Belivaldo autoriza concurso da Emdagro com 55 vagas

Documento destina 10 vagas para Engenheiros Agrônomos, 10 para Médicos Veterinários e 35 para Técnicos Agrícolas, com atuação voltada ao interior de Sergipe

O governador Belivaldo Chagas oficializou a autorização para realização de concurso para provimento de cargos da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). O documento especifica a abertura de 55 vagas no total, com seleção de profissionais Engenheiros Agrônomos, Médicos Veterinários e Técnicos Agrícolas. Todos os selecionados serão lotados para atuação no interior do Estado.

A autorização visa ampliar os quadros da Empresa nas áreas de Assitência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa, Defesa Agropecuária e Ações Fundiárias, assegurando o desenvolvimento sustentável e o bem estar da sociedade. Para o cargo de Engenheiro Agrônomo são destinadas 10 vagas. O mesmo quantitativo é destinado ao cargo de Médico Veterinário, enquanto 35 vagas estão direcionadas a Técnicos Agrícolas. Haverá, ainda, formação de cadastro reserva para convocações futuras.

“Há muitos anos não havia o concurso, muitos servidores já se aposentaram ou foram embora. Então, esse novo quantitativo vai nos dar condições de ampliar nosso alcance, sobretudo no interior. Trabalhamos com aproximadamente 30 a 40 mil agricultores, e o concurso vai nos possibilitar avançar, principalmente em um momento em que o Brasil passa por uma grave deficiência em relação à assistência técnica e à defesa agropecuária. O concurso é de suma importância para o estado e o governador teve grande sensibilidade, pois a Emdagro é uma empresa que tem 60 anos e, por seu trabalho, precisa ter continuidade por muito mais”, afirma o diretor-presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza de Carvalho.

Com a autorização, a Secretaria de Estado da Admnistração (Sead) deverá prosseguir com a contratação da banca realizadora, a qual deve ser concluída no prazo de 30 dias. “Até o final de outubro deveremos lançar o edital. Em média, as provas acontecem no período de 45 a 70 dias após o lançamento do edital, o que neste caso significa até o mês de dezembro. Portanto, ainda em 2022 o concurso será realizado”, assegura o titular da Sead, Manuel Dernival Neto.

Histórico

A realização do concurso da Emdagro foi anunciada pelo governador Belivaldo Chagas ainda em dezembro de 2021, durante transmissão via redes sociais. Na oportunidade, o chefe do Executivo estadual apontou a defasagem nos quadros da empresa. “Há necessidade por conta de muita gente que foi para aposentadoria”, resumiu à época.

Jefferson Feitoza destaca algumas das diferentes demandas incorporadas pela Empresa em todo o território sergipano. “Fazemos a fiscalização de nossas fronteiras com todos os estados para que não entrem doenças não só de animais, mas também das culturas. Fazemos a inspeção de todos os frigoríficos do estado e o controle e fiscalização dos agrotóxicos que por aqui circulam. Prestamos assistência técnica, orientando os agricultores a produzirem para ter retorno financeiro, criando empregos. Portanto, este concurso é fundamental para a melhoria de nosso trabalho diário”, informa o presidente da Emdagro.

Censo estadual da aquicultura e pesca começa pelo município de Nossa Senhora do Socorro

A Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (SEAGRI) anunciou que nesta terça-feira, dia 6 de setembro, inicia a realização do Censo Estadual da Aquicultura e Pesca. O censo recolherá informações que servirão para a elaboração de políticas públicas para os setores aquícola e pesqueiro. O estudo é executado pelo Estado de Sergipe, sob a coordenação da Seagri, em parceria com a Prefeitura de Socorro, Associação de Criadores de Camarão de Sergipe (ACES), Universidade Federal (UFS), Instituto Federal de Sergipe (IFS), Observatório de Sergipe e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apoio das diversas entidades participantes do Núcleo de Pescado.

