Documento possibilita a classificação de arroz beneficiado, arroz casca, feijão e milho, sendo fundamental em programas de compra de grãos para alimentação animal ou humana
O Laboratório de Classificação Vegetal da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) conquistou a certificação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), fortalecendo sua missão de agregar valor aos produtos vegetais dos produtores rurais sergipanos. A certificação, registrada sob o número SE 000469-3 e válida até 28/02/2029, possibilita a classificação de arroz beneficiado, arroz casca, feijão e milho, sendo fundamental em programas de compra de grãos para alimentação animal ou humana, como os realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a certificação é de extrema importância para Sergipe, pois a padronização e classificação pela Emdagro dos produtos vegetais garantem a qualidade para o consumidor, valorizam os itens, reduzem fraudes na comercialização, estabelecem preços justos, auxiliam o poder público em operações de compra e venda, além de fornecer suporte à inspeção vegetal, assistência técnica e pesquisa.
“Esse é mais um serviço de excelência oferecido pelo Governo do Estado ao produtor, reforçando e ampliando a credibilidade dos grãos produzidos em Sergipe. O produtor se dirige até a Emdagro trazendo a sua amostra de arroz, arroz de casca, feijão ou milho e com o selo ele consegue atestar a qualidade do seu produto para comercialização dentro e fora do país”, destacou o secretário de Agricultura, Zeca Ramos da Silva.
A classificação vegetal, respaldada pela Lei Federal nº 9.972 de 25/05/2000, e regulamentada pelo Decreto nº 6.268 de 22/11/2007, é obrigatória para produtos vegetais destinados à alimentação humana em operações de compra e venda do poder Executivo, portos, aeroportos e postos de fronteira na importação.
Segundo a diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade, essa certificação representa um marco para a agricultura sergipana. “Ela garantirá não apenas a qualidade dos produtos vegetais, mas também a segurança alimentar da população. Estamos comprometidos em continuar aprimorando nossos serviços para atender às necessidades dos produtores e consumidores do nosso estado”, pontuou.
De acordo com o presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos, é importante destacar que o laboratório estava inativo há cinco anos e, agora, foi completamente recriado e equipado. “Seus profissionais foram capacitados com recursos próprios da empresa. Este é um testemunho do compromisso da Emdagro com a excelência e o desenvolvimento agrícola de Sergipe”, ressaltou.
Localizado no Centro Administrativo, no bairro Capucho, em Aracaju, o Laboratório da Emdagro, situado na Av. Dr. Carlos Rodrigues da Cruz, 401, recebe produtos para análise em suas instalações ou oferece a opção de coleta pelo classificador credenciado. Para mais informações, os contatos são o telefone (079) 3234 2627 ou os e-mails didav@emdagro.se.gov.br e codev@emdagro.se.gov.br
Objetivo é criar uma câmara técnica do arroz com todos os setores envolvidos na atividade
A fim de fortalecer a rizicultura, por meio do trabalho em conjunto com diversos atores do setor produtivo, representantes da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro) participaram da missão técnica sobre a cadeia produtiva do arroz, no município Igreja Nova, em Alagoas. O encontro mobilizado pela Seagri/AL foi realizado nesta quarta-feira, 6, com a participação de representantes das unidades Embrapa Arroz e Feijão (GO) e Embrapa Alimentos e Territórios (AL), Codevasf-Regionais Sergipe e Alagoas, da Unidade de Beneficiamento Pindorama e da Prefeitura de Igreja Nova.
Durante o encontro, o secretário de Estado da Agricultura de Sergipe, Zeca Ramos da Silva, destacou que a rizicultura no baixo São Francisco, entre os dois estados, tem muita similaridade. “Temos quase os mesmos desafios e oportunidades, que precisam ser debatidos para avançarmos na produção e comercialização. Trabalharemos de mãos dadas para aumentar o potencial produtivo do arroz, incentivando a geração de renda no campo e garantindo alimento de qualidade na mesa da população. Nossa ideia é criar uma câmara técnica do arroz com todos os setores envolvidos”, disse o secretário. Entre os desafios, ele relatou a necessidade de investimentos federais na recuperação da infraestrutura dos perímetros irrigados.
