Governador autoriza novos projetos do Dom Távora em benefício de mais 758 famílias sergipanas

Com assinatura de mais 22 projetos, Dom Távora chega a marca superior a 6 mil famílias sergipanas beneficiadas por meio de 154 projetos. Foram investidos aproximadamente R$ 46,5 milhões entre 2016 e 2018.

Mais 758 famílias sergipanas foram beneficiadas por meio dos 22 projetos produtivos do Dom Távora, assinados, nesta segunda-feira (30), pelo governador Belivaldo Chagas, ao lado da vice-governadora Eliane Aquino. Neste ato, os Termos de Colaboração foram realizados com Associações Comunitárias de dez municípios sergipanos: Carira, Ilha das Flores, Aquidabã, Poço Verde, Simão Dias, Graccho Cardoso, Canhoba, Santana de São Francisco, Neópolis e Tobias Barreto. O investimento é de R$ 5.148.915,85 em planos nas áreas da Ovinocultura, Bovinocultura de Leite, Pesca Artesanal, Artesanato, Corte e Costura, Hortifruticultura e Mandiocultura.

O governador destacou que, entre os anos de 2016 e 2018, o Dom Távora já realizou 132 Projetos de Investimentos Produtivos em Sergipe. Um investimento total de R$ 41.468.635,45 disponibilizados para as comunidades rurais do estado em benefício de 5.291 famílias de 15 municípios sergipanos.

“Com assinatura desses 22 projetos hoje, nós estamos chegando um total de 154 projetos que contemplam mais de 6 mil famílias sergipanas, num investimento aproximado de R$ 46,5 milhões para ajudar o pequeno agricultor, a erradicar a pobreza e dar independência aos trabalhadores que têm ajudado ao progresso de Sergipe e do Brasil. Um projeto com recursos do FIDA, mas também com recursos do Estado.  Nunca deixamos de priorizar o Projeto Dom Távora e fico muito feliz de participar de um evento como este, na expectativa de, em breve, poder visitar esses projetos que ajudam a reduzir a pobreza no nosso estado”, disse Belivaldo.

O Projeto Dom Távora é uma política pública voltada para a redução da pobreza rural mediante apoio aos pequenos produtores no desenvolvimento de negócios agropecuários e não agropecuários, que contribuam para a segurança alimentar e permita a inclusão pelo trabalho e pela renda de maneira sustentável. 

A presidente da Associação Comunitária do Povoado Pau de Colher, em Tobias Barreto, Adriana Pereira da Silva, falou da gratidão pela implantação do Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 113.239,00, que beneficiará 19 famílias, aproximadamente 95 pessoas, em sua comunidade. “Temos muito a agradecer a todos os órgãos que se empenharam para que a nossa comunidade pudesse receber esse projeto e a cada um que conosco desempenham esta ação, são pessoas preocupadas coma nossa comunidade. Muito obrigada por esse projeto que chegou até as nossas associações, às nossas comunidades carentes. Tobias Barreto se alegra muito com esse projeto que beneficiou vários agricultores, estamos recebendo com muita alegria esse investimento que é de grande valia para nosso município”.

De acordo com Eliane Aquino, o Dom Távora tem ajudado no desenvolvimento de Sergipe ao incentivar a produção e geração de renda em comunidades rurais dos diversos municípios sergipanos. “É algo que tem sido muito importante para o estado. Esse programa começou há mais ou menos 12 anos. Lembro quando Marcelo Déda foi a Itália tentar trazer os recursos do FIDA para o estado de Sergipe,  foi uma grande luta, e toda a esperança naquela época era que a gente conseguisse fazer com que os nossos pequenos agricultores de Sergipe pudessem  ter mais autonomia, independência financeira e, principalmente, que isso ajudasse Sergipe a se desenvolver.  Quando a gente para pensar nesses projetos, percebe que não é simplesmente uma ajuda para essa associações, é um  programa de Governo, um programa que ao dar certo, o nosso Governo dar certo, o nosso estado cresce junto com cada uma dessas comunidades. Digo isso direcionada para cada presidente e presidenta de associação, o quanto a responsabilidade de vocês é importante, porque isso, além de ser recursos de fora que vem para o nosso país, a gente precisa ter muito cuidado com toda prestação de contas para fazer cada vez mais com que a associação de vocês cresça. Pois vocês crescendo, o estado cresce, a gente diminui o desemprego, a gente gera o conhecimento e a gente consegue colocar um monte de gente para voltar  a estudar e, assim, a gente vai fazendo o mundo melhor”, pontuou a vice-governadora.

Os projetos do Dom Távora resultam de Acordo internacional de Financiamento celebrado entre o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola – FIDA e o Governo do Estado de Sergipe, e tem permitido a realização do Projeto de Investimentos Produtivos para Pequenos Produtores.  O Dom Távora tem como realizadora a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) com apoio técnico da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário do Estado de Sergipe (Emdagro).

“O foco do Projeto Dom Távora é o jovem e as mulheres, e isso foi de uma sensibilidade muito grande do Governo do Estado e do Fida. Sergipe tem sido exemplo para os projetos do Fida no país, o Fida tem elogiado muito o trabalho do Dom Távora. Esses 22 planos de negócio representam muito para o nosso estado e para Seagri. São projetos para criação de ovinos, outros na área de corte e costura, bovinocultura de leite ou pesca. Tive a oportunidade de conhecer alguns projetos, recentemente, em Simão Dias, em Tobias Barreto, no Baixo São Francisco, e é brilhante como o Projeto Dom Távora, o Fida e o Governo do Estado têm mudado a realidade dos agricultoras de Sergipe”, expôs o secretário da Seagri, André Bomfim.

O coordenador geral do projeto, Gismário Nobre, explicou que 85% dos recursos do Dom Távora já foram executados, sendo 75% já com execução física. “Hoje, com esses 22 projetos contratados, totalizamos 154 planos de negócios, uma meta rigorosamente cumprida, atendendo a mais de 6 mil famílias. Quero agradecer ao governador, ao secretário de Agricultura, a todos os técnicos e a todos que nos apoiaram nesse projeto grandioso”.

