Primeira Etapa da Campanha Contra Febre Aftosa é adiada para junho

Emdagro divulga medida definida pelo Ministério da Agricultura, frente a pandemia do coronavírus

Diante da necessidade de aliar o isolamento social recomendado no enfrentamento à pandemia de coronavírus à manutenção dos cuidados com a sanidade de bovinos e bubalinos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) adiou de maio para junho a realização da primeira etapa da campanha de vacinação contra a Febre Aftosa no Nordeste, exceto a Bahia. A medida atende às solicitações das agências de defesa sanitária que compõem o Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (FONESA) e foi oficializada na última terça (07).

“Tendo em vista os encaminhamentos resultantes de reunião realizada no dia 06 de abril, contando com a participação de representantes da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA/MAPA), dos Serviços Veterinários das Unidades Federativas signatárias do Ofício n° 001/2020 – FONESA/NE e da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), além da presidência do FONESA, informamos que a I Etapa de Vacinação de 2020 das Unidades Federativas de Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe será realizada no mês de junho de 2020”, informou o Ministério da Agricultura, por meio de ofício.

Em Sergipe, a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – Emdagro é a responsável pela campanha contra a Febre Aftosa. Segundo a Diretora de Defesa Animal e Vegetal, Aparecida Andrade, a alternativa indicada pelo Ministério objetiva preservar a cobertura vacinal adequada, no cenário atual do Covid-19. “A medida adotada pelo MAPA atende aos anseios das agências sanitárias que compõem o Fonesa nesse período de coronavírus, assim como aos anseios decorrentes do enfrentamento da emergência sanitária, de forma a evitar – ao mesmo tempo – transtornos intransponíveis para a certificação sanitária de animais, produtos de origem animal e para a manutenção do reconhecimento nacional e internacional da condição de livre da doença com vacinação, que prevê a manutenção de vacinação sistemática e cobertura vacinal adequada”, destacou.

Aparecida explica que a medida em nada altera o calendário do Estado de Sergipe, que objetiva tornar-se área livre da Febre Aftosa sem vacinação em 2021. “Não estamos suspendendo a campanha de vacinação. Estamos adiando de maio para junho a realização da sua I Etapa, que deverá ser obedecida por todos os criadores, para que possamos garantir ao nosso Estado o status de área livre de Febre Aftosa sem vacinação a partir do próximo ano”, alertou a Diretora.

Todos os anos a campanha contra a Febre Aftosa acontece em duas etapas: a primeira realizada no mês de maio e a segunda, no mês de novembro. Há 25 anos, o Estado de Sergipe vem se mantendo como área livre da doença com vacinação, e índice vacinal acima do exigido pelo Ministério da Agricultura, que é de 95% de todo o rebanho, para a retirada definitiva da vacinação.

Secretarias da Agricultura de Sergipe e Bahia planejam intercâmbio de experiências de recaatingamento do semiárido e casas de sementes

Na última quarta-feira, 11, o assunto foi discutido em reunião realizada na Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR), com representantes da Seagri Sergipe.

As experiências de recaatingamento do semiárido baiano, e as casas de sementes implementadas no semiárido sergipano serão temas de intercâmbio entre as secretarias da Agricultura dos dois estados. Na última quarta-feira, 11, o assunto foi discutido em reunião realizada na Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR), com representantes da Seagri Sergipe. O objetivo é replicar, nos estados, as tecnologias sociais exitosas, voltadas para a proteção da Agrobiodiversidade no Bioma Caatinga, exclusivamente brasileiro. As equipes técnicas dos estados traçaram como encaminhamento oficializar o intercâmbio e agendar visita de campo aos projetos implementados.

“Buscamos um diálogo com a equipe técnica da Superintendência de Agricultura Familiar da Bahia, com objetivo de conhecer e levar para Sergipe a experiência de ‘Recaatingamento no Semiárido’, mas o resultado desse encontro foi além: surgiu a ideia de realizar o intercâmbio, uma vez que a equipe técnica baiana demonstrou interesse em conhecer a experiência sergipana de funcionamento das ‘Casas de Sementes’, um trabalho exitoso dos guardiões de sementes crioulas”, disse o assessor técnico, Hugo Carlos Vieira Coelho, que representou a Seagri. “Tenho certeza de que nosso Secretário da Agricultura, André Bomfim, vai ratificar essa proposta e até participar do dia de campo em nosso intercâmbio”, acrescentou o assessor.