“O Governo Estado de Sergipe tem dado uma contribuição importante para esta cadeia produtiva, com a recuperação das estradas por onde passa o escoamento da produção; entrega de sementes selecionadas e certificadas para cerca de mil rizicultores; e instalação da balança rodoviária”, completou Zeca da Silva.
A secretária executiva de Agricultura Familiar de Alagoas, Renata Andrade, destacou a importância das parcerias, para ampliar a produtividade e a qualidade do produto, como também a necessidade de investir em fomento. “Essa é uma parceria importante com a Secretaria da Agricultura de Sergipe e com a Emdagro. O baixo São Francisco nos une entre tantas cadeias produtivas comuns, o arroz é uma delas. É muito importante também ter a Codevasf conosco e a Embrapa. Entendemos que a cultura do arroz precisa ser cada vez mais fomentada. Falamos que precisamos melhorar os índices de nutrição, que as pessoas precisam de alimento, e, não dá para falar de alimento sem falar de arroz. Portanto, só temos a agradecer por essa parceria que vai trazer muitos frutos para os estados”.
Beneficiadora de arroz
Dentro da programação, as instituições parceiras visitaram a unidade de beneficiamento de arroz Pindorama, localizada no município. De acordo com os dados apresentados pela representante da Pindorama, a engenheira agrônoma Cleice Alves, a unidade de beneficiamento está há menos de um ano (desde maio de 2023) sob o comando da Pindorama. O grupo compra e beneficia o arroz produzido nos municípios sergipanos e alagoanos, funciona 24h e tem capacidade de beneficiar 18 mil toneladas por ano. “O valor do arroz não é apenas econômico, pois milhares de famílias do baixo São Francisco dependem do plantio desse cultivo, então, valorizar o aspecto social é tão importante quanto o econômico. Por esse motivo, acompanhamos o produtor desde o plantio até a comercialização”, pontuou Cleice.
O intercâmbio contou ainda com as presenças do presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos; da prefeita de Igreja Nova, Vera Dantas; dos representantes das unidades Embrapa Arroz e Feijão (GO), Élcio Guimarães e o pesquisador José Manoel Colombari; do chefe-geral da Embrapa Alimentos e Territórios, João Flávio Veloso Silva; do superintendente regional da Codevasf em Sergipe, Jefferson Costa; do vereador de Igreja Nova Marivaldo da Silva; e do secretário municipal da Agricultura de Igreja Nova, José Wanderlei Dantas.
A Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), a Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Pronese) e a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) estiveram presentes no programa
O município de Moita Bonita, no agreste sergipano, recebeu na quarta-feira, 6, a 23ª edição do programa ‘Sergipe é aqui’. O evento itinerante do Governo do Estado que proporciona à população local acesso a uma variedade de serviços e orientações contou com a presença de diversas entidades, oferecendo suporte e informações ao público.
A Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), em colaboração com a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), a Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Pronese) e a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), esteve no local oferecendo orientações e serviços específicos para os agricultores da região.
A Seagri forneceu atendimento geral e personalizado sobre o programa Garantia Safra, visando apoiar os agricultores locais. A Pronese esteve presente para fornecer informações sobre o Programa de Crédito Fundiário do Governo do Estado, enquanto a Coderse expôs uma maquete de unidades de produção de água dessalinizada do Programa Água Doce, além de oferecer informações sobre poços comunitários e sistemas simplificados de abastecimento de água.
A Emdagro, por sua vez, distribuiu 50 mudas frutíferas e entregou 12 Cadastros da Agricultura Familiar (CAFs). Além disso, encaminhou 30 amostras de solo ao Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS) para análise. Também foram entregues dois atestados de vacinação contra a Brucelose, com 50 animais vacinados no município.
