Novos servidores da Emdagro iniciam capacitação em Aracaju

A programação vai ocorrer ao longo de todo o mês de março

Na manhã desta quarta-feira, 28, na sede da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), teve início a capacitação inicial dos 48 novos concursados do órgão. O evento marca o primeiro passo para integrar os novos membros à equipe e apresentar-lhes as áreas, ações e programas da empresa, visando identificar potencialidades e definir suas lotações nos escritórios da Emdagro. Os aprovados no último concurso nas áreas de Técnico Agrícola, Engenharia Agronômica e Medicina Veterinária terão a oportunidade de participar de uma programação abrangente ao longo do mês de março, tanto na capital quanto no interior do estado.

A abertura do curso foi conduzida pelo presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos, que ressaltou a importância da formação dos novos colaboradores. “É com grande satisfação que damos as boas-vindas aos novos integrantes da nossa equipe. Vocês representam o futuro da nossa empresa e são peças fundamentais para o desenvolvimento do setor agropecuário em Sergipe”, destacou o presidente.

Na programação desta quarta-feira, cada diretor fez uma breve apresentação da sua área, seguido pela vez de cada novo servidor, que compartilhou suas experiências no campo agropecuário. Ao término das apresentações, os participantes tiveram a oportunidade de realizar uma visita às instalações do escritório central da Emdagro, situado em Aracaju, encerrando assim o primeiro dia de capacitação.

“Este evento representa um marco importante para a empresa, pois reforça seu compromisso com a integração e formação do seu corpo de profissionais, fortalecendo assim sua missão, que é contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar e expansão do agronegócio do estado de Sergipe, atuando nas áreas de Assistência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa, Defesa Agropecuária e Ações Fundiárias, para assegurar o desenvolvimento sustentável e o bem-estar da sociedade”, sintetizou o presidente.

Agricultura

ENTREVISTA

“O campo em Sergipe é produtivo, são 231 mil pessoas ocupadas no setor agropecuário

A produção no campo em Sergipe vem crescendo, gerando empregos, rendas e conquistando posições de destaque

A produção no campo em Sergipe vem crescendo, gerando empregos, rendas e conquistando posições de destaque. No ano passado, o IBGE contabilizou 20 tipos de cultura no estado, divididas entre lavouras temporárias e permanentes, colocando o milho, a laranja e a cana de açúcar como as principais, sendo que o milho já representa 50% do valor de produção. A soma das três principais culturas representa 70% do valor da produção agrícola sergipana. Para se ter uma ideia, em 2022 a produção da agricultura sergipana atingiu r$ 2,14 bilhões. No segmento pecuário, o alto sertão, o agreste central e o centro-sul sergipano concentraram 73% do rebanho bovino de Sergipe. No cargo de Secretário de Estado da Agricultura desde agosto de 2021, Zeca Ramos da Silva traz, nesta entrevista ao Jornal da Cidade, dados do cenário agropecuário que revelam uma agricultura em crescimento, com imensa função social quando trata da segurança alimentar e econômica, considerando que a produção impacta desde a balança comercial até a renda familiar. Com a experiência de produtor rural, Zeca da Silva também pontua a existência de uma tendência de crescimento deste setor, quando se leva em consideração os investimentos feitos pelos agentes financeiros, os incentivos governamentais, além da força de vontade dos produtores e a demanda crescente do mercado consumidor. Veja a seguir os principais trechos da entrevista:

Por Eugênio Nascimento

JORNAL DA CIDADE – Sergipe é um bom estado para a produção agrícola? E para a criação de gado bovino? Por quê?
ZECA DA SILVA – São várias as condições que favorecem a produção agrícola e pecuária em nosso estado. Além da geração e adaptação de materiais genéticos propícios às condições climáticas da região Agreste, outros fatores que contribuem para nossa agropecuária são a assistência técnica, a instalação de empresas de insumos e máquinas, a presença de agentes financeiros oferecendo mais crédito, e a intensificação da motomecanização e demais tecnologias de automação agrícola. Não podemos deixar de citar também as boas condições da infraestrutura viabilizada pelo governo, como estradas e o Porto de Sergipe, que a partir de 2023 começou a exportar o milho sergipano, os incentivos fiscais do estado, e evidentemente, os preços dos nossos produtos que estão entre as principais commodities brasileiras, a exemplo do milho, laranja, cana-de-açúcar e arroz. Um grande sinal de que Sergipe é bom para a agropecuária é o sucesso do Sealba Show, a maior vitrine da agropecuária regional, que na terceira edição, realizada agora em 2024, movimentou mais de R$ 300 milhões com participação de mais de 175 marcas do agronegócio. Temos o melhor rebanho bovino do Nordeste e um dos melhores do Brasil.

JC – Quais são os principais produtos agrícolas de SE? Qual é a produção média de cada um? Geram quanto em receita para Sergipe?
ZS – Essas são perguntas muito boas porque dão a oportunidade de dizermos que Sergipe se destaca no âmbito regional e até nacional em várias culturas. A Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), publicada pelo IBGE ano passado, contabilizou 20 tipos de cultura no estado de Sergipe, divididas entre lavouras temporárias e permanentes, colocando o milho, a laranja e a cana de açúcar como as principais, sendo que o milho já representa 50% do valor de produção. A soma das três principais culturas representa 70% do valor da produção agrícola sergipana. Para se ter uma ideia, em 2022 a produção da agricultura sergipana atingiu R$ 2,14 bilhões, a maior da série histórica iniciada em 1974, em termos nominais. Oficialmente a produção sergipana de milho, em 2023, foi de 986.951 toneladas, colocando o estado como o 4° em produção e o 1º em rendimento médio do Nordeste brasileiro, com 5.483 Kg/h. Mas essa produção pode ser maior ainda, porque não contabiliza o milho que fica aqui no estado para forragem e ração animal. Acredito que já passamos de 1 milhão de toneladas. Outras culturas se destacam no ranking, a exemplo do arroz, com a produção média de 39 mil toneladas, somos o 3º produtor do NE; a laranja com 400 mil toneladas, mantém o estado como o 5º produtor nacional; o coco- -da-baía, com 160 milhões de frutos, coloca Sergipe na 4ª colocação nacional; a batata- -doce é outro exemplo, com 64 mil toneladas, cerca de 18% da produção regional, somos o segundo do NE.