Associações

Das 22 associações beneficiadas com a autorização desta segunda-feira, 11 têm liderança feminina e cinco são do município de Simão Dias, como é o caso da comunidade do Areal (1 e 2), que receberá o Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 111.945,00, beneficiando 19 famílias. Na assinatura do Termo de Colaboração, a associação da localidade foi representada pela presidente da Sociedade de Apoio Socioambiental e Cultural de Simão Dias (Sasac), Joelma Alves, que apoia a comunidade do Areal. “São 19 famílias inscritas, mas ao todo são muito mais pessoas beneficiadas, em torno de 65 famílias. É uma comunidade carente e a importância ainda maior desse projeto é que a maioria da comunidade é formada por mulheres, a própria presidente da Associação é uma mulher. Então é uma conquista muito grande e gratificante para aquela comunidade. São donas de casa, provedoras de seus lares, que conquistaram também uma mini-indústria de doces e salgados recentemente e que vai agregar com esse outro projeto grandioso que é o Dom Távora”.

Além do Areal, em Simão Dias foram contempladas município Simão Dias, da Associação de Desenvolvimento Comunitário dos Moradores do Povoado Lagoa Seca, onde será implantado o Plano de Negócios de Hortifruticultura, no valor de R$ 322.123,00,beneficiando 46 famílias; a Associação de Desenvolvimento  Comunitário da Colônia Gov. Valadares, onde será implantado o Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 240.312,39, em benefício de 41 famílias; a Associação de Desenvolvimento Comunitário do Povoado Muniz, na qual será implantado o Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 238.600,00, beneficiando 35 famílias; e a Associação de Desenvolvimento Comunitário do Povoado Campo Limpo, a qual receberá o Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 239.998,00, beneficiando 41 famílias.

O município de Poço Verde também foi contemplado com cinco iniciativas. Foram beneficiadas a Associação de Desenvolvimento Comunitário Rainha da Paz, localidade Cachorro Morto, onde será implantado Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 188.367,58, beneficiando 33 famílias; a Associação de Desenvolvimento Comunitário São João, localidade Lagoa do Junco, onde será implantado Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 374.306,00, beneficiando 62 famílias; da Associação de Desenvolvimento Comunitário Nª Sª Santana, na localidade Marco do Meio, onde será implantado Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 297.266,85, beneficiando 55 famílias; a Associação de Desenvolvimento Comunitário Santa Cruz, na localidade Campestre, onde será implantado Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 242.144,75,beneficiando 39 famílias; e a Associação de Desenvolvimento Comunitário Nª Sª Santana da Malhada Grande, onde será implantado Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 226.605,60, beneficiando 34 famílias.

Já Tobias Barreto, Aquidabã e Carira foram contemplados com dois projetos cada. Em Tobias, foram beneficiadas a Associação de Desenvolvimento Comunitário do Povoado Taquara, onde será implantado Plano de Negócios Corte e Costura, no valor de R$ 244.824,00, beneficiando 44 famílias; e a Associação de Desenvolvimento Comunitário do Povoado Alagoinhas, onde será implantado Plano de Negócios de Mandiocultura, no valor de R$ 304.075,80, beneficiando 51 famílias. Em Aquidabã, foram beneficiadas a Associação de Desenvolvimento Comunitário de Agricultores e Trabalhadores Rurais do Povoado Saco de Areia e adjacências, onde será implantado Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 154.012,90, beneficiando 24 famílias; e a Associação de Desenvolvimento Comunitário do Povoado Arranhento, onde será implantado Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 245.418,00, beneficiando 30 famílias. Em Carira, a Associação dos Trabalhadores Rurais Nª Sª das Dores, localizada no Assentamento São Cristóvão, implantará o Plano de Negócios de Bovinocultura de Leite, no valor de R$ 240.206,60, beneficiando 34 famílias; e a Associação Agrícola da Comunidade do Assentamento Rosely Nunes, implantará o Plano de Negócios de ovinocultura, no valor de R$139.775,00, beneficiando 25 famílias.

Em Neópolis, na Cooperativa Mista de Produtores Rurais do Assentamento Santo Antônio será implantado o Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 310.042,50, beneficiando 50 famílias.

Em Santana do São Francisco, a Associação das Mulheres do Campo de Santana do São Francisco, na sede municipal, implantará o Plano de Negócios de Artesanato, no valor de R$161.510,28, beneficiando 30 famílias.

Em Canhoba, a Associação Comuntária Produtor Miguel Cardoso, localizada na Borda da Mata implantará o Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 246.693,00,beneficiando 30 famílias.

Em Graccho Cardoso, a Associação Comunitária Agrícola do Povoado Guedes implantará o Plano de Negócios de Ovinocultura, no valor de R$ 153.237,00, beneficiando 25 famílias.

Já em Ilha das Flores, na Associação das Mulheres Pescadoras Nª Sª Aparecida, da localidade Serrão, será implantado Plano de Negócio Pesca Artesanal, no valor de R$ 197.841,50, beneficiando 28 famílias.

FOTOS: Marcos Vieira

Projeto Dom Távora é apresentado em encontro internacional promovido pelo FIDA

Investimentos e resultados de Sergipe foram mostrados durante evento, realizado na Bahia

As contribuições do Projeto Dom Távora para a agricultura familiar, com foco no acesso a recursos financeiros e mercado, foram apresentadas esta terça-feira, 17, durante realização do “1º Encontro de Líderes Rurais e Gestores de Projetos FIDA no Mercosul Ampliado”.  O encontro aconteceu em Juazeiro-BA, entre os dias 17 e 19 de setembro, no Grande Hotel Juazeiro reunindo representantes de agências ligadas a ONU e organizações que trabalham com o desenvolvimento da agricultura familiar na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai. O evento traz como tema central “Gestão da água para fins produtivos; Acesso a recursos financeiros e mercados e Monitoramento e avaliação”.

Um dos objetivos do encontro é o fortalecimento da troca de experiências entre os projetos financiados pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) nos sete países participantes com o intuito de melhorar a qualidade do diálogo com representantes de organizações da agricultura familiar camponesa, funcionários do FIDA e gestores de projetos da instituição realizado nos países, fortalecendo as relações institucionais para alcançar melhores resultados das operações financiadas pelo FIDA nos países.

Representam o Projeto Dom Távora, o coordenador geral do projeto, Gismário Ferreira Nobre,  e a Consultora em Monitoramento e Avaliação Wilnara Amorim. A experiência sergipana foi apresentada no período da tarde do primeiro dia de evento e destacou principalmente os resultados das cadeias produtivas da ovinocaprinocultura, avicultura e artesanato.