Em Sergipe, existem experiências de ‘Casas de Sementes’ apoiadas pelo governo Estadual, por meio do Projeto Dom Távora. O tema é tão valorizado que, em 2016, editou e publicou a Lei nº 8.167, que institui o reconhecimento oficial do conceito de Sementes Crioulas e traz, entre os objetivos, a proteção para a Agrobiodiversidade e os Biomas; além do incentivo ao resgate e à perpetuação de espécies, variedades e cultivares produzidos em unidade familiar ou tradicional, prioritariamente as espécies vegetais para alimentação.

Segundo o Superintendente de Agricultura Familiar da Bahia, Ademilson Santos – ‘Tiziu’, como é conhecido -, a prática de recaatingamento no Semiárido tem antecedente com o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – Irpaa. A experiência busca contribuir para inverter a devastação e processos iniciais de desertificação da Caatinga, a partir do uso sustentável de seus bens naturais, da conservação e recomposição da Caatinga, educação ambiental, contextualização e beneficiamento dos frutos da Caatinga, tendo as agricultoras e agricultores como protagonistas, pela transformação socioambiental de suas comunidades.

No âmbito do Governo da Bahia, práticas estão sendo experimentadas em 21 comunidades, por meio do Programa Pró-Semiárido. As iniciativas são viabilizadas com recursos do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). Uma das iniciativas descritas pela equipe técnica da Bahia é o “isolamento da área” degradada, para propiciar recuperação da vida vegetal e animal, bem como das potencialidades hídricas. Além do superintendente, participaram do encontro José Augusto de Castro Tosato – coordenador executivo de pesquisa e extensão; e o representante do Pró-Semiárido, Carlos Henrique. As equipes técnicas dos estados traçaram, como encaminhamento, oficializar o intercâmbio e agendar visita de campo a projetos já implementados.

Costureiras de Simão Dias produzem máscaras de tecido durante pandemia

Associação no povoado Rua do Fogo é apoiada pela Seagri, através do Projeto Dom Távora

A crescente procura por máscaras de proteção respiratória durante a pandemia do coronavírus levou ao esgotamento do produto no mercado, principalmente no interior do estado. Para contribuir com o fornecimento do produto e atender a demanda local, costureiras atendidas pelo Projeto Dom Távora no povoado Rua do Fogo, em Simão Dias, tomaram a iniciativa de produzir máscaras de tecido, que estão comercializando no próprio município. 

O grupo de costureiras da Associação de Desenvolvimento Comunitário dos Moradores do Povoado Rua do Fogo é um dos 154 Planos de Investimento Produtivos apoiados pelo Projeto Dom Távora, realizado pelo Governo do Estado de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura de Sergipe (Seagri), com apoio financeiro do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA). O investimento na Rua do Fogo ampliou em 80% sua capacidade produtiva, com a aquisição de máquinas, matéria prima e equipamentos, apoiando o grupo de mulheres na atividade de corte e costura. 

Elisangela Nascimento de Almeida é uma das costureiras da Associação de Desenvolvimento Comunitário dos Moradores do Povoado Rua do Fogo. Ela conta que trocou a confecção de jogos artesanais de cozinha e banheiro pelas máscaras. Diante da demanda atual, ela produz de trinta a cinquenta máscaras por dia. “Nosso grupo tem 11 costureiras. A ideia de fazer as máscaras foi porque o produto está em falta e está sendo procurado por muita gente. Então, peguei um modelo através da internet e comecei a produzir com tecido de algodão. Estamos vendendo a R$ 5 (cada), para as pessoas que nos procuram aqui no município”, conta Elisangela. A costureira disse que está divulgando e vendendo seus produtos pelas redes sociais. 

O Secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, disse que entre as associações que trabalham com corte e costura, há cerca de 17 projetos apoiados, nos 15 municípios da área de atuação do Dom Távora, dos quais pelo menos metade tem condição de produzir as máscaras. “São grupos de artesãs e costureiras que produzem roupas, lençóis, toalhas, jogos de cozinha e outros produtos facilmente comercializados para uso doméstico. Elas dispõem de experiência e capacidade para produzir de modo artesanal as máscaras de proteção, que tanto a sociedade está necessitando”, concluiu André Bomfim.

Técnicos do Projeto Dom Távora são capacitados em sistema digital de gestão e monitoramento “Data FIDA”

Ferramenta foi desenvolvida pelo Programa Semear Internacional e está sendo implementada em todos os Projetos realizados nos estados.

Entre os dias 9 e 12 de março, uma equipe técnica da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) está recebendo capacitação para colocar em funcionamento o Sistema informatizado de gestão e monitoramento do Projeto Dom Távora. A ferramenta foi desenvolvida pelo Programa Semear Internacional e está sendo implementada em todos os Projetos realizados nos estados, em parceria com Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

Segundo a coordenadora do Semear, Fabiana Dumonte Viterbo, a ideia é integrar e dar agilidade aos projetos apoiados pelo FIDA.  “O sistema é para melhorar e aprimorar o projeto em toda sua parte de gestão, facilitar relatórios, e dar agilidade nas informações de todos os módulos, seja de gerenciamento de projetos; financeiro e contábil; plano de Investimento; aquisições; capital humano e social; monitoramento e avaliação. Permite também que o FIDA tenha acesso on-line às informações, facilitando a interação com os parceiros apoiados no Brasil”, explicou. Ainda segundo Fabiana, Sergipe é quinto estado a ter sua equipe técnica capacitada para operacionalizar o sistema, depois do Ceará, Piauí, Bahia e Paraíba.

De acordo com o diretor da empresa desenvolvedora do sistema, Luciano Pereira Vieira, foi desafiador criar um sistema que atendesse às necessidades do FIDA e também das Unidades Técnicas Estaduais. “O sistema está sendo chamado ‘Data Fida’ e foi feito para que seja intuitivo para o usuário, de modo que se possa ter uma visão gerencial e operacional ao mesmo tempo. O sistema traz informações como numero de convênios firmados, famílias beneficiárias, e dados sobre o público prioritário, como jovens, mulheres, comunidades tradicionais, através de gráficos e outros relatórios dinâmicos”, detalhou Luciano.

O coordenador do Projeto Dom Távora, Gismário Nobre, conta que a Unidade Técnica de Sergipe já contava com alguns sistemas de monitoramento, mas no diálogo com o FIDA e Programa Semear, chegou-se ao entendimento de que era necessário padronizar e integrar as informações. “Nós somos favoráveis à aplicação de tudo o que for feito para conferir maior transparência, segurança e legitimidade às informações, até porque estamos tratando de recursos públicos que, como tal, precisam ser bem gerenciados”.

Também para a consultora de Monitoria e Avaliação do projeto Dom Távora, Wilnara Amorim, “é importante ter uma ferramenta que permite ter uma visão sistêmica e integrada dos processos de planejamento, execução, monitoramento e avaliação dos projetos”. Ela destacou como relevante o fato de o ‘Data FIDA’ proporcionar acesso à informação em tempo real, tanto pela Web quanto por dispositivos móveis, com transparência e celeridade para tomada de decisão dos gestores, técnicos e parceiros envolvidos no projeto.

CORONAVÍRUS | Instituições debatem linha de crédito para agropecuária sergipana

Videoconferência debate linha de crédito para agropecuária sergipana

Em videoconferência realizada na última segunda-feira (06), com participação de representantes Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro) e das secretarias municipais de Nossa Senhora da Glória e Porto da Folha, o Banco do Estado de Sergipe informou que, além das linhas de crédito já disponíveis, poderá oferecer linha de crédito emergencial para o setor agropecuário, durante o período de pandemia do coronavírus. Segundo o Banese, os primeiros investimentos devem sair ainda este mês.

