Chuvas enchem barragens de Itabaiana ajustadas pelas obras de desassoreamento do Governo do Estado

Obras do Pró-Campo continuarão ampliando leito da barragem do Ribeira até que o nível da barragem permita o trabalho das máquinas

A água voltou a reabastecer os dois reservatórios do Governo do Estado em Itabaiana, com as chuvas ocorridas no final do mês de maio e início de junho. Depois de meses de racionamento severo e até interrupção do fornecimento de água para a irrigação, os níveis das barragens públicas voltaram a se normalizar. A barragem do perímetro Jacarecica I alcançou sua capacidade máxima e verteu, ainda em maio. E agora, faltam poucos centímetros para o mesmo ocorrer na barragem do perímetro da Ribeira, onde as obras de desassoreamento executadas pelo Programa Pró-Campo, farão com que os próximos anos sejam de maior oferta de água. Assim que as chuvas cessarem e as plantações precisarem de irrigação, os agricultores vão poder contar com o fornecimento de água executado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).

A barragem do perímetro Ribeira, está com 69,2% do seu volume útil e subindo, segundo leitura da Serhma da manhã de 02/06. “As chuvas mais recentes mostraram o quanto foi importante fazer esse trabalho de desassoreamento, fizemos no tempo correto. O Governo tem visto essa situação com bons olhos e viabilizou os recursos através do Pro-Campo para essa ação”, comemorou Zeca da Silva, secretário de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento e da Pesca. 

Diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral fala que esta era a notícia que todos estavam esperando. “Com as barragens voltando a encher, fica bem distante o risco dos agricultores atendidos pela Cohidro voltarem a sofrer com racionamentos ou paralização. Ainda mais com as obras do Pró-Campo, que estão retirando muito do material acumulado ao longo dos 35 anos de funcionamento do perímetro da Ribeira. Recuperando a capacidade de acúmulo de água original da barragem”, analisa. A barragem da Ribeira tem seu uso compartilhado com o abastecimento humano em quatro municípios. Com o volume a da água chegando a níveis críticos no final do mês de março, uma portaria da Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (Serhma) proibiu o uso daquela água para agricultura.

“A chuva não acertou ainda, e estamos aí esperando só encher agora, com fé em Deus, e melhorar a situação para todo mundo. Deus ajude que continue irrigando como vinha antes, porque quando ela estava cheia, não faltava água para o produtor. E com essa estiagem que deu que não encheu esse ano, só ‘meiada’, aí é prejuízo para todo mundo. É de grande importância essas máquinas trabalhando aí, esse investimento. Deus ajude que continue”, pediu o agricultor irrigante do perímetro do Ribeira, João Domingos. Ele está só aguardando, agora há qualquer momento, a chuva certeira que vai fazer o reservatório do seu perímetro verter água. Com a capacidade de armazenamento completa e maior, por conta das obras de desassoreamento.

Pelo Pró-Campo, São R$ 4.910.772,90 em recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), investidos pela Cohidro em recuperação de barragens. Incluindo na soma o grande reservatório do perímetro da Ribeira, a companhia vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e Da Pesca (Seagri), pretende recuperar 20 barragens de médio porte e 1.000 pequenas barragens. Diretora de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Cohidro, Elayne de Araújo expõe que o foco do programa, além do atendimento emergencial ao perímetro de Itabaiana, são os pequenos criadores. “São aguadas, comunitárias ou particulares, que são usadas principalmente para a dessedentação animal. Em municípios onde foi decretado o Estado de Emergência Devido à Seca”, informa.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca reforça que a preocupação do Governo do Estado com as reservas de água dos perímetros não vem de agora e muito está sendo feito. “De 2015 a 2020, somente em segurança e recuperação de barragens e na modernização de perímetros irrigados de Itabaiana, foram aplicados via Programa ‘Águas de Sergipe’ (PAS), quase R$ 23 milhões. E o que mais vem provocar impacto no volume de água utilizado pelos perímetros, foi a completa modernização do sistema de irrigação. Saíram os ultrapassados aspersores e entrou a irrigação localizada por microaspersão”.