“Nós fizemos questão de mostrar exemplo significativos, inclusive com fotos, das principais cadeias produtivas apoiadas pelo Dom Távora e os desdobramentos e efeitos de mercado que eles estão tomando. Na ovinocaprinocultura, por exemplo, destacamos a criação do Centro de Comercialização de caprinos e ovino que está sendo montado no município de Carira e a Cooperativa UNICAPRI, de Poço Verde, que articula não somente a venda de animais como também o leite de cabra”, explicou Gismário.

O coordenador do Projeto Dom Távora destacou ainda o desempenho dos projetos de criação galinhas e o desdobramento com a criação do entreposto de ovos de capoeira na região Centro Sul. Como também os 15 projetos de artesanato apoiados nas regiões do Baixo São Francisco, Médio Sertão e Centro Sul do estado que tem resultado no fortalecimento de outra importante cadeia produtiva que é o turismo rural.

“Em todos os nossos empreendimentos produtivos estão sendo valorizados aspectos como construção de rede de mercado, fortalecimento da agricultura familiar, garantia de um produção agroecológica e participação efetiva de nosso público prioritário como jovens, mulheres e comunidades e quilombolas”, enfatizou Gismário.

O 1º Encontro de Líderes Rurais e Gestores de Projetos FIDA encerra esta quinta-feira, 19, depois vários debates sobre as experiências dos estados, visita de campo, e discussões relacionados ao Monitoramento e Avaliação, com ênfase nos resultados e efeitos econômicos dos projetos.

O evento é uma realização do FIDA, Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Programa Semear Internacional, Confederação de organizações de produtores familiares do Mercosul ampliado (Coprofam), Programa FIDA Mercosul Claeh, e Governo do Estado da Bahia por meio do Projeto Pró-Semiárido.

Sobre o Projeto Dom Távora

O Projeto Dom Távora estava com data de encerramento este mês de setembro de 2019 foi prorrogado por mais 12 meses. O projeto é uma realização do Governo de Sergipe, em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), voltado para o Desenvolvimento de Negócios para Pequenos Produtores Rurais com o enfoque de promover e apoiar os negócios rurais (agrícolas e não agrícolas) de produtores organizados em associações ou grupos informais para fortalecer a agricultura familiar e reduzir a pobreza no meio rural sergipano. Tem como área de atuação 15 municípios com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito baixo. Nos últimos quatro anos o Projeto Dom Távora já investiu R$ 41.053.475,25 na realização de 132 Planos de Negócios comunitários, que beneficiaram diretamente %.259 famílias.

Oficinas sobre comercialização de produtos capacitam artesãos nos municípios sergipanos

Direcionada aos beneficiários do projeto Dom Távora, próxima oficina acontecerá dia 26 de setembro no povoado Amargosa, em Tobias Barreto

O maior desafio dos artesãos e artesãs sergipanos tem sido a venda dos produtos. Para superar essa dificuldade, o Projeto Dom Távora realizou para seus beneficiários oficinas sobre “Comercialização para Planos de Negócios de Artesanato”, através de parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o programa Semear Internacional. Até agora, 177 beneficiários do projeto Dom Távora já receberam capacitações, que trazem informações sobre noções de mercado, precificação, apresentação de produtos e um novo canal de comercialização: as mídias sociais.

A capacitação já chegou para os profissionais dos municípios de Aquidabã (bordado em ponto de cruz), Tobias Barreto (bordado Richelieu), Neópolis (artesanato em palha), Poço Verde (tecelagem costura), Pacatuba (artesanato em palha), Santana do São Francisco (artesanato em barro e madeira) e Graccho Cardoso (confecção). A próxima oficina acontecerá dia 26 de setembro, no povoado Amargosa, em Tobias Barreto.

Segundo o coordenador do componente Desenvolvimento de Capacidades do projeto Dom Távora, Manoel Messias, a primeira capacitação foi feita no mês de junho pelo Semear Internacional, instituição apoiada pelo FIDA. “Assumimos a responsabilidade de replicar as oficinas para um maior número de artesãos, com o apoio de técnicos locais da Emdagro e consultores do Programa das Nações Unidas (PNUD). Oferecemos para as comunidades subsídios teóricos e práticos sobre comercialização, pois entendemos que não basta fortalecer a parte produtiva com apoio financeiro, é preciso fortalecer também a capacidade de comercialização”, disse Messias.

A coordenadora do programa Semear Internacional, Fabiana Dumont, conta que a parceria com o Dom Távora tem levado grande suporte ao artesanato em Sergipe, proporcionando conhecimento para as artesãs. “Trabalhamos sobre tudo relacionado aos produtos, estratégias de acesso ao mercado, formação de preço, análise de mercado e trabalhar um pouco a percepção de análise com elas, para avaliar se aquele custo é viável ou não, e também como aproveitar as mídias sociais para poder comercializar e divulgar o seu produto artesanal”, pontuou.

Identidade Cultural e Valorização

O jovem Daniel Elias, filho da bordadeira Elisandra Barreto, destacou a importância da oficina para compreender o artesanato como identidade local e para fazer divulgação em plataformas digitais. “Achei a oficina bem proveitosa e sei que nos ajudará na confecção e comercialização de nossos produtos. Aprendemos que a criação de uma identidade nossa vai fazer grande diferença em nossas vendas, e aprendemos também que o ponto de partida hoje são as redes sociais. Como já tenho facilidade com a internet, vou ajudar nesse sentido”, ressaltou Elias, de Tobias Barreto.

De acordo com a artesã de Neópolis, Maria José Santos, através dessas oficinas, ela aprendeu a falar sobre o próprio produto e a lidar com clientes. “A gente já comercializava antes do projeto Dom Távora chegar. Trabalhávamos com artesanato de palha em produtos variados, e também com biscuit e cabaças. Quando o projeto chegou, incluímos outros tipos de trabalho artesanal, como pintura e crochet. O Dom Távora só veio agregar e melhorar o nosso trabalho”, informou. 

Também a artesã de Poço Verde, Renilda Maria dos Santos, declarou que a chegada do projeto proporcionou a evolução do seu trabalho. “Nós viemos desde 1990 lutando para manter viva nossa cultura, nossa tradição, que é uma história que vem dos antepassados. Hoje, temos o privilégio de sermos beneficiadas pelo Dom Távora. Aproveito para agradecer, pois foi um programa que veio na hora certa, com uma proposta diferenciada de ouvir o que a gente deseja, os nossos anseios e nossas demandas, respeitando as nossas culturas. Todo cidadão que compra uma peça de artesanato, leva também a história e a cultura de um povo”.