“Provocamos esse debate com o Banese justamente visando buscar alternativas de crédito para os empreendimentos rurais, devido ao cenário econômico complicado causado pelas medidas restritivas de prevenção ao coronavírus”, disse o secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim. Ele indagou ao Banese se os investimentos sugeridos pelo banco para a agropecuária estão dentro da linha de crédito de até R$ 500 milhões para atender a cadeia produtiva sergipana, anunciada pelo governador Belivaldo Chagas no último dia 31 de março.

O gerente da Área de Crédito de Desenvolvimento do Banese, Bruno Santiago, afirmou que, para além dos investimentos já anunciados pelo governador, o banco trabalha com outras linhas, a exemplo do crédito para investimento – recurso destinado à aquisição de bovinos (matrizes e reprodutores para corte e leite), à melhoria e à ampliação de estruturas necessárias ao desempenho da atividade pecuária, e à implantação de culturas agrícolas. “Temos também investimento para operações de custeio, a exemplo do custeio ração, custeio milho. A sugestão agora é colocar em prática a linha de crédito ‘Desenvolve Banese’, para investimentos. A operação de crédito será de acordo com a capacidade de pagamento de cada cliente, com taxa de juros de 5,50% a.a. mais IPCA. O cliente pode ter bônus de 20% de adimplência sobre os juros”, explicou.

Os secretários municipais da Agricultura de Nossa Senhora da Glória, Djalci Aragão; e de Porto da Folha, Pedro de Souza Júnior, apontaram como prioridade incentivos financeiros às fabriquetas de leite. “A cadeia produtiva do leite é a mais importante no momento. Gostaria, inclusive, de solicitar o apoio da Seagri e da Emdagro para, junto ao governador, justificar a importância de uma tarifa reduzida para o consumo de água nas fabriquetas de leite. O custo atual da água inviabiliza o pagamento de crédito bancário”, destacou o secretário Djalci Aragão. Ainda segundo ele, 46 agroindústrias de leite estão em fase de regularização no município de Glória e necessitam de incentivos financeiros. 

“Nós já temos quase 200 agroindústrias de leite visitadas e com relatório feito pela Emdagro. Poderíamos iniciar o processo de financiamento com linha de crédito para aquelas que nos procuraram e estão adiantadas no processo de regularização”, sugeriu o presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza. Ele pediu que o Banese buscasse solução, no sentido de flexibilizar algumas exigências, como a solicitação de comprovação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), visto que os servidores públicos não podem providenciar esta documentação de forma presencial, conforme decreto estadual de recolhimento social.

Projeto de uso sustentável da terra e combate à desertificação tem ações planejadas para 2020

A reunião é preparatória para uma avaliação que será feita nos dias 25 a 27 de março, com previsão da presença do ministro do meio ambiente.

Na última quarta-feira (04), um Núcleo Técnico, formado por representantes da SEDURBS/SERHMA , SEAGRI, EMDAGRO, COHIDRO, SEIAS, IBAMA, INCRA, e CODEVASF, avaliou as propostas sugeridas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) para continuidade, em 2020, do Projeto de Manejo Sustentável do Uso da Terra no Semiárido e Combate à Desertificação. A reunião é preparatória para uma avaliação que será feita nos dias 25 a 27 de março, com previsão da presença do ministro do meio ambiente, Ricardo de Aquino Salles.

A representante da Superintendência Especial de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente (SERHMA), bióloga Valdelice Leite Barreto, ressaltou a importância de os municípios sergipanos situados na área de atuação do projeto, junto com o núcleo técnico, aproveitarem o último ano do projeto, iniciado em 2014, para concentrar esforços em ações possíveis de serem concluídas até o seu encerramento, em 2021. “Avaliamos que o projeto foi muito proveitoso e que pode servir de referência para os demais estados do Nordeste”, destaca a bióloga.