O agricultor Manoel Barreto dos Santos aproveitou o evento para buscar orientações sobre um problema em seu pé de laranja. Ele conversou com o técnico da Emdagro, Agenor Antônio Nascimento, que atende o município de Moita Bonita. Seu Manoel já recebeu apoio da Emdagro para análise de solo anteriormente e veio até o estande da Agricultura em busca de uma nova análise. “Tenho um pezinho de laranja que o fruto ou morre ou dá bolor. Há um tempo eu fiz análise de solo com apoio da Emdagro e vim ver se consigo uma nova análise para ver como está a terra”, pontuou.
Também foi o caso da agricultora Márcia Neves dos Santos, que planta e comercializa a batata doce. Ela recebeu a equipe técnica da Emdagro em sua propriedade, na semana passada, para coletar amostras de solo que agora seguem para análise no ITPS. “Acho essa iniciativa de grande importância, pois só assim a gente consegue saber se a terra está precisando de algum nutriente ou se já tem demais, o que interfere muito na qualidade do solo. Aí com essa análise a gente pode fazer a devida correção, com calcário ou outro produto que o agrônomo recomendar”, disse a agricultora, que mensalmente costuma ter uma produção de 500 sacos de batatas-doces.
José Antônio de Santana visitou o estande da Agricultura para conferir as ações trazidas pelo Governo do Estado para sua cidade. Ele garantiu uma muda de goiaba para plantar em seu quintal e expressou sua satisfação. “Já tenho pé de manga, de limão, acerola, mas ainda não tinha uma goiabeira, que é uma fruta que gosto muito. Agora estou levando uma muda para casa e vou cuidar bem direitinho, pois quero ter bons frutos no futuro”, destacou o aposentado.
Coderse
A Coderse ofereceu seus serviços na promoção do acesso à água e tecnologias sociais de desenvolvimento do campo. “Em Moita Bonita, a Coderse tem um histórico de serviços prestados para oferecer qualidade de vida e desenvolvimento econômico do meio rural, através dos mais de 200 poços perfurados pela empresa neste município”, destacou o diretor de Infraestrutura Hídrica da companhia, Ernan Sena.
Foi atração no estande da Agricultura a maquete que reproduz um dos 29 sistemas de abastecimento de água dessalinizada mantidos pelo Governo do Estado em Sergipe, onde o Programa Água Doce é coordenado pela Seagri, por meio da Coderse e da Emdagro.
O estudante Marcos Antônio Rodrigues, aluno da 1ª série do Ensino Médio no Colégio Estadual Djenal Tavares de Queiroz, considerou positiva a responsabilidade ambiental do programa, ao fazer a contenção dos rejeitos salinos do dessalinizador. “Para as comunidades carentes, a iniciativa é bem importante. Temos que cuidar para que esses fatores não contribuam ainda mais com a degradação do meio ambiente”, destacou.
O evento acontece de 5 a 7 de março, no Complexo Industrial Marcelo Déda, em Tobias Barreto, e tem como um dos principais objetivos a criação da Rota do Mel de Sergipe
Apicultores, meliponicultores e representantes de instituições públicas realizam o segundo Workshop Abelhas. O evento teve início nesta terça-feira, 5, e vai até a quinta-feira, 7, no Complexo Industrial Marcelo Déda, localizado no município de Tobias Barreto, no centro-sul sergipano. De acordo com os organizadores, o encontro inclui palestras sobre temas específicos da apicultura, a exemplo de genética das abelhas, e trata também do diagnóstico estadual desta cadeia produtiva, elaboração de projetos, apoio financeiro, formação do Conselho Estadual de Apicultura e Meliponicultura e passos para a criação da Rota do Mel de Sergipe.
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, essa mobilização para criação de uma Rota do Mel é mais um resultado do diagnóstico realizado pelo Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), com o objetivo de estruturar o setor da apicultura e da meliponicultura no estado.
Ainda segundo o gestor, esse processo conta com a parceria da Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic), Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Ministério da Integração Regional, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Instituto Federal de Sergipe (IFS), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Companhia De Desenvolvimento do Vale São Francisco (Codevasf), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Banco do Nordeste (BNE).