O gestor governamental e chefe da Assessoria de Planejamento da Seagri, Arlindo Nery, falou da necessidade de se obter dados oficiais sobre a produção aquícola e pesqueira. “Para planejarmos políticas públicas é necessário entendermos como está a cadeia produtiva. Neste sentido, estamos cumprindo as orientações do Secretário de Estado da Agricultura e Pesca, Zeca da Silva, no sentido de fazer este levantamento. Estamos iniciando por Nossa Senhora do Socorro, através da Secretaria Municipal de Agricultura, Irrigação e Pesca que se disponibilizou para ser uma experiência piloto. É um município com produção bastante relevante que servirá de modelo para aplicarmos a metodologia nos demais municípios”, pontuou.

O gestor da Secretaria de Agricultura, Irrigação e Pesca do município de Nossa Senhora do Socorro, Davi Lopes Fernandez, disse que existe possibilidade de a produção ser maior do que a estimada atualmente. “Em 2019 fizemos um levantamento prévio e contatamos um valor de produção de R$18 milhões, de lá para cá estimamos um aumento de 40% no valor da produção de camarão, peixe e outros pescados”. Ele explicou que a prefeitura entrou na parceria de realização do censo disponibilizando os pesquisadores e a logística local necessária. “Estamos disponibilizando seis pesquisadores para aplicação dos questionários e material de georreferenciamento”, detalhou Davi.

O presidente da Associação dos Criadores de Camarão (ACES), Luiz Marques, falou da importância da participação dos pesquisadores locais que têm credibilidade junto aos produtores. “Foi uma decisão certa deixar a aplicação dos questionários por pesquisadores do município, indicados pela prefeitura. Eles já conhecem a região e os produtores que também se sentem tranquilos em responder para quem já conhece”. Já o representante da UFS, José Milton Barbosa, destacou o sentido deste cadastramento para os produtores. “Esse dimensionamento serve para verificar quem são os produtores, quanto se produz, qual a espécie produzida, qual a área de produção, para que os criadores possam pleitear suas necessidades junto ao poder público”.

A expectativa das instituições é concluir a 1ª etapa – carcinicultura – do levantamento a ser realizado em Nossa Senhora do Socorro no prazo de trinta dias úteis. Depois, as respostas dos produtores serão tratadas e vinculadas ao levantamento georreferenciado que proporcionará dados fidedignos da aquicultura e pesca da região. Todo trabalho de tratamento dos dados será realizado pelas equipes da Seagri e do Observatório de Sergipe, concluindo com a tabulação final por parte da equipe do IBGE.

Conforme informou o gestor governamental e chefe da Asplan da SEAGRI, no mês de outubro, depois da avaliação do projeto-piloto e possíveis ajustes, a pesquisa será replicada nos demais municípios.

Pecuarista sergipanos exibem o bom momento na produção de leite

A festa “Amigos do Leite” é uma tradição no povoado Santa Rosa do Ermírio, em Poço Redondo

Produtores do alto sertão sergipano realizam a 11ª edição da festa “Amigos do Leite” entre os dias 01 a 03 de setembro, no povoado Santa Rosa do Ermírio, em Poço Redondo. O evento tem como principal objetivo reunir os produtores de leite da localidade, e está consolidado como o maior da região. Segundo os organizadores, só neste povoado é registrada uma produção de mais de 200 mil litros de leite ao dia. A programação contou com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca, da Emdagro, e tornou-se espaço de oportunidade de venda para empresas do agronegócio.

De acordo com o organizador, Odair José, a festa atrai expositores de todo o Nordeste e funciona como um cartão-postal do que é produzido na região. “Realizamos a festa com a participação de 60 amigos, produtores de leite, sendo pequenos, médios e grandes e contamos atualmente com 180 animais puros, da raça Girolando, devidamente registrados. Também esse ano estamos com 300 agricultores familiares participando do evento”, disse Odair, que é produtor rural, ao destacar na programação do evento a realização de uma palestra sobre nutrição animal, tendo como mediador um zootecnista da Universidade Federal de Sergipe.

A produção de leite no Estado cresceu 28,99% no primeiro trimestre de 2022, se comparado ao mesmo período do ano passado, de acordo com um estudo recente realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta que Sergipe produz, em média, 1 milhão de litros de leite por dia. Tais dados, colocam Sergipe em destaque, já que a produção caiu na maioria dos estados brasileiros e na média nacional. Um dos motivos para o aumento da produtividade se deve ao investimento em tecnologias, como também às melhorias no manejo sanitário e na capacitação dos produtores.