JC – Quais são os municípios que mais produzem essas culturas?
ZS – Temos algumas culturas consolidadas não apenas nos municípios, mas em termos de região. Por exemplo, percebemos uma grande expansão da cultura do milho no semiárido sergipano, concentrando o maior volume nos municípios de Simão Dias e Carira. Além disso, outras áreas agrícolas se firmaram, tais quais a citricultura, na região Sul e Centro Sul, onde Cristinápolis, Itabaianinha e Lagarto se apresentam como os principais produtores. A cocoicultura, na faixa costeira, tem como principais municípios Neópolis, Estância e Santa Luzia. E a cana-de-açúcar, com destaque para Laranjeiras, Capela, Japoatã e Japaratuba, na zona do Cotinguiba.

JC – Qual é o rebanho de bovinos, caprinos, ovinos e galináceos de Sergipe? Quais são os municípios que mais têm?
ZS – Temos um rebanho bovino com cerca de 1,2 milhão de animais que vem melhorando muito em termos de qualidade genética. O rebanho de pequeno porte como caprinos está em torno de 56 mil animais e 490 mil ovinos concentrados em Poço Verde e Tobias Barreto. O plantel de suínos está em torno de 440 mil animais, concentrados nos municípios de Glória e Poço Verde. Um dos pontos fortes da produção sergipana de suínos é a confiabilidade na procedência do rebanho. Sergipe recebeu e mantém da Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE) a certificação internacional como área livre da Peste Suína Clássica (PSC). Já os galináceos são cerca de 11 milhões de aves comerciais, mais 600 mil aves de subsistência, ou seja, aquelas que não são para consumo próprio do agricultor familiar.

JC – Onde está concentrado o rebanho? Todo nosso rebanho é de corte?
ZS – Então, podemos dizer que, no contexto territorial, o Alto Sertão, o Agreste Central, o Centro-Sul Sergipano concentraram 73% do rebanho bovino de Sergipe. Grande parte do gado é, realmente, para corte, e temos quatro frigoríficos com certificação e inspeção estadual para atender a demanda de carne local. Do total de 1,2 milhão do rebanho bovino, cerca de 700 mil são fêmeas em condições de lactação, numa demonstração da força também do gado leiteiro estadual.

JC – A produção de leite é expressiva?
ZS- Veja, é importante dizer que, embora a participação do estado seja modesta em termos de vacas ordenhadas, produção e valor da produção de leite, a produtividade média de leite por vaca/ano é superior 5,81 % em relação à média do Brasil e 64,42 % em relação à média do Nordeste. Nossa produtividade é maior que a média brasileira com 2.336 litros/vaca/ ano, ao mesmo tempo que a média brasileira é de 1.343 litros/vaca/ano. A produção anual de leite em 2023 foi de 435.577 milhões de litros. Outro destaque são as agroindústrias de leite. A aquisição e industrialização de leite em Sergipe chegou a 112 milhões de litros, no primeiro trimestre de 2023, posicionando Sergipe no 10º lugar no ranking nacional em relação à aquisição e industrialização de leite cru e como o 2º estado do Nordeste. Esse cenário positivo não vem do acaso, além do esforço dos criadores em investir em tecnologia, a melhoria do rebanho tem contato com incentivos do governo, com o projeto de inseminação artificial e todo trabalho de controle da sanidade do rebanho.

JC – Quantas mil galinhas de granja temos anualmente em SE? As poedeiras geram quantos ovos?
ZS – Como falei anteriormente, são 11 milhões de aves produzidas anualmente em Sergipe. A criação de galinhas em sistema intensivo (granja) é destaque, sobretudo, em São Cristóvão e Areia Branca, que juntos correspondem a mais de 50% do efetivo. Um dado interessante publicado pelo Banco do Nordeste, agora em 2024, coloca Sergipe como a maior produção de ovos em todos os estados da região Nordeste. A produção no estado subiu de 7,3 milhões para 8,1 milhões de dúzias de ovos, um aumento de 11,45%. Sergipe também registra o maior crescimento em relação ao número de alojamentos (galinhas poedeiras) em todo o país: são mais de 1,3 milhão de aves alojadas no segundo trimestre, que totalizam uma ampliação de 14,38%. É possível que este crescimento tenha relação com a alta produção de milho, que é um dos principais insumos para a avicultura.

JC – O campo emprega quantas pessoas em SE? Sabe o salário médio desses trabalhadores?
ZS – De acordo com dados do IBGE são 231mil o número de pessoas ocupadas no setor agropecuário, totalizando 11 no acumulado de 2023. O Caged não trabalha com rendimento, mas os dados da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS 2021 dão conta de que o rendimento médio do trabalhador rural é de R$ 1.581,83.

JC – O Sertão de SE é produtivo!? Produz o quê?
ZS – Pode ser surpreendente para muitos, mas nosso Sertão é bastante produtivo. Como falei anteriormente, é lá que se concentra a produção de leite de vaca, ou seja, a bacia leiteira do estado, respondendo por 64% de toda a produção estadual e também do beneficiamento, pois é nessa região que se concentram as principais agroindústrias de leite. É no Sertão que se encontram os municípios maiores produtores de suínos. No Alto Sertão temos grandes áreas de produção de milho em grão e de forragem. Além disso, é onde está localizado um dos maiores perímetros públicos irrigados, o Califórnia. São 1.360 hectares irrigados e 373 lotes agrícolas onde se planta quiabo, milho e feijão-de-corda e tem um grande destaque para a fruticultura e outras produções como acerola, goiaba, aipim, abóbora e hortaliças. Lá foram produzidos 29.706t de alimentos em 2023, totalizando 45 milhões em valor de produção, destinada ao abastecimento local, a feiras e supermercados de Aracaju e Itabaiana, e que também chega à Bahia e a Alagoas. O Sertão sergipano é verdadeiramente um grande exemplo de resiliência e desenvolvimento de uma região, mesmo com as dificuldades climáticas.