Governador participa das comemorações pelos 60 anos da Emdagro e autoriza concurso público

Durante a solenidade, foram entregues veículos e equipamentos num investimento de R$ 1,5 milhão

O governador Belivaldo Chagas participou nesta quinta-feira(02), da solenidade em comemoração aos 60 anos da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). Na oportunidade, foram entregues veículos e equipamentos, que auxiliarão no trabalho desempenhado pelos servidores da empresa, no valor total de aproximadamente R$ 1,5 milhão. 

“A Emdagro tem uma história vida, com relevante serviços prestados, não apenas ao pequeno produtor, mas ao grande produtor também. Afinal de contas, do pequeno ao grande, eles são responsáveis por colocar o alimento na mesa dos nossos sergipanos. Seja na área de extensão rural, assistência técnica, na área de inspeção animal. Enfim, é a Emdagro sempre presente e, portanto, 60 anos, onde temos muito a comemorar e por isso mesmo nós estamos aqui para participar desse momento ímpar , no qual temos a entrega de veículos e equipamentos para facilitar o trabalho dos servidores”, pontuou o governador Belivaldo Chagas que recebeu uma placa do órgão, como forma de agradecimento.

A Emdagro celebrou oficialmente 60 anos e as comemorações estão acontecendo ao longo do ano de 2022. Para o diretor-presidente do órgão, Jefferson Feitoza, o momento é de fortalecer ainda mais a atuação da empresa. “Ela foi criada com o intuito de prestar assistência técnica rural para os sergipanos, num processo educativo, com inovação tecnológica e crédito rural. Hoje ela agrega uma junção de atividades, no intuito de fortalecer a sociedade rural e ao longo desses anos, nós passamos a ser uma empresa com muitos braços, passamos a trabalhar com regularização fundiária, no qual já entregamos milhares de títulos, de forma gratuita, regularizando as condições dos agricultores. Além disso, realizamos a defesa animal e vegetal, que é aquele procedimento que a gente atende aos agricultores, dando condição da melhoria da sua produção, ou seja, levando para sociedade produtos com sanidade, produtos com garantia, além da própria assistência técnica na produção de alimentos que é uma questão essencial”, pontuou.

Concurso Público

Durante a solenidade, o governador assinou autorização para a realização de concurso público para a Emdagro, para provimento de 55 vagas. O governador já havia solicitado a realização do concurso público e enviado Projeto de Lei à Alese para adequação do quadro de pessoal, aprovado no último dia 18 deste mês.

 “Há uma necessidade de recompor o quadro do órgão, são muitos anos sem concurso e muitos servidores entrando no processo da aposentadoria e a necessidade de repor. Resultado de um trabalho de equilíbrio fiscal e melhoria das condições financeiras do Estado”, disse Belivaldo.

Para o diretor-presidente da Emdagro, o concurso renova as possibilidades de atuação do órgão. “Vamos juntar a experiência dos profissionais já existentes com os que estão chegando. Serão profissionais que vão ser capacitados e colocadas à disposição do meio rural, até porque é uma reivindicação forte de todos os setores do meio rural para que a gente amplie nosso quadro. E o governador Belivaldo foi muito sensível a nossa demanda. Portanto, serão inicialmente 55 vagas para cargos, a exemplo de engenheiro agrônomo, veterinário e técnicos agrícolas”, disse Jefferson Feitoza.  

Veículos e equipamentos

Foram entregues 19 veículos, adquiridos com recursos de convênios da Emdagro com o Ministério da Agricultura, para serem utilizados na execução das atividades técnicas de Empresa em áreas de Defesa Animal e Vegetal. São 12 veículos no valor de R$ 871.470,00, do convênio da Defesa Animal e Vegetal – Emdagro/Ministério da Agricultura e 7 veículos no valor de 475.300,00, fruto do Covênio de Assistência Técnica e Extensão Rural- Emdagro/ Ministério da Agricultura. 

“Além de comemorar 60 anos da Emdagro, estamos aqui entregando parte dos convênios que existem entre o MAPA e o órgão, entregando viaturas, tanto para a defesa agropecuária como para assistência técnica. Com certeza, a população rural será a mais beneficiada”, declarou o superintendente do Ministério da Agricultura, Haroldo Araújo Filho.