Também para o secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, o encontro foi proveitoso e necessário para a discussão sobre o uso sustentável da terra e desertificação, apoiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).  “Considero uma ação fundamental para o setor agropecuário. Por este motivo, trouxemos a discussão aqui para a Seagri, numa demonstração de nosso compromisso com a elaboração e execução do plano de trabalho para 2020”, pontuou o secretário de Estado da Agricultura. A Seagri destacou ainda que entre as ações propostas para este ano estão as atividades de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF), quintais produtivos, barragens BBZ, Casas de Sementes e implementação de bioágua.

Para o representante do INCRA, engenheiro florestal Diego Lobo da Silva, os trabalhos retomam a participação de órgãos federais, estaduais e municipais no planejamento das ações que serão executadas pelo PNUD/MMA no Estado. “Ações que possibilitam melhorias na convivência do agricultor familiar com a região semiárida e a utilização do solo de forma sustentável”, avalia.

Próximos passos

Entre os próximos passos definidos no encontro, além da vinda da equipe de Brasília (MMA) para os dias 25, 26 e 27 de março de 2020, houve consenso acerca da formação de um consórcio regional para o combate à desertificação nos municípios do Alto Sertão Sergipano; a atualização das metas estabelecidas no Programa de Ação Estadual de Combate à desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca – PAE Sergipe de acordo com a situação atual; a formação de um Núcleo Técnico único, composto pela SEDURBS/SERHMA(Coordenador), SEAGRI, EMDAGRO, COHIDRO, SEIT, IBAMA, INCRA, CODEVASF, e as Secretarias dos 7 municípios. O Núcleo assumirá as funções do grupo Técnico de Acompanhamento e do grupo Permanente de Combate a Desertificação.

O Projeto

O Projeto de Manejo Sustentável do Uso da Terra no Semiárido é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo para o Meio Ambiente Global. O objetivo é fortalecer a estrutura de governança ambiental do manejo sustentável de terra para combater os principais fatores de degradação de áreas suscetíveis à desertificação, utilizando como referência o Estado de Sergipe.

Governo abre concorrência pública para gestão da Ceasa de Itabaiana

O procedimento licitatório, conduzido pela Secretaria de Estado da Administração (SEAD), se iniciou dia 20 de fevereiro e vai até 24 de março

O Governo de Sergipe publicou aviso de concorrência pública com objetivo de abrir concessão onerosa de uso para gestão, ampliação, modernização e manutenção da Central de Abastecimento (Ceasa) de Itabaiana. O procedimento licitatório, conduzido pela Secretaria de Estado da Administração (SEAD), se iniciou dia 20 de fevereiro e vai até 24 de março, quando serão abertas as propostas. Os interessados em formalizar proposta ou ter acesso ao edital podem acessar ao Aviso de Licitação publicado no portal www.comprasnet.se.gov.br, dirigir-se à Rua Duque de Caxias, 346, bairro São José – Aracaju, entre as 07h e 13h, ou entrar em contato pelo telefone (79) 3226-2246.

O Ceasa de Itabaiana é o primeiro empreendimento público do Estado de Sergipe a optar pelo modelo de gestão em Parceira Público-Privada (PPP), conforme o planejamento estratégico da gestão do governador Belivaldo Chagas. O Governo delegou à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) a atribuição de coordenar o processo de Concessão de Uso da CEASA Itabaiana, através do decreto nº 40.516 publicado no Diário Oficial dia 27 de janeiro 2020. Segundo o dispositivo, como representante do Poder Concedente, a Seagri deverá exercer a fiscalização, acompanhamento, normatização e gestão do referido contrato. O decreto, de acordo com a Seagri, reforça o papel da secretaria na operacionalização da atividade de escoamento de produtos agrícolas e de oferta de alimentos. 

A obra
Localizada às margens da BR 235, na estrada para o povoado Raposa, com área total de 34.528,87 m² e área construída de 10.652,58 m², a obra da nova Ceasa de Itabaiana foi iniciada em outubro de 2017, na gestão do ex-governador Jackson Barreto. É executada pela construtora Celi, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs) e fiscalização da Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (Cehop). Atualmente, encontra-se com 99% da execução concluída, faltando apenas a instalação de louças, placas e metais. O valor total investido é de R$ 30.689.968,93. As obras de terraplanagem e pavimentação asfáltica que vão ligar a Ceasa à BR-235 começaram no último dia 6 de janeiro, com prazo de conclusão de seis meses. Cerca de um quilômetro de pista precisou da autorização do DNIT para ser construído. Estão sendo feitos serviços de terraplanagem, drenagem, pavimentação asfáltica, sinalização e paisagismo. Feito isso, a Ceasa estará pronta para ser entregue à população, já sob uma gestão de PPP.