“Na oficina aprendi que temos de calcular todos os gastos para não ter prejuízo na confecção do artesanato, ou seja, valorizar nosso produto, que é feito com qualidade. Outra coisa que gostei muito de compreender é que temos que divulgar mais o Richelieu com nossa própria identidade para que as pessoas saibam de onde vem, já que existem outras comunidades que também fazem esse mesmo bordado. Foi um aprendizado muito rico e vai abrir portas para a comercialização”, avaliou a artesã Adriana Rodrigues Alves, de Tobias Barreto.

A consultora do PNUD, Amarize Cavalcante, falou sobre os resultados das oficinas e destacou que as capacitações foram dirigidas para um representante de cada comunidade e replicadas pelos técnicos sergipanos. “Os conhecimentos repassados possibilitaram aos participantes o entendimento da necessidade de calcular custos de produção bem como a identidade cultural dos produtos para o processo de comercialização. Um diferencial importante está no fato de que os representantes que participaram da oficina oferecida pela Semear Internacional, em suas comunidades, foram facilitadores da aprendizagem junto às equipes técnicas das unidades gestoras do Projeto Dom Távora”, explicou.

O projeto Dom Távora, executado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), é fruto de uma parceria entre o Governo de Sergipe e o FIDA, a fim de dar assistência técnica e capacitar beneficiários, fortalecendo as organizações de produção, da transformação e da comercialização, para agregar valor aos produtos e serviços. O Projeto atende a 15 municípios do estado localizados nos seguintes territórios: Centro Sul – Tobias Barreto, Poço Verde e Simão Dias; Território Agreste Central e Médio Sertão – Pinhão, Nossa Senhora Aparecida, Carira, Graccho Cardoso e Aquidabã; Território do Baixo São Francisco – Japoatã, Santana do São Francisco, Ilha das Flores, Pacatuba, Brejo Grande, Neópolis e Canhoba.

Cooperação entre Seagri e Embrapa Semiárido beneficiará produtores de Canindé de São Francisco e Poço Redondo

Produtores agropecuários dos municípios Canindé de São Francisco e Poço Redondo serão beneficiados com ações de desenvolvimento contempladas no acordo de cooperação técnica celebrado entre a Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrária e da Pesca de Sergipe (Seagri) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semiárido). O acordo técnico foi assinado na unidade da Embrapa em Petrolina, Pernambuco, pelo secretário de Estado da Agricultura de Sergipe, André Bomfim; e pelo Chefe Geral da Embrapa Semiárido, Pedro Carlos Gama. As atividades fazem parte do Projeto “Ações de Desenvolvimento para Produtores Agropecuários e Estudantes dos Lagos do São Francisco”, visando beneficiar 4 mil agricultores familiares de 12 municípios de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe, situados no entorno de barragens e usinas hidrelétricas do rio São Francisco.

Segundo o pesquisador responsável pela coordenação do Projeto Lagos na Embrapa, Robert Correia, serão realizadas atividades em pequenas áreas de demonstração das inovações, denominadas Campos de Aprendizagem Tecnológica (CATs), instaladas em propriedades de agricultores familiares ou espaços comunitários. “Também serão organizados eventos de capacitação e estímulo ao empreendedorismo, com o propósito de promover a incorporação dos resultados da pesquisa aos sistemas de produção, além da distribuição de equipamentos, mudas e materiais técnicos para auxiliar as famílias no processo produtivo”, acrescentou.

O secretário da Agricultura de Sergipe afirmou que os Planos de Ação contemplam áreas de produção agropecuária como hortaliças, manejo e conservação de solo, sistema de produção pecuária (bovino, caprino e ovinos) e de culturas alimentares que venham a fortalecer a produção de galinhas, a fruticultura, a apicultura e o beneficiamento de leite. “Nossa intenção é a que os Campos de Aprendizagem estejam integrados com as ações já realizadas pelo Governo de Sergipe em 2019, como a distribuição de sementes de milho, palma forrageira e a Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF)”, pontuou. Ainda segundo o secretário, as comunidades serão selecionadas durante visitas e avaliações conjuntas entre as equipes técnicas da Seagri e Embrapa Semiárido.

Após assinatura do convênio de cooperação, o secretário André Bomfim e a equipe técnica da Seagri foram convidados a conhecer o campo Experimental da Embrapa. O chefe geral da Empresa de Pesquisa, Pedro Gama, fez questão de acompanhar a visita, na qual foram apresentados experimentos com variedades de forrageiras com culturas integradas (palma e gliricídia), e manejos com o rebanho bovino Sindi, que tem apresentado resultados satisfatórios tanto para corte como para produção de leite. A equipe da Seagri conheceu também culturas alternativas como produção de pêra e caqui. “O cultivo de fruticultura no semiárido é especialmente importante para Sergipe porque têm sido introduzidos os cultivos de pêra e uva no perímetro irrigado Califórnia; e acerola, amora e pêra no perímetro Piauí, em Lagarto”, afirmou André. 

Lagos do São Francisco

O Projeto Lagos do São Francisco é resultado de parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semiárido), a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O projeto pretende viabilizar sistemas de produção agropecuários harmonizados com o meio ambiente, incrementar a produtividade, reduzir custos e melhorar a qualidade de vida das famílias de agricultores da região do baixo e submédio São Francisco.

Gestores estaduais da Agricultura conhecem experiências do Instituto Nacional do Semiárido

Seagri planeja ampliar parceria com INSA para replicar projetos exitosos em Sergipe

Com objetivo de conhecer as iniciativas de pesquisa-ação do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) para intervenção na realidade da agricultura familiar do Nordeste, secretários da Agricultura e assessores de diversos estados participaram do dia de campo na estação experimental da instituição, localizada em Campina Grande, Paraíba. O secretário André Bomfim (Seagri/SE) participou da programação e deixou indicativos de cooperação para replicar ações do INSA em Sergipe.

De acordo com o assessor técnico do Instituto, Aldrin Martin Perez-Marin, a realização do Dia de Campo no Instituto foi uma iniciativa do 15º Fórum dos Gestores responsáveis pelas políticas de apoio à Agricultura Familiar do Nordeste, realizado em Natal, no último mês de junho. “Foram apresentadas experiências como práticas de combate à degradação da terra e combate à desertificação; inovações tecnológicas sobre reuso de água – visando à produção de alimentos no âmbito familiar e periurbano; modelo de produção agro florestal; e conhecimentos de produção de lavouras consorciadas como estratégia de segurança alimentar com forrageiras e energéticas”, detalhou.