“O primeiro passo foi o diagnóstico que a Seagri provocou junto à Fapitec, justamente para fazer o diagnóstico dessa cadeia produtiva. No ano passado, fizemos o primeiro evento em Nossa Senhora da Glória, e agora neste segundo momento estamos juntos com os parceiros e representantes de várias associações de produtores para mostrar os primeiros resultados desse trabalho, discutir correções de rumo para fortalecer a apicultura e meliponicultura no estado, como também tratar da criação da Rota do Mel, que está sendo apoiada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional”, detalhou Zeca da Silva.
Durante a abertura do workshop, o superintendente da Codevasf em Sergipe, Jefferson França, autorizou a doação de equipamentos para o início do polo produtivo da Rota do Mel. No ato, a Associação de Apicultores e Meliponicultores de Campo do Brito recebeu balança eletrônica, tanques decantadores, centrífuga elétrica e mesa desoperculadora.
O professor do departamento de Biologia para Genética da Universidade Federal de Sergipe e coordenador do diagnóstico contratado pela Fapitec, Edilson Divino de Araújo, faz uma relação entre o estudo e a criação da Rota do Mel. “Essa pesquisa tem tudo a ver com a Rota do Mel. Aliás, ela é fruto dessa pesquisa. A ideia que a Secretaria de Estado da Agricultura tinha junto com a Fapitec era justamente para entender como está a cadeia apícola aqui no estado de Sergipe. Nós passamos mais de uma década sem informações precisas a respeito dessa cadeia, então junto com as informações nasceu uma necessidade de organização envolvendo diversas instituições. Hoje, temos 13 instituições, entre organizações estaduais e outras, como IBGE, Senar, Codevasf, Sebrae, Embrapa, IFS, UFS, para poder formar esse conselho que nós estamos tratando hoje, com apoio do Mapa e do Ministério da Integração”, explica Edilson Divino.
“Esse projeto estruturante do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional já ocorre em vários estados, como Paraná, Piauí, Ceará, Minas Gerais, e agora chegou a Sergipe. A ideia aqui basicamente é gerar riqueza com as abelhas. Esse é o objetivo, e nosso ponto focal é o produtor, o apicultor e o meliponicultor”, acrescentou o professor Edilson.
O geógrafo e representante do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Samuel Castro Menezes, enfatiza o encontro como a possibilidade de criar uma sinergia necessária no sentido de criar polos produtivos de mel e derivados. “A criação da Rota do Mel faz parte de uma política de desenvolvimento regional do Governo Federal, com o objetivo de reduzir as desigualdades regionais. Um dos instrumentos é a Rota de Integração Nacional, ou seja, a criação dessa sinergia entre os entes federados, municípios, estado e Governo Federal com a universidade, apicultores, agências de empreendedorismo como Sebrae e Senar, em prol da apicultura e meliponicultura no estado de Sergipe. Sergipe tem oportunidade de criar esse polo produtivo, e o ministro está aqui para somar. Nós queremos, daqui a quatro ou cinco anos, alcançar a profissionalização da produção, aumentar a renda familiar e melhorar a qualidade de vida dos apicultores e meliponicultores”, afirmou.
Jucilene dos Santos, do município de Brejo Grande, é apicultora há 24 anos, e contou que considera a realização do workshop fundamental para o setor. “A Rota do Mel é fundamental, porque hoje a gente não pode ter a apicultura como uma atividade amadora, ela pode ser profissionalizada, e a gente precisa fazer diferente para mudar a realidade dos produtores através da apicultura. Basta acreditarmos e trabalharmos para isso”, explicou Jucilene. Ela trabalha com a produção de pólen, faz parte de uma associação e também é microempreendedora individual (MEI), a fim de alavancar sua produção, que hoje é comercializada em todo o Brasil.