Além da entrega de veículos às unidades regionais do órgão, foram entregues notebooks e desktops. Foram entregues, também, aos escritórios locais 50 aparelhos celulares e tablets, adquiridos com recursos do Programa Ater Digital – convênio firmado entre a Emdagro e Ministério da Agricultura, no valor de R$ 69.000,00. Os equipamentos ajudarão a comunicação entre os técnicos e agricultores assistidos.

Parceria

Na ocasião, foi assinado termo de colaboração técnica entre a prefeitura de Indiaroba e a Emdagro, no qual serão cedidos sete profissionais da prefeitura para o órgão, no intuito de ampliar a atuação da instituição na localidade.  “A gente está muito feliz com essa parceria, a gente tem certeza que quem está na ponta, o agricultor, que é o nosso grande objetivo, vai ficar mais feliz ainda”, destacou o prefeito de Indiaroba, Adinaldo do Nascimento.

Sobre a Emdagro 

Criada em 23 de maio de 1991, a Emdagro tem como propósito atuar nas áreas de assistência técnica, extensão rural, pesquisa, defesa agropecuária a e ações fundiárias, assegurando o desenvolvimento sustentável e o bem-estar social. A Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe possui área de atuação em todo o estado. Atualmente, a empresa conta com 35 escritórios locais, 4 regionais e uma sede.

Agricultores devem colher 2,8 milhões de espigas de milho verde irrigado no período junino

A estimativa de produção de espigas para as festas deste ano supera em torno de 300 mil unidades à colheita de 2021

O milho verde é cultivado o ano inteiro nos perímetros públicos de irrigação do Governo do Estado de Sergipe, mas nas festas juninas ganha um destaque especial na cozinha, devido à grande demanda pelo incremento no consumo in natura cozido ou assado, servindo de base para a canjica, pamonha e bolos, o que leva também ao aumento na produção.

Segundo dados da Companhia de Desenvolvimento de Recurso Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), empresa pública vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), em quatro dos seus seis perímetros irrigados – Califórnia, Jacarecica I, Jacarecica II e Piauí – são esperados 2.847.200 de espigas colhidas até o final de junho. A Califórnia, situado em Canindé de São Francisco, é onde está sendo aguardada a maior colheita com 1.158.000 espigas para o período junino.

O secretário de estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, está otimista com a produção de milho verde nas áreas irrigadas que, segundo ele, somada à produção para forragem e para comercialização do grão, consolida o cultivo de milho em Sergipe. “Estamos vivendo dois momentos importantes: o da colheita do milho verde para os festejos juninos, com safra superior ao ano passado; e outro momento de início do plantio para produção do grão nas áreas de sequeiro, com estimativa superior a 740 mil toneladas. A consolidação dessa cultura é resultado do esforço dos produtores na aplicação correta das tecnologias e o apoio decisivo do Governo Estadual para os pequenos, médios e grandes produtores”, destaca o secretário.

O diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, ratifica o otimismo na produção de milho verde nos perímetros irrigados administrados pela empresa pública. “Mesmo com alta nos preços dos insumos, a expectativa do irrigante é a de que estas festas juninas superem, em muito, as dos dois anos anteriores, quando tinha o isolamento social da pandemia. Por isso que a nossa estimativa de produção de espigas para as festas deste ano supera em torno de 300 mil unidades à colheita de 2021”, reforça.

O presidente ainda informa que, caso as espigas não sejam comercializadas, não há perdas nas lavouras de milho. “Se não vender as espigas, o irrigante tem comércio para vender a produção e forma de forragem para a pecuária ou então produzir o milho em grão, que também está com um preço ótimo de mercado.  A Cohidro fornece água de irrigação e assistência técnica, o que reduz os custos de produção para este agricultor”, concluiu Paulo Sobral.

Um dos exemplos de boa colheita vem do agricultor Jackson Simões Fontes, do Perímetro Irrigado Piauí, município de Lagarto. Ele é filho de agricultores e sempre trabalhou com o cultivo irrigado. Hoje, em sua terra, tem reservadas duas tarefas exclusivas para o milho verde.

“A colheita de milho e amendoim é certa todos os anos. Ano passado colhi 7 mil espigas, e agora em 2022 ano estou fazendo experiência com duas variedades diferentes e espero colher, no mínimo, 10 mil espigas. Também tenho uma tarefa de amendoim”, diz o produtor.