Também foram abordadas questões relativas ao sistema de produção animal no campo de caprinos, ovinos e bovinos, bem como a busca de forrageiras nativas com potencial de criação; e, também experiências relacionadas com espécies florestais da caatinga como estratégia de recuperação de paisagem e serviço ecossistêmico do semiárido. “Pudemos apresentar , ainda,  toda a estrutura laboratório do Instituto no campo da biotecnologia, no campo da genética, da análise da qualidade da água, análise de resíduos de agrotóxicos e análise de transgenia de sementes crioulas”, disse Aldrin.

Segundo o secretário da Agricultura de Sergipe, André Bomfim, Sergipe tem grande interesse em conhecer a experiência de plantio de forrageira consorciado com outros cultivos, e apresentou investimentos e parcerias firmadas nesse sentido. “O Estado de Sergipe investiu R$ 1 milhão na compra e distribuição de sementes de palma forrageira da variedade Orelha de Elefante Mexicana como suporte alimentar para a cadeia produtiva do leite. Estamos fazendo tratativas com a Embrapa Semiárido no sentido de introduzir o plantio consorciado com a Gliricídia, mas tenho certeza de que poderemos incluir o INSA nessa parceria e ampliar ainda mais este importante setor produtivo”, disse André.

Sobre o cultivo de forrageira, a pesquisadora do INSA, Jucilene Araújo, apresentou uma produção de 17.400/ano de raquetes de palma por hectare. “A palma é a base alimentar e hídrica do rebanho do semiárido, serve para recuperação de áreas degradadas e apostamos no fornecimento de nitrogênio biológico para o solo. Usamos muitas variedades de palmas e também consórcios diversificados com gliricídia, girassol e milho, por exemplo”, afirmou Jucilene.

Fertirrigação

Outra experiência que chamou a atenção da Agricultura de Sergipe foi a experiência de reuso da água para fertirrigação. A experiência de inovação tecnológica apresentada pelos pesquisadores Rodrigo Barbosa e Marcelo Cunha demonstra que, com pouco investimento (em torno de R$ 3 mil), é possível implementar o uso de “Reator UASB” no tratamento de esgoto por meio de microrganismos anaeróbios, com capacidade de tratamento 1.400 litros por semana. Pesquisadores do instituto disseram que plantios com aplicação desse sistema natural de fertirrigação têm melhor produtividade em comparação ao uso da água tratada.

O INSA tem experiência de implantação desse sistema de tratamento para populações superiores a 100 habitantes a um custo entre R$ 9 a R$ 10 mil. Para o secretário da Agricultura de Sergipe, uma experiência como esta poderia ser apoiada por emenda parlamentar, no sentido de resolver problemas de irrigação em áreas com vulnerabilidade hídrica. André Bomfim apontou, ainda, perspectivas no sentido de ampliar assistência do Instituto. “Devemos assinar, na próxima reunião do Fórum, um termo de cooperação técnica com o INSA abrangendo todos os Estados do Nordeste, visando concretizar as experiências em campo, inclusive com possibilidade de re-vegetação da caatinga, contribuindo com esse essencial bioma”.

O secretário de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido da Paraíba, Luis Couto, avaliou a iniciativa do Fórum de Gestores positiva, considerando que o INSA tem produzido pesquisas que contribuem para a convivência com a semiaridez. “O Instituto Nacional do Semiárido é de todo o Nordeste brasileiro, precisamos continuar dando as condições para que ele possa continuar contribuindo com o desenvolvimento da agricultura familiar”, completou.

Os desdobramentos e avaliação do dia de campo no Instituto Nacional do Semiárido serão apresentados no 16º encontro do Fórum de Gestores da Agricultura Familiar no Nordeste, que será realizado em novembro deste ano.

Governo e setor produtivo ouvem experiência baiana e avaliam criação de Fundo de Defesa Agropecuária

A convite da secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrária e da Pesca de Sergipe, nesta segunda-feira, 26 de agosto, o representante da Agência de Agropecuária da Bahia, Rui Ferreira Leal, esteve em Sergipe para apresentar a experiência de estruturação do Fundo Privado de Defesa Agropecuária no estado vizinho. A Seagri fez o convite com o objetivo de discutir a importância da criação de um Fundo similar em Sergipe, principalmente para custear ações emergenciais no setor.

De acordo com secretário André Bomfim, esse foi um segundo contato para discutir o tema, após um encontro realizado em Salvador, no último mês de junho. “No Nordeste, temos a experiência da Bahia e do Maranhão em funcionamento. Nossa proposta é conhecer e debater com os produtores sobre estas experiências para, se for viável, desenvolvermos um modelo adequado à nossa realidade”, explicou o secretário da Agricultura de Sergipe.

Durante sua exposição, o diretor de Defesa Animal da Agência de Agropecuária da Bahia, Rui Ferreira Leal, ressaltou as vantagens da medida. “Viemos a Sergipe conversar com o setor produtivo sobre a importância do Fundo. Pela nossa experiência, mesmo que não seja um Fundo inicialmente robusto, é importante que esteja criado, para atender demandas que necessitem de ação emergencial”, pontuou. Rui defende que o fundo seja totalmente privado porque agiliza o acesso aos recursos em situações de crise, a exemplo de combate emergencial a focos de contaminação animal. Ele detalhou que, no caso da Bahia, o Estado criou uma lei que isenta o produtor em 35% no valor da Guia de Trânsito Animal (GTA), sendo este percentual destinado ao fundo privado.

O presidente da Federação dos Agricultores do Estado de Sergipe, Ivan Sobral, apresentou posicionamento favorável à criação da reserva financeira. “A Federação é defensora desse fundo, hoje mais do que necessário para o setor agropecuário. Temos o exemplo dos avicultores, que já demonstraram interesse em ter esse instrumento emergencial”, afirmou.

Para o presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza, a implementação da proposta deve contemplar os setores de defesa animal e vegetal. Ele lembra de momentos em que o Estado de Sergipe precisou aportar recursos do tesouro para combater pragas na Agricultura, como a cochonilha do carmim na palma forrageira, e a mosca negra na citricultura. “O fundo tem fundamental importância por poder ser utilizado em ações como estas”, argumentou.