A Ceasa
Com a Ceasa, feirantes e clientes vão poder desfrutar de um espaço amplo e moderno para organizar os produtos e abastecer as feiras dos povoados e municípios próximos. São três blocos e todo o serviço foi pensado para atender a pessoas com mobilidade reduzida, contando, além de banheiros acessíveis, com áreas de circulação com rampas e pisos táteis. O bloco A será composto pelo setor administrativo, 12 boxes e dois espaços destinados a unidades bancárias, totalizando 1.470,30 m². Com 3.637,58 m² de área construída. O segundo bloco (B) vai ser destinado ao setor de varejo (produtos agrícolas), com 36 boxes para o mercado do produtor e 55 varejistas – todos com 12,00 m² de área. Além dos boxes, serão construídos 54 balcões para varejistas, que somam 548,90 m², além de quatro banheiros masculinos e quatro femininos, sendo metade para pessoas com mobilidade reduzida. 

Destinado ao setor de atacado, o bloco C, que está em fase de finalização, será o maior de todos. Com área equivalente a 4.501,10 m², ele comportará 61 boxes para frutas, legumes e hortaliças, 24 boxes para grãos, raízes e tubérculos, 25 boxes para açougue (carne bovina, suína, frango e pescado). Todos terão área de 24,00 m², além de seis banheiros masculinos e femininos, sendo dois exclusivos para pessoas com mobilidade reduzida. A Praça de Alimentação tem uma área de 867,18 m², com espaço para sete restaurantes e/ou lanchonetes, área de circulação, quatro banheiros masculinos e femininos, sendo dois específicos para pessoas com dificuldades de locomoção. A construção tem ainda guaritas, casas de lixo e gás, reservatório e castelo d’água.

Programa de melhoramento genético incrementa rebanho leiteiro do semiárido sergipano

Relatório divulgado pela Seagri e Emdagro aponta resultados positivos da Inseminação Artificial em Tempo Fixo

Um relatório elaborado a partir da análise do programa de Melhoramento Genético por Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) realizado em 2019 revela dados positivos para a produção de leite em Sergipe. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), dados fornecidos pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) apontam que o Programa trouxe, como resultado, a disponibilidade de mais 532 bezerros nascidos de animais com avaliação genética e alta lactação, que devem surtir efeitos positivos na bacia leiteira do Alto Sertão.

Segundo o secretário de estado da Agricultura, André Bomfim, o Programa foi realizado em parceria com o Banco do Estado de Sergipe (Banese), e execução direta da Emdagro. “Esta é uma ação do Governo de Sergipe, visando disponibilizar para o pequeno produtor essa ferramenta reprodutiva, que é a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), para aumentar o desempenho na produção de leite do Semiárido sergipano. Ela se soma a outros programas já desenvolvidos pelo governo estadual, como a distribuição de sementes de milho e palma forrageira, para auxiliar o pequeno produtor rural na alimentação dos seus rebanhos e no incremento da produção leiteira”, explicou.

Os dados levantados pela Emdagro indicam que, em 2019, o projeto de IATF foi executado com sucesso, superando a meta, que era de inseminar 975 animais. A ação proporcionou a inseminação de 1.215 vacas de pequenos produtores de leite na região semiárida. Obteve-se um índice de prenhez de 43,8% (nas condições reinantes vai de 30 a 50%). “Este é um valor considerado muito bom, considerando que os muitos pequenos produtores ainda não têm o controle zootécnico eficiente – faltam anotações de dados zootécnicos, em especial, os reprodutivos e sanitários. E eles nem sempre dispõem de alimentação suficiente e adequada. Valores acima destes só são obtidos em condições ideais de criação”, avaliou a coordenadora de Assistência Técnica da Emdagro, Izildinha Aparecida de Carvalho Dantas.