Diagnóstico da apicultura e meliponicultura
Segundo o professor Edilson Divino, o projeto está em andamento, mas já trouxe constatações importantes. “Hoje, podemos dizer que, em relação à produção apícola do estado, temos números que não contam a realidade, porque boa parte da produção não é registrada, é vendida sem registro ou nem é vendida em Sergipe. Verificamos que Sergipe tem uma produção maior. O último registro da produção feito no estado foi de 35,5 toneladas, quando, na verdade, se pegarmos os municípios de Tobias Barreto e Glória, juntos, somam 50 toneladas, sem contar toda a região litorânea, tabuleiros costeiros e os outros que fazem parte das regiões agreste e sertão do estado”, evidenciou.
“Até antes do estudo pensávamos que tínhamos apenas 11 associações de apicultores no estado e, agora, sabemos que são 29 associações. Isso tudo precisa ser saneado, muita coisa precisa ser feita em termos estruturais, e aí vem o projeto Rota do Mel para ajustar isso. Esse projeto foi fundamental para dar início a esse desenvolvimento. Certamente, daqui a três, quatro anos, Sergipe vai ser um estado destaque no Nordeste e no Brasil na área de produção de abelhas, e o projeto Rota do Mel tem tudo a ver com isso”, acrescentou o professor.
Fusariose atinge principalmente espécies frutíferas
A assistência técnica aos agricultores nos perímetros irrigados do Governo do Estado complementa o fornecimento da irrigação. Em Lagarto, centro-sul sergipano, os técnicos agrícolas do perímetro Piauí têm dado toda orientação para combater a incidência da fusariose em pomares irrigados, principalmente de maracujá. A doença fúngica mata as plantas infectadas e tem alta capacidade de contaminação do solo e até de outras plantações.
A fusariose, ou murcha do maracujazeiro, é uma doença causada pelo fungo Fusarium oxysporum que impede o crescimento e atrofia as plantas, culminando até na sua morte súbita. Conforme explica o engenheiro agrônomo da Coderse, Fernando Andrade, a contaminação ocorre com o plantio de mudas contaminadas e também entre as plantas, por meio do contato entre as raízes.
“É uma das principais patogenicidades que acometem o maracujá, constituindo-se em uma doença de grande expressividade econômica que, caso não seja adequadamente combatida, poderá ser transmitida de um pomar para o outro. A fusariose ataca as raízes, com o micélio do fungo atuando nos vasos da planta, bloqueando o xilema e impedindo o fluxo normal de água, provocando a murcha e, posteriormente, a morte das plantas”, advertiu Fernando Andrade.
Produtor irrigante do perímetro Piauí, Weverton da Silva disse que, por conta da fusariose, perdeu cerca de 50, dos 700 pés de maracujá que plantou com a irrigação da Coderse. “A orientação dos meninos foi boa, graças a Deus. Eles vieram para verificar tudo certinho e me orientaram que arrancasse a planta que foi infectada e as outras próximas dela. Abri uma valinha onde tem os pés, joguei a cal e fiz a aplicação do fungicida”, disse.
Gerente do Piauí, Gildo Almeida informa que os técnicos agrícolas têm dado bastante atenção à fusariose, pela sua gravidade. A recomendação geral é de que ao fazer o tratamento sejam eliminadas as plantas infectadas e mais as cinco plantas sadias em volta da doente. “O técnico tem que indicar o defensivo para o produtor usar, como prevenção das plantas sadias e não deve ser feito um novo plantio na área em que foi identificada a doença”, observou.
O técnico da Coderse em Lagarto, Jackson Ribeiro, reforça que a doença se dissemina de uma planta para outra. “De urgência, tem que evitar a gradagem, arrancar a planta que está doente pela raiz e queimar, abrir um buraco de 20 cm, onde estava a planta e jogar cal dentro. Depois disso, usar um fungicida sistêmico para pulverizar, diluído em água, na planta toda [na parte sadia da lavoura]. Devem ser feitas três aplicações no intervalo de sete dias”, ensinou, observando ainda sobre a necessidade de limpar bem as ferramentas usadas com as plantas doentes, a fim de não infectar as sadias.