O gerente do perímetro Piauí mantido pela Cohidro, Gildo Almeida, ainda informou que a previsão do ano atual para todo o perímetro é produzir 579 mil espigas, numa área equivalente a 18,1 hectares.

Seagri planeja realização de censo sobre pesca e aquicultura em Sergipe

O objetivo é verificar quem são os produtores, quanto se produz, qual a espécie produzida, qual a área de produção e se há beneficiamento do produto

O Núcleo de Pescados da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca reuniu instituições para planejar o censo da pesca e aquicultura em Sergipe. O encontro aconteceu na última quarta-feira, 25, no espaço do Instituto Fecomércio localizado na Avenida Ivo do Prado, e contou com a participação de representantes de instituições de ensino, comércio, empresas do setor produtivo e instituições públicas.

O chefe da Assessoria de Planejamento da Seagri, Arlindo José Nery Neto, disse que existe uma carência muito grande de dados oficiais sobre a produção pesqueira. “Para planejarmos políticas públicas é necessário entendermos como está a cadeia produtiva. Neste sentido, o secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, convidou os representantes das instituições justamente para pensarmos juntos uma estratégia para realização de um censo estadual, com objetivo de verificar quem são os produtores, quanto se produz, qual a espécie produzida, qual a área de produção e se há beneficiamento do produto”.

Para o gestor da Secretaria de Agricultura, Irrigação e Pesca do município de Nossa Senhora do Socorro, Davi Lopes Fernandez, existe possibilidade de a produção ser maior do que a estimada atualmente. “Só em Socorro, o valor da produção foi R$ 18 milhões em 2019, de lá para cá estimamos um aumento de 40% no valor da produção de camarão, peixe e outros pescados”, argumenta Davi. Ele acrescentou que o município estava com uma pesquisa municipal pronta, como formulário baseado em questionário da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), mas preferiu apresentar a proposta para apreciação das instituições que compões o Núcleo de Pesca da Seagri e participar de uma pesquisa única de âmbito estadual.

O coordenador da Câmara da Pesca da Fecomércio, Humberto Eng, ratificou a importância da geração de dados por meio da mensuração da produção do setor da pesca, para que políticas públicas que fortalecerão o setor sejam pensadas.

A representante do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Hellie Núnes, responsável pela pesquisa agropecuária reforçou sobre a necessidade de articulação entre as instituições para alcançar o objetivo de entender o setor. “Temos um levantamento feito, em outubro, pelo Banco do Nordeste para o Programa de Desenvolvimento Territorial que pode nos ajudar nesse trabalho. Nós do IBGE nos colocamos à disposição para contribuir na elaboração de um formulário único a partir das contribuições dos demais participantes”, acrescentou.

O chefe da Assessoria de Planejamento da Seagri, Arlindo Nery, avaliou como positivo o resultado do encontro que recolheu contribuições das várias instituições para realização do formulário de pesquisa que será sistematizado pelo IBGE e aplicado com apoio logístico das prefeituras e monitoramento da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do Instituto Federal de Sergipe (IFS). “A determinação do Governo de Sergipe, por meio da Seagri é avançar nesse diagnóstico, com o qual contamos também com o Observatório de Sergipe, para avançarmos nas políticas públicas de fortalecimento da Pesca e Aquicultura”.

Composição do Núcleo

O Núcleo da Pesca é composto por diversos atores da cadeia produtiva: Associação dos Criadores de Camarão do Estado de Sergipe, Embrapa, Fecomércio, Instituto Federal de Sergipe – IFS, IBGE, Observatório de Sergipe, Sebrae, Senar, Secretaria da Agricultura, Irrigação e Pesca de Nossa Senhora do Socorro, Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e Turismo de Indiaroba, Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca de São Cristóvão, Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Brejo Grande, Universidade Federal de Sergipe – UFS.

IBGE mantém boas expectativas para safra 2022 de milho em Sergipe

Mesmo com chuvas irregulares e aumento no custo de produção, agricultores estão com boas perspectivas para a safra 2022

É tempo de cultivo do milho em Sergipe. A produção de milho em condições de sequeiro para comercialização do grão tem safra estimada pelo IBGE em 748.992, garantindo posição de Sergipe como 4º maior produtor de milho do Nordeste e o 2º em produtividade, com média de 4.662 Kg por hectares. Pelos dados fornecidos pela Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Emdagro), caso se mantenha um bom período chuvoso e aplicação correta das tecnologias é possível um rendimento médio melhor na colheita prevista para o mês de outubro.