Na última fase do projeto, o município de Poço Redondo foi o que teve maior número de animais inseminados (136). O produtor José Ronaldo de Souza (conhecido como Teo), do povoado Serra da Guia, disse estar “satisfeito e esperançoso de melhorar ainda mais a produção de leite”. O criador Sando, filho de Zefa da Guia, acrescentou que, além da inseminação, a comunidade foi beneficiada com o tanque de resfriamento de leite e com 8 toneladas de palma forrageira. “Com toda essa ajuda, estamos agregando valor à nossa principal fonte de renda, que é a produção de leite”, afirmou.

Ampliação e continuidade
O convênio entre a Seagri e o Banese foi iniciado em 2018, quando foram investidos R$ 70 mil na execução do programa em quatro municípios (Nossa Senhora da Glória, Monte Alegre, Poço Redondo e Canindé do São Francisco), nos quais 50 produtores foram beneficiados com a inseminação de 475 animais. Daquele ano, o programa resultou no nascimento de 162 bezerros, provenientes das vacas leiteiras inseminadas com sêmen de animais de alta linhagem das raças Holandesas, Girolando e Gir Leiteiro. Já em 2019, a ação foi ampliada e o Banese disponibilizou R$ 155 mil para a inseminação de animais de 276 criadores de 12 municípios. Segundo o secretário André Bomfim, em 2020, a Seagri pretende continuar levando essa tecnologia a mais produtores.

Agricultores realizam colheita do arroz de transição agroecológica no Baixo São Francisco

Das 17 unidades familiares produtivas envolvidas no cultivo, 14 são apoiadas financeiramente pelo Projeto Dom Távora, executado pelo governo de Sergipe.

Rizicultores do Baixo São Francisco realizaram, na última semana, a “Festa da Colheita”, demostrando que o cultivo do arroz agroecológico tem viabilidade econômica e sustentabilidade ambiental. Numa área de 17 hectares, eles colheram 150 toneladas do cultivo, obtendo uma média de rendimento de 7 t/há – produtividade superior à média nacional do cultivo convencional e, destaque-se: sem a utilização de defensivos e adubos químicos.

Das 17 unidades familiares produtivas envolvidas no cultivo, 14 são apoiadas financeiramente pelo Projeto Dom Távora, executado pelo governo de Sergipe. Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), foram investidos R$ 257.231,82 entre a implantação das unidades produtivas de arroz e quintais agroecológicos, a capacitação em agroecologia e a implementação de campos de multiplicação de sementes de arroz.

“Estamos orgulhosos de ver o resultado desse projeto no Baixo São Francisco. O cultivo do arroz de transição agroecológica é um dos 39 investimentos produtivos do Projeto Dom Távora realizados aqui na região, uma ação importante e priorizada pelo governador Belivaldo Chagas, em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) para melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano na região. Estamos considerando essa experiência do arroz de transição agroecológica como bem sucedida, dada a sua produtividade, a sustentabilidade ambiental que proporciona e a perspectiva de autonomia produtiva para esses agricultores, a partir do cultivo das suas próprias sementes”, destacou André Luiz Bomfim Ferreira

Presente na programação, a vice-governadora Eliane Aquino conclamou comerciantes e parceiros a comprar o arroz dos agricultores familiares. “É muito gratificante quando a gente vê o resultado do potencial dos produtores e a forma como eles estão colhendo e vendendo o arroz sem agrotóxicos. O que precisamos, a partir de agora, é divulgar essa iniciativa, buscar parceiros que comprem o arroz dessa comunidade e, desta forma, fazer com que este produto de qualidade possa chegar à mesa da população sergipana”, disse a vice-governadora.