JC – Os nossos perímetros irrigados são quantos? Ficam em quais municípios? Produzem o quê?
ZS – Atualmente, o governo do estado mantém seis perímetros irrigados públicos: Califórnia, em Canindé de São Francisco; Jabiberi, em Tobias Barreto; Jacarecica I, em Itabaiana; Jacarecica II, entre Malhador, Itabaiana e Riachuelo; Piauí, em Lagarto; e Poção da Ribeira, entre Areia Branca e Itabaiana. A gestão é executada por meio da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Os perímetros são grande fonte de produção de alimentos para a população e riqueza para os produtores. São hortaliças, raízes, frutas, enfim, uma diversidade de alimentos que chegam à mesa da população.

JC – É significativo o valor de produção?
ZS – Para se ter ideia do valor de produção, em cinco dos perímetros irrigados com vocação agrícola, foi registrado um quantitativo de 110.155 toneladas de alimentos produzidos em 2023, que ocuparam a área plantada de 4.971,55 hectares e tiveram um valor de produção estimado em R$ 205.167.139,88. No perímetro Jabiberi, com vocação à pecuária, foram produzidos 2.295.500 litros de leite, o equivalente a R$ 5.096.010,00.

JC- Vale a pena investir na agricultura e na pecuária de Sergipe? Há tendência de crescimento?
ZS – Os números que mostramos aqui em termos de produção, de geração de riqueza e desenvolvimento de nossas regiões não deixam dúvidas da importância da agricultura e da pecuária para a segurança alimentar e para o desenvolvimento econômico do estado, a exemplo do suco e derivados da laranja que impactam diretamente na balança comercial. Sim, a tendência é de crescimento. O governo do estado, reconhecendo a importância do setor está investindo R$ 400 milhões em três grandes ações: a construção da Adutora do Leite; implementação da Citricultura Sustentável; e a implantação do Projeto “Sertão Vivo”, esse último com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) para a região do Semiárido. Além das dezenas de ações permanentes feitas por meio da Coderse e da Emdagro, voltadas para a segurança hídrica, defesa animal e vegetal, regularização fundiária, pesquisa e assistência técnica aos produtores.

JC – É um leque de oportunidades?
ZS – Sim, de forma resumida dentro desse contexto de oportunidades que apontam para o crescimento do setor, nós temos em Sergipe produtores que têm visão de futuro e investem em tecnologia e no profissionalismo. Nós temos um governo que acredita e fomenta a agropecuária, temos agentes financeiros investindo bastante para fortalecer o setor e um mercado consumidor bastante favorável e crescente. Somado a todo esse leque de oportunidades, não podemos deixar de acreditar que o agronegócio – mesmo o pequeno, o da subsistência – seja parte importantíssima nas vidas brasileiras e sergipanas garantindo a segurança alimentar, aliás 77% das 93 mil propriedades rurais sergipanas são consideradas como agricultura familiar. Já citei no início da entrevista o grande sucesso da feira agropecuária Sealba Show, como exemplo do crescimento do setor. Outra demonstração do crescimento são os vários produtores que estão chegando a Sergipe para investir, por exemplo em fábrica de ração, áreas produtoras de milho, laranja e beneficiamento do arroz. Costumo dizer que onde há crédito, há tendência de crescimento, daí a grande contribuição dos agentes financeiros que fomentam este setor produtivo. Só por meio do Banese mais Agro foram investidos R$ 200 milhões para a agropecuária, na safra atual.

Fonte: Jornal da Cidade

Representantes de Sergipe e Bahia discutem estratégias para melhorar a gestão da Defesa Animal

Reunião teve como objetivo buscar mais eficiência nas ações entre os dois estados

Com o propósito de discutir as funcionalidades da área e de promover um intercâmbio de experiências, representantes ligados à defesa animal de Sergipe e da Bahia se reuniram na última sexta-feira, 23. O objetivo principal do encontro foi buscar uma dinâmica mais eficiente nas ações de defesa animal nos dois estados, com potencial de impacto também em outros locais do Nordeste. Durante a reunião, foram identificados pontos-chaves que interferem na evolução dessas ações, visando aprimorar sua eficiência. Em nome do Governo de Sergipe, estiveram presentes gestores da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro).

Representando a Emdagro, compareceram o presidente Gilson dos Anjos, a diretora de Defesa Animal e Vegetal, Aparecida Andrade, e o coordenador de Defesa Animal, Emerson Sales. O presidente da Agência de Defesa da Bahia (Adab), Paulo Sérgio, e o diretor da entidade, Carlos Augusto, representaram a Bahia. Os dois estados mantêm um termo de parceria.

Os representantes baianos compartilharam sua experiência recente na gestão dos programas de defesa animal, destacando os desafios enfrentados e as estratégias adotadas para tornar as ações mais eficientes em 2024. Por sua vez, os sergipanos também contribuíram, compartilhando suas práticas e pontos de vista sobre o tema.

Um dos pontos levantados pelos representantes de Sergipe foi a necessidade de diálogo com o Ministério da Agricultura para tratar de questões que impactam diretamente as ações desse órgão nos estados. Esse diálogo visa otimizar os processos e garantir uma melhor integração entre as esferas estadual e federal no que diz respeito à defesa animal.

Como encaminhamento da reunião, ficou acordada a marcação de um encontro com o Secretário Nacional de Defesa, Carlos Goulart, em Brasília, no próximo dia 14 de março. Esse encontro será uma oportunidade para ampliar a discussão sobre as necessidades e desafios enfrentados na área de defesa animal, buscando soluções conjuntas e alinhadas com as políticas nacionais.

A diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro ressaltou a importância do diálogo e da cooperação entre os estados para enfrentar os desafios comuns na área de defesa animal. “É fundamental que trabalhemos em conjunto, compartilhando experiências e buscando soluções inovadoras para garantir a saúde e o bem-estar dos animais e a segurança alimentar da população”, afirmou Aparecida Andrade.