“Quanto mais a gente divulgar, melhor. Porque só assim os outros produtores vão começar a se prevenir. Já vão saber quando começar a atacar as plantinhas, para a gente conseguir frear essa doença e não dar tanto prejuízo para os produtores também. Sempre quando aparece algum problema, eu já procuro William e o Gildo, que dão uma assistência muito boa para a gente”, considerou o agricultor Weverton da Silva, se referindo à equipe da Coderse.
Ainda segundo Fernando Andrade, a doença não tem controle curativo, sendo recomendadas medidas preventivas para que ela não se dissemine e possa comprometer toda a plantação. “Para o caso de a doença já estar instalada, recomenda-se evitar o novo plantio na área infectada, mantendo-se a mesma em ‘pousio’”, acrescentou o agrônomo.
A iniciativa faz parte do programa ‘Saúde no Campo’, realizada pela Emdagro para criadores que possuam até 20 vacas e para criadores de ovinos e caprinos, que possuam até 30 animais
A vacina contra a Clostridiose de bovinos, ovinos e caprinos já está disponível para os criadores sergipanos. O Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), tem como meta vacinar 2.500 animais de pequenos produtores, em todos os municípios. A iniciativa faz parte do programa ‘Saúde no Campo’, realizado pelo Governo do Estado, que disponibiliza as doses gratuitamente para criadores que possuam até 20 vacas e para criadores de ovinos e caprinos que possuam até 30 animais.
A Clostridiose é uma doença grave e de fácil transmissão que afeta bovinos, ovinos e caprinos, comprometendo a saúde e a produtividade do rebanho. De acordo com a veterinária da Emdagro Larissa Góes, a doença causa diversas enfermidades, tais como manqueira, tétano e enterotoxemia, com alta taxa de mortalidade. “A transmissão ocorre principalmente pelo contato com esporos contaminados, seja por ferimentos, ingestão de alimentos ou água contaminados”, observou.
A equipe de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) da Emdagro integrou a vacinação contra a Clostridiose ao programa Saúde no Campo, que já promove a vacinação contra a Brucelose em todo o estado. A coordenadora da unidade regional nas regiões do médio e alto sertão, Rita Selene, destaca que, para terem direito aos benefícios, os produtores interessados devem se dirigir ao escritório da Emdagro mais próximo para realizar a inscrição no programa. “Diferentemente da vacinação contra a Brucelose, que é feita apenas uma vez, a da Clostridiose é realizada em três etapas: após 20 a 30 dias da primeira dose é feita uma dose de reforço, e depois disso o animal precisa ser vacinado uma vez por ano”, explica.
Para o criador Valdomiro Santos, do povoado Campo Grande, no município de Siriri, tem sido muito importante contar com esse suporte do Governo do Estado, por meio da Seagri e Emdagro. “Se não fosse assim, não teríamos condições de vacinar nosso rebanho, pelo valor das vacinas e também por precisarmos de um veterinário credenciado para fazer esse serviço. Há muito tempo sou criador, e sempre conto com a assistência da Emdagro. Este ano, eles estão desenvolvendo um trabalho ainda melhor, mais atento aos pequenos produtores e sempre disponível para vacinar o gado, a fim de evitar doenças”, declarou.
Brucelose
O programa ‘Saúde no campo’ desenvolvido pelo Governo do Estado vacinou, no ano passado, 2.579 animais fêmeas contra a Brucelose, beneficiando 483 produtores, em 12 municípios sergipanos, atendendo à demanda do pequeno produtor rural. A vacina é pré-requisito para que o criador tenha direito a Guia de Trânsito Animal (GTA), ao programa de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) e ao Mão Amiga Leite.
Emdagro e agricultores buscam soluções para proteger suas plantações em meio às mudanças climáticas
As mudanças climáticas têm causado preocupações crescentes entre os agricultores, especialmente àqueles envolvidos na produção de cacau. O aumento das temperaturas e a intensidade da radiação solar estão prejudicando as plantações, levando à redução na produtividade e na qualidade dos frutos. Em resposta a esses desafios, a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) iniciou, na última semana, em duas unidades demonstrativas nos municípios de Arauá e Umbaúba, um estudo para testar a eficácia de protetores solar na cultura do cacau.