Também concordaram com a proposta de criação Fundo da Agricultura o superintendente federal de Agricultura em Sergipe, Haroldo Araújo Filho; e o representante da secretaria de Estado da Fazenda, José Mário Santos Rosa, que alertou para a necessidade de conhecer encaminhamentos que estão sendo feitos no sentido de consolidar as tributações estaduais, o que poderia ajudar no processo.

As instituições participantes decidiram criar um grupo de trabalho para aprofundar a elaboração de uma proposta. Na avaliação do secretário André Bomfim, foi proveitoso o diálogo com a representação do setor produtivo através da Faese, e com o setor público através do Ministério da Agricultura, da Seagri Estadual e da Emdagro. “Vemos que houve convergência de opiniões sobre a importância do Fundo. Estamos buscando aprofundar a parceria com a secretaria da Agricultura do Estado da Bahia, inclusive relacionada à nossa fronteira com a citricultura”, concluiu André.

Investimento de mais de R$ 2 milhões na bacia leiteira leva nutrição e melhoramento genético a rebanhos sergipanos

Governo do Estado continua distribuindo raquetes de palma forrageira e realizando a inseminação artificial de animais de pequenos criadores

Agricultores familiares e pequenos criadores de 12 municípios do semiárido sergipano seguem recebendo sementes de palma forrageira entregues pelo Governo Estadual. Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), o objetivo é agregar valor às unidades produtivas familiares, reforçar o suporte forrageiro dos pequenos produtores para os seus rebanhos, principalmente para o período de estiagem; além de recuperar a área plantada de palma, esgotada durante a seca que se prolongou até 2018. Outros investimentos estão sendo feitos pelo governo para incrementar a produtividade da bacia leiteira sergipana.

Só na distribuição de sementes de palma forrageira, o Governo Estadual investiu R$ 1 milhão, com recursos do Fundo de Combate à Pobreza (Funcep), através de cooperação firmada entre Secretaria de Estado da Inclusão, da Assistência Social e do Trabalho (Seit) e Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), com execução da Emdagro. Contudo, o programa de distribuição de sementes começou antes, com a entrega de 180 toneladas de sementes de milho, sendo 150 toneladas de sementes certificadas e 30 toneladas de sementes crioulas (além de mais 250 toneladas de sementes de arroz no Baixo São Francisco). Somados, os investimentos em sementes de milho, arroz e palma ultrapassam os R$ 2,5 milhões.

Esta semana, o secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, esteve em Poço Redondo para acompanhar a entrega das sementes e afirmou que o governo deu prioridade ao projeto da palma forrageira para aproveitar o período chuvoso para o plantio. “O governador Belivaldo Chagas assinou, durante a festa Amigos do Leite, em Santa Rosa do Ermírio (Poço Redondo), o Termo de Cooperação do Programa de Incentivo ao Cultivo de Palma Forrageira para alimentação animal, o programa ‘Mais Palmas para o Sertão’. E agora em agosto, em menos de um mês, já estávamos distribuindo as sementes para que os agricultores aproveitem o período propício da terra molhada e realizem o plantio. Quero parabenizar toda a equipe técnica da Emdagro pela celeridade e dedicação na distribuição das sementes”, destacou André.

Ainda segundo o secretário, estão sendo beneficiados 872 pequenos produtores de 12 municípios da bacia leiteira com a entrega de cerca de 3 milhões de raquetes de palma forrageira, resistentes à cochonilha do carmim, e cerca de 3.500 sacos de fertilizante (3.400 raquetes e três sacos de adubo por produtor). Os municípios contemplados são: Porto da Folha, Monte Alegre, Poço Redondo, Canindé de São Francisco, Gararu, N. Sra. Da Glória, N. Sra. De Lourdes, Itabi, Aquidabã, Poço Verde, Simão Dias e Tobias Barreto.

Entre os beneficiários, está o produtor de Poço Redondo, José Gomes dos Santos, que tem em seu rebanho 12 vacas de leite. “Eu já tinha recebido as sementes de milho em maio e estou com 20 tarefas plantadas para colher no final do mês e transformar em silo. Agora vou levar as mudas de palma e me preparar para o verão. A palma e o milho não podem faltar pra nós, que lidamos com o gado de leite. Só temos a agradecer ao governo por essa ajuda”, disse o criador.

O agrônomo da Emdagro, unidade de Poço Redondo, Luciano Firmino, destacou a qualidade produtiva da semente de palma entregue pelo governo. “Essa palma que estamos distribuindo, além de ser uma planta sadia, tem uma produtividade excelente, produz 10 toneladas por hectare, ou seja, os 100 hectares de mudas que estão sendo disponibilizados para o município de Poço Redondo vão resultar em 1.000 toneladas para os próximos dois anos. Isso vai permitir grande incremento na produção de leite e trazer tranquilidade para o produtor no período de seca, com suporte forrageiro no período da entressafra”, explicou o técnico.

Inseminação Artificial

Outra ação que teve recursos ampliados para favorecer a produtividade da bacia leiteira é o programa de Melhoramento Genético por Inseminação Artificial em Tempo Fixo – IATF, através do qual estão sendo investidos mais R$ 175 mil reais, através de parceria entre a Seagri e o Banese, com execução da Emdagro. O programa já está em curso, com a realização de mais de 1.200 inseminações, com sêmen de animais de alta linhagem das raças Holandesas, Girolando e Gir Leiteiro, favorecendo pequenos criadores de 11 municípios: Canindé, Poço Redondo, Monte Alegre, Porto da Folha, Gararu, Frei Paulo, Tobias Barreto, Simão Dias, Carira, Poço Redondo e Aquidabã.

A ideia é aumentar os índices de natalidade, melhorar a qualidade genética dos rebanhos e, consequentemente sua produtividade, e possibilitar o controle do ciclo reprodutivo, para que os nascimentos aconteçam em períodos de maior disponibilidade de alimento para os animais. “Tanto o programa de distribuição de sementes quanto o de IATF fazem parte de um projeto do governo do Estado que visa o fortalecimento da cadeia produtiva do leite, a exemplo das ações já em execução pela Emdagro nas áreas de defesa animal, manejo alimentar e outros, que dão instrumentos para a expansão da produção”, explica Jefferson Feitoza, diretor-presidente da Emdagro.

O sucesso da edição 2018 foi que trouxe a decisão de aumentar os investimentos para ampliar o alcance do programa. No ano passado, foram inseminadas 475 vacas, das quais nasceram 162 bezerros, atendendo 50 pequenos criadores de quatro municípios. “Foi um programa em que a gente teve acesso a inseminação através da Emdagro. Os bezerros que nasceram ainda estão pequenos, mas a gente já vê que é um bezerro bem melhor que os que a gente tinha”, observou o criador de Poço Redondo, Jadson Vanderlei.