“Essa reunião representa um passo significativo na busca por uma gestão mais eficiente e integrada da defesa animal, demonstrando o compromisso dos estados em enfrentar os desafios e promover o desenvolvimento sustentável do setor agropecuário na região Nordeste”, comentou o presidente da Emdagro.

Seagri e Adema alinham entendimento com MPF sobre a carcinicultura em Sergipe

Órgãos do governo se colocam à disposição para somar competências na regularização de viveiros e fiscalização ambiental para proteção aos manguezais

Visando à regularização da atividade de carcinicultura em Sergipe, representantes da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) e da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri) estiveram no Ministério Público Federal (MPF) nesta sexta-feira, 23, para mais uma reunião de alinhamento institucional.

Em razão do aumento da quantidade de viveiros identificados e da preocupação com os impactos ao meio ambiente, os órgãos do Governo de Sergipe se colocaram à disposição do MPF no sentido de unir competências para solucionar impasses, considerando a sua importância social e econômica para o estado.

A ideia é realizar uma mobilização conjunta para buscar a regularização dos viveiros que estejam atuando sem licença, desde que não estejam incorrendo em crime ambiental, e intensificar a fiscalização para encerrar aqueles que estiverem instalados em áreas de preservação permanente, desmatando manguezais ou realizando atividades poluidoras. 

O tema foi discutido anteriormente, em reunião realizada entre Seagri, Adema, Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e Associação dos Carcinicultores de Sergipe, na presença de um representante do Legislativo estadual.

“Entendemos a relevância da atividade de carcinicultura, mas ela precisa ser feita em obediência à legislação ambiental. Não podemos criminalizar todos os carcinicultores, porque muitos atuam dentro da legalidade. Temos nos reunido com diversos órgãos no sentido de buscar parcerias para fortalecer essa fiscalização e, em março, iremos reunir consultores ambientais atuantes nas áreas de carcinicultura para que reforcem, junto aos criadores, orientações para a obediência da legislação ambiental”, afirmou o presidente da Adema, George Trindade.

De acordo com a procuradora federal titular do 5º Ofício Ambiental, Gisele Bleggi, a preocupação do Ministério Público é, sobretudo, com as áreas em que a legislação proíbe expressamente qualquer tipo de atividade ou intervenção antrópica. “É nessas áreas que realmente precisamos agir. São elas que necessitam de uma intervenção, de maior rigor. O dano ambiental é imprescritível”, destacou.

Segundo o secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, Zeca da Silva, a Seagri tem grande interesse na regularização dos viveiros. “Sabemos que há pessoas que desvirtuam, mas a gente não pode deixar que quem anda correto pague por quem faz o errado. Por isso, viemos nos colocar à disposição do MPF, para nos somarmos nessa missão, mostrando toda boa vontade tanto da parte do órgão ambiental quanto da nossa, que somos os incentivadores da produção, que estamos sempre com nossos técnicos dando orientações em campo, ensinando as boas práticas também em relação ao meio ambiente”, concluiu o secretário.

Também participou da reunião a superintendente da Seagri, Ana Patrícia Guimarães.

Município de Cumbe recebe informações e serviços da Secretaria da Agricultura e vinculadas durante ‘Sergipe é aqui’

Programa do Governo do Estado chegou à sua 22ª edição nesta quinta-feira, 22

Localizada no agreste sergipano e distante 88 quilômetros da capital do estado, a cidade de Cumbe recebeu nesta quinta-feira, 22, a edição de número 22 do ‘Sergipe é aqui’. Tendo suas principais atividades básicas relacionadas à agricultura e à pecuária, com destaque para a produção de milho, feijão, mandioca e fava, o município contou com a presença da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e de suas empresas vinculadas. Por meio de suas equipes técnicas, a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e a Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Pronese) realizaram atendimentos a agricultores familiares e populares que visitaram a tenda da Agricultura.  

Foi o caso do produtor rural Wendel Santos Lima, que procurou o estande para se orientar sobre o Cadastro de Agricultor Familiar (CAF). ”Gostei muito do atendimento recebido, consegui tirar minhas dúvidas com o técnico da Emdagro que me falou sobre os benefícios de ter o CAF e orientou sobre alguns documentos que vou precisar para consegui-lo. Ele me explicou que será preciso passar por uma avaliação, para ver se o documento será aprovado. Daí, vou procurar a secretaria municipal de agricultura quando estiver com os documentos em mãos, e ver se consigo esse benefício”, disse o rapaz, que mora no povoado Saco Grande. O produtor foi atendido por Adalmir Alves de Jesus, chefe do escritório regional da Emdagro, de Nossa Senhora das Dores, responsável por atender também os municípios de Cumbe, Siriri e Capela.   

Já a dona de casa Marivalda Santos de Azevedo esteve no local com sua netinha, em busca de uma muda de abacate para plantar no terreno de sua casa. “Já trabalhei muito em roça. Plantei muito capim, mas hoje estou em casa, cuidando de minha família e de meus netos, e me dedico às minhas plantas. Já tenho goiabeira e queria muito ter um abacateiro também”, afirmou a senhora de 60 anos, que aproveitou o dia de ações no município para castrar seu gato de estimação. “Gostei muito dessa iniciativa do governo, pois facilitou a vida da gente que mora no interior”, destacou.

Durante as 22 edições do projeto de governo itinerante, realizado pelo Governo do Estado em vários municípios sergipanos, já foram distribuídas pela Emdagro mais de 1.100 mudas de árvores frutíferas. São pés de abacate, caju, acerola, jambo, goiaba, pinha, amora, graviola, jaca e pitanga entregues mediante cadastro no local, e que tem atraído diversos visitantes para o estande da Agricultura. Também na ocasião foram entregues para análise, aos técnicos do Instituto de Tecnologia e de Pesquisas de Sergipe (ITPS), as amostras de solo coletadas em 30 propriedades de Cumbe e regiões adjacentes.