Cohidro e irrigantes de Itabaiana querem implantar campos experimentais de agricultura regenerativa para batata-doce

Agricultores atendidos com irrigação pública pretendem implantar dois campos experimentais de agricultura regenerativa em lotes de produtores de batata-doce do Perímetro Irrigado Jacarecica I, mantido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Itabaiana. A técnica, que busca a recuperação dos solos e das características perdidas pelo uso excessivo de agentes degradantes, possibilita a restauração de todo o sistema de produção de alimentos, e foi apresentada aos irrigantes no início do mês, por um especialista em microbiologia e melhoramento genético. Em encontro com agricultores, técnicos da Cohidro e do Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec), ele falou sobre a tecnologia, que utiliza insumos agrícolas à base de microrganismos, inoculantes, probióticos e ácido silícico.

Para saber mais e conhecer a aplicação in loco, os agricultores também querem fazer uma visita de campo a uma fazenda na Bahia, onde a técnica já foi testada nesse tipo de plantio. O engenheiro agrônomo Lúcio Argôlo explicou aos agricultores e técnicos como funciona a sua experiência em Teixeira de Freitas (BA), que elevou a produção de 13 para 30 toneladas por hectare. “O meio ambiente está muito degradado e, por isso, os próprios produtos químicos deixam de fazer efeito com o passar do tempo, porque a planta está sob estresse constante. Então, a gente recompõe toda essa fase de solo e a nutrição da planta em si de uma forma natural, e fazemos a diminuição desses químicos, com a utilização de produtos biológicos, trazendo maior sanidade a essa planta e maior eficiência, com menor custo”, explicou.

Isaias Costa, irrigante do perímetro Jacarecica I, informou que quer separar um espaço para o especialista testar o novo produto. “Eu gostei da demonstração; a palestra foi boa, só estou aguardando a convocação para a gente ir até essa fazenda e ver como funciona a coisa. Estou interessado. Quero ver se consigo fazer alguma coisa também pelo meu terreno, em um lugar pequeno. A expectativa aqui é produzir mais e diminuir custo, pois a gente gasta com coisas que nem precisa”, expôs o agricultor, que é assistido pela Cohidro com o fornecimento de água para irrigação e assistência técnica agrícola.

Segundo Fernando Andrade, engenheiro Agrônomo da Cohidro, tanto a empresa pública quanto os produtores aprovaram a tecnologia apresentada, pelos resultados alcançados no estado vizinho. “O trabalho é uma experiência desenvolvida junto a produtores de batata-doce de Teixeira de Freitas, com a utilização de bioinsumos, que vêm aumentando potencialmente a produção agrícola e a rentabilidade. Como consequência da reunião, foi abordada a realização de uma visita dos técnicos e produtores do perímetro ao município baiano, no sentido de conhecer os trabalhos lá desenvolvidos e, em seguida, disponibilizar área para a realização de experimento no perímetro de Itabaiana, para a consequente difusão e apropriação da tecnologia”, explicou.

Após assistir à apresentação do case da lavoura baiana onde já é aplicada a agricultura regenerativa, Dione Passos, também irrigante do perímetro Jacarecica I, passou a acreditar que, se tornando mais sadia, sua batata-doce terá maior valor agregado de venda. “Ele pode nos ajudar porque estamos correndo atrás de melhoria, que é o que o mercado exige. Então eu acredito que isso vai sim melhorar a nossa vida, o nosso planejamento, para obtermos uma mercadoria melhor. Ela estando mais bonita, melhora o preço de venda e, é claro, se torna melhor de vender, melhor de comércio”, avaliou o agricultor após o encontro, do qual também participou o gestor de Biotecnologia do SergipeTec, Alexandre Guimarães, que fez a aproximação entre os agricultores e a tecnologia da agricultura regenerativa, trazida ao estado pelo especialista.

Agricultores familiares precisam estar formalizados para participar do Alimenta Brasil

Cohidro orienta produtores dos perímetros irrigados na preparação para o envio de propostas de entrega de alimentos ao programa

Agricultores familiares de todo o país estão na expectativa para que o Governo Federal abra o prazo para o recebimento de propostas para o Programa Alimenta Brasil (PAB). No final de julho, a Medida Provisória 1130/22 autorizou a liberação de R$ 500 milhões para o programa, que atua na aquisição de alimentos da Agricultura Familiar. Em Sergipe, a equipe da assistência técnica que atua nos perímetros irrigados estaduais presta assessoria às associações e cooperativas de irrigantes, para que estejam formalizadas e aptas à participação no PAB; e também no envio e execução das propostas.