Segundo o engenheiro agrônomo da Emdagro, Valbério Paolilo, responsável pelo experimento, os protetores solares têm demonstrado resultados promissores em outras culturas, como manga, melancia e tangerina. “Estamos investigando como essa tecnologia pode ser aplicada no cultivo do cacau, especialmente em plantas jovens e em áreas onde o sombreamento natural não é suficiente para protegê-las, com a expectativa de melhorar o desenvolvimento, reduzir a mortalidade e contribuir para um maior ‘pegamento’ de frutos”, afirmou Paolilo.
Jean Carlos Nascimento, diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) da Emdagro, enfatizou a importância do projeto. “A proteção solar na cultura do cacau pode representar uma solução promissora para os desafios enfrentados pelos agricultores. Estamos comprometidos em fornecer suporte técnico e recursos necessários para garantir o sucesso deste estudo e sua implementação prática”.
A experiência tem acontecido nas propriedades dos agricultores Manoel Conceição, no município de Arauá, e José Manoel Nascimento, município de Umbaúba, onde foram implantadas duas Unidades Demonstrativas da cultura do cacau. O experimento com o protetor solar conta com a participação do técnico agrícola Elizaldo Malta e do engenheiro agrônomo Cláudio Soares Júnior, além da colaboração ativa dos produtores locais.
Na avaliação do agricultor Manoel Conceição, pesquisas como essas são importantes para ajudar o dia a dia do homem do campo. “Eu acho interessante porque são das pesquisas que nasce o produto. Em que pese estarmos no início, os técnicos já veem algum resultado. Minha expectativa é de que dê realmente certo para que a gente possa cultivar o cacau de forma tranquila, sem preocupação com pragas”, frisou.
O engenheiro agrônomo Valbério também ressaltou o desempenho dos primeiros testes e informou que o produto já está disponível no mercado. “Estamos entusiasmados com os resultados preliminares do nosso estudo. Isso nos dá esperança de que podemos mitigar os impactos das altas temperaturas e da radiação solar excessiva na produção de cacau”, comentou o profissional da Emdagro.
Os trabalhos serão realizados em 188 propriedades rurais de 63 municípios sergipanos
A Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) lançou nesta sexta-feira, 1º, uma série de inquéritos epidemiológicos com o objetivo de fortalecer a saúde animal e garantir a segurança alimentar no estado. Os esforços concentram-se na obtenção do certificado de reconhecimento de zona livre da Febre Aftosa sem vacinação, bem como na manutenção dos status internacionais de zona livre da Peste Suína Clássica (PSC), de influenza aviária e da doença de Newcastle.
Para alcançar esses objetivos, a Emdagro realizará estudos soroepidemiológicos em rebanhos de bovinos, suínos e aves em todo o estado. Estes inquéritos vão abranger 188 propriedades rurais, distribuídas em 63 municípios sergipanos, e visam fortalecer o serviço oficial de Defesa Sanitária Animal na detecção e resposta rápida a pragas e doenças.
Um dos focos principais desses inquéritos é a vigilância sorológica para a Febre Aftosa, alinhada com o Plano de Vigilância do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (Pnefa), com foco no certificado de reconhecimento de zona livre da Febre Aftosa, sem vacinação, para 2024. Esse esforço faz parte do Plano Estratégico 2017-2026 (PE-Pnefa), em conformidade com as diretrizes internacionais da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (Phefa).
Além disso, serão realizados inquéritos específicos para suínos, como parte do Plano Integrado de Vigilância de Doenças dos Suínos, atendendo assim a recomendação técnica do Ministério da Agricultura (Mapa), por meio dos quais serão realizadas sorologia e vigilância clínica em estabelecimentos de criação de suínos, visando demonstrar a ausência de Peste Suína Clássica e Africana nos animais. O Brasil, sendo o quarto maior produtor e exportador de carne suína no mundo, depende da qualidade sanitária do rebanho para manter sua posição no mercado global.