O milho já se consolidou como principal lavoura sergipana, aumentando exponencialmente a quantidade produzida nos últimos dez anos, sem que decorram aumentos na mesma proporção em sua extensão territorial. O secretário de estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, explica que a liderança da cultura do milho decorre de várias causas. “Podemos afirmar que o aumento na produção e produtividade do milho tem vários fatores, entre eles, a introdução das boas práticas cultivares, mecanização de alta tecnologia e insumos adequados, acesso ao crédito por bancos públicos – entre eles o Banese e Banco do Nordeste. Além disso, os preços atrativos no mercado nacional e internacional e os incentivos fiscais do Governo de Sergipe, que desde 2019 reduziu a alíquota do ICMS de 12% para 2%, são também fatores significativos para a conformação do milho como produto do agronegócio”, avalia.

Para a equipe técnica da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), o processo de expansão da cultura do milho se estende principalmente pelos territórios agrestino e sertanejo. O grão já está presente em dezesseis municípios e ocupa mais de 90% das áreas de lavoura em todos eles, sendo Carira e Simão Dias os que apresentam maior produção e produtividade. O chefe do escritório da Emdagro em Simão Dias, Cézar Valadares, destaca o crescimento na produção local. “Nossa previsão é de crescimento de 26 mil hectares plantados em 2021 para 28 mil hectares em 2022. Aqui no município 90% das áreas já estão plantadas e outros 10% aguardam as chuvas nesta segunda quinzena de maio para fazer o plantio”. Ele também destaca a alta na produtividade com acompanhado rendimento médio dos últimos anos entre 6 a 7 mil quilos por hectare.

O produtor Neilson Conceição Santos, no povoado Coração de Maria, município de Simão Dias, conta que já tem 150 hectares plantados com o milho germinado e mais 320 hectares em fase de plantio. “As chuvas foram boas em abril e muitos colegas já plantaram, mas como meu maquinário é maior resolvi aguardar as chuvas do mês de maio que atrasaram um pouco, mas nossa expectativa é de boa produção. A janela de plantio está aberta até meados de junho”. Segundo Neilson, a grande dificuldade é o aumento no custo de produção em mais de 100%. “O que mais está impactando no custo são os preços do diesel e dos fertilizantes”, destaca o produtor.

O produtor Antônio Souza de Moraes, conhecido como Cipriano no povoado Aroeira, disse que apesar do aumento no custo de produção espera vender o milho com o preço justo para o produtor. “A procura do milho é boa em todo o Brasil, eu particularmente já vendi para vários estados, mas tenho vendido principalmente para Pernambuco. O preço da saca de milho está sendo vendida hoje a R$ 80, mas esperamos que melhore por causa do aumento no custo de plantio. Se permanecer por esse preço vamos ter prejuízo”, explica.

No município de Carira a previsão também é positiva. Para o chefe do escritório local, José Ananias Rezende, a previsão é de que a área plantada seja maior que a média municipal de 30 mil hectares de milho. “Aqui em Carira, cerca de 50% dos produtores já realizaram o plantio, mas os demais aguardam uma situação climática mais benéfica para a safra de milho atual. As chuvas são fundamentais para o desenvolvimento de todo ciclo de plantio, importante para quem já plantou em abril e para quem pretende plantar até meados de junho”, pontua Ananias.

Sergipe inicia a primeira etapa da campanha contra Febre Aftosa

Ao longo do mês de maio serão vacinados apenas animais de até 2 anos de idade, mas todo o rebanho terá que ser declaração

O Governo do Estado informa que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) inverteu a faixa etária dos bovinos e bubalinos que deverão ser vacinados nesta primeira etapa da campanha de vacinação contra a Febre Aftosa, que tem início no último dia primeiro se estendendo até o dia 31 de maio. A faixa etária de até 24 meses era contemplada sempre no mês de novembro quando da realização da segunda etapa. A medida visa evitar desabastecimento do imunizante.