O produtor rural Genivaldo de Oliveira recebeu os técnicos da Emdagro em sua propriedade, na semana anterior e foi até o estande acompanhar de perto a entrega da amostra de solo para análise. “Eu achei muito bom esse serviço, porque na hora em que a gente vai plantar, se não souber qual adubo usar para cada tipo de plantio, ao invés de ter um resultado  bom, os legumes vão sair ruins. A gente não sabe qual é o adubo, qual é o que presta. Do jeito que os técnicos estão fazendo para nós, vão mostrar qual o procedimento correto”, observou. De acordo com ele, se não fosse dessa forma, não teria como ser feita essa análise, pela dificuldade de se deslocar até a capital e pelos custos com que teria que arcar. Em Além das 30 amostras de solo encaminhadas para análise, a Emdagro também vacinou em Cumbe 112 fêmeas contra a Brucelose, de 14 criadores locais, sem custo algum para os proprietários dos animais.

Coderse

Como nas edições anteriores, a Coderse também esteve em Cumbe, para onde levou uma demonstração do programa ‘Água Doce’ aos visitantes. Por meio de uma maquete, que reproduz um dos 29 sistemas de abastecimento de água dessalinizada no estado, técnicos da companhia explicaram todo o processo a quem passou pela tenda da Agricultura em busca de conhecimento e informações sobre o serviços realizados.

Prazo para inscrições no Garantia-Safra é prorrogado

Agricultores terão até o dia 21 de março para aderirem ao programa

As inscrições para a safra 2023/2024 no programa Garantia-Safra foram prorrogadas até o próximo dia 21 de março. A coordenação estadual do programa, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), conseguiu, junto ao Governo Federal, prorrogar o prazo para mais 30 dias.

O programa de seguro de renda mínima, destinado às famílias de agricultores de baixa renda que vivem em municípios do semiárido, contabilizou 13 mil adesões em Sergipe, na safra anterior. “Agora em 2024 ampliamos e já estamos com 16.200 inscrições, de 24 municípios do alto e médio sertão, mas esperamos ampliar ainda mais esse número”, observa o coordenador do programa no estado, Sérgio Santana.  

De acordo com ele, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar disponibilizou para Sergipe 22 mil cotas e a equipe do programa Garantia-Safra, por meio da Seagri, está trabalhando com afinco para levar o seguro ao maior número de agricultores. “Alguns municípios ainda apresentam baixa adesão ao programa, mas estamos atuando com o objetivo de ampliarmos o alcance do seguro para que mais produtores rurais tenham acesso ao benefício”, enfatiza Sérgio Santana.

Inscrições

Para realizar as inscrições, os agricultores devem procurar as secretarias municipais de Agricultura, escritórios da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), ou sindicatos dos trabalhadores rurais, com documentos de identificação em mãos. Ao completar a inscrição, o agricultor recebe um boleto bancário, que pode ser pago na Caixa Econômica ou em casas lotéricas. “A adesão do agricultor é efetivada com o pagamento simbólico de R$ 24,00, por meio de boleto bancário”, acrescenta o gerente.

Devem se inscrever os agricultores que possuam renda familiar mensal de, no máximo, um salário mínimo e meio, que não estejam trabalhando com carteira assinada e que plantam entre 0,6 e cinco hectares das culturas tradicionais do semiárido, como feijão, milho, arroz, mandioca ou algodão. O benefício é pago quando a seca ou o excesso de chuvas provoca a perda de, pelo menos, metade da produção.

Inscrições dos agricultores familiares no programa Garantia-Safra 2023/2024 vão até o dia 20 de fevereiro

Podem participar do programa os agricultores familiares cuja renda bruta mensal seja de até 1,5 salário mínimo, excluindo a aposentadoria rural

As inscrições dos agricultores no programa Garantia Safra 23/24 estão abertas até o dia 20 de fevereiro. A ação, que faz parte do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), oferece linhas de crédito para produtores cujas safras sejam afetadas pela falta de chuva ou excesso hídrico.

O gerente do programa, Sérgio Santana, explica que para realizar as inscrições, os agricultores devem procurar as secretarias municipais de Agricultura, escritórios da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), ou sindicatos dos trabalhadores rurais, com documentos de identificação em mãos. Ao completar a inscrição, o agricultor recebe um boleto bancário, que pode ser pago na Caixa Econômica ou em casas lotéricas. “A adesão do agricultor é efetivada com o pagamento simbólico de R$ 24,00, por meio de boleto bancário”, acrescenta o gerente.

O Garantia Safra já é conhecido por garantir as condições mínimas de sobrevivência aos agricultores de diversos municípios. Neste ano, o programa busca o aumento do número de produtores nos 22 municípios participantes, como também atrair novos produtores de outras regiões que ainda não tenham aderido ao programa. 

“Já temos inscritos 15.431 agricultores; queremos ampliar o número em cada município e expandir para outros que não demonstraram interesse anteriormente. Para isso, o programa conta com o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Emdagro para realizar as inscrições”, destaca Santana.

Podem participar do programa famílias cuja renda bruta mensal seja de até 1,5 salário mínimo, excluindo a aposentadoria rural, que atenda ao requisito de cultivar lavouras não irrigadas e tenha área plantada de 0,6 a 5 hectares de arroz, feijão, milho, algodão ou mandioca. Na composição do Fundo, os agricultores contribuem com 2%, o Município com 6%, o Estado com 12% e a União com 80%, em relação ao valor pago a cada agricultor.

População de Muribeca aproveita serviços ofertados pela Agricultura durante o ‘Sergipe é aqui’

Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca esteve presente no evento com suas vinculadas, Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro) e Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse)

A população de Muribeca, no baixo São Francisco sergipano, recebeu a 21ª edição do ‘Sergipe é aqui’, realizada nesta sexta-feira, 16. A rua Padre Evêncio Guimarães ficou tomada pelas tendas dos diversos órgãos e secretarias do Governo de Sergipe, que levaram informações e serviços para o município. A Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) mais uma vez esteve presente, realizando atendimentos com os agricultores da região, com apoio de suas vinculadas – Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro) e Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse).