A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) calcula que, em 14 anos, os perímetros irrigados estaduais movimentaram mais de R$ 10,6 milhões através dos quase 1.700 projetos aprovados, somando a entrega de 4,2 mil toneladas de alimentos produzidos por agricultores irrigantes ao PAB (antes chamado Programa de Aquisição de Alimentos – PAA). Na modalidade ‘Compra com Doação Simultânea’, o programa realiza a doação dos alimentos adquiridos a entidades que atendem pessoas socialmente vulneráveis. O quantitativo é suficiente para alimentar, pelo período médio de um ano, 155.701 pessoas em situação de insegurança alimentar.

O técnico da Diretoria de Irrigação da Cohidro, Sandro Prata, explica que tanto o agricultor quanto as entidades representativas, que farão as propostas, precisam estar formalizadas. “Primeiro o produtor precisa atualizar a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) para a pessoa física junto à Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe). Este documento atesta a condição de agricultor familiar, que é necessária para participar do Alimenta Brasil. A partir dessa DAP individual, as associações e cooperativas emitem a DAP de pessoa jurídica. Também é necessário que estas instituições façam o cadastro institucional e de seus integrantes no Sican (Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais, Público do Programa Alimenta Brasil, Cooperativas, Associações e demais agentes), para que na hora de enviar as propostas, por este mesmo sistema, elas serem reconhecidas”, explica.

Andressa Moraes é tesoureira da Associação Comunitária e Produtiva dos Moradores do Povoado Fazenda Grande e Adjacências, que está atualizando sua documentação para participar do PAB. “Estamos encaminhando toda a documentação após a DAP jurídica ter sido aprovada, para que a gente possa participar do Alimenta Brasil. A Cohidro tem nos ajudado muito, com orientação a respeito de como fazer a Declaração de Aptidão, fazendo o acompanhamento técnico aqui junto aos produtores. É muito importante ter esse acompanhamento, e o gerente está sempre à disposição para nos ajudar”, relata.

Irrigante do perímetro Piauí, Elvis Barbosa está fazendo a DAP pela primeira vez, também com o auxílio da Cohidro. “A palestra sobre a formalização da DAP foi muito boa, porque tivemos muita informação. O pessoal foi bem minucioso, passou a documentação necessária que a gente precisa. Foi bem detalhado. Essa regularização de documentos vai me ajudar a abrir muitos caminhos até o financiamento de minha produção”, pontua o produtor. Para ele, participar do Alimenta Brasil “é uma oportunidade para fazer um bom escoamento da produção, pois o preço é bem melhor do que o da região”.

Em reunião realizada no último dia 17, agentes de crédito do Banco do Nordeste apresentaram a linha de crédito rural ‘Agroamigo’ aos produtores do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto. Durante o encontro, os técnicos da Cohidro expuseram os benefícios de ter a DAP, que também é necessária ao cadastro deste tipo de financiamento para a Agricultura Familiar. “Falamos sobre a DAP jurídica e sobre a importância dos produtores participarem da associação, porque alguns deles ainda não sabiam. Os incentivamos a participar, porque segundo o Governo Federal, está para sair este dinheiro para comprar produtos da agricultura familiar através da Conab”, destacou o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida.

Barragens cheias animam produção irrigada em perímetros estaduais

Perspectiva é de não faltar água para produção agrícola nos períodos de estiagem

As barragens que fornecem água aos perímetros irrigados de Poção da Ribeira e Jacarecica I, em Itabaiana; Jacarecica II, em Malhador; Piauí, em Lagarto; e Jabiberi, em Tobias Barreto, estão cheias graças ao período de chuvas contínuas no estado de Sergipe. Esta notícia afasta o risco de desabastecimento hídrico nos períodos de escassez de chuvas, regularizando a situação da irrigação pública ofertada pelo Governo do Estado nestes polos de produção agrícola. Já entramos na segunda quinzena do mês de agosto, quando em anos anteriores esses reservatórios já tinham começado a ser usados para a irrigação, e a chuva ainda cai, mantendo o nível máximo das barragens e dispensando a rega das plantas na maioria dos dias.