“Deverão ser imunizados 470 mil animais de até 24 meses de idade, mas a declaração junto à Emdagro deve ser de todo o rebanho, mesmo que eles não sejam vacinados”, é o que alerta a Diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade. Segundo ela, a declaração dos animais deverá ser feita de acordo com o número de animais declarados na campanha anterior, incluindo, apenas, os animais que nasceram ou morreram e se houver diferenças na quantidade de animais declarados, o criador deverá a entrada e a saída da propriedade através da Guia de Trânsito Animal (GTA).

Ainda segundo a diretora, aqueles produtores que não estiverem com seus cadastrados atualizados, deverão comparecer em um escritório da Emdagro e fazer essa atualização. “Alertamos aos produtores que não comprem vacinas antes de atualizarem seus cadastros junto à Emdagro, porque sem essa atualização cadastral eles não poderão comprar os imunizantes”, frisou.

Após  vacinar o rebanho o produtor poderá imprimir a declaração, preencher, assinar e enviar via Whatsapp para o telefone 79 99191-4341 ou pelo e-mail codea@emdagro.se.gov.br, com cópia da carteira de identidade ou de motorista. Caso queira, poderá também se dirigir a um escritório da Emdagro para preenchimento e assinatura da declaração. Caso o produtor necessite enviar um representante, este deverá comparecer munido de uma procuração assinada e autenticada em cartório.

“Alertamos ao produtor rural que, em caso de envio da declaração por e-mail ou Whatsapp, ele deverá ficar atento para o fato da mesma apresentar alguma divergência, pois não será concluída. Neste caso, a declaração constará como não concluída e o produtor deverá procurar um escritório da Emdagro para sanar as pendências”, alertou a diretora.

Seagri participa de encontro nacional sobre agricultura de baixa emissão de carbono

Na pauta, o plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas Visando à Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura

Representantes da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) participaram da I Reunião Nacional do Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, chamado ABC+.  O plano, com vigência até 2030, tem como objetivo avançar nas soluções tecnológicas sustentáveis para a produção no campo e a melhoria da renda do produtor rural, com foco no enfrentamento da agropecuária às mudanças do clima. O encontro, que iniciou dia 2 de maio, encerrou nesta quinta-feira(05), no auditório do Ministério da Agricultura.

Nas últimas décadas tem se verificado a ocorrência das maiores temperaturas históricas em várias regiões do mundo, bem como a maior ocorrência de eventos climáticos extremos (secas prolongadas e chuvas intensas, incidência de furacões, tornados, ciclones, etc.). De todas as atividades econômicas, a agricultura é a mais sensível à mudança do clima. Além de poder ser afetada negativamente, a agricultura e a pecuária são atividades que geram emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) para a atmosfera, podendo contribuir para o efeito estufa e aquecimento global ao mesmo tempo em que pode sofrer consequências destes fenômenos.

De acordo com o plano, as políticas públicas de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano e Programa ABC) podem contribuir significativamente para o desenvolvimento sustentável de sistemas de produção agropecuária, em especial a recuperação de pastagens degradadas e os sistemas de plantio que integra agricultura, pecuária e floresta.

O Plano ABC foi estruturado em sete Programas: 1) Recuperação de Pastagens Degradadas; 2) Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs); 3) Sistema Plantio Direto (SPD); 4) Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN); 5) Florestas Plantadas; 6) Tratamento de Dejetos Animais; e, 7) Adaptação a Mudanças Climáticas.

Os representantes da Secretaria de Estado da Agricultura, Arlindo Nery, chefe da Assessoria de Planejamento da Secretaria, acompanhado do assessor técnico, Dielson Barreto, reafirmaram a importância da participação da Seagri no Grupo Gestor Estadual. “A equipe técnica da secretaria está à disposição para participar do Grupo Gestor Estadual, em parceria com a Superintendência Federal da Agricultura e outros atores. Pretendemos, a partir desse grupo, encaminhar ações que estejam em sintonia com o plano nacional ABC+. No âmbito estadual, existem propostas como: transferência de tecnologia, capacitação de técnicos e produtores rurais, fortalecimento da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), implantação de Unidades de Referência Tecnológica (URTs), etc.”, pontua Arlindo Nery.