Técnicos e diretores estiveram presentes prestando atendimento personalizado aos agricultores que procuraram o estande da Agricultura para buscar informações sobre os programas de governo. Na ocasião, a Emdagro distribuiu 50 mudas de árvores frutíferas, de diversas espécies nativas, como jaca, caju, amora, pinha, jambo, acerola, graviola, goiaba, abacate e pitanga. “Esse projeto de governo itinerante é uma forma de estarmos mais próximos da população, principalmente da mais carente, que não tem condições de ir até a capital acessar os serviços públicos”, explicou o secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva.

Também foi feita a entrega de atestados de vacinação contra brucelose a produtores de animais que vacinaram seus rebanhos e de amostras de solo ao Instituto Tecnológico e de Pesquisas (ITPS). “Na semana anterior, nossos técnicos visitaram algumas propriedades rurais da região para coletar as amostras que agora seguem para análise pelo órgão responsável”, disse o presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos, ao observar que foram coletadas 20 amostras.

Maria do Carmo Cunha da Silva aproveitou o dia de ações em seu município e esteve na tenda da Agricultura para solicitar uma muda de caju, a fim de plantar no quintal de sua casa. “Desde que eu soube que o governador vinha até aqui, fiquei muito satisfeita. Gosto muito do trabalho dele, e não poderia deixar de vir participar desse dia de festa em minha cidade. Agora ainda vou voltar para casa com uma muda de cajueiro, que eu tanto queria”, destacou a dona de casa, que sempre gostou de lidar com a terra e cultivar outras culturas em sua propriedade, utilizando para consumo próprio e de sua família.

Para Tânia Amorim de Oliveira, também foi uma grande conquista conseguir uma muda de fruta para seu pomar. “Já tenho plantado pés de pinha, acerola e graviola. Agora também vou ter o caju, que gosto tanto. Sem falar ainda na oportunidade de participar de outras ações promovidas pelo governo hoje aqui em Muribeca”, disse a diarista, que fez a inscrição em um curso de salgados de padaria e confeitaria artesanal. “Foi muito bom para todos nós essa ação que veio beneficiar muita gente, principalmente aqueles que, como eu, não têm a oportunidade de sair daqui para buscar por serviços na capital”, enfatizou.

Já o produtor rural Carlos Alberto Pereira da Costa foi até o local para receber o atestado de vacinação de seus animais contra brucelose. Com 15 cabeças de gado, entre animais de corte e leite, o produtor demonstrou satisfação ao receber em sua cidade o documento, que certifica a capacidade de seu rebanho em produzir livre da doença. “Se não fosse assim, eu teria que ir até Aquidabã para buscar meu certificado, sem falar também que a vacinação foi gratuita e, assim, não tive que gastar para imunizar meu rebanho”, afirmou o pequeno  produtor, que mora com a mulher e dois filhos no povoado Quixaba e vacinou dez de seus animais.

Exposição de maquete

Como acontece em todas as edições do programa ‘Sergipe é aqui’ a Coderse também esteve presente em Muribeca, onde expôs a maquete de uma unidade de produção de água dessalinizada do Programa Água Doce. O diretor-presidente, Paulo Sobral, e técnicos da companhia participaram do evento, em que prestaram informações sobre a locação, perfuração, limpeza e teste de vazão em poços comunitários, bem como informações sobre a instalação, manutenção e recuperação de sistemas simplificados de abastecimento de água.

Agricultores garantem acesso contínuo a políticas públicas por meio do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar

Emdagro prevê um aumento de cinco mil emissões do documento

Com um quantitativo aproximado de quase dez mil Declarações de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), programadas para vencer até novembro deste ano, em Sergipe, os agricultores familiares do estado têm a oportunidade de garantir o acesso contínuo a políticas públicas essenciais. Ao renovarem suas Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAPs), os agricultores serão migrados para o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), mantendo assim seu acesso aos benefícios governamentais.

A Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), com seus 36 escritórios distribuídos pelo estado, emite esses documentos fundamentais para os agricultores familiares e busca facilitar o processo de renovação das DAPs, orientando os agricultores sobre a importância do CAF e como vinculá-lo durante a renovação. 

A meta do órgão para este ano é atender 28 mil CAFs, um aumento significativo em relação ao ano anterior, quando foram emitidas 23.176. “Com a entrada de novos técnicos concursados, a empresa está preparada para fortalecer ainda mais o suporte aos agricultores familiares na emissão do documento, que tem validade de dois anos”, disse o presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos.

O CAF desempenha um papel fundamental na identificação e qualificação das Unidades Familiares de Produção Agrária (UFPA) e suas formas associativas, como associações e cooperativas. Com ele, os agricultores têm acesso a uma gama de políticas públicas, incluindo Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), Seguro da Agricultura Familiar (Seaf), Garantia-Safra, linhas de crédito, entre outros programas essenciais para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar.

“O CAF está dividido em grupos, que são os grupos A, A/C, B e V. A maioria dos agricultores está inserida no grupo ‘B’, e pode, dentre outras coisas, ter acesso a linhas de créditos. Por exemplo, um agricultor ou agricultora que estiver cadastrado nesse grupo, poderá pegar dez mil reais em crédito, se for homem, e 12 mil reais se for mulher, com taxa de juros de 0,5% ao ano, e terá um desconto 40% se ele ou ela for do semiárido, e de 25% fora do semiárido”, exemplificou Gilson dos Anjos.

O presidente reforçou ainda o compromisso da empresa em apoiar os agricultores familiares. “Estamos trabalhando para facilitar o acesso dos agricultores às políticas de apoio governamental, garantindo que eles tenham todas as ferramentas necessárias para prosperar e contribuir para o desenvolvimento de Sergipe”, afirmou dos Anjos. A orientação da Emdagro sobre a vinculação das DAPs ao CAF durante a renovação é fundamental para garantir que os agricultores familiares continuem a ter acesso aos benefícios governamentais de forma contínua e sem interrupções.