POÇO REDONDO | Seagri e Codevasf planejam ação conjunta na comunidade Bonsucesso

Gestor e técnicos estiveram no povoado para ouvir demandas da Pastoral de Pescadores

Com objetivo de encontrar alternativas de geração de renda para a comunidade ribeirinha formada por pescadores, bordadeiras e agricultores familiares do povoado Bonsucesso, em Poço Redondo, representantes da secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrária e da Pesca (SEAGRI) e da Companhia do Vale do São Francisco (CODEVASF) estiveram em Poço Redondo. O encontro foi organizado pela Pastoral de Pescadores e realizado no povoado situado às margens do Rio São Francisco, a 24 km da sede do município.

A população do povoado Bonsucesso é formada por 712 famílias, das quais 90% vivem da pesca artesanal. “Com o desaparecimento do pescado no Rio São Francisco a comunidade passa por momentos difíceis de sobrevivência e, por este motivo, convidamos a secretaria de Estado da Agricultura e a Codevasf, para buscar apoio do poder público”, explica a representante da Pastoral de Pescadores, Quitéria Gomes Pereira.

De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, a articulação com a Codevasf para ouvir a comunidade objetivou discutir sobre psossíveis caminhos para atender as demandas. “Várias ações já estão em andamento no Alto Sertão e Baixo São Francisco, com os programas de entrega de sementes de milho, arroz e palma, inseminação artificial, além do trabalho de assistência técnica da Emdagro, com investimentos de mais de R$ 2,5 milhões. Mas, além outras ações podem ser viabilizadas”, disse o gestor.

Entre as necessidades apresentadas pela comunidade estão o peixamento do Rio São Francisco com alevinos de espécies nativas, como Piau, Tubarana, Chira Mandim, e a aquisição de apetrechos de pesca, máquinas e equipamentos de corte e costura. Para o secretário André Bomfim, as demandas da comunidade são possíveis de serem atendidas dentro de uma perspectiva de parceria entre Seagri e Codevasf. “Nossa intenção é trazer também a Embrapa, com a ação dos Campos de Aprendizagem Tecnológica (CATs), e outros eventos de capacitação, com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)”, afirmou André.

Representando a Codevasf, participaram do encontro os técnicos Thompson França, especialista em inclusão produtiva; e Alexander Delgado, engenheiro de pesca. Eles confirmaram que as demandas da comunidade são possíveis de serem atendidas porque faz parte das ações costumeiramente desenvolvidas pela Companhia de Desenvolvimento na Região do Baixo São Francisco. “As questões dos alevinos e do corte e costura são relativamente fáceis de se viabilizar, porque estão dentro de nosso plano de ação na região. Só precisamos avaliar a viabilidade técnica da comercialização do pescado e da organização da associação”, analisou Thompson.

O ex-prefeito de Poço Redondo, Roberto Araújo, destacou a importância do governo do estado está sempre presente junto ao povo através da secretaria de agricultura. Enquanto lideraça no município, ele tem intermediado contatos entre os órgãos públicos e a comunidade. 

A representante da Pastoral de Pescadores, Quitéria Pereira, fez uma avaliação positiva do encontro com os órgãos públicos. “Logo na primeira solicitação que fizemos à secretaria da Agricultura e à Codevasf, fomos atendidos, isso motivou bastante a comunidade e deixou todos gratificados. Pelo que foi dito aqui, existem várias possibilidades de atividades para complementar a renda familiar. Nós, da pastoral de Pescadores, vamos agora viabilizar a organização da associação para trazer os projetos que foram sugeridos pelo poder público”, concluiu.

Centro de Artesanato reformado é entregue à população de Santana do São Francisco

Investimento de R$ 279 mil do Projeto Dom Távora amplia geração de renda e fortalece Turismo no município

Os artesãos e a população de Santana do São Francisco receberam o Centro Comercial de Artesanato do município totalmente reformado. A obra foi realizada a partir de um investimento de cerca e R$ 279 mil, com recursos do Projeto Dom Távora, realizado pelo governo de Sergipe em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA). O objetivo é fortalecer a comunidade de artesãos de cerâmica do município, que têm na atividade sua principal fonte de renda. As instalações foram inauguradas e entregues à população na última quarta-feira, 14, com a presença do secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, representando o governador Belivaldo Chagas; do prefeito Gilson Guimarães Barrozo Júnior; do diretor técnico da Emdagro, Esmeraldo Leal; de secretários, vereadores e artesãos do município.

Para o secretário André Bomfim, além da comercialização, o novo Centro de Artesanato traz outras possibilidades de convivência e capacitação. “A reconstrução do Centro conta com espaço de exposição e comercialização, espaço de convivência e integração social, ateliê e espaço de tecnologia da cerâmica, onde serão realizados eventos e cursos de capacitação para artesãos, sala de estudo, leitura e tecnologia digital”, detalhou o gestor. Na sua avaliação, além de fortalecer a cadeia produtiva do artesanato em barro, o novo espaço vai incrementar a atividade do turismo. “Somando a qualidade do artesanato com a beleza desse espaço cultural, não tenho dúvidas de que será um dos pontos de parada na rota do turismo no Baixo São Francisco”, afirmou André.

Segundo o presidente da Associação dos Artesãos, Edson Marques Barreto, a reestruturação do Centro de Artesanato é um presente para o município e a região como um todo. “A entrega desse centro representa um presente para o nosso município, que tem 70% da população envolvida com a produção e venda do artesanato. Essa obra não só embeleza nossa cidade, mas também nos dá orgulho de trabalhar na atividade artesanal, que é nossa maior fonte de renda”, afirmou.

Para batizar o Centro Comercial, a associação escolheu o nome de Edilson Oliveira Fortes, em homenagem ao artesão que lutou pela construção do espaço e pela defesa do artesanato local. Carmélia Fortes, filha do homenageado, demonstrou a satisfação da família pelo reconhecimento. “O sentimento da família é de alegria e vitória. Nós estamos muito honradas pelo reconhecimento, que eterniza o nome de meu pai, um homem que sonhou e lutou por um espaço como esse e pelo artesanato de Santana”, pontuou.