Equipe técnica da Seagri visita a Feira para Indústria de Lácteos

Equipe da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca realiza visita técnica à FORLAC – Feira para Indústria de Lácteos. O evento acontece na cidade de Lambari, no sul de Minas Gerais, entre os dias 03 a 05 de maio, possibilitando informações e conhecimentos sobre o que existe de mais inovador em termos de tecnologia e processo na produção de queijos e outros derivados do leite.

Na oportunidade, os técnicos participaram de palestras sobre as novas tecnologias na produção de queijos e derivados do leite, como também realizaram contatos com fornecedores que possam atender às novas demandas do setor lácteo em Sergipe. Para os organizadores a feira é também uma grande oportunidade para se fazer negócios, visto que reúne as principais lideranças desse setor produtivo, vindas de todo o Brasil para buscar parcerias e novos fornecedores.

Para o um dos integrantes da equipe técnica, médico veterinário, Celio da Cruz Fontes, ratifica o valor positivo na busca por tecnologias inovadoras. “Sem dúvida um intercâmbio proveitoso que, com certeza, servirá de parâmetro para a orientação dos pequenos e médios fabricantes de queijos do nosso estado. É a Secretaria de Agricultura do Estado de Sergipe sempre buscando o melhor para os nossos produtores”, destaca o veterinário.

Cohidro destaca produção irrigada de alimentos em Encontro de Ceasas do Brasil

Estrutura da Central de Abastecimento de Aracaju pertence à Cohidro e Associação dos Usuários da Ceasa de Aracaju (Assuceaju) administra o espaço

O I Encontro de Gestores de Ceasas do Brasil ocorreu, em Aracaju, nos dias 28 e 29 de abril, reunindo 39 representantes de centrais de abastecimento de 20 estados e foi organizado pela Assuceaju, em parceria com a Associação Brasileira das Centrais de Abastecimentos (Abracen). Evento que contou com palestras, homenagens aos comerciantes pioneiros da Ceasa Aracaju e participação, por videoconferência, da Federação Latinoamericana de Mercados de Abastecimento (FLAMA).

O presidente da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), Paulo Sobral, palestrou sobre a influência do órgão no abastecimento de hortifrutigranjeiros em Sergipe e em outros estados do Nordeste.

“A relação entre a Cohidro e a Ceasa vai além da estrutura que abriga a Central de Abastecimento fazer parte do patrimônio da nossa empresa estadual desde 1992. A Cohidro, que no último dia 13, completou 39 anos de existência, começou a trabalhar,  em 1983, com a perfuração e instalação de poços tubulares, com uma ação focada principalmente em comunidades rurais. Com os poços, é feito o abastecimento humano, dando meios para as famílias se fixarem no meio rural, para produzir frutas, hortaliças e queijos, que vêm diariamente ser comercializadas na Ceasa. Além disso, a água destes poços servem para a dessedentação animal, importantes para a produção de carne, leite e derivados. Nesse período, são quase 4 mil poços perfurados pela nossa companhia estadual”, pontuou Paulo Sobral.

O presidente listou as ações de irrigação pública feitas pelo Governo do Estado através da Cohidro, empresa pública vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). São seis perímetros irrigados administrados diretamente pela Cohidro e que beneficiam 14 mil pessoas com água para irrigação e assistência técnica agrícola. Irrigantes que juntos, produziram em 2021, mais de 90 mil toneladas de alimentos, incluindo 1,6 milhões de litros de leite, gerando cerca de R$ 137 milhões em renda a esses beneficiários. Já o Distrito de Irrigação do Platô de Neópolis – patrimônio do Estado em que a concessão aos concessionários de 40 lotes irrigados é gerida também pela Cohidro – produz anualmente aproximadamente 370 mil toneladas de produtos agrícolas, gerando 3.500 empregos diretos.

“Com a irrigação nos perímetros, a nossa relação é mais direta com a produção, pois é um benefício contínuo. Ao fornecer água de nossas barragens (e do Rio São Francisco, em Canindé) e a assistência técnica para garantir o melhor aproveitamento da água e solo”, considerou Paulo Sobral.

