, com uma média diária por vaca de 13,42 litros. “Isso representa quase o dobro da média do estado, o que mostra que o produtor capacitado produz ainda mais, com redução de custos. Nosso objetivo é levar informação e fazer com que o produtor entenda sobre a gestão da propriedade, produzindo mais com menor custo”, completou.

O governador Belivaldo Chagas fez uma avaliação positiva do resultado da pesquisa. “O resultado nos deixa apenas atrás da Paraíba entre os que mais cresceram no país e mostra que todo o empenho do Governo de Sergipe no fomento do setor agropecuário, apoiando do pequeno agricultor familiar ao grande produtor do agronegócio, em especial pelo Pró-Campo, com projetos como o Pró-Sertão Bacia Leiteira e os incentivos fiscais aos laticínios, que vem estimulando o setor, gerando emprego e renda para a população”.

Para o secretário de estado da Agricultura, Zeca da Silva, nos dois últimos dois anos tivemos bons períodos de chuva que ajudaram a manter as áreas de pastagem, mas esse resultado tem grande contribuição de uma sucessão de políticas públicas implementadas pelo governo para fomentar o desenvolvimento da bacia leiteira sergipana. Zeca acrescenta o ganho em qualidade do rebanho. “Um dos motivos é o melhoramento genético de nosso rebanho, tanto por meio de políticas do governo estadual como dos próprios produtores”.

Segundo o representante da Asproleite, Juraci Pereira de Barros, hoje em dia, pequenos e médios produtores estão profissionalizando sua produção através do uso de tecnologia, antes só vista em grandes fazendas. “Sabemos que o valor do leite varia, de vez em quando, mas com o uso de técnicas e tecnologia passamos por um bom momento”. Problemas de infraestrutura e condições das estradas ainda atrapalham os produtores. Porém, para de Barros, alguns estudos demonstram que o Nordeste é o melhor lugar para produção de leite, apesar do clima quente, e Sergipe consolida sua presença. “Avançamos muito, e temos muito pela frente. Vamos longe”, finaliza.

Presidente da ABCZ visita Secretaria de Agricultura

Na oportunidade Rivaldo Machado apresentou programa de melhoramento genético voltado a pequenos produtores

O secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, recebeu na manhã dessa quarta-feira, 13, a visita do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Rivaldo Machado Borges. Em Sergipe para a reinauguração da sede estadual da associação, que está instalada no Parque de Exposição João Cleóphas, em Aracaju, Rivaldo Machado apresentou ao secretário o programa de melhoramento genético, Progenética, convidando Sergipe a fazer parte dessa iniciativa. Com sede na cidade de Uberaba, em Minas Gerais, a ABCZ atualmente agrega 25 mil associados, criadores de zebu. A raça é bastante expressiva no âmbito nacional e internacional pelas características físicas e qualidade da proteína animal.

Para Rivaldo Machado foi uma grata satisfação vir a Sergipe e ser recebido pelo secretário que demonstrou muita empatia às iniciativas da associação. “Há 18 anos criamos o Progenética e já estamos em 23 estados brasileiros com esse programa de melhoramento genético que atende o pequeno produtor e o produtor da agricultura familiar, onde eles podem adquirir garrotes de touros melhoradores, tanto pra leite quanto para carne, em feiras realizadas pelos sindicatos locais”, explicou o presidente da ABCZ. “Esse é um grande dia pra nós, pois já saímos daqui com a certeza de que Sergipe também vai aderir ao programa, conforme sinalizou o secretário Zeca da Silva”, afirmou.

“Com certeza faremos parte do rol de estados que têm essa oferta, já entendemos como funciona o programa e observamos quanto o Progenética será bom para Sergipe, principalmente para o pequeno produtor, na melhoria de sua qualidade de vida”, atestou o secretário ao confirmar a participação de Sergipe na feira Expogenética, que acontece no mês de agosto, em Minas Gerais, e onde serão realizadas as tratativas para assinatura do programa. “Foi com imensa satisfação que recebemos o presidente da ABCZ, que tem aberto as portas da associação para todo o Brasil, não só para o grande, como também para o pequeno produtor, esse último a quem temos um apego ainda maior, por se tratar de um Estado pequeno e estarmos sempre atentos a todas as ações que promovam a melhoria de vida dessas famílias”, disse Zeca da Silva.

Acompanhado do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Indubrasil (ABCI), Roberto Góes, que também já foi secretário de Estado da Agricultura, o presidente da ABCZ, Rivaldo Machado também foi recepcionado durante a reunião pela coordenadora de pecuária da Emdagro, Izildinha Dantas, pelo técnico da ABCZ em Sergipe, Dênio Augusto e pelos técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Ricardo Dantas e Sérgio Santana.

Governo

Última atualização: 21 de julho de 2022 12:40.

Ir para o conteúdo