O artesão José Ramalho, 69 anos, o Centro e vai possibilitar o incremento das vendas. “Faz mais de 20 anos que esse Centro de Aartesanato foi construído e nunca tinha tido uma reforma para ficar com essa qualidade. Ficou muito lindo. Não é de hoje que a gente vive do artesanato e a tendência agora é melhorar. Venho de uma família com várias gerações trabalhando com a arte do barro, e sabemos que dá para sustentar a família. Eu, por exemplo, produzo de 150 a 200 peças por semana, que são vendidas, em média, a R$ 30”, conta.

O secretário de Turismo do município, Luiz Monteiro, confirmou a importância da obra também para o turismo da região. “Para nós, é um momento de gratidão e êxito ver o anseio atendido pelo governo do Estado. Nós, de Santana, que somos conhecidos como o celeiro do artesanato em cerâmica, ou artesanato de Carrapicho, ficamos muito gratos. Esse é um legado que fica para os artesãos e para o turismo da região, porque representa um setor integrado à cadeia econômica do turismo regional. A melhoria do ambiente e do produto artesanal fortalece e qualifica o turismo”.

Segundo o coordenador geral do Projeto Dom Távora, Gismário Nobre, só em Santana do São Francisco o Projeto Dom Távora já investiu R$ 1.173.782,00. “Ao todo, foram aplicados R$ 9,1 milhões em sete municípios do Baixo São Francisco, em ações produtivas nas áreas da piscicultura, artesanato e turismo rural, principalmente”, destacou.

| Fotos: Vanessa Passos 

RIACHÃO | Comunidade Forras recebe a primeira edição do programa Cidadania Quilombola

Parceria entre governo do Estado e município leva serviços e informações para a população

Ações nas áreas da inclusão social, saúde, educação e agricultura marcaram a primeira edição do Programa Cidadania Quilombola, uma iniciativa do governo de Sergipe em parceria com os municípios. A primeira comunidade a receber os serviços foi o Povoado Forras, em Riachão do Dantas, no Agreste sergipano. A Escola Quilombola Municipal Mariana Fontes Costa e a Unidade de Saúde local disponibilizaram a estrutura física para acolher a população e a oferta de serviços como cortes de cabelo, orientações sobre o combate ao mosquito da dengue e sobre a importância do Cadastro Único, palestras sobre prevenção de infecções sexualmente transmissíveis – ISTs, atendimento básico de saúde e contação de histórias para as crianças. 

“Foram realizadas diversas ações em parcerias com as secretarias estaduais e municipais. Essa é a primeira ação do Programa Cidadania Quilombola, que trouxe um dia inteiro de ações na escola. Temos uma programação até o fim do ano. Então, e a ideia é que o evento continue, após esta primeira edição, para poder atender as demandas das comunidades quilombolas sergipanas”, destacou Wellington Nascimento, coordenador do Movimento Quilombola Estadual.

Para a diretora da escola, Giovana Santos Souza, a ação é importante para a comunidade local e para as comunidades do entorno, que também foram beneficiadas. “Os serviços são muito importantes porque essa é uma comunidade que precisa muito, assim como todas aqui perto. Ter o programa é muito bom para nós, pois é uma forma de suprir demandas básicas e tão necessárias que ainda temos dificuldade em trazer”, disse. 

O coordenador o Programa Estadual IST/Aids da secretaria de Estado da Saúde (SES), Almir Santana, orientou sobre a importância da prevenção. “A comunidade quilombola é uma população prioritária para levarmos informação e serviços, por ser de difícil acesso. Essa parceria com as secretarias de Inclusão, Agricultura e o município é necessária, pois permite o acesso da população que vive mais isolada. Trouxemos informações, o município trouxe testes rápidos de HIV/Sífilis/Hepatites e orientamos sobre o uso da camisinha. O diálogo com a comunidade é um momento muito bom para nós”, afirmou.

Foi com muita alegria e um sorriso no rosto que Seu José Milton Santos sentou para cortar o cabelo. “Eu sou nascido aqui, trabalho na roça e estou gostando muito de tudo. Pude fazer exame de sangue e agora cortei meu cabelo. É ótimo poder ter esses serviços. Tomara que tenha mais vezes”, comentou.  Além de serviços na área de saúde e estética, a população recebeu diversas orientações sobre atendimentos específicos na área da inclusão, como informações sobre o Cadastro Único – CadÚnico,  carteira de Artesão e empoderamento da mulher quilombola.

“Fizemos contato com a secretaria municipal de assistência de Riachão do Dantas para que começássemos a alinhar as famílias quilombolas no Cadastro Único, o que é extremamente importante, porque no CadÚnico em Sergipe o índice das comunidades de povos tradicionais que aparece no relatório ainda é muito baixo, mediante ao número de famílias que estão cadastradas no Incra. Por isso, é fundamental manter a comunicação com a secretaria do município e realinhar essas famílias numa política pública que é de direito para todos”, explicou Iyá Sônia Oliveira, referência técnica para Povos e Comunidades Tradicionais da Seit.

De acordo com a presidenta da Associação Comunitária Quilombola de Forras, Edite Pereira, a ação chegou no momento adequado para orientar e solucionar com mais facilidade questões que assolam a comunidade, como o alto índice de casos de dengue. “Aqui é uma comunidade muito carente e que tem muitas pessoas doentes. O foco da dengue está vitimando muita gente, inclusive, a minha sobrinha faleceu por isso. Essa ação veio numa hora abençoada, pois já ajuda a ver os problemas que temos aqui, e a nos orientar, com a vinda de profissionais”. 

Segundo a secretária da Educação de Riachão, Gedilma do Nascimento, destacou que os agentes de endemias passaram nas casas para verificar se havia foco do mosquito e ensinaram como a população poder proceder, caso identifiquem focos. “As pessoas da comunidade são necessitadas e precisam muito dos serviços que foram realizadas com êxito neste evento. Cada ação trazida veio beneficiar nossa população, é uma parceria que deu muito certo”. 

Para Carmelita Lima de Jesus, moradora da Colônia Coqueirão, localidade próxima à comunidade de Forras, além dos serviços prestados, as palestras ajudaram a sanar dúvidas e explicar procedimentos importantes. “Trabalho na roça e soube desse evento quando o carro de som passou anunciando. Aproveitei e vim fazer os exames preventivos, e também participei de palestras. Gostei muito porque eu não sabia de muitas coisas e pude tirar dúvidas, ouvir e aprender”, contou.

| Fotos: Vanessa Passos 

Governo

Última atualização: 19 de agosto de 2019 13:54.

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