Perímetros irrigados do Governo de Sergipe geram polos de desenvolvimento agrário no estado

Suporte de abastecimento hídrico e assistência técnica são determinantes para a produção de diversas culturas, gerando emprego e renda

Para garantir subsistência e oportunidade a milhares de sergipanos, o Governo de Sergipe mantém por todo o estado perímetros irrigados públicos estaduais. Com eles, o Estado conduz o funcionamento do sistema de abastecimento de água bruta para irrigação. A política gera emprego e renda no campo, garante a permanência do trabalhador na zona rural e cria condições de trabalho, além de colaborar para a segurança alimentar e nutricional em todo o território estadual.

Atualmente, o Governo do Estado mantém seis perímetros irrigados públicos: Califórnia, em Canindé de São Francisco; Jabiberi, em Tobias Barreto; Jacarecica I, em Itabaiana; Jacarecica II, entre Malhador, Itabaiana e Riachuelo; Piauí, em Lagarto; e Poção da Ribeira, entre Areia Branca e Itabaiana. A gestão é executada por meio da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

Histórico

Técnico agrícola atuante no perímetro Califórnia à época de sua inauguração, Edmilson Cordeiro recorda o início do projeto. “Por volta de 1986, houve a desapropriação de duas fazendas: Califórnia e Cuiabá. O nome do perímetro veio daí. Até hoje existem os setores Cuiabá e Califórnia, apesar de o local inteiro ter recebido um nome só. O perímetro foi inaugurado em 1987, e, hoje, é um dos sustentáculos econômicos da região”, narra.

São 1.360 hectares irrigados e 373 lotes agrícolas. À época da inauguração, se plantava apenas quiabo, milho e feijão-de-corda. Há cerca de 15 anos, a fruticultura foi iniciada, com a vinda de mudas de outros locais do Brasil. Hoje, destacam-se também as produções de acerola, goiaba, aipim, abóbora e hortaliças. A produção é destinada ao abastecimento local, a feiras e supermercados de Aracaju e Itabaiana, e também chega à Bahia e a Alagoas.

Já no perímetro Jabiberi são 220 hectares de área irrigável e 96 lotes agrícolas, onde predominam a produção de leite, com 650 vacas alimentadas com material forrageiro irrigado e 60 irrigantes. No Jacarecica II, são 820  hectares e 344 lotes, com destaque para as culturas da cana de açúcar, aipim, banana e batata-doce. No perímetro Piauí, 703 hectares e 421 unidades produtivas agrícolas são base para a produção de pimentas destinadas à indústria de molhos e conservas, batata-doce, amendoim, quiabo, milho verde, mandioca, aipim, maracujá e hortaliças. E no Poção da Ribeira, são 650 hectares e 466 unidades produtivas, onde o destaque é a produção de batata-doce, quiabo e hortaliças.

“Se não fosse a irrigação, aqui não teria nada. O perímetro foi um celeiro criado no semiárido para evitar o êxodo rural. Antes, o produtor tinha que ir para outros locais para procurar emprego. Por aqui só tínhamos pescador e vaqueiro, e precisamos transformá-los em agricultores. Eles tinham a agricultura de subsistência anual, nas chuvas de inverno. Mas, com a chegada do perímetro, melhorou bastante, porque começaram com a agricultura irrigada. E essa mudança de consciência veio com o Governo do Estado e a Cohidro, hoje Coderse”, conta Edmilson sobre o perímetro Califórnia, mencionando uma experiência que ocorreu de forma similar, guardadas as proporções, em todos os perímetros.

Assistência

Para que o produtor se adapte a novas culturas e saiba a melhor forma de manejo daquilo que planta, os técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos da Coderse atuam em todos os perímetros irrigados prestando assistência técnica. Além de ajudar no controle de pragas e doenças, os profissionais auxiliam na correção de solo e na utilização dos equipamentos de irrigação. No perímetro Califórnia, por exemplo, são seis técnicos em atividade, cada um cuidando de um dos setores nos quais a área se divide.

“Para aumentar a produtividade de uma área, precisamos de um processo de análise de solo bem feito, de uma adubação de fundação bem feita e dos parcelamentos de adubação de cobertura posterior, além de uma variedade altamente produtiva. Também é preciso ter um manejo adequado”, explica o técnico em agropecuária da Coderse que atua no perímetro Califórnia, Luiz Roberto Rocha.

A inserção de tecnologias e a adoção de práticas sustentáveis também fazem parte do trabalho de assistência. É o caso do uso de fertilizantes e defensivos orgânicos, da rotação de culturas, da fertirrigação e da mudança de métodos de irrigação, como o gotejo, a aspersão e a microaspersão.

“Nosso objetivo é fazer com que o produtor melhore de vida. Ou seja, que ele diminua os custos de produção e aumente a produtividade, e que ele consiga vender o produto por um preço justo. Todos os produtores que acolheram nossas sugestões por aqui melhoraram suas condições de vida”, detalha Luiz Roberto.

Estrutura

O trabalho de assistência permite que o governo alcance o produtor do perímetro de forma integral, para além do abastecimento hídrico. E em se tratando da parte estrutural dos perímetros irrigados em Sergipe, diversos investimentos vêm sendo feitos para garantir a cobertura das propriedades e o bom funcionamento dos sistemas e suas instalações.

Ao longo do ano passado, 32 mil metros de mangueiras para irrigação localizada foram distribuídos nos perímetros. O trabalho do Governo de Sergipe, por meio da Coderse, também envolve a limpeza e recuperação de placas em canais, recuperação das estradas vicinais, limpeza e drenagem em lotes, assim como melhorias nas estruturas desses territórios.

“Cada perímetro conta com pessoal técnico para fazer reparos em tubulações, conexões e manutenção de bombas e motores elétricos. A Coderse também promove licitação para seleção de empresas especializadas na recuperação de bombas e motores, e regularmente realiza obras em estações de bombeamento, barragens, reservatórios, adutoras e canais de irrigação”, informa o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Depoimentos

O apoio estrutural e técnico oferecido pelo Governo de Sergipe, por intermédio da Coderse, faz a diferença na vida dos produtores. É o caso de José Matos, que está há mais de 30 anos no perímetro Califórnia e acompanhou seu crescimento. Em seu lote, a cultura principal é o milho, embora também produza abóbora, quiabo e outras variedades. A produção do milho já tem destino certo: vai para Salvador, para uma fábrica de pamonha. E os restos culturais se transformam em silagem para alimentar o gado da região.