Segundo a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), é sempre neste mês que as chuvas se tornam menos frequentes e as lavouras voltam a ter necessidade de serem irrigadas, quando se retoma o serviço de irrigação nos seus perímetros irrigados. Para o engenheiro agrônomo desta empresa pública, Paulo Feitosa, este serviço tem uma grande importância socioeconômica para o Estado.

“Em repetição, anualmente, são áreas plantadas de em torno de 6.000 hectares irrigados. Nessas áreas, a exemplo de 2021, colhem mais de 90 mil toneladas de produtos agrícolas dos campos irrigados, isso praticamente está beneficiando por volta de 1.500 pequenas famílias, já que aqui a nossa base é a produção familiar”, destacou Paulo Feitosa. No ano passado, o valor da produção dos agricultores atendidos pelos seis perímetros estaduais foi de mais de R$ 137 milhões. “Isso é de extrema importância não só para as pessoas que vivem disso, o pequeno produtor, mas toda a movimentação da economia local, porque dentro da produção agrícola você envolve maquinários, assistência, insumos, adubos, sementes etc. Então, nisso tudo há uma movimentação dinâmica muito grande no local e no regional”, concluiu o agrônomo da Cohidro.

Agricultor irrigante que produz com a água fornecida pelo perímetro Jacarecica I, José Valdeir dos Santos está satisfeito com a chuva caindo ainda em agosto, esperançoso para um verão de grande produção, com a água que a barragem cheia acumulou. “Melhor assim, porque nós aqui plantamos no período de verão, então o período de inverno estamos quase parando. Só algumas lavouras que aguentam chuva, como o pepino e a alface, que precisa da terra bem molhada. [A barragem cheia] a gente vê assim com muita alegria. Sofremos tanto com a seca que tivemos, e agora ver ela assim transbordando, é só saúde agora, para começar um verão com força total. Quando tirar aqui agora [o pepino] vai ser a batata-doce, que é a mais plantada durante o verão. Ela e o amendoim”, adiantou.

Segurança Hídrica

O engenheiro agrônomo Paulo Feitosa, com base no acompanhamento feito pela própria Cohidro e pela Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, reforça que todas as barragens administradas pela empresa estão com 100% do volume útil reservado. “Neste ano, graças a Deus, todos os reservatórios verteram durante um bom tempo e alguns ainda continuam. Isso praticamente está assegurado [água] para, talvez, até o próximo inverno. Nós estamos com uma perspectiva muito boa e não visualizamos carência hídrica para a atividade advinda desses reservatórios. São cinco barragens do Estado que têm a finalidade de fornecer água para a irrigação, no caso da exploração agrícola, principalmente de culturas olerícolas. Sendo que quatro delas destinam-se também para o consumo humano”, destacou.

Emdagro entrega sementes de arroz aos produtores do Baixo São Francisco

Produtores prejudicados pelo excesso de chuvas recebem maior quantidade de sementes

Estamos no período de plantio do arroz em Sergipe que iniciou em julho e vai até final de setembro. Para a safra 2022, os irrigantes parceleiros dos perímetros irrigados de Cotinguiba/Pindoba, Betume e Propriá, no Baixo São Francisco, receberam 125 toneladas de sementes certificadas de arroz, doadas pelo Governo Estadual, por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). Segundo os agricultores, este foi um dos anos mais aguardados para o recebimento das sementes subsidiadas pelo governo, em virtude dos danos causados pelas chuvas que afetaram a colheita do grão na safra anterior.

O presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza de Carvalho, foi quem fez a entrega oficial, representando o Governador Belivaldo Chagas e o Secretário de Estado da Agricultura Zeca da Silva, e contou com as presenças da Secretária de Agricultura de Ilha das Flores, Celi Calulby, do Coordenador Regional da Empresa, Paulo Roberto Barbosa, dos supervisores locais dos municípios de Propriá e Neópolis, Edmundo Gualberto Batista e José Heriberto Vieira, respectivamente, e do Coordenador de Desenvolvimento Rural, Ary Bomfim.