O presidente da Cohidro ainda complementou, que desde 2012, a companhia executa as ações do Governo do Estado para a recuperação de barragens, atendendo cerca de 2 mil unidades neste período. “Reiniciamos este programa em 2022, já temos equipes em Porto da Folha, Poço Redondo e Canindé de São Francisco. Vamos promover a limpeza e ampliação de 20 barragens de médio porte e 1.000 das de pequeno porte. Tudo isso: poços, barragens, perímetros de irrigação e Platô de Neópolis; influi na produção de sete dos 12 itens da cesta básica pesquisados no Nordeste e faz com que, há 8 meses seguidos, Aracaju tenha a cesta básica mais barata do Brasil”, complementa o presidente da Cohidro.

O presidente da Assuceaju, Wilson Nunes, comandou a organização do encontro de gestores. Ele reforçou que a Cohidro e a Secretaria de Estado da Agricultura, são parceiras dos comerciantes da Ceasa, em benefício dos pequenos e médios agricultores, maioria no estado. “Têm papel importante no escoamento de toda produção agrícola, e Paulo Sobral é parceiro do Ceasa, não de agora, mas a muito tempo. E a ideia é fomentar todas essas discussões aqui em Aracaju e em todos os Ceasas do Brasil”, disse ele, justificando a realização do evento.

Para o presidente da associação de usuários, a produção de hortifrutigranjeiros gerada com apoio da Cohidro chega até a Ceasa de Aracaju. “Nós temos uma produção muito boa de abacaxi, que a Cohidro tem papel fundamental na questão da execução dos poços artesianos. Nós temos a batata doce na região Agreste, que também é fundamental”, complementa Wilson Nunes.

Cresce a produção do amendoim em perímetros irrigados em Sergipe

Tendência é de que neste ano a produção aumente ainda mais, já que a maioria das restrições sanitárias por conta da Covid-19 terminaram e os festejos juninos voltarão a todo vapor

Ainda em outubro do ano passado, animados com os resultados positivos do combate à pandemia do coronavírus, os plantadores de amendoim, que recebem água e assistência técnica agrícola nos perímetros irrigados do Governo de Sergipe, retomaram os plantios. Esses agricultores irrigantes apostavam em um 2022 promissor para o turismo e lazer, setores que em Sergipe absorvem boa parte da produção de amendoim cozido, escoando praticamente todas as safras dos produtores.

No Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, nos meses de março e abril deste ano, mais de 20 produtores colheram o amendoim, aproveitando o bom preço do período de entressafra nas lavouras de sequeiro.

O ano de 2021 terminou com a colheita de 905 toneladas nos cinco perímetros de aptidão agrícola da Cohidro. Mas a tendência é de que neste ano a produção aumente ainda mais, já que a maioria das restrições sanitárias por conta da Covid-19 terminaram e os festejos juninos voltarão a todo vapor.

“Neste período ele [o amendoim] está favorável. As colheitas aqui estão dando sempre de boa qualidade ultimamente e o preço agora está de R$ 30 a medida [balde de 12 litros], saindo da roça e já abatido o custo com a mão de obra da colheita. Toda semana está acontecendo a colheita do produto”, destacou o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida.

No perímetro de Lagarto, de janeiro a dezembro de 2021, foram colhidas 144 toneladas, montante que deve ser superado, fazendo referência a produção dos três primeiros meses de 2022 que somam 47,5 ton.

Renilson de Jesus é irrigante no perímetro Piauí e há mais de um mês vem fazendo a colheita do amendoim plantado. As colheitas das suas lavouras geram mão de obra para dez pessoas por vez, além do irrigante.

O agricultor explica que, para ele, o período bom para produzir é fora do inverno, quando na região Nordeste tem chuvas escassas e só colhe quem possuir irrigação. Há dez anos produzindo amendoim, Renilson colhe até quando a produção da agricultura de sequeiro começa a chegar ao mercado.

“Eu pretendo plantar de novo só no final do inverno. Esse período é bom de produzir, mas, o preço fica mais barato. A partir de agora muitas pessoas plantam fora de irrigação, aproveitando as chuvas do inverno. A escolha do amendoim, no caso do período irrigado aqui, é por dar mais um dinheirinho. Porque o pessoal só planta irrigando mesmo”, salienta Renilson.

Governo

Última atualização: 29 de abril de 2022 11:41.

Ir para o conteúdo