“Vi o progresso que a região teve com o perímetro. A vida da agricultura familiar é árdua. As pessoas chegam ao supermercado e não sabem o trajeto que a mercadoria percorreu até chegar ali e o que aconteceu para ela chegar à mesa, para ser consumida. Em algumas culturas, a gente precisa cuidar de 70 a 90 dias. Também há um cuidado específico do preparo do solo, o tempo de estrada, e tudo isso exige mão de obra. Sem contar os técnicos, que dão o sangue e têm toda a boa vontade”, afirma.

Windson Silva Aragão, gerente do lote de José Matos, complementa: “Se não fosse o governo trazer água para cá, não tinha nada. O mais importante é a água, que é barata, praticamente de graça. O preço cobrado é irrisório. E se não fosse o apoio dos técnicos, a gente também não andava”.

Brendo Eduardo Nunes de Araújo, o Dudu, tem 22 anos e é filho de José de Araújo Lima, conhecido como Sérgio de Bel. Juntos, pai e filho cuidam da propriedade de 14 tarefas no perímetro Califórnia, que produz milho, feijão e quiabo. Eles ressaltam a importância da parceria entre Governo de Sergipe e produtores.

“Desde criança que eu trabalho aqui com meu pai. Já cheguei a morar fora, mas sempre voltava para trabalhar. É o que eu sempre gostei, estou aqui de cinco da manhã a seis da tarde, todo dia. Os técnicos sempre estão por aqui, ajudando e monitorando para saber o quanto a gente está plantando, se a água está chegando certinho e se a gente está precisando de alguma coisa. Isso é em todo lugar. Nessa região, graças a Deus e ao governo, a gente é rico por isso: pela água, que muitas cidades vizinhas não têm e precisam. Pagamos pouco e usufruímos muito. Aqui, todo mundo vive do perímetro irrigado”, descreve Dudu.

Ivonaldo Lima Silva trabalha na produção de acerolas, e afirma ter nascido e se criado cuidando da terra. Mesmo tendo morado em outros estados, ele retornou a Canindé de São Francisco para seguir na lavoura. Ele recorda que o apoio da Coderse foi um diferencial para sua lida diária.

“A gente trabalhava com a mangueira de gotejo, e o pessoal da Coderse deu a sugestão de mudar a irrigação tradicional para o microaspersor. Para a gente ficou melhor, porque nos livrou do peso. É mais sossegado. A produtividade também melhorou. Antigamente, a gente tinha que esperar uma hora de água pra depois mudar os canos. Agora, você molha três a quatro tarefas de uma vez só. A gente faz a programação com base no que os técnicos orientam”, lembra.

Destaques na produção

A atuação da Coderse nos perímetros irrigados, somada ao esforço incessante dos produtores e dos trabalhadores rurais, vem rendendo grandes resultados para a agricultura e a pecuária sergipanas. Nos cinco perímetros irrigados com vocação agrícola, foi registrado um quantitativo de 110.155 toneladas de alimentos produzidos em 2023, que ocuparam a área plantada de 4.971,55 hectares e tiveram um valor de produção estimado em R$ 205.167.139,88. No perímetro Jabiberi, com vocação à pecuária, 2.295.500 litros de leite foram produzidos, o equivalente a R$ 5.096.010,00.

Um dos destaques no estado é a batata-doce, que registrou aumento de produção de 80% entre 2022 e 2023. De um ano para o outro, o volume aumentou de 11.025 toneladas para 19.841. A raiz é produzida por todos os cinco perímetros com vocação agrícola. Já o tomate teve aumento de 160% na produção, saltando de 344 toneladas em 2022 para 849 em 2023. Produzem o fruto os irrigantes dos perímetros Califórnia e Piauí. Quanto ao feijão-de-corda, o crescimento na produção foi de 41%: de 686,2 toneladas em 2022 para 966,3 em 2023. A leguminosa é produzida nos perímetros Califórnia, Piauí e Jacarecica I e II.

No perímetro Jabiberi, onde predomina a pecuária de leite, a produção aumentou em 26%. Foram 1.826.478 em 2022 contra 2.295.500 litros em 2023. Já o milho verde teve aumento de 20% na produção. As 4.795 toneladas  produzidas em 2022 se converteram em 5.733 em 2023. Produzem o cereal irrigantes de todos os cinco perímetros com vocação agrícola. O amendoim aumentou a produção em 19%, indo de 815 toneladas em 2022 para 967 em 2023. A leguminosa, que cozida é Patrimônio Imaterial Sergipano, também é produzida em todos os cinco perímetros com vocação agrícola. Outro aumento considerável, de 23%, ocorreu na safra do mamão, que é produzido no perímetro Piauí. Em 2022, foram 141 toneladas, enquanto em 2023 foram 174.

“Juntos, os seis perímetros irrigados administrados pela Coderse injetaram em seus municípios, a partir da comercialização da produção irrigada, R$ 210.263.149,88 em 2023. Só no perímetro Jabiberi, o leite bruto, que rendeu mais de R$ 5 milhões, foi convertido em laticínios e gerou uma renda somada de R$ 11.384.838,00. Em Itabaiana, nos perímetros Poção da Ribeira e Jacarecica I, foram gerados R$ 64.229.486,25 para os 590 irrigantes. Em Areia Branca, Malhador e Riachuelo, gerou-se o equivalente a R$ 88.667.195,31.Já em Lagarto, o perímetro Piauí garantiu aos 421 irrigantes a renda de R$ 6.349.595,60. Em Canindé, a renda obtida com a venda de frutas, hortaliças, cereais e material forrageiro foi de R$ 45.920.862,72. Esses bons números refletem, para além de índices econômicos, o compromisso do Governo de Sergipe com a população do campo e com o desenvolvimento social do estado”, sublinha o diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral.

Governo

Última atualização: 15 de fevereiro de 2024 08:18.

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