Jefferson destacou que o programa de distribuição de sementes possibilita o incremento da produção de alimentos para consumo familiar, como também para a geração de excedentes comercializáveis, gerando emprego e renda ao produtor rural. “O Governo do Estado faz anualmente a aquisição e distribuição de sementes certificadas de arroz aos produtores da região do Baixo São Francisco, por entender a importância econômica e social dessa atividade no Estado de Sergipe”, destacou.

O presidente frisou também que, com o advento dos danos e perdas de safra no ano passado, provocados pelo excesso de chuvas e, consequentemente, acamamento da cultura de arroz, muitos produtores de arroz foram prejudicados. “Ao todo 59 produtores, 15 do perímetro irrigado de Betume e 44 do Cotinguiba/Pindoba, foram os mais prejudicados com o excesso de chuvas. Para estes produtores, o Governo do Estado distribuirá uma quantidade maior de sementes de arroz, como forma de compensação pelas perdas ocorridas, isso tudo em comum acordo com as representações dos perímetros irrigados, Secretaria de Estado da Agricultura e Emdagro”, destacou o presidente.

O secretário de Estado da Agricultura disse que Sergipe reafirmou a decisão de assegurar mais sementes para os produtores que tiveram perda total. “Não poderíamos deixar o produtor sem a condição de plantar, portanto, aqueles que tiveram perda total está recebendo mais sementes para compensar o prejuízo”. Conforme informou o secretário, citando dados do IBGE, Sergipe é o terceiro maior produtor de arroz do Nordeste com estimativa de produzir 39.281 toneladas na safra 2022, e deve manter-se como o maior em rendimento médio da região na produção de arroz com 7.654 Kg/ha.

Segundo o produtor Carlos Alberto de Freitas, conhecido como Gararu, as sementes entregues pelo Governo do Estado são de boa qualidade. “São sementes certificadas das variedades Catiana e 431 que se adaptaram muito bem à nossa região, garantindo uma produtividade muito boa, ou seja, aproximadamente 10 toneladas por hectare produzido”, contou Gararu.

Também estiveram presentes na entrega das sementes representantes da Associação do Perímetro Irrigado de Propriá, Crizelvan Souza Cardoso, da Associação do Perímetro Cotinguiba/Pindoba, João Marcos R. Santos, da Associação do perímetro irrigado de Betume, Carlos Alberto de Freitas, Genivaldo Souza Rocha e Ezio Ramos.

Emdagro fiscaliza casos de raiva em bovinos no município de Siriri

A doença é considerada uma zoonose o que pode contaminar todos os mamíferos, inclusive o homem

Médicos Veterinários da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) realizaram fiscalização em propriedades rurais no povoado Siriba, no município de Siriri, região leste do estado, para averiguar suspeitas de raiva em bovinos, equinos e asininos (jumentos) que apresentaram sintomatologia nervosa, como incoordenação motora, movimentos de pedalagem e óbitos. A doença é uma zoonose e não tem cura.

A equipe da Defesa Animal da Emdagro foi acionada pelos próprios proprietários dos animais que enviaram vídeos produzidos por celular em que mostravam alguns animais com sintomas da Raiva. “Chegamos em uma das propriedades e verificamos o óbito de um potro um jumento que apresentavam sintomatologia compatível de raiva paralítica. Na ocasião, foram coletados os materiais para análise no Laboratório Central de Sergipe (Lacen)”, disse Marcella Porto.

Segundo a Veterinária, além da coleta das amostras, a equipe da Emdagro aproveitou e orientou os proprietários sobre os cuidados e a importância da vacinação contra a raiva. “Também tivemos uma conversa com a Secretaria Municipal de Saúde/Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica do município, para que eles promovessem a vacina contra a raiva de todas as cinco pessoas que mantiveram contato com os animais doentes. E, frisamos a importância da notificação à Emdagro de casos suspeitos da doença, que pode ser feita pessoalmente, pelo telefone 3234-2634, whatsapp (79 9 9191-4341) ou pelo e-mail codea@emdagro.se.gov.br “explicou Marcella.