A vigilância de Influenza Aviária (IA) e Doença de Newcastle (DNC) também está incluída nos inquéritos, devido aos graves prejuízos econômicos e à ameaça à saúde pública que essas doenças representam, e a fim de manter a situação de área livre da doença em Sergipe. A rápida detecção de casos é essencial para o sucesso das medidas de controle e erradicação, bem como para a manutenção do comércio internacional de produtos avícolas.
A diretora de Defesa Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade, enfatizou a importância desses inquéritos para fortalecer a capacidade de detecção precoce e resposta imediata a doenças que afetam a pecuária e a produção avícola em Sergipe. “A prioridade máxima é garantir a saúde dos rebanhos e a segurança alimentar da população, além de manter a competitividade do setor agropecuário sergipano no mercado internacional”, destacou.
Medida é fundamental para garantir a biossegurança do agronegócio avícola no estado
Foi publicada nesta sexta-feira, 1º, no Diário Oficial do Estado de Sergipe, a Portaria nº 017/2024 da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), que estabelece a proibição de eventos que promovam a aglomeração de aves em todo o território do estado. A medida foi tomada em conformidade com o Decreto Estadual nº 358/2023, que declara Estado de Emergência Zoossanitária em Sergipe e institui o Sistema de Monitoramento, Avisos e Ações para prevenção da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade.
A decisão foi embasada em diversos documentos e normativas, como a Portaria nº 624 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), de novembro de 2023, que prorroga por mais 180 dias o estado de emergência no Brasil, bem como a ocorrência de novos focos da doença em outros estados, como o Espírito Santo, e o registro de quatro focos da doença na Bahia, no ano passado.
Segundo o presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos, a portaria visa proteger o status sanitário do Brasil e de Sergipe, mantendo-os livres da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade e da Doença de Newcastle. “Não existem casos de Influenza Aviária em Sergipe, mas essa medida é fundamental para garantir a biossegurança do agronegócio avícola no estado, preservando o status de Sergipe como área livre de doenças aviárias, de alta patogenicidade”, afirmou.
O presidente reforça que o descumprimento da medida acarretará penalidades. “Aqueles que descumprirem a determinação estarão sujeitos a penalidades previstas em lei. A população e os criadores de aves devem estar atentos e colaborar com as autoridades para evitar a disseminação dessas doenças”, alertou Gilson.
Prática acarreta sanções administrativas e multas a quem descumprir a lei
A Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) alerta sobre a proibição do uso de agrotóxicos em áreas urbanas. A advertência surge em meio a preocupações crescentes sobre os potenciais riscos à saúde pública e ao meio ambiente, associadas ao uso inadequado desses produtos químicos. A prática, que configura desvio de uso, pode resultar em sanções administrativas e multas, de acordo com a legislação federal e estadual.
Os agrotóxicos, também conhecidos como defensivos agrícolas, têm como função primordial proteger as lavouras contra insetos, plantas daninhas e doenças que afetam o ciclo das culturas. Contudo, a legislação proíbe seu uso em áreas urbanas. A proibição está fundamentada no risco de contaminação do trabalhador, como também de moradores e transeuntes, bem como da impossibilidade de isolamento da área tratada e do risco de acúmulo de agrotóxicos, água contaminada e de intoxicação de animais domésticos e selvagens.
“Os agrotóxicos agrícolas, devidamente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), são destinados exclusivamente às áreas rurais, com a apresentação de receita agronômica adequada. A aplicação desses produtos em ambientes urbanos constitui um desvio de uso, sujeito a sanções administrativas e multas, conforme a legislação federal e estadual vigente”, alertou a diretora de Defesa Animal da Emdagro, Aparecida Andrade.
Segundo ela, é importante respeitar a proibição de uso desses defensivos em áreas urbanas, pois há diversos riscos envolvidos, tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente. “Estamos comprometidos em garantir a segurança e o bem-estar da população, e isso inclui a proteção contra os perigos associados ao uso inadequado desses produtos, seja na zona rural, seja na área urbana”, comentou.