O rizicultor Valmir dos Santos, apoiado pelo Dom Távora, conta que já tinha feito uma experiência de um hectare do plantio agroecológico, combatendo insetos com defensivos naturais feitos com urina de vaca, fumo com álcool, folha de nim e castanha. “Tivemos um resultado muito bom. Com a chegada do Projeto Dom Távora, ampliamos para 14 hectares divididos entre 12 família – um hectare para cada família, mais dois hectares reservados para produzir sementes. Hoje, estamos colhendo essa resultado maravilhoso de um arroz diferente do convencional sem o uso de produtos químicos. Um arroz que a gente sente que tem qualidade boa para beneficiamento na indústria e que é saudável, tanto para a terra quanto para nos alimentar”, disse, satisfeito o agricultor.

Para o representante do Movimento dos Pequenos Agricultores de Sergipe (MPA-SE), Mauro Cibulski, a Festa da ‘Colheita do Arroz’ representa a consolidação da transição do plantio do arroz convencional para o agroecológico. “Ao meu ver, o grande avanço foi fazer o agricultor perceber que não existe um modelo único de produção utilizando produtos químicos. Estamos sinalizando um novo modelo que só precisava de um incentivo”, pontuou o rizicultor. “Muitos dos agricultores que plantavam o convencional pensando na própria saúde e também dos seus familiares, já estão querendo partir para o cultivo agroecológico na próxima safra”, disse a rizicultora Maria Carlinda dos Santos. Ela informou ter produzido 300 sacos de 50kg de arroz e aguarda comprador. O preço do arroz em casca convencional é vendido na região por R$ 200 o alqueire de 240kg.

Seagri e Emdagro iniciam visitas a agroindústrias da cadeia produtiva e carne em Sergipe

Na última terça-feira (11), as equipes técnicas da Secretaria de Estado da Agricultura (SEAGRI) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (EMDAGRO) iniciaram uma série de visitas ao setor empresarial atuante na cadeia produtiva da carne. O primeiro estabelecimento visitado foi o Frigorífico Serrano Agroindustrial, localizado no município de Itabaiana.

“O objetivo é conhecer de perto os frigoríficos e avaliar de que forma o Governo Estadual pode continuar contribuindo para aprimorar a oferta de carne oriunda da pecuária bovina, suína, e da ovino-caprinocultura para o mercado consumidor – cada vez mais exigente”, explicou o secretário de estado da Agricultura, André Bomfim. Ele também reforçou o convite aos empresários, para que dialoguem de maneira mais próxima com o Fórum Permanente da Agricultura Sergipana. A próxima reunião acontecerá em março.

As equipes foram recebidas pelo empresário Manoel Moacir Souza, que apresentou as instalações e resultados dos quase três anos de operação do frigorífico. “Temos contribuído para o desenvolvimento de Sergipe. Isso nos deixa feliz porque somos sergipanos de Campo do Brito. Hoje, além de prestamos um serviço de beneficiamento da carne dentro dos padrões de higiene exigidos pelos órgãos da Vigilância Sanitária e Inspeção Animal, para feirantes e pecuaristas de 40 municípios sergipanos. Com o abate de 11 mil animais por mês, empregamos diretamente 240 pessoas”, disse o empresário.

Condições adequadas
Localizado no povoado Lagoa do Forno, o Frigorífico Serrano Agroindustrial funciona às margens da rodovia estadual SE-255, entre os municípios de Itabaiana e Itaporanga. O complexo possui uma área total de 82.000 m², dos quais 6.000 m² são ocupados pelo frigorífico – que conta com lagoas de estabilização, que recebem todos os resíduos para tratamento biológico. Além da capacidade instalada para o abate de 720 bois por dia, uma segunda linha de produção tem capacidade para abater, diariamente, 200 suínos e 200 caprinos [que funciona apenas um dia na semana, devido à baixa demanda].

Após participar da visita, a diretora de Saúde Animal da Emdagro, Maria Aparecida Andrade, afirma que ficou satisfeita com as condições gerais de funcionamento do frigorífico. “Além de ter uma médica veterinária contratada pelo frigorífico dentro da linha de produção, nós destacamos um veterinário da Emdagro para acompanhar de perto o trabalho desta empresa”, avaliou. Uma próxima visita será realizada na próxima semana (dia 19 de fevereiro), ao frigorífico Nutrial, no município de Propriá.

Governo

Última atualização: 13 de fevereiro de 2020 14:06.

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