A veterinária informou ainda que a Emdagro é o órgão responsável por operacionalizar o Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) em Sergipe. O trabalho desenvolvido pela empresa prevê a vigilância ativa em áreas de maior risco de raiva, a investigação epidemiológica e laboratorial de todos os casos suspeitos da doença em herbívoros domésticos e em morcegos. A empresa faz também o diagnóstico laboratorial acessível a todos os casos suspeitos, a vacinação estratégica dos herbívoros domésticos; o uso da pasta anticoagulante em animais espoliados por morcegos, nos rebanhos de maior risco de raiva; como também o monitoramento de morcegos hematófagos visando detecção de atividade viral nas colônias.

Na continuidade do processo, o responsável pela equipe de captura de morcegos da Emdagro foi até o local logo após a realização da fiscalização para localização e georreferenciamento de furnas e capturas de morcego.

Raiva dos Herbívoros

A raiva é uma doença letal causada por um vírus, que pode acometer todos os mamíferos, inclusive os seres humanos. Ela é transmitida por meio da arranhadura, mordedura ou lambedura de animais raivosos. Animais de produção: geralmente apresentam raiva paralítica, começando com mudança de comportamento e evoluindo para perda de apetite, andar cambaleante, dificuldade de respirar e engolir, paralisia e morte. A melhor forma de prevenção é a vacinação periódica dos animais.

Pesquisas nas áreas de carcinicultura e bovinocultura destacam aspectos sustentáveis

Resultado de editais de pesquisa da Fapitec foram apresentados durante reunião na Seagri

Pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe e do Instituto de Tecnologia e Pesquisas da Universidade Tiradentes estiveram reunidos na última terça, dia 09, com o secretário de Estado da Agricultura (Seagri), Zeca da Silva, para apresentarem o resultado de estudos em duas áreas estratégicas para o Estado. As pesquisas realizadas por meio de edital, lançado em 2018, pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec), tratam sobre a sustentabilidade da bovinocultura leiteira no alto sertão sergipano e sobre a sustentabilidade da carcinicultura no baixo São Francisco. Também participaram da reunião os diretores da Fapitec, Ronaldo Guimarães (presidente) e Alex Garcez (diretor Financeiro); o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia, José Augusto de Carvalho e o chefe da Assessoria de Planejamento da Seagri, Arlindo Nery.

Conforme um dos resultados apresentados, será possível produzir um novo fertilizante para uso nas lavouras agrícolas, a partir dos resíduos coletados nos tanques de criação de camarão em cativeiro (carcinicultura). “Observamos que esse é um material extremamente rico em componentes que podem ser utilizados como nutrientes. O resultado da pesquisa demonstrou a viabilidade do reaproveitamento dos resíduos da carcinicultura para a melhoria da fertilidade do solo e crescimento das plantas É um resíduo que seria descartado e pode virar adubo para utilização na agricultura, em forma de fertilizantes de liberação lenta”, destacou a professora da UFS e coordenadora da pesquisa, Luciane Pimenta.

Para o diretor-presidente da Fapitec, Ronaldo Guimarães, foi importante fazer essa interlocução entre os pesquisadores que detém essas tecnologias nas áreas pesquisadas e a Secretaria de Agricultura, a fim de que o resultado desses estudos sejam amplamente disseminados e cheguem até o pequeno produtor. “Os dois estudos fazem parte de um edital lançado pela Fapitec em 2018 e representam um volume de recursos de mais de R$ 500 mil, oriundos do tesouro do Estado, com propostas apresentadas para a área da carcinicultura e também para a bovinocultura, essa última que teve entre os estudos apresentados, o desenvolvimento de queijos com baixo teor de lactose”, observou Ronaldo ao explicar que ao total foram apoiados seis projetos, sendo três em cada área, da carcinicultura e bovinocultura.

O secretário Zeca da Silva agradeceu a presença dos pesquisadores pelos esclarecimentos sobre as pesquisas realizadas e pela grande importância que o resultado delas terá para essas duas áreas estratégicas no setor agropecuário. “São estudos que representam contribuições muito importantes, porque além de fazer a análise do impacto de duas cadeias produtivas que têm grande relevância socioeconômica para Sergipe, também apresentam sugestões de aperfeiçoamento e de manejo sustentável para o desenvolvimento destas atividades”, enfatizou.

Irrigante é exemplo de autossuficiência na produção de carne e leite

A produção de vegetais gera renda extra e seus restos culturais servem para complementar dieta alimentar dos animais, que dão leite e a carne

Para além da produção de hortaliças e grãos, a irrigação é, cada vez mais, uma forte aliada na pecuária de corte e leiteira. Principalmente no Nordeste, onde os períodos de estiagem mais prolongados dificultam a produção de plantas forrageiras. Exemplo disso é a propriedade agrícola de Gival Souza, em Lagarto, no Centro-Sul Sergipano. Ele experimenta um certo grau de autossuficiência na criação de bovinos, caprinos e ovinos. Em um ciclo virtuoso, o pequeno agropecuarista utiliza a variedade de capim BRS Capiaçu e restos culturais como ração para a criação de animais que, por sua vez, geram esterco para a adubação destas plantações. O sistema funciona durante todo ano, a partir da água fornecida pelo serviço de distribuição pública estadual do Perímetro Irrigado Piauí.

“Sobre o Capiaçu, pesquisando vídeos na internet, vi a grandeza, as propriedades que ele tem, as proteínas. Então, eu entrei em contato com a Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), porque eu queria plantar esse capim. E eles me orientaram a forma de plantar em valas, colocando adubo supersimples (fósforo, cálcio e enxofre) no primeiro plantio. Primeiro fiz a sementeira e da sementeira, replantei em 10 linhas de 40 metros. O que está dando para suprir a necessidade do meu rebanho”, pontuou o produtor Gival Souza, irrigante do perímetro administrado pela Cohidro, empresa que também fornece a assistência técnica rural aos lotes irrigados. Atualmente o rebanho do pequeno criador é de 15 ovelhas, 8 cabras e 2 vacas.

Dentre as três criações, Gival Souza está investindo mais nas cabras. “O leite de cabra está sendo bem aceito no mercado, para quem tem problema de rejeição à lactose, porque tem um baixo teor de lactose. Estou até me juntando com o pessoal aqui do povoado Brejo, para formar uma cooperativa e fazer uma fábrica de laticínio de leite de cabra. Crio vaca também, tenho piquetes que dão para todo rebanho. Tenho duas vacas e todo ano elas dão duas crias. Vendo o leite das vacas para uma sorveteria local, e está dando certo. A comida do gado eu produzo aqui na propriedade, através do perímetro irrigado, da irrigação. Porque planto a macaxeira, para a venda no comércio e a que sobra o gado come. Planto o milho verde, vendo as espigas e a palha, faço a silagem para o gado e tem o capim, o BRS Capiaçu”, contou o produtor.

O técnico da Cohidro, Jackson Ribeiro, que presta assistência técnica aos produtores em Lagarto, ensina que o corte do BRS Capiaçu deve ser aos 50 dias depois de plantado, período em que a planta terá em torno de 2,5m de altura e o seu nível de proteína bruta será de aproximadamente 9,7%. “O caso do produtor Gival é especial para nós, porque ele produz seu próprio insumo. Ele está iniciando uma criação de caprinos, tem ovinos, também tem bovinos e vem seguindo toda recomendação que a Cohidro passa, cortando o capim bem rente ao chão, que vai facilitar o perfilamento do capim. Quando chega no final da capineira, que são 450m², a parcela cortada no início já está boa de cortar de novo”, explicou o técnico.

O lote de Gival Souza tem um total de 2 hectares (ha), sendo 0,4 ha irrigável, onde ele planta macaxeira, milho e o BRS Capiaçu. O restante ele usa para plantar mandioca, que dispensa o uso de irrigação, mas que as suas folhas e ramos (manivas), também servem de ração animal. “Ele não compra ração e essa é uma novidade para o pequeno produtor rural que produz tudo na sua propriedade. Ressaltando que ele também planta milho e tudo isso é possível por conta da irrigação”, avalia Jackson Ribeiro. “Vale destacar que a Embrapa fez vários testes em 17 estados do Brasil com o ‘capim elefante’, onde 50 clones foram testados, chegando ao que foi batizado de BRS Capiaçu, o melhor que se adaptou à nossa região”, complementou Jackson Ribeiro.

Governo

Última atualização: 17 de agosto de 2022 